Hotshot escrita por Sophie Queen


Capítulo 8
Winning Streak


Notas iniciais do capítulo

Disclaimer: infelizmente Twilight não me pertence, mas o Edward basqueteiro, isso sim, então, respeitem!

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CAPÍTULO 8 — WINNING STREAK

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O som ruidoso do elevador subindo até o andar de Edward, parecia acompanhar um tremor interno que dominava Bella. Ela não sabia ao certo o que levou a aceitar o convite dele para subir até a sua casa, mas ela havia feito. E, por mais que sua ida ao seu apartamento poderia indicar que possivelmente fariam sexo, ela estava firme em sua decisão em esperar mais um pouco, pelo menos até ele poder andar sem a ajuda da bengala e poder praticar algumas jogadas da sua prática esportiva.

− Você quer beber alguma coisa?! – ele perguntou incerto, depois que passaram pelo limiar da porta.

− Uma água seria ótimo. – ela disse, com um sorriso.

Enquanto ele se movia com agilidade por sua cozinha, ela caminhou em direção às janelas que iam do chão ao teto, observando a cidade lá embaixo. Apesar do horário, Boston ainda estava viva: carros, pessoas andando, amigos se encontrando e conversando, casais se abraçando.

− Bella. – ele disse suavemente, gingando até ela com o copo d’água.

− Nem parece que estamos no inverno. – ela disse observando ainda as pessoas.

− Os dias andam bem quentes, o que é bem estranho para janeiro. – ele concordou.

− Este clima é muito favorável à sua recuperação. – disse, virando para encará-lo. – Se as coisas continuarem progredindo como estão, tenho certeza que você vai conseguir voltar às quadras em abril, a tempo de jogar a parte final da temporada regular, e ainda participar dos playoffs, e quem sabe das finais?! – completou com um sorriso animado, pegando o copo que ele oferecia e tomando um grande gole da água.

− Um pouco menos que três meses. – ele suspirou, colocando as mãos no bolso de sua calça preta.

Bella engoliu a água e encarou o rosto dele. Edward Cullen era um homem lindo. Mesmo depois de vê-lo quase todos os dias pelos últimos três meses, e estar podendo beijá-lo sem sentido nas duas últimas semanas, ela ainda se surpreendia com o quão belo ele era.

Trabalhando com medicina esportiva, ela já teve que enfrentar todos os tipos de atletas, de todas as modalidades possíveis, mas dos basquetebolistas que ela já teve como paciente, ele sem dúvida era o mais belo, na verdade de todos os pacientes que já teve, ele era o mais lindo.

− Eu não vou pedir para você esperar todo esse tempo. – ela disse acima de um sussurro, que se ele não tivesse em total silêncio, jamais teria a ouvido.

Seus olhos verdes estavam escuros e brilhantes, como folhas de uma floresta ao sol do meio dia, e eles esquadrinharam o rosto dela com expectativa e ansiedade.

− Não estou dizendo que vá acontecer essa noite, campeão. – ela afirmou com um sorriso, o empurrando de leve. Ele também sorriu.

− Bella, eu não quero apressar nada... – começou a dizer, mas hesitou por um breve momento. −, não tem problema seguir seu tempo.

Ela sorriu agradecida.

− Obrigada Edward. Mas, ao contrário do que eu passo e do que meus amigos dizem sobre mim – ela sorriu, quando viu os olhos arregalados dele. −, eu sei que vocês andam falando sobre mim. Não sou tão absorta no trabalho assim, sem contar que vocês não são nenhum pouco discretos. – censurou, e ele teve a decência de corar ligeiramente. – De qualquer forma, eu não sou tão puritana ou certinha como todos acreditam. – ela deu uma piscadela para ele e caminhou até o grande sofá.

Edward continuou no lugar em que estava admirando o movimento sedutor dos seus quadris, que se moviam com sensualidade, conforme ela andava. Ele teve que engolir em seco, e controlar o desejo por ela que estava prestes a romper.

− Felizmente James, a vida inteira se desligou das conversas que tive com Vicky, caso contrário ele jamais me respeitaria como sua superior. – ela divagou, colocando o copo sobre a mesa de centro, encarando-o com os olhos luxuriantes. – Você não vai me levar para a cama, mas pode me beijar, sabia?! – provocou, mas foi o suficiente para que o ruivo caminhasse cambaleante até o sofá a puxando para um beijo sôfrego.

