Mais que amigos (EXTRA) escrita por Otsu Miyamoto


Capítulo 4
Aquele em que há uma surpresa


Notas iniciais do capítulo

Sumi né.
Eu sei hehehe



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— Estou tãoooo cansada! – Afirmou Sakura, de maneira arrastada, enquanto levava as mãos até o pescoço, pendendo a cabeça levemente para traz – Preciso de férias desse curso, dessa faculdade, dessa vida...

— Calma, Sakura – Hinata disse rindo do exagero da amiga. Embora ela tinha que concordar, estava bem puxado – Você sobreviveu três anos, aguenta mais um. Nada de morrer na praia.

— Morrer é uma opção? – Sakura disse quase com brilho nos olhos, simulando interesse.

— Nem de brincadeira – Alertou, sorrindo do bico que ela fez.

— Não queria mesmo... – Disse, levando uma caneca de café fumegante aos lábios.

— Graças a Deus por isso, não? – Sorriu, bebendo também um gole de café.

Estavam aproveitando o tempo livre, em uma lanchonete que ficava bem ao lado de onde estudavam. Naruto passaria para pegá-la e leva-la pra casa deles, em alguns minutos. Moravam juntos há dois meses, depois de uma longa conversa entre Naruto e seu pai, da qual ela não tinha participado. Mas seja lá o que ele tenha dito, funcionou.

Se formariam no próximo ano e Naruto já trabalhava na sua área, então conversaram muito sobre saírem das repúblicas e passar a viver juntos, em uma casa de verdade. Não falaram de casamento, porém Naruto mencionou que precisavam juntar bastante dinheiro para “fazer tudo certinho”, então a morena apenas acatou... Por enquanto.

Seus pensamentos foram distraídos por uma música romântica muito alta, vinda de um carro vermelho, com luzes chamativas e corações cor de rosa, por toda pintura. Ainda estava longe, mas não era preciso esperar para identificar o que era. Hinata olhou para Sakura com um sorriso divertido no rosto.

— Não acredito que ainda exista alguém que use carro de mensagem.

— Pelo visto, sim. Que vergonha, eu acho que mataria qualquer um que mandasse uma coisa dessas pra mim – Sakura revirou os olhos.

— Somos duas.

O carro estava se aproximando e chamando muita atenção. Todos sabiam o que significava e apenas esperavam para saber quem seria a vítima.

Foi então que uma voz surgiu da música.

“Algumas coisas na vida são memoráveis demais, para não se compartilhar. E está é uma delas... Hinata Hyuuga”.

Ao ouvir seu nome, o estomago de Hinata gelou e ela ficou completamente vermelha. Quando voltou sua atenção para Sakura, ela já gargalhava sem conseguir se conter.

— Sakura!!! – Quase gritou, com um olhar desesperado.

— Não olha pra mim! Isso é claramente coisa do seu namorado, amiga – Disse ainda entre risos – Boa sorte!

Hinata bufou e voltou sua atenção para o carro que parou na rua imediatamente a frente da mesa onde estavam. Ela olhou em volta e pessoas brotavam de todas as partes para saber o que estava acontecendo e quem era Hinata.

E tudo o que a jovem queria, era sumir.

— Quero morrer – A morena deixou escapar.

— Nananina-não – Sakura rebateu com veemente – Morrer não é uma opção, lembra?

Hinata começou a rir da sua “sorte” e se deixou levar, afinal, o que mais poderia ser feito?

Ela observou um desconhecido vestido de social sair do carro com um microfone na mão e olhar diretamente pra ela, dizendo:

“Hinata Hyuuga”

— Sim! – Sakura gritou e apontou pra ela com as duas mãos – Essa é a Hinata Hyuuga – Falou olhando em volta, como se quisesse que todos soubessem, sem dúvidas, que o carro era pra ela.

— Obrigada amiga – Hinata sorri, irônica, mas Sakura não teve chance de responder, pois o locutor recomeçou.

“Tem alguém que sentiu necessidade de tornar o dia de hoje, memorável. Tornar o dia de hoje especial e essencial pra você. Marcá-lo em você.”

O Locutor dizia de maneira profunda, fazendo o possível para tornar a mensagem ainda mais sensível.

Hinata sentiu seu coração falhar uma batida. Era óbvio o que isso parecia.

Naruto finalmente surgiu por detrás do carro, segurando um belo buque de girassóis, porque eram as flores favoritas da morena, e estava extremamente lindo com uma calça social preta e camisa branca, com dois botões abertos.

Sakura estava observando tudo, com o celular na mão, e registrando o momento romântico.

