Era uma vez no rancho escrita por Rayanne Reis


Capítulo 4
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal, tudo bem? Espero que sim.
Obrigada por estarem acompanhando e espero que gostem do capítulo.



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Bella ergueu a cabeça assustada com a invasão a sala dela.

—O que aconteceu? - Perguntou preocupada ao ver uma Angela ofegante entrar.

—Alice Cullen está aqui para a reunião. - Avisou analisando a chefe. - Precisa abrir alguns botões da blusa e soltar o cabelo.

—O quê? - Ela olhou para fora da sala e teve um vislumbre do caubói sexy. - O que ele faz aqui? Achei que ela fosse vir com o noivo. - A dúvida dela foi a mesma dele.

[...]

—Alice, o casamento é seu. Por que eu tenho que te acompanhar e não o seu noivo? - Ele odiava sair do rancho, principalmente se fosse para acompanhar a irmã numa viagem a outro estado.

—Você sabe muito bem que o Jasper está ocupado. - A mudança deles começou bem antes do planejado, mas ele conseguiu negociar e passaria uma semana na França e outra nos EUA.  - E você vai mesmo deixar a sua irmãzinha aqui sozinha numa cidade desconhecida?

—Sabe se virar muito bem. - Retrucou cruzando os braços.

—Então vai deixar a sua irmãzinha grávida sozinha? - Os olhos dele arregalaram com a novidade.

—Você está grávida? - Alice assentiu e ele a abraçou a rodopiando. - Por que não me contou antes?

—Eu ia contar pro Jasper primeiro, mas ele só vai vir na semana que vem. Não conseguia mais guardar esse segredo.

—Estou feliz por vocês. - Declarou emocionado.

—Sério? Você não parece muito feliz com nada do que está acontecendo.

—Pode não parecer, mas eu estou muito feliz. - Deu um beijo estalado na bochecha dela. - Vou pegar as minhas coisas e podemos ir encontrar com a Barbie morena.

—Pode por favor ser gentil com ela? - Pediu segurando as mãos dele. - Bella é ótima no que faz e quero muito que ela organize o meu casamento.

—Eu vou tentar. - Prometeu revirando os olhos.

—Sabe, vocês formariam um casal e tanto.

—Você é veterinária ou comediante? Nós não temos NADA em comum. - Ele sentiu uma atração por ela, é verdade, mas eles nunca dariam certo. Mundos completamente diferentes.

—Os opostos se atraem e por algumas pessoas vale a pena fazer umas mudanças.

[...]

—Não sei porque está aqui, mas ele é uma visão e tanto. - Assobiou o admirando. - Deveria investir.

—Angela! Por favor. - Reclamou soltando o cabelo e abriu os dois primeiros botões da blusa. - Está muito vulgar?

—Perfeito. E o que tem de mais? Ele não pode ser pior do que os seus últimos encontros. – Bella ainda estava brava com ela por ter arrumado o encontro com Mike.

—Nós não temos NADA em comum. - Retrucou pegando a pasta de Alice. - Pode pedir para eles entrarem.

—Se você não quer, eu quero. - Deu de ombros e Bella a fuzilou com o olhar.

—Angela, nós não damos em cima dos clientes. - A avisou.

—Ele não é um cliente. A irmã dele é. - Saiu saltitante e Bella respirou fundo. Não sabia o motivo da presença dele mexer tanto com ela.

—Alice! - Deu a volta na mesa para abraçá-la. - Sr. Cullen.

—Senhorita. - A cumprimentou com um aceno de cabeça.

—Sente-se. - Apontou para as cadeiras. - Achei que fosse conhecer o seu noivo.

—Ele está na França. E ele amou as suas ideias. - Bella já havia enviado o projeto inicial para eles.

—Isso é ótimo. Podemos prosseguir então? - Tentava não olhar para Edward, o que era difícil, já que a presença dele por si só já era intimidante.

—É claro. Vai voltar no rancho? - Perguntou esperançosa. Ela teve um pressentimento de que poderia unir Bella e Edward. E quando colocava uma ideia na cabeça não parava até alcançar o objetivo.

—Sim. Preciso medir os espaços e gostaria de dar uma olhada no celeiro para montar o meu plano B, caso chova.

—Excelente. Edward pode te mostrar tudo.

—Virei seu empregado agora? - Resmungou afundando na cadeira.

—Bem, você conhece o rancho como ninguém e é a pessoa mais indicada para o serviço. Fora que não posso ficar andando pra cima e para baixo. - Virou para Bella. - Estou grávida. - O quê? Ela custou para contar a ele e para ela não levou dois segundos.