Suas línguas se envolviam naquela dança sensual e desejosa. Seus lábios ansiavam por senti a suavidade um do outro. Suas mãos enlaçaram-se entre os seus cabelos, os puxando levemente, produzindo gemidos ora nela, ora nele. O ar de paixão estava presente em cada beijo compartilhado, cada carícia trocada, cada olhar que parecia ver a alma um do outro. Mesmo quando estavam tão envolvidos naquela aura de luxúria e desejo, era como se a alma dos dois se conectassem de uma forma onírica. Essencial.

Eles ficaram um bom tempo se beijando no sofá. Bella sentada no colo de Edward, com seu vestido preto amontoado no topo de suas coxas. Apesar da sensualidade do momento – e da evidente excitação que ambos partilhavam −, naquela noite eles se comportaram como adolescentes. Se agarrando no sofá da sala no escuro.

Foi só quando ele, começou a bocejar e seus olhos piscarem constantemente – para afastar o sono do dia que começou cedo demais para o fim de semana, que a médica decidiu que estava na hora de encerrar a noite. Despedindo-se do atleta com um beijo longo e apaixonado a médica o deixou, seguindo para a noite estranhamente quente para o inverno do final de janeiro.

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Apesar da discrição que tanto Edward, como a Dra. Isabella Swan colocavam no seu relacionamento, eles não escondiam que estavam juntos – pelo menos não mais da equipe que trabalhava ao lado dos dois diariamente, e da família dele. Ela inclusive participara de alguns almoços hospedados pela mãe de Edward no decorrer do mês de fevereiro.

Mas não era só no relacionamento que as coisas estavam avançando a passos vistos, mas principalmente no tratamento. Mesmo com o atraso, em razão da nova cirurgia para a remoção dos pinos e do tecido necrosado, nas últimas três semanas o atleta evolui tanto no tratamento, que haviam conseguido retomar o cronograma anterior.

E por mais que uma neve incessante castigasse Boston, todos hoje se sentiam animados, pois ele faria o primeiro treino com bola desde a lesão. A ansiedade corria solta por todos, mas da mesma forma todos estavam animados, tanto era que para ajudar no momento e simular da melhor forma possível a realidade, toda a equipe estavam com roupas apropriadas para a atividade esportiva, os rapazes, inclusive, estavam animadas para uma partida de basquete com um astro da NBA.

− Vocês sabem que não podemos forçar tanto assim. – Bella repreendeu Jacob, James e Ben, que se aqueciam enquanto aguardavam a chegada de Edward.

− Bells, relaxa, eu sou o fisioterapeuta dele, eu sei qual é o limite. – ponderou Jacob cheio de convencimento.

Bella rolou os olhos.

− Eu sei Jake, mas não vamos dar espaço para azar, ok?! Não custa nada sermos cuidadosos. – exigiu, no mesmo instante que o barulho da porta o ginásio sendo aberta, com alguém batendo uma bola de basquete animado ecoou pelo ouvido de todos. Sem exceção os sete membros da equipe da Dra. Swan que estavam ali viraram para encarar o recém chegado, que sorria jovialmente para todos.

− Eis o dia! – Edward exclamou, fazendo um lançamento perfeito do meio da quadra para a cesta, todos observaram como se estivesse em câmera lenta a bola laranja passar pelo aro da cesta com facilidade. – Como eu disse: hoje é só o começo! – ele exclamou animado.

− Vamos com calma, senhor confiante. Não queremos fazer algo que prejudique outra vez os avanços que tivemos. – disse a médica, aproximando-se do jogador, e dando um suave aperto na sua mão em reconhecimento. Ele devolveu com uma piscadela, bastante íntima.

Apesar dos outros saberem do relacionamento, eles ainda tentavam ser profissionais. Além do mais, por mais que tenham se aproximado, se conhecido bastante nas últimas semanas o relacionamento deles não avançou no sentido físico. Algumas mãos bobas ali e acolá, alguns toques mais exigentes e algumas esfregadas para acalmar o desejo, eles estavam agindo como dois adolescentes da década de 90, que poderiam ser pegos pelos pais a qualquer momento, mesmo que sempre estivessem sozinhos seja no apartamento dele ou no dela.

Contudo, por mais que o relacionamento casto pudesse ser absurda para adultos da idade de ambos, a verdade, era que nenhum dos dois estava muito preocupado, pois permitia que se conhecessem de formas que nunca antes puderam conhecer outra pessoa. Claro, a expectativa para o próximo passo do relacionamento, era nauseante, mas o fato de estarem se conhecendo tão bem, era a parte essencial, e era esse tipo de vínculo que faziam compreender que talvez esse relacionamento desse certo.

