Saint Seiya: Big Will - A Saga dos Deuses escrita por Wellington Junior


Capítulo 4
Capítulo 3 - Hefesto


Notas iniciais do capítulo

Hefesto, o deus do fogo e dos metais, finalmente aparece e junto com ele, os misteriosos e inéditos Cabiros, seus guerreiros habitantes da illha de Lemnos que surgiram para servi-lo em seu desejo insaciável fruto do seu incomum sentimento pelos humanos.



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Hefesto, o deus do fogo, dos ferreiros e dos artesões é filho de Hera, Deusa do casamento e esposa de Zeus. No seu nascimento, por conta de sua feiura, Hera o jogou do Monte Olimpo e o deus ficou em queda livre por um dia antes de cair no mar. Algumas ninfas o resgataram e o levaram para Lemnos. Na ilha, Hefesto cresceu e aprendeu a arte da metalurgia. É conhecido como o ferreiro dos deuses. A sua principal forja se situa no Monte Etna, na sicília.

Para se vingar de Hera, Hefesto criou um trono mágico e a presenteou. Quando a deusa se sentou, ela ficou presa. Os deuses pediram para que Hefesto voltasse para o Olimpo e em troca libertasse Hera, mas ele negou. A mando dos deuses, Dionísio o embriagou e o levou de volta para o Olimpo deitado nas costas de uma mula. Após muita insistência, Hefesto libertou sua mãe. Zeus concedeu a mão de Afrodite, a mais bela das deusas, a Hefesto. Ele era muito prestativo e desenvolvia diversas armas e objetos úteis. Com isso em mente, Zeus decidiu recompensá-lo tornando a deusa Afrodite sua esposa. Tempos depois, Hefesto é avisado por Hélio, a personificação do sol, da traição de Afrodite que estava se envolvendo com Ares, o deus da Guerra. Para se vingar, Hefesto criou uma rede especial, muito fina e forte. Em um certo dia, quando Afrodite e Ares estavam na cama, Hefesto jogou sua rede mágica e prendeu os dois. Ambos ficaram nus e os outros deuses caíram na gargalhada. Hefesto se afastou do Olimpo e se casou com Aglaia, a mais jovem e bela das Graças. Constantemente se dirige até a sicília, local em que se encontra a sua principal forja. O deus vive há séculos, principalmente, na ilha de Lemnos.

Lemnos, Grécia – Mais de 13 anos atrás, dias após a Guerra santa contra Poseidon.

Lemnos é uma ilha grega localizada no nordeste do mar Egeu. Ela é conhecida pelo terreno montanhoso, suas águas cristalinas e praias por todo litoral. Lemnos possui um belo cenário natural, e é cercada por baías de areia. Próximo da costa, encontra-se um grande palácio dourado. Logo em frente, existem um jardim florido e um grande pátio com um chafariz bem no centro. Uma grande aglomeração de pessoas estava presente no local. Crianças, adultos, senhores de idade e até bebês. A situação delas parecia delicada. Diversos cobertores e toalhas foram distribuídos por alguns servos de Hefesto. Algumas pessoas se tremiam de frio e abraçavam seus familiares para se manterem aquecidos.

 Dentro do palácio, um enorme salão oval ocupa a maior parte do espaço principal. Um tapete vermelho com um machado dourado estampado cobria o salão. Tochas na parede iluminavam o caminho. Adentrando ainda mais no palácio, é possível chegar em uma sala repleto de livros. Uma mesa ficava bem no meio do escritório e em frente a uma janela que iluminava todo o local. Um garoto estava sentado na menor cadeira da mesa, a do lado oposto à janela.

 Ele possuía o cabelo vermelho, olhos castanhos, pele branca, vestia uma blusa laranja e uma bermuda marrom. Suas vestes estavam encharcadas, assim como o seu cabelo. Ele apertava sua blusa na tentativa de retirar mais água da roupa. Ao ouvir o som da porta se abrindo, o menino olha para trás. Um senhor com uma longa barba branca, pele morena e corpo levemente definido entrava na sala. Ele usava um manto vermelho que o cobria até os tornozelos e sandálias. Seu rosto não era formoso e ele caminhava com certa dificuldade com o auxílio de uma bengala. Durante todo o trajeto da porta até a mesa, o garoto observava o senhor caminhando vagarosamente.