—Meus parabéns! Isso é maravilhoso, mas muda um pouco as coisas. - Levou a mão ao queixo. - Está com quantos meses?

—Cinco semanas. Estarei com quase sete no casamento. Por isso queremos adiantar um pouco.

—Se quiser fazer ao ar livre e no rancho é melhor na primavera. Em quatro meses.

—Consegue organizar nesse prazo?

—Consigo. - Garantiu pensando em várias coisas ao mesmo tempo. - Mas temos que começar tudo imediatamente. Tem que me dizer o que concorda do projeto e o que quer alterar.

—Concordamos com tudo, até agora.

—Certo então. Vou pedir a Rosalie para selecionar alguns modelos de convites e te envio até amanhã. Precisamos definir o buffet e escolher o seu vestido.

—Marquei um horário no ateliê que me indicou. Pensei de ir lá enquanto você e Edward olham o cardápio.

—O quê? - Os dois perguntaram juntos.

—Alice, o casamento é seu. Você que tem que decidir as coisas. - Argumentou sem querer brigar com a irmã.

—Confio no bom gosto de vocês. - Declarou sorridente.

—Eu já separei algumas opções e gostaria que experimentasse o cardápio. - Bella explicou. Não queria ficar a sós com Edward.

—Confio totalmente em você, Bella. E assim que terminar lá vou ao encontro de vocês.

—Achei que não quisesse andar sozinha numa cidade desconhecida. - Edward resmungou desconfiando das intenções da irmã.

—Vou pegar um táxi. Então não se preocupe. - Levantou para desespero dos dois. - Vejo vocês mais tarde.

—Legal! - Edward resmungou e se estivesse com o chapéu teria afundado a cara dentro dele.

—Não precisa ser tão grosseiro. Também não sou sua fã. - Bella cruzou os braços o encarando. - Acha que quero ficar andando com um caipira grosseiro como você?

—Caipira, eu? - Edward levantou e aproximou dela. - E você que é uma Patricinha mimada? Sempre teve tudo o que quis.

—Não sabe a idiotice que está falando. Você não me conhece.

—Desculpa. Eu não conheço mesmo. - Ele sabia que tinha passado dos limites.

—Podemos só sermos profissionais? Logo tudo isso acabará e não terá que olhar para a minha cara feia nunca mais.

—Eu nunca disse que você é feia. - Os dois não perceberam que estavam gritando.

—Foi só modo de dizer. Podemos começar de novo?

—Vai me chamar de caipira?

—Vai me chamar de Barbie ou Patricinha?

—Não. - Os dois disseram juntos e estenderam a mão para selar o acordo.

—Ótimo então. Pode me esperar lá fora? Tenho que fazer uma ligação. - Ela precisava de uns minutos para recuperar a razão e o controle das emoções. Não poderia deixar o caubói atingi-la daquela forma. Estava agindo feito uma adolescente.

Assim que Edward colocou o pé para fora da sala, várias cabeças viraram para fingir que não estavam prestando atenção nele. Ele sorriu sem graça e resolveu esperar Bella do lado de fora do escritório, não queria ficar ainda mais desconfortável.

Ele observava as pessoas andando pela rua e tentou se imaginar naquela cidade. Balançou a cabeça afastando os pensamentos. Ele não se encaixaria ali. Preferia o clima do campo e lidar com os animais, eles ele conseguia controlar.

—Vamos? - Bella passou por ele o fazendo correr para acompanhar os passos apressados dela. - Temos que passar na confeitaria primeiro.

—Achei que fosse comprar do lugar que Alice indicou.

—Eles não fazem bolos de casamento. Tem uma loja aqui com filial em Dallas. Vamos selecionar aqui e eles produzem lá. O mesmo com as comidas. - Diminuiu os passos. A tensão da briga já havia dissipado e ela estava mais calma.

—Achei que o seu escritório fosse menor. - Comentou tentando puxar conversa.

—Tenho vinte funcionários fixos e quando as coisas apertam faço contratações temporárias. No começo foi difícil, mas depois melhoraram bastante. Tenho orgulho do que faço. - Esclareceu e ele balançou a cabeça em concordância. Também tinha muito orgulho do que fazia. - Eu trabalhava com a amiga da minha mãe, mas ela não gostava de organizar casamentos e nem festas grandes. Resolvi abrir o meu próprio negócio e fazer as coisas do meu jeito. Peguei todo o meu salário e arrisquei. Ainda pago alguns empréstimos, mas acredito que em breve as coisas estarão melhores. Faço o que gosto e isso é gratificante.