− Sei que todos estão ansiosos para jogar – começou a médica, lançando um olhar para os quatro rapazes, que sorriram culpados. −, devemos nos alongar propriamente dito. Apesar da evolução do Edward, temos que agir com cautela. Edward, você trouxe o que eu te pedi?! – ela perguntou com um sorriso.

O jogador revirou os olhos, mas tirou da sua bolsa um par de tênis de corrida, duas meias e uma tornozeleira.

− Ainda não entendi porque preciso de outro tênis, esses são os ideais para jogar basquete. – disse meio mal humorado, mas balançando seus tênis personalizados para todos. Os rapazes olharam com inveja para o calçado, enquanto as meninas se seguravam para não rolar os olhos.

− Por mais incrível que seus tênis são, os amortecedores dele não são suficientes no momento. – a médica disse amavelmente. – Agora seja o bom paciente que você foi nos últimos meses e me obedeça, ok?! – ela exigiu com autoridade.

− Sim, senhora, sim! – exclamou ele, batendo uma continência, arrancando risos de todos.

− Pelo menos ele já te obedece Bella, você não vai precisar domesticá-lo, como tenho feito com Demetri. – disse a enfermeira Jane Bishop com um sorriso.

− Leah não deixa ser domesticada, acho que é ela quem me adestra. – murmurou Nessie Masen, mal humorada. Angela que estava ao lado da outra enfermeira, apertou seu ombro em compadecimento.

− Entendo a sua dor. – concordou a nutricionista, fazendo Bella rolar os olhos com as outras três mulheres, e seguindo os outros para o centro da quadra para se alongarem.

Por trinta minutos todos se alongaram com cuidado e precisão, sendo orientados pelo Dr. Jacob Black, que apesar da ansiedade em jogar basquete com o astro da NBA Edward Cullen, sabia que todo o cuidado deveria ser pouco.

Fazendo dois times mistos de quatro jogadores, eles iniciaram uma rotina de treinamento que começou com um zigue-zague batendo a bola em torno de um cone e depois lançando a cesta, seguido de tiros livres, o famoso reloginho, em torno do garrafão, seguido de alguns saltos suaves para que o tornozelo de Edward não sentisse muito impacto nesse primeiro dia. Seguiram para um almoço, cheio de proteínas e fibras, prescrito por Angela, depois uma breve seção de eletrochoques estimuladores no atleta, para depois mais uma rotina de treinos com bola no período da tarde.

Apesar de parecer uma brincadeira de escola, a cada treino com bola que eles faziam com Edward, o atleta ficava mais confiante a cada dia – mesmo usando três meias e uma tornozeleira, para seu pé ficar mais firme, e um tênis que não considerava apropriado para aquela prática esportiva −, o basquetebolista tinha que tirar o chapéu e concordar que um tênis mais macio era o ideal para esse começo, pois lhe dava a segurança necessária para apoiar com mais conforto seu peso sobre o tornozelo que foi lesionado.

Quem estava feliz com o avanço de Edward no tratamento era seu cunhado e empresário Emmett McCarthy e os diretores e técnicos do Boston Celtics, que ansiavam o retorno do seu astro as quadras o mais rápido possível.

Foi no final do mês de fevereiro, que os irmãos de Edward – Rosalie e Jasper −, bem como seu cunhado Emmett e Alice, namorada de Jasper, vieram participar de um desses treinos do irmão. Apesar da brincadeira entre eles, de que seria a única oportunidade que teriam de vencer Edward no basquete, era visível que todos estavam ansiosos para verem por si próprios a evolução do atleta.

Com a presença de quatro pessoas a mais, as enfermeiras Jane e Nessie, ficaram mais do que satisfeitas em cederem seus lugares aos recém chegados e tirarem o restante daquela sexta-feira de folga.

− Para ser justo, nós quatro e o Edward, contra vocês rapazes. – falou Rosalie, irmã de Edward, cheia de autoridade.

− Onde está a justiça nisso?! – questionou Emmett contrariado.

— Verdade Rose! Você só não virou uma jogadora de basquete porque não quis. É tão boa quanto Edward! – interveio Jasper indignado, todos que não eram da família, e que com certeza nunca tinham visto aquele tipo de discussão, se seguraram para não rir.

− Edward não estará jogando pra valer, ok?! Ele nem pode. Sem contar que olha o tamanho de Jacob?! Ele é um armário, sua largura é praticamente o tamanho da Dra. Swan e a Dra. Weber juntas! – ela apontou.

