Hoje o dia estava apenas nublado, sem nenhuma gota de chuva. Eu tinha acabado de acordar, só que era cedo de mais, então, sem nada para fazer, eu comecei a preparar dois sanduíches para o café da manhã meu e da Nessie. Aproveitei que nossos pais não estavam em casa, assim eu poderia agir normalmente, provavelmente tiveram que ir trabalhar mais cedo.

Quando havia terminado do lanche, fui tentar acordar Nessie, que estava completamente torta na cama, fazendo uma posição realmente estranha. Provavelmente ela deve ter dormido muito tarde, por causa da posição estranha e também porque foi realmente difícil acordá-la.

Quando eu finalmente conseguia corda-lá e a fazer ir tomar banho, eu fiquei esperando-a no seu quarto, mais especificamente sentada na sua cama. Fiquei esperando ela até ela sair do banho. Quando ela saiu do banho, enrolada numa toalha, ela fez questão de despejar o seu mau humor matinal em mim e me expulsou do quarto.

Sem mais nada mais para fazer a não ser ir comer o café da manhã, fui andando pelo corredor na intenção de chegar à escada. Quando cheguei e fui dar o primeiro passo para descer ela, algo que eu não esperava aconteceu.

Pude sentir claramente duas mãos em minhas costas, elas me empurram com tudo. Isso fez com que eu perdesse o equilíbrio e depois literalmente começasse a rodar escada a baixo.

A minha vista rodava em uma velocidade que eu mal conseguia identificar as coisas a minha volta, mas mesmo com essa pouca visibilidade eu consegui identificar que havia uma pessoa no topo da escada, aonde havia sido empurrada. Não consegui identificá-la, pois seus cabelos morenos cobriam a face.

No segundo seguinte eu pude sentir o impacto definitivo do chão da sala. Meu corpo estava doendo, o sentia latejando, latejava mais no alto da minha cabeça, aonde eu também sentia algo quente saindo, provavelmente sangue. Minha visão estava cada vez mais embaçada.

Eu vi a voz da Nessie me chamando, só que ela estava distante, acho que eu estava ficando inconsciente.

Quando lentamente recobrava a consciência e assim podendo ver que me encontrava num quarto de hospital, isso ate parecia um déjà vu. Quando percebi que estava sem o meu óculos, eu rapidamente comecei a tatear rapidamente em busca dele, finalmente o achando numa mesinha ao lado da cama. Só quando o coloquei que suspirei aliviada, não gostava de mostrar os meu olhos.

Sentia a minha cabeça doer um pouco e quando botei minhas mãos nela pude sentir faixas enroladas em volta dela, também a senti levemente molhada, provavelmente por causa do sangramento que devia estar ali antes. Tinha faixas no meu abdômen, pernas e braços, tinha tantas faixas que eu já podia me sentir como uma múmia.

A minha atenção, que estava voltada para as faixas, foi prontamente para a porta que foi aberta, mostrando uma figura que já me era conhecida. Carlisle entrou pela porta, sua aura com a cor que demonstrava preocupação mudou totalmente, assim demonstrando o seu alivio.

- Como estas se sentindo, Bella? Sente alguma dor?- Quando ele segurava o meu braço, o examinando para ver se não havia nada de errado.

- Na verdade eu estou me sentindo bem, não estou sentindo nenhuma dor- O que era verdade, nem parecia que eu cai da escada pouco tempo atrás, pelo menos eu achava que era pouco tempo.

- Seu corpo está bastante machucado, mas por sorte não tem nenhum machucado muito profundo, então você poderá receber alta logo- Sorrindo para mim, Carlisle saiu da sala e me deixando sozinha.

Suspirei, Carlisle havia conseguido me deixar relaxada, acho que isso era meio que a sua natureza. Deitei-me na cama, começando a encarar o teto branco e deixando a minha mente vagar. Fiquei certo tempo pensando nos últimos acontecimentos e ficaria ainda mais se não fosse interrompida pela porta abrindo.

- Você não imagina o susto que nos deu quando apareceu aqui no hospital desmaiada- A voz tinha um som de divertimento nela.

- É você Edward?- Não tinha como eu não reconhecer a voz dele, mas eu não consigo entender o porquê dele estar ali- Você não deveria estar na escola?-

Ele deu uma pequena risada antes de me responder- Tiver que matar aula para dar uma ajuda pro meu pai- Ele pegou uma espécie de “bolsa” de plástico com algo transparente dentro de dentro do carrinho que ele havia trazido e trocando com outra vazia que estava pendurada ao meu lado.

Ele pegou uma bandeja com comida e colocou no meu colo e foi nessa hora que eu percebi que estava com fome. Comia lentamente enquanto conversava com Edward, as palavras vinham naturalmente e isso fazia com que a conversa fluísse.

Quando eu terminei, somente o entreguei a bandeja, quando na verdade não queria para podermos ficar mais tempo conversando. A bandeja foi colocada no carrinho que ele trouxe.

Do nada ele começou a levar a sua mão ate meu rosto, ainda me encarando, e tocou levemente no meu óculos.

- Você sempre esta usando óculos... Não se sentiria mais confortável se ficasse sem ele... Pelo menos agora?- Sua aura demonstrava seu nervosismo e mesmo que eu não olhasse, poderia saber como ele se sentia pelo tom de voz.

Não fui capaz de impedir que meu rosto acabasse corando, ainda mais ao perceber o verdadeiro porque dele estar nervoso. Desde um tempo eu pude perceber que a minha intuição estava mais “desenvolvida”, era quase um prever o futuro, e por isso eu sabia que na verdade ele queria ver os meus olhos.

Levantei minha mão na dele, notando que ela era muito fria, mas ainda sim gostosa de se pegar- Desculpa, mas eu não gosto de mostrar os meus olhos... Eles já não são o mesmo- Era verdade que eles estavam diferentes, mas ainda sim um diferente que não era normal.

- Desculpe... Não fazia idéia- Um azul profundo tingiu a aura de Edward.

Acabei dando uma pequena risada, não tinha quem não acharia que o tanto de tristeza que ele estava sentindo era um exagero, mas mesmo assim, também nada para negar que aquilo era fofo.

- Tudo bem, você só não sabia- Disse aquilo para ele se sentir melhor e também para tentar diminuir a tensão presente no ar.

Um pequeno sorriso se formou em seus lábios antes de se dirigir junto com o carrinho para a porta.

- Talvez eu volte mais tarde- Sua voz estava divertida, talvez estivesse também tentando diminuir a tensão.

- Então eu estarei esperando- Meu rosto ficou quente ao constatar os sentidos que a minha frase tinha.

Assim que Edward fechou a porta e assim me deixando sozinha no quarto, por pouco que eu não consegui segurar o grito. Minha cabeça doía como jamais havia doido. Quando eu ia ver as memórias das pessoas, era normal eu sentir um pouco de dor, mas nunca tanto.

A dor fora tão intensa que eu não pude agüentar, eu acabei desmaiando. Logo após que perdi a inconsciência, eu sonhei, sonhei com as memórias do Edward e assim descobri como foi sua vida as suas vidas, como humano e como vampiro, e com isso eu fui capaz de entendê-lo melhor e amá-lo mais ainda.