—Sei bem como é. Eu sempre quis ser um rancheiro e me esforcei bastante para merecer o lugar que ocupo. Desde pequeno acompanhava o meu pai pelo campo. Foi difícil me afastar quando fui para a universidade. – Ela ergueu uma sobrancelha, surpresa com o fato. – Sim, moça, eu sei ler.

—Nunca disse que não sabia. Só fiquei surpresa por ter deixado o campo de lado.

—Estudei na Universidade Metodista Meridional, então não fui para longe. – A universidade ficava em Dallas. – Alice também foi para lá.

—Posso perguntar uma coisa?

—Já não está perguntando? – Os dois agora andavam lado a lado. – Sim, você pode perguntar. – Resolveu ser gentil.

—Você só tem aversão a mim ou ao casamento como um todo? – Edward a parou colocando as mãos nos ombros dela.

—Não tenho aversão a você. Não é nada pessoal. É só que acho desnecessário pagar por algo que você mesmo pode fazer.

—Entendi. – Ela concordava em partes com ele. Casamentos em geral eram eventos grandes e uma pessoa só não conseguia pensar e organizar tudo. – Então não é contra o casamento?

—Um pouco. -Voltaram a andar. – Não sei se você sabe, mas Alice e eu somos gêmeos.

—Jura? – Balançou a cabeça concordando. Todos reagiam da mesma forma quando descobriam.

—Eu amo a minha irmã e jurei protegê-la. A diferença é de três minutos, mas me sinto como o irmão bem mais velho e é minha obrigação cuidar dela. Sei que ela é forte e sabe se cuidar muito bem. Pensar nela longe e fora dos meus cuidados me deixa nervoso. E se ela precisar de mim? Terá um oceano de distância entre nós.

—É admirável o carinho que sente por ela. Também sou assim com o Seth. Ele é o meu irmãozinho e preciso cuidar dele. Mas um dia todos crescemos e temos que nos virar. Chegamos. – Anunciou para alivio dos dois.

—Oi Bella. – Uma ruiva a cumprimentou e estranhou o fato dela estar acompanhada apenas por um homem. Ela havia dito ao telefone que viria com um casal.

—Esse é o Edward, irmão da noiva. – Explicou rapidamente e a ruiva assentiu.

—Me acompanhem. – Pediu os levando até uma mesa repleta de pedaços de bolo. Na frente de cada prato havia uma placa com o nome do bolo. – Fiquem à vontade. Esse é o que recomendo. – Apontou para o bolo de frutas vermelhas. Edward pegou o prato e engoliu um grande pedaço.

—Delicioso. – Falou de boca cheia. – Pode ser esse.

—Acho que deveria de degustar com mais calma. É uma decisão muito importante. – Edward achava que Bella levava tudo muito a sério. Era só um bolo, não precisava de tanta frescura.

Edward pegou um pedaço menor, dessa vez, e começou a degustar bem devagar, apenas para irritar Bella.

tem razão. – Acentuou o sotaque dele. – É muito importante essa decisão, moça. Num sei viu? Acho que a textura num tá boa não. Essas frutas são frescas, moça? – Perguntou virando para a ruiva e ela apenas deu uma risadinha. – Cê discurpa aí, mas é que eu sou só um caipira que num intendi de bolo.

—Por favor, já chega. – Bella pediu e ele deu um sorriso torto. – Não precisa agir como um idiota.

—Então eu sou um caipira idiota?

—Victoria, vai ser esse bolo. – Bella resolveu ignorar Edward.

—Eu num gostei dele. É melhor cumer outro. – Puxou mais um prato e cheirou antes de comer. Bella o levou para um canto tentando controlar a vontade de bater nele.

—Para de falar assim. Desculpa se fui grosseira. Não tive a intenção de ofender. – Ergueu as mãos em sinal de rendição. – Temos uma visão diferente sobre tudo isso, mas acredito que nós dois queremos o melhor para a Alice. Então pode, por favor, cooperar e tornar o meu trabalho um pouco mais fácil? Só quero que escolha o bolo certo para a sua irmã. Não quero vê-la triste ou desapontada comigo. Eu disse que o dia dela será perfeito e farei de tudo para garantir que seja. – Edward queria implicar com ela mais um pouco, mas não as custas da felicidade da irmã.