− Ei! Você está me chamando de gordo?! – replicou o fisioterapeuta afetado. Rose sorriu brilhantemente, balançando seu rabo de cavalo de cabelos dourados para lá e para cá como se tivesse em um comercial de shampoo.

− Muito pelo contrário, estou elogiando sua estrutura. – ela piscou lentamente. – Saudades de quando Emmett exibia um tanquinho como o seu. – disse saudosa. Jacob se aprumou todo com o elogio, enquanto Emmett levantava sua camiseta e mostrava que apesar de não tão definido ainda tinha um tanquinho tão bom quanto o do fisioterapeuta.

− Nós vamos ficar elogiando o corpo de homens até quando?! Por que se for assim vou começar a falar do seu irmão, e você não vai gostar Rose. – provocou Alice, com uma piscadela em direção a Jasper que sorria convencido.

− Uh! Nojento! – a loira murmurou.

− Nós quatro e o Edward, contra vocês rapazes. – Bella interviu, evitando que uma nova discussão familiar iniciasse em breve. – Lembre-se pessoal nada de firulas ou passes muito elaborados. Edward, eu sei que você está confiante, mas por favor, não faça nada imprudente para se aparecer, ok?! Não queremos um rompimento de ligamento nessa altura do campeonato.

− Sim, senhora, sim! – exclamou Edward, arrancando uma onda de risos de todos, a médica ortopedista, rolou seus olhos indignada com a infantilidade que um bando de adultos poderia apresentar.

Apesar de conviver com Edward Cullen diariamente, nos últimos 4 meses, a equipe da Dra. Swan, ficou surpresa em como toda a família Cullen era competitiva.

Jasper e Rosalie entravam em discussões tão calorosas, que quem os visse de fora achava que estavam prestes a entrar nas vias de fato, era Edward, o caçula dos três que conseguia fazer com que eles acalmassem os ânimos exaltados.

Emmett era como um crianção. Ele e Jacob se completavam de uma maneira bizarra, com uma breve troca de olhares eles pareciam entender o que o outro queria fazer. Alice, por sua vez, era uma jogadora elegante, era fácil ficar hipnotizada pelo seu jeito de rodopiar como se tivesse fazendo um ballet, ela dava cada drible em Jasper que fazia o namorado, sorrir alegremente por perder a bola, levando todos a risadas.

Porém, nada se comparava a ver Edward e Rosalie jogar, mesmo contido na maior parte dos movimentos, o basquetebolista era fenomenal, e com sua irmã ao lado, os dois estavam dando um show, fazendo a Dra. Swan e a Dra. Weber, que eram jogadoras razoáveis − para não dizer ruins −, ficarem somente assistindo ao jogo, já que Ben, Emmett, Jacob, James e Jasper pareciam dar tudo de si para vencer os irmãos Cullen e Alice.

− Uau! Vocês poderiam vir treinar conosco toda semana. – murmurou Jacob ofegante no final do jogo, que foi vencido com facilidade pela equipe das meninas mais Edward.

Rosalie que bebia um gole da sua água piscou para o marido.

− Se estiver tudo bem, aceitamos o desafio. – disse a loira cheia de confiança.

− Mas você e Edward não podem jogar juntos! – protestou Jasper. – Fazia tanto tempo que não jogava contra vocês dois, que me lembrei porque odiava, eu sempre saia humilhado!

− Oh bebezão chorão! – provocou a loira. – Sua tristeza era facilmente esquecida, porque mamãe sempre fazia torta de framboesa para te animar!

− Porra Rose! Torta de framboesa da mamãe! – exclamou Edward com um gemido.

− Ei, porque não fazemos um churrasco amanhã?! – ofereceu a loira animada. – Tenho certeza que mamãe e o papai ficarão animados para receber a equipe que está ajudando o Edd a se recuperar. – ela olhou para os irmãos.

− Sabe Rose, eu odeio concordar com você, mas minha irmã, você sempre tem as melhores ideias! – exclamou Jasper, já retirando o celular de sua mochila e ligando para a mãe.

No final, um churrasco que serviu para comemorar o aniversário de Alice, que seria na próxima semana, foi marcado. Cada um ficou responsável por um preparativo – mesmo que tivessem pouco menos de 20 horas −, mas mesmo assim todos estavam animados para um dia longe do hospital, para a equipe da Dra. Swan, e por um momento de alegria para a família de Edward.