 Após se sentar, o ancião finalmente se apresenta. – Olá, meu jovem. Qual é o seu nome?

O garoto permanece em silêncio e direciona seu olhar para o chão. – Não quer falar, não é? É compreensível. Nada supera a dor que está sentindo nesse momento.

— Eu não lembro do meu nome... – Respondeu o jovem. Ele encarou o ancião com uma pureza em seu olhar inocente e o pergunta. – Você é um deus?

 O senhor pensou por alguns segundos na resposta que iria dar. Ele não queria assustar o garoto. – Sim, eu me chamo Hefesto. Mas isso não significa nada. Sou igualzinho a você. A única diferença é que sou velho. – Hefesto deu uma pequena risada. O menino continuou o encarando mas sem esboçar reação alguma.

 – Foi um deus que matou meus pais, disseram lá fora. Todo mundo perdeu alguém. – Disse o menino cabisbaixo, se referindo as inundações e chuvas causadas por Poseidon. Hefesto se sentia profundamente incapaz naquele momento. Nada que ele fizesse iria acabar com a dor desse garoto. Era uma sensação angustiante.

 – Eu não sou como eles, pode confiar em mim. Por isso quero te ajudar. Me disseram que você possui um dom extraordinário para forjar.

 O menino sorriu. – Meu pai trabalhava na forja e me ensinou algumas coisas.

 Hefesto se levantou e pegou sua bengala. – Compreendo. Eu estou ajudando todas as pessoas da ilha que perderam os familiares e suas casas. Porém, você me chamou muita atenção. Então, pedi para te trazerem aqui. Você conhece os Cavaleiros de Atena?

 – Cavaleiros de Atena?

 – Sim. São os guerreiros que lutam pela paz, o amor e a justiça na terra. Foram eles que derrotaram Poseidon e deram um fim a essa terrível chuva. Sempre que o mal surge na terra, os guerreiros da esperança sempre aparecem. Eles são os Cavaleiros de Atena. Estou formando uma família, um grupo de pessoas unidas por um propósito. Queremos impedir que mais inocentes percam a vida ou pessoas importantes como aconteceu com você. O que acha de ganhar uma nova família?

 Os olhos do garoto brilharam. A luz que vinha da janela iluminava Hefesto. Para o garoto, era como se Hefesto fosse algum tipo de salvação. Automaticamente, ele apenas deu a mão para o deus do fogo e juntos caminharam até uma outra porta na lateral da sala. Ao entrarem, se depararam com um grupo de doze crianças brincando entre si em um grande salão.

 – Essa será sua nova família.

 O garoto estampou um enorme sorriso no rosto e todos os garotos interromperam a brincadeira ao notá-lo.

 – A partir de hoje, seu nome será Cedálion. Tudo bem pra você?

 O menino encarou Hefesto, balançou a cabeça e o abraçou. Logo depois, saiu correndo para brincar com as outras crianças. Hefesto sorriu.

 – Meus jovens, eu prometo a vocês que juntos vamos dar um fim aos que lhe causaram essa dor. Meus cabiros.  – Pensou Hefesto.

Templo de Atena – Santuário.

 Atena estava reunida com cinco dos doze Cavaleiros de Ouro. Quatro dourados permaneciam ajoelhados e com a cabeça curvada. Um deles, aparentemente o mais jovem, encontrava-se um pouco mais a frente dos demais na mesma posição. De pé e em frente ao seu trono, Atena se aproximou desse Cavaleiro.

— Muito bem, antes de começarmos, eu gostaria de apresentar a vocês o mais novo Cavaleiro de Ouro de Leão. Raiden de Leão. Ele é o Cavaleiro mais promissor de todo o Santuário. Apesar de ser o mais novo dos doze Cavaleiros de Ouro e possuir apenas quinze anos, ele será um valioso aliado e tem minha total confiança. — Disse Atena.

O Cavaleiro de Leão já trajava sua armadura, junto de sua capa branca. O cabelo de Raiden era castanho e sua pele era clara. – Muito obrigado, senhorita Atena, não irei decepcionar.

— Eu sei que não, Raiden, confio em você. – O Cavaleiro de Leão consentiu com a cabeça.