—Tudo bem. – Declarou derrotado. – Eu realmente gostei do primeiro bolo e acho que Alice vai adorar.

—Certo. – Bella suspirou e foi até Victoria. – Vamos querer esse mesmo.

—Ótimo. – Ela olhou de um para o outro sem entender a real relação entre eles. Não poderiam ser apenas, organizadora do casamento e irmão da noiva. Tinha algo ali. – Querem ver os doces? – Esperava não desencadear outra briga entre os dois.

—Por favor. – Foram conduzidos a outra mesa e Edward se comportou muito bem.

—Vou encaminhar tudo para o pessoal de Dallas. – Victoria avisou e Bella sorriu agradecida.

—Quer voltar ou podemos olhar o buffet? – Ela torcia para que ele escolhesse a primeira opção, ficar ao lado dele era muito estressante.

—Vamos seguir em frente. – Prometeu a Alice que ajudaria e era isso que ele faria. Poderia tolerar Bella por mais algumas horas.

—Droga! – Ela assobiou e virou de frente para ele.

—O quê? – Perguntou sem entender a reação dela.

—Bella! – Um homem asiático acenou para ela do outro lado da rua e ela encolheu ainda mais.

—Algum problema? – Edward perguntou olhando para o homem que aguardava o sinal fechar para poder atravessar.

—Todos os problemas. – Choramingou pensando em como fugiria dele. – Pode, por favor, fingir que estamos juntos? – Implorou, desesperada.

—Nós estamos juntos. – Retrucou sem entender.

—Não. Pode fingir que somos um casal? Por favor. – Ela odiava implorar, mas a situação desesperadora pedia uma medida desesperadora.

—Não vou fingir nada. – Declarou dando um passo para longe dela.

—Tarde demais. – Agarrou a mão dele. – Só sorria.

—Bella. – O homem a cumprimentou com um sorriso enorme e olhou para as mãos entrelaçadas dos dois. Edward tentava a todo custo soltar a mão, mas não imaginava que Bella fosse tão forte assim.

—Eric, tudo bem? – Forçou um sorriso e aproximou de Edward.

—Melhor agora que te encontrei. Você sumiu. Não retorna as minhas ligações, ou mensagens ou os inúmeros recados que deixei. – Coçou a cabeça e Bella gemeu ao lembrar do dia em que o pai dela ligou e perguntou quem era Eric e porque ela não retornava as ligações dele. Nunca descobriu como ele conseguiu o número do pai dela. A perseguição dele não tinha limites.

—Tenho andado ocupada. – Mexeu desconfortável no lugar e Edward a puxou para junto dele.

—Podemos ir, amor? – Perguntou entrando na brincadeira. Ele certamente teria que saber a história entre os dois.

—Ah, sim. – Suspirou aliviada por ele estar a ajudando. – Até mais, Eric. – Acenou puxando Edward para longe.

—Vai me ligar? – Eric gritou e ela fingiu não ouvir.

—Obrigada por isso. – Soltou a mão dele assim que viraram a esquina e gemeu mais uma vez ao ver que Eric os seguia. – Droga!

—Acho que ele não acreditou muito no nosso namoro. – Debochou e ela choramingou. – Deixa que eu cuido disso. – Avisou indo até Eric que fingiu não os estar vigiando.

Edward o empurrou e o escorou na parede. Bella não conseguia ouvir o que ele falava, mas pela expressão de Eric não deveria ser coisa boa. Eric saiu correndo assim que Edward saiu da frente dele.

—O que falou? – Perguntou curiosa.

—O caipira aqui colocou o almofadinha para correr. De nada. – Sorriu torto e aquilo foi demais para a sanidade de Bella, ela pulou nos braços dele e o beijou.


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Notas finais do capítulo

Bella não perdeu tempo e partiu para o ataque, rsrs. No próximo ela vai explicar sobre o Eric.

Não seja ridícula, Alice. – Levou o dedo indicador aos lábios pedindo que ela fizesse silêncio. – Foi só um beijo.
—Foram dois. Não tente me enganar que vi tudo.
—Certo. Foram dois beijos. Que não significaram absolutamente nada. – Cruzou os braços, irritado. Sabia que iria se arrepender daquela viagem. Maldita hora que Alice o arrastou para lá.
—Se não significou nada, então por que você não consegue tirar os olhos dela? – Edward parou sem saber o que dizer.
—O beijo foi ótimo e eu a acho bonita. Satisfeita?

Bjs e até mais.