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Por mais que estavam no início de março, em pleno inverno, o dia em Boston amanheceu surpreendentemente agradável, apesar dos termômetros marcarem 10 graus – baixa para alguns, mas alta para os locais, naquela época do ano −, o sol era quente e o céu límpido, espantando qualquer sinal de chuva que caiu durante os últimos dias.

Apesar de já ter ido a casa dos pais de Edward, desde que os dois começaram a se relacionar, nunca um de seus amigos esteve ali antes, e dizer que estavam animados era um eufemismo que ela não queria enumerar.

Victoria, que era a mais íntima dos amigos dela, e que por ser esposa de James foi convidada por extensão, ligou exatas 10 vezes para a médica, apenas no sábado de manhã, se for contar as ligações da sexta-feira passava de 30.

− Vicky, seu cuscuz marroquino e o pudim de milho salgado é mais que suficiente. – ela aclamou a amiga pelo o que parecia a milésima vez.

Victoria bufou no telefone.

Bella, você me conhece há 17 anos, sabe que sou de uma família sulista, uma boa refeição caseira é algo que está no nosso sangue!— exclamou com firmeza. – Além disso, eu sou sua melhor amiga, que finalmente vai conhecer seu namorado, eu preciso causar uma boa impressão!

− Você é tão dramática! – murmurou Bella mais para si mesma. – Vicky, relaxa, Edward é um cara bem tranquilo, e a família dele também. Tenho certeza que você já fez James recitar cada detalhe de cada pessoa da família Cullen que ele conheceu, você tem todas as bases cobertas.

− Swan, você sabe que eu gosto de ser prevenida. E outra, quero ver com meus próprios olhos, como vocês dois são juntos! Se for como você me disse e como James falou, daquele jeito dele, vocês são...— ela suspirou, quase que apaixonadamente. – Como aqueles filmes de romance do início do século.

− Vicky, por favor, eu não sou nada parecida com a Scarlett O’Hara! Só eu sei o quanto eu lamento ter usado aquela fantasia no nosso primeiro Halloween em Harvard. – suspirou Bella, relembrando a fantasia d’ “E o Vento Levou...”, que Victoria havia lhe convencido a usar.

Bella, quando chegamos em Boston, seu ar inocente era muito Scarlett O’Hara, mas hoje em dia, acho que você tá muito mais para Holly Golightly!— disse aos risos, citando o personagem da Audrey Hepburn em “Bonequinha de Luxo”, do qual Bella tentava convencer a amiga, que era mais o tipo dela, no famigerado primeiro Halloween em Harvard.

− Você vai ficar a vida inteira me lembrando disso, né Vicky?! – suspirou derrotada.

− Bella, Bella, essa é o tipo de história que vamos contar para nossos netos e rir como duas gralhas velhas! Até mesmo porque nossos filhos irão se casar!— falou com aquele seu tom profético, que fazia a médica de divertir e temer na mesma intensidade.

− Você é louca! – rebateu. – Enfim, eu preciso terminar os pães de alho e as Madeleines que seu marido disse que as minhas são fantásticas que deixou a irmã de Edward louca de vontade. – ela bufou.

Você ama cozinhar, Bella. Todo mundo que te conhece, sabe que se não desse certo a carreira de médica ortopedista você iria abrir uma confeitaria francesa.— provocou com diversão a psicóloga. – Mas deixarei você terminar os preparativos em paz, eu preciso mesmo terminar meu cuscuz.

Bella riu, mas sem mais provocações distribuídas entre as duas amigas, elas encerraram a ligação, com a promessa de se verem em breve. A verdade era que a médica, não conseguiu dormir muito bem naquela noite, e cozinhou madrugada inteira adiantando seu trabalho. Percebendo que ainda tinha um bom tempo até ir buscar Edward, para irem a casa dos seus pais, a morena optou por tentar relaxar em um banho de banheira.

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Se havia algo que ela já deveria ter aprendido no tempo que esteve com Edward é que não poderia subestimar qualquer uma das mulheres Cullen, incluindo nessa lista Alice. A cozinha externa da grande casa que Carlisle e Esme viviam nos arredores de Boston, estava decorada com elegância, e a fartura de alimentos, faria qualquer pessoa ficar chocada, principalmente em saber que tudo foi combinado há menos de um dia.

− Tia Bella! – gritou Claire, que estava brincando com Emmett e Jasper na quadra de basquete.

Desde que Bella começou a frequentar mais a casa dos Cullen, e ser apresentada como a namorada de Edward, Claire passou a chamá-la de “tia Bella”. No início ela ficou atordoada, e todos inclusive Rosalie, repreenderam a filha, mas depois que passou o susto, a ortopedista, dizia que não havia problema da menina a chamar de tia.