“Hoje, Srta Hyuuga,” — O locutor continuou – “Esse jovem apaixonado tem uma coisa pra te dizer...”.

Naruto pegou o microfone e fitou Hinata longamente. A jovem, extremamente corada, tentava manter o coração controlado.

— Princesa, eu vou ser direto. Na verdade, tudo o que eu quero... – Fez uma pausa e sorriu largamente – É te desejar uma feliz Terça-feira.

Por um instante, Hinata não entendeu nada. Ele apenas disse isso e devolveu o microfone ao locutor. A morena esperou que ele dissesse que era uma brincadeira, que voltasse e finalmente revelasse a que veio, mas tudo o que ele fez, foi caminhar até ela e lhe entregar o buquê.

— O quê? – Hinata sorriu, enquanto recebia o presente – Está brincando comigo, não está?

“Sigam esse exemplo e não esperem por um dia especial para homenagear sua pessoa especial. Pois o dia especial é você quem faz”, o locutor continuou, “Feliz terça feira para todos os corações apaixonados”.

Hinata voltou seus olhos para o jovem namorado que ria muito.

— Eu encontrei o número dele semana passada e pensei: “preciso usar.” – Disse com a maior cara lavada que possuía.

— E porque “Terça-feira”? – Rebateu.

— E por que não? Olha que dia lindo! – Naruto abriu os braços e mostrou o ambiente, como se o clima agradável fosse justificar alguma coisa. Sob o olhar desconfiado de Hinata, ele continuou – E as estatísticas mostram que as terças, no final da tarde, é o período mais movimentado dessa cafeteria que você adora.

Sakura gargalhava.

— E você só ri, não é? – Hinata acusa, mas estava rindo também.

— O namorado é seu... – Respirou fundo, contendo-se – Eu já tinha matado um ser desses...

— Também te adoro, Sakura – Naruto rebateu, estendendo a mão para a namorada – Pode conter a vontade de me assassinar até depois que chegarmos em casa?

— Vou tentar, mas não prometo nada – Cedeu, segurando a mão do jovem loiro – Até mais, amiga.

— Até, Sakura – Naruto se despediu e antes que se virasse completamente, ouviram algumas palmas. Naruto voltou-se para as pessoas curiosas que observavam e começou a acenar, aproveitando que era o centro das atenções – Não se esqueçam de pegar o contato do carro de mensagem, como podem ver, as meninas adoram! – Disse alto, apontando para a morena.

Hinata se contentou em colocar uma mão no rosto, morta de vergonha.

Quando Naruto passou pelo locutor, que se preparava para ir embora, agradeceu, dizendo que ele o contrataria de novo. Hinata lançou um olhar mortal para o jovem loiro, que apenas riu.

— Você é impossível, sabia? Esqueceu que eu estou dormindo com você? É melhor tomar cuidado de agora em diante – Já no carro, Hinata ameaçou.

— Nossa, menina. Estou aqui demonstrando todo o meu amor por você, e você me agradece com uma ameaça, ingrata – Ele rebateu, sorrindo, sem nem uma ponta de arrependimento.

— Não acredito que você fez tudo isso – A morena repetiu – Por nada.

— Por nada, não. Por uma terça feira especial. Eu criei um dia para te presentear. De nada.

Apenas riram... O que mais ela diria, ele era assim e, apesar de querer esbofeteá-lo às vezes, o amava completamente.

Em poucos minutos, estavam estacionando na frente da casa que alugavam.  Pequena, mas o suficiente para ambos. Era muito aconchegante e confortável.

Hinata abria a porta quando Naruto passou as mãos nos bolsos, procurando por alguma coisa.

— Deixei o celular no carro... Vai entrando e coloca as flores na água, eu comprei já tem um tempo...

— Tudo bem... – Hinata entrou e foi direto pra cozinha, no caminho largou a bolsa no sofá. Procurou um recipiente grande o bastante para colocar o buquê e encheu de água. Levou até a sala e colocou na mesa de centro. Foi quando ouviu a porta se abrir, e passou a falar, ainda ajeitando o buquê.

— Sabe, eu preciso confessar que quando eu vi aquele carro e o locutor falando... Eu pensei outra coisa.

— Pensou o que?

Ouviu a voz conhecida do namorado atrás de si, e se pós em pé, ainda admirando aquelas lindas flores.

— Bom, que ia me pedir em casamento, sei lá... – Corou em admitir em voz alta.

— Você pensou certo...