— Eu chamei todos vocês aqui para discutir um assunto muito importante. Alguns Cavaleiros de Ouro ainda não chegaram, mas vamos começar. Como já devem saber, existe um grupo de Cavaleiros que aparentemente se rebelaram. A princípio se trata de alguns Cavaleiros de Prata. Eu já disse algumas vezes que corremos um risco enorme de sofrermos com mais uma Guerra santa futuramente. Meus irmãos têm agido de forma muito estranha nesses últimos anos. Não estamos em condições de ter um inimigo no nosso próprio exército. Preciso que me digam qualquer informação útil que tiverem ou então discutir maneiras de nos precaver. – Avisou Atena.

Um Cavaleiro com longos cabelos loiros e trajando a armadura de Ouro de Peixes levanta a mão. Aparentemente aguardava algum tipo de confirmação de Atena para que pudesse falar. A sua beleza era indescritível. Seu rosto parecia ter sido esculpido pelos anjos e agraciado pelos deuses. Atena balança a cabeça, dando a palavra ao Cavaleiro.

— Obrigado, senhorita Atena. Eu Adônis, o Cavaleiro de Ouro de Peixes, soube que um dos Cavaleiros de Ouro está liderando grupo de Cavaleiros rebeldes. Ainda não se sabe quem é, mas eu tenho meu palpite.

Shun, que também estava presente no templo, vestia a armadura de Ouro de Virgem. Ele era o último Cavaleiro da esquerda para direita na direção de Atena. Adônis era o primeiro. – Atena, eu também ouvi o mesmo boato. Se tudo estiver de acordo com o que eu penso, não será uma tarefa difícil descobrir a identidade desse Cavaleiro de Ouro.

Saori pega o seu báculo e caminha alguns metros, passando por Raiden que estava a frente do restante dos dourados. – Me diga Shun, quem é esse Cavaleiro?

Shun permanece de olhos fechados e responde. – É melhor deixar Adõnis falar, parece saber mais do que eu.

Adônis olha para Shun e continua. – Na verdade senhor Shun, ainda não temos certeza absoluta. No entanto, já repararam que o Cavaleiro de Ouro de Gêmeos está desparecido? Ele nunca comparece nas nossas reuniões, não costuma responder aos chamados do Santuário, faz tempo que não aparece na casa de Gêmeos e é o mais misterioso dos Cavaleiros de Ouro. Além disso, o seu cosmo é o mais sinistro entre os Cavaleiros. Não chega a ser maligno mas é muito poderoso.

O Cavaleiro que encontrava-se ao lado de Adônis, trajava a armadura de Ouro de Câncer. O seu cabelo era cinza e sua pele parda. – Eu, Karkinos, o Cavaleiro de Ouro de câncer, gostaria de falar. – Ele sorri. – Para complementar tudo o que Adônis disse, sempre ouvi dizer que o Cavaleiro de Gêmeos assassinou cruelmente os seus pais e esquartejou os corpos das vítimas por pura diversão antes de se tornar um Cavaleiro. Até para mim, que sou acostumado a matar meus inimigos de todas as formas possíveis, é algo forte. No entanto, apesar de tudo, não, eu não acredito que o Cavaleiro de Gêmeos seja um traidor. Dois Cavaleiros de Gêmeos, em duas gerações seguidas, traidores? Parece até um roteiro mal escrito. Mas, ele é uma pessoa muito curiosa.

Atena olha para o único Cavaleiro que ainda não havia falado. Ele estava entre Karkinos e Shun. – O que você acha, Kiki? – Kiki vestia a armadura de Ouro de Áries.

— Não devemos tomar nenhuma atitude precipitada, na minha opinião. Conheço o Cavaleiro de Gêmeos e realmente é um Cavaleiro muito poderoso. Provavelmente, é o Cavaleiro mais poderoso dessa nova geração.

O som das extensas portas do templo de Atena interrompeu a conversa dos Cavaleiros. Se tratava de Shaula, Seiya, Hyoga e Híades. Seiya, com alguns leves ferimentos no seu rosto e corpo, estava apoiado nos ombros de Shaula e Hyoga enquanto Híades vinha atrás. O Cavaleiro de Touro também apresentava alguns poucos ferimentos no rosto.

— Poxa, Kiki, e quanto a mim? – Disse Shaula se referindo ao fato de Kiki ter dito que o Cavaleiro de Gêmeos era o mais poderoso da nova geração. A amazona era a única que não trajava a sua armadura.