− Claire Bear! – exclamou a morena, correndo para encontrar a menina que vinha em sua direção, com seus cabelos loiros encaracolados, presos em marias-chiquinhas, que saltavam conforme ela corria em direção a médica. – Como eu senti sua falta! – disse abraçando com força a menina. – Quando você vai me visitar, estou precisando de uma mãozinha no hospital, seu tio não tem se comportado muito bem.

− Quando você me chamar! – exclamou a menina, colocando as pequenas mãozinhas na cintura, como se aquilo fosse óbvio. – E eu sei que sou a melhor “infermera” que o tio Edd vai ter! – ponderou muito convencida para a diversão de todos que estavam perto rissem.

Rosalie e Esme, que estavam mais distantes, mas observavam com atenção a interação da menina com a namorada de Edward compartilharam um sorriso cheio de significado.

− Ela será uma mãe maravilhosa! – suspirou Esme, já imaginando os netos que o caçula teria com a médica.

− Ela é perfeita para o Edward! – concordou Rosalie. – E ele também será um pai fantástico. Se Emmett não fosse tão incrível com Claire, eu a deixaria com Edward para criar! – se divertiu.

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O churrasco em comemoração ao aniversário de Alice – ou ao sucesso do tratamento de Edward −, fluiu com facilidade. Esme ficou apaixonada por Jacob e seu namorado Paul, os três pareciam três fofoqueiras em um canto. James e Carlisle se deram tão bem, que pareciam se conhecer a vida inteira – Jasper até mesmo ficou preocupado que tivesse sido trocado na maternidade com o psicólogo, já que ele estava dando tão bem com seu pai.

Edward, Ben e Emmett, estavam mais afastados conversando sobre basquete com muito entusiasmo, o que era enervante, pois a linguagem que usavam era quase como a usada em uma estratégia pré-jogo por um treinador.

Alice e Angela, pareciam unha e carne. Conforme conversavam, descobriram que eram primas de terceiro grau e já começaram planejar um reencontro com a família para o mais breve possível.

Entretanto, a ligação que mais surpreendeu a todos foi: Rosalie e Victoria.

As duas pareciam ser ervilhas da mesma vagem – causando até mesmo, um pouco de ciúmes em Bella. Contudo, Bella teve pouco tempo para sentir ciúmes da amistosidade entre Rosalie e Victoria, pois Claire, aproveitou que todos estavam imersos em suas próprias conversas e levou a médica para “explorar” a casa dos avós, algo que ela não sentia-se confortável, mas quando perguntou a Esme, a mulher deu um simples aceno de mão como se não fosse nada.

A pequena menina era mais esperta do que qualquer um lhe dava crédito. Ela apresentou cada detalhe da casa como se vivesse ali há décadas. Contou a história de cada quadro e fotografia, que decorava as paredes ou a cornija da lareira. Praticamente arrastou Bella, ao escritório de Carlisle, onde da mesma forma que fizera na sala, contou – cheia de detalhes, inclusive −, a história de cada fotografia, diploma, ou livro que chamara sua atenção na vasta coleção do avô.

Fez a médica olhar cada uma das bonecas que anteriormente faziam parte da vasta coleção de sua mãe e que agora lhe pertencia, que estava no quarto que um dia já fora de Rosalie, mas que nos últimos tempos era sempre ocupado por ela. Claire, era detalhista demais, constatou Bella, conforme a menina lhe apresentava os detalhes de seus desenhos.

No quarto de Jasper, ela recusou a entrar, mostrando da porta, e quando Bella a questionou o porque não entrava no quarto do tio, a menina explicou que seu tio tinha coisas muito perigosas ali.

− Tem armas! Um esqueleto e um coração! – exclamou a menininha, com os seus olhos azuis arregalados, despertando a vontade de rir na ortopedista.

Ela já sabia que Jasper era um aficionado pela Guerra Civil e fazia coleção de tudo o que encontrava de réplica do período, assim, como Edward lhe havia dito, que a obsessão do irmão com o corpo humano e anatomia, de modo geral, o fazia comprar coisas no mínimo esquisitas na deep web.

No quarto, que Bella supôs ser o maior da casa – o de Carlisle e Esme −, Claire pediu para que ela visse a sacada, que dava para um belo lago. Enquanto admiravam a paisagem, a menina contou a médica, que sua avó disse que ali era o paraíso, só que ela não entendia muito bem o que significava. A morena tentou explicar o conceito para a menina, mas era tão metafísico e imaterial, que a pequena não entendeu o que a médica tentava explicar.