Ela o ouviu dizer e então finalmente o encarou. Ele estava parado, observando a morena, mas dessa vez, devidamente vestido em um traje social completo. Paletó e gravata... Mas, o que mais chamou atenção de Hinata, foi ver uma caixinha muito conhecida, aveludada e lilás, em suas mãos.

O coração de Hinata disparou novamente.

— A verdade é que eu planejei aquilo pra fazer o famoso pedido, mas... Mudei de ideia alguns minutos antes e tive que improvisar – Ele sorriu sem jeito.

— Porque mudou de ideia? – Disse baixo, ainda sentindo o coração querer sair pela boca.

— Não em fazer o pedido, só em como fazer... – Se aproximou mais dois passos, ficando bem próximo a jovem – Me encontrei com o locutor na rua de trás e fui até a esquina mostrar quem era o alvo da mensagem... Ficamos observando você e a Sakura alguns minutos e, de repente, eu pensei que não queria mais ninguém ali... Só você... Um momento só nosso. Então mudei a mensagem ali mesmo, tirei a roupa e escondi no carro. Torci para que você engolisse a desculpa até chegarmos...

— V-você... Não está brincando, e-está? – Hinata já sentia os olhos marejarem.

Ela observou o jovem loiro sorrir e se joelhar. Naruto respirou fundo e a fitou longamente, abrindo a caixinha e revelando um lindo anel prateado, com uma pedrinha brilhante.

— Eu já sou o homem mais feliz desse mundo, mas quero que todos saibam disso... Seu nome é muito chique, Srta Hyuuga, mas Sra Uzumaki soa ainda melhor.

— Meu Deus, Naruto... – Hinata deixou que as lagrimas de emoção caíssem livremente, meio desnorteada.

— Casa comigo? – Ele finalmente fez o pedido.

Hinata se abaixou, colocando-se de joelhos também e atirou-se sobre o loiro, apertando-o com força.

— Acho que isso é um sim – Naruto comentou baixo.

— Sim, é um sim! – Hinata respondeu sorrindo, afastou-se apenas para beijá-lo, o que foi muito bem recebido.

Beijar Hinata sempre deixava Naruto perdido, por breves momentos. Como se o chão desaparecesse. Não importa quanto tempo estejam juntos, a sensação era sempre a mesma. Não tinha dúvidas que era ela.

Quando o beijo cessou, Naruto então pegou o anel e colocou em Hinata, depositando um beijo demorado no local. Em seguida entregou a caixinha para que ela pudesse fazer o mesmo, colocando um anel em seu dedo.

Levantaram-se ainda muito emocionados e Hinata não tirava os olhos do anel.

— Achei que íamos esperar nos formar.

— Ainda vamos. Minha ideia inicial era fazer a proposta no final do ano, em casa. Por isso eu pedi sua mão pro Hiashi na nossa ultima visita, quando propus de morarmos juntos. Acredita que ele ficou emocionado? Eu contei todos os meus planos e no fim ele permitiu, mas impôs uma condição: eu devia fazer o pedido antes. O que me lembra... – Falou procurando o celular – Que temos que avisá-lo que cumpri minha parte no acordo antes que ele venha aqui me bater.

— Vamos fazer uma chamada de vídeo? – A morena sugeriu, sorrindo.

— Boa ideia. Espera... – Naruto a fitou preocupado – Kushina também vai me bater se souber que ela não foi a primeira a saber. Droga, vamos ligar ao mesmo tempo, pega ai seu celular.

Naruto sorria. Conhecendo bem a mãe que tinha, era melhor não arriscar.

Hinata pegou seu celular e ambos se sentaram no sofá, cada um fazendo uma vídeo chamada. Hinata teve sucesso primeiro.

— Oi Hina, tudo bem?

— Oi Hanabi. Saudade de você! Papai está ai?

— Sim, está... Espera ai.

Enquanto isso, Naruto era atendido.

— Mãaaae! – Falou sorrindo.

— O que foi menino, que alegria é essa? Pra onde você vai tão chique?

— Bem... Tenho uma novidade. Álias, temos – Naruto inclinou o seu celular mostrando Hinata ao seu lado. Hiashi já aparecia na tela, então os jovens amantes colocaram os celulares um do lado do outro e se olharam cúmplices.

— Desembucha, menino. Já tem mil teorias na minha cabeça – Kushina exigiu impaciente. Hanabi também parecia curiosa, junto a seu pai, porém Hiashi apenas esperava, já imaginando o que seria.

Então Hinata ergueu sua mão, mostrando o anel. E sem que tivessem combinado, acabaram dizendo, ao mesmo tempo:

— Eu disse sim!

— Ela disse sim!


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