O último cômodo do tour, era o quarto de Edward, e assim que passou pela porta, Bella entendeu porque Claire havia deixado ali como o último ambiente para a visita.

A paixão de Edward pelo basquete era exposta em cada detalhe do quarto. Camisas que já usara, fotos, troféus, alguns posters de jogadores famosos, bolas, camisas e pares de tênis assinados. Era óbvio, que Edward adolescente já queria ser jogador de basquete, não havia dúvida que seu destino já estava bem delineado, quando ainda era pequeno – uma foto dele criança, muito parecido com a pequena menina ao seu lado −, segurando uma bola de basquete e com um sorriso banguela era a prova.

− Esse é o quarto do tio Edd, meio que fede a chulé e suor! – explicou, tampando com a ponta dos seus dedos o nariz e espantando um cheiro invisível. – Mas tem umas histórias legais, esse troféu aqui. – indicou ela um pequeno troféu de latão, que trazia a inscrição: “melhor ala – campeonato estadual 1995”.

“Foi o primeiro que o tio Edd ganhou, ele tinha 8 anos! A vovó disse que ele não acreditou que ganhou, porque havia levado uma bolada na boca e ficou desmaiado por quase 5 minutos!” – explicou a menina, como se aquilo fosse um absurdo: seja pelo fato do tio ficar desmaiado por 5 minutos, quanto por ele um dia ter tido 8 anos.

Ela caminhou pelo quarto, contando histórias que haviam contado para ela, mas a riqueza de detalhes da pequena, era como se ela tivesse ouvido aquelas histórias inúmeras vezes, a ponto de parecer que tivesse vivido.

− Essa camiseta foi aque o tio Edd, usou no seu primeiro jogo na NBA! Papai me disse que ele parecia um foguete! Parecia que estava possuído pelo o Michael Jordan, que eu não sei quem é! – falou a menina impressionada com seus olhos arregalados, porém antes que Bella pudesse dizer qualquer coisa, a risada de Edward soou pelo quarto, sobressaltando as duas. – Credo, tio Edd! Quase você me mata de susto! – censurou a menina, de um jeito muito Rosalie.

Edward tornou a rir.

− Vejo que você está contando a Bella, todas as histórias da casa?! – perguntou a menina, mas seus olhos estavam na namorada.

− Quase todas, eu ainda tenho medo do quarto do tio Jazz. – confessou a menina, colocando um boneco do mascote do Boston Celtics, de volta na estante.

− Eu também tenho medo do quarto do tio Jazz. – concordou Edward, com um sorriso. – De qualquer forma, eu vim assumir o tour, porque a tia Alice está te chamando, parece que ela quer abrir os presentes e quer a sua ajuda. – disse ele maliciosamente. Os olhos azuis da menina brilharam.

− Sim! – exclamou dando pulinhos, mas já saindo correndo pela porta do quarto. – Quero ver o que ela vai achar... – sobre o que a menina falou, nem Bella, nem Edward ouviram, principalmente porque o atleta fechou a porta adentrando no quarto. Bella que o encarava fechou seus olhos em fendas e o admirou.

− Então... – ela começou caminhando lentamente até onde o atleta estava. – quantas garotas você trouxe aqui quando era adolescente?!

Edward que sorria enviesado para o evidente ar sedutor da morena, ampliou o sorriso.

− Algumas. – deu de ombros. – Mais do que minha mãe supõe e bem menos do que meu irmão diz por aí.

− E todas elas conhecem bem seus preciosos troféus?! – ela perguntou, com a mesma voz sensual de antes.

− Não. – ele respondeu com simplicidade. – O mais valioso é recente, e... – ele hesitou. Bella tornou a fechar os olhos em fendas, esperando-o continuar, mas ele não o fez, invés disso, encerrou a distância entre eles e a puxou para um beijo urgente.

Seus lábios eram fervorosos contra os dela. Suas mãos – que conforme criavam uma certa intimidade − se tornaram mais audaciosas, apertando seus seios e sua bunda. A fricção da sua evidente ereção, contra o seu ponto pulsante, fazia com que tremores de necessidade corressem pelo corpo dela. Gemidos eram abafados contra seus lábios.

Foi natural quando caíram sobre a cama, pequena demais, e deixaram-se perder nos toques e beijos que davam. Suas mãos exploravam por debaixo da camisa, tocando a pele, deixando aquele rastro de fogo, de necessidade, de antecipação queimando no âmago.

Eles mal perceberam quando a camisa de Edward caiu no chão, seguido da blusa de Bella, e depois por seu sutiã, foi quando um gemido gutural saiu dos lábios femininos, no momento em que a língua dele circulava seu mamilo que eles compreenderam o que estavam fazendo.

Com os peitos arfantes e a respiração pesada, os dois se encararam por um tempo.

Era evidente a necessidade que estavam sentindo um pelo corpo do outro – a cada dia que passava isso tornava-se mais e mais palpável −, mas quase como um acordo silencioso, eles nunca falavam sobre a necessária intimidade sexual que ansiavam, era quase como um tema tabu, principalmente para Bella, que ainda temia o relacionamento, por causa da relação médico/paciente entre eles.

− Bella... – ele sussurrou com a voz grossa de desejo.

− Eu sei. – ela concordou, sabe-se lá com o que ele iria dizer.

Apesar da ausência das palavras, seus olhos pareciam ter uma conversa profunda e intensa. Mas foi só quando a respiração dos dois normalizou que ela disse, com uma certeza que não abria espaço para qualquer dúvida:

− Acho que estou pronta.

Edward sorriu convencido e se aproximou para capturar os lábios dela em um novo beijo, mas Bella o afastou.

− Mas não aqui na casa dos seus pais. – disse alarmada, Edward gargalhou.

− Medo de ver que tipo de mágica esse quarto tem?! – provocou com as sobrancelhas balançando para cima e para baixo.

− Pelo amor de Deus, Edward! – ela exclamou, saindo da cama e vestindo seu sutiã. – Sua sobrinha estava correndo por aqui há poucos minutos, sem contar que toda sua família e todos meus amigos estão ali embaixo, não quero ser motivos de falatório!

− Você sabe que a maioria deles, tem certeza que já transamos, certo?! – ele perguntou retoricamente, vestindo sua própria camiseta. – Somos adultos Bella, isso é natural.

− Você está querendo me fazer de vilã?! – ela perguntou, cruzando seus braços, fazendo com que seus seios cobertos por um sutiã azul pálido ficassem em exibição, Edward admirou seus mais novos melhores amigos com um misto de desejo e saudade.

− Não... – ele disse depois que ela coçou a garganta chamando a atenção dele. – Foi essencial esse tempo para nós, mas agora...

− Você esperou meses, o que é mais duas horas?! – ela perguntou retoricamente, mas com um sorriso em seu rosto, conforme vestia a sua blusa.

− Duas horas?! Oh meu Deus, me dê forças! – ele exclamou, olhando para os céus como se fizesse uma prece.

− Para de fazer drama, você já vai ganhar o prêmio! – ela replicou, revirando os olhos.

− Convenhamos que é um prêmio merecido, estou sendo um menino tão bom... tão aplicado! Seu melhor paciente, Dra. Swan! – sorriu galanteador.

Bella o estudou seu rosto com cuidado.

− Só vou poder dizer se você é tão aplicado assim, quando provar, senhor Cullen, e espero que você tenha energia sobrando, porque eu estou com muita energia acumulada! – ela falou com um sorriso sedutor, já deixando o quarto.

Edward que ainda estava sentado na sua cama boquiaberto com a sentença da namorada, sorriu vitorioso, murmurou para si mesmo:

− Edward Cullen, você é um puta bastardo sortudo!

.

*Winning Streak: Termo em inglês que quer dizer uma série de vitórias seguidas obtidas por um time.

.


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Notas finais do capítulo

N/A: Oi gente!! Tudo bom?! Eu vim bem rapidinho dessa vez, e… trolei todo mundo né?! Eu sei que vocês estavam esperando um momento hot entre nosso basqueteiro e nossa médica, mas que graça teria se não deixar a expectativa aumentar?! Seja para nós, quanto para eles, mas PROMETO, no próximo vem! Ah se vem!
Obrigada a todo mundo que continua lendo isso aqui! Quando comecei a escrever essa fanfic ela foi meio despretensiosa e sem qualquer compromisso (nem imaginei que chamaria tanta a atenção), mas eis que vocês me provaram que eu estava enganada. Em quase um ano escrevendo essa trama, o apoio de vocês se mostra a cada dia incondicional! Obrigada mesmo! Espero que vocês tenham curtido o capítulo, por isso, já sabe: deixa uma reviewzinha!!!
Amo vocês!
Beijos, Carol.



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