Todos os Cavaleiros presentes ficaram surpresos com o que estavam presenciando. Atena tinha sido bem clara ao dizer com todas as palavras que não queria ver Seiya de volta ao Santuário. Instantaneamente, os dourados olharam para a Deusa com exceção de Shun. Saori não conseguia acreditar nos próprios olhos, ela ficou boquiaberta.

— Seiya! – O Cavaleiro de Virgem correu em direção ao amigo e ajudou Shaula e Hyoga a colocarem ele de pé sozinho. – Mas o que é que aconteceu Hyoga? Por que Seiya está aqui e nesse estado? Seiya você está bem?

— Os ferimentos dele não são graves, pode ficar tranquilo Shun. Estamos aqui por alguns motivos que certamente são de interesse de todos os Cavaleiros. E, claro, de Atena também.

— Como Seiya se feriu? – Indagou Kiki, se levantando e indo até o amigo. Imediatamente, Shaula olhou para Híades que não esboçou reação alguma.

— Pra ser justo, o Touro tentou impedir que Seiya viesse até aqui. – A Amazona se ajoelhou perante Atena. – Senhorita Atena, me perdoe. Hiades e Hyoga não têm culpa alguma nisso. Eu que fiz questão de trazer o meu mestre aqui. Se alguém tiver que sofrer as consequências, sou eu.

Todos os Cavaleiros ficaram aguardando a reação de Atena. – Shaula, você sabe melhor do que ninguém que eu não costumo repreender meus Cavaleiros. Mas eu fui bem clara em dizer que não queria Seiya de volta ao Santuário. Mesmo ele sendo seu mestre, você me desobedeceu. Por favor, apesar de parecer algo sem importância, conheço você e sei que não voltará a se repetir. Não podemos cometer erros no momento em que nos encontramos. – Atena se aproximou de Shaula e passou a mão na sua cabeça com um doce sorriso. Logo depois, ela dirigiu seu olhar para Seiya. Parecia preocupada. O Cavaleiro mal conseguia ficar de pé.

— Atena. – Disse Hyoga. – Existe um motivo maior por trás de tudo. – O tom da voz de Hyoga despertou a curiosidade de todos.

— E o que seria Hyoga? – Perguntou Atena tendo quase certeza do que se tratava.

— Seiya disse ter sido... – Hyoga não conseguiu concluir. Seiya consegue ficar de pé sozinho e caminha na direção de Atena.

— Saori eu... – Ele caminhava com dificuldade e os seus olhos não estavam abertos totalmente. Quando chegou na frente de Saori, Seiya desabou.

— Seiya! – Saori se joga no chão e pega Seiya em seus braços. Ela estava agachada, abraçando o Cavaleiro de Pégaso. – Você nunca muda... – Saori mostrava uma preocupação genuína. Ela acariciou a nuca de Seiya e passou a mão nos seus ferimentos. O cosmo da deusa reconfortou o Cavaleiro.

— Anjos celestes atacaram eu e minha irmã. Voltei ao Santuário na esperança de descobrir o motivo disso e... – Ele deu uma pequena pausa. – Ver se você estava bem. Quando vieram atrás de mim, não pude parar de pensar que novos inimigos poderiam surgir novamente.

— Anjos Celestes? – Perguntou Shun. Hyoga confirmou com a cabeça.

— Se o que Seiya disse é verdade, então precisamos urgentemente nos preparar. – Disse Adônis. – O motivo de nos atacarem pouco importa. Uma Guerra contra o Olimpo é maior que qualquer detalhe.

— Eu concordo Adônis mas é importante descobrir o porquê desses tais Anjos terem atacado Seiya e sua irmã e não ao Santuário. – Completou Hyoga.

— Alguma notícia de Shiryu? – Perguntou Shun.

— Ele está em Rozan. – Respondeu Saori. Ela tentou levantar Seiya e Shun, Hyoga e Kiki a ajudaram.

— Pessoal, eu estou bem não se preocupem. Saori! – Chamou Seiya. – Eu voltarei a ser um Cavaleiro. Espero que você não se oponha.

— O que disse Seiya? – Hyoga e Shun o questionaram simultaneamente. Shaula se levantou e se dirigiu até Seiya.

— Você tem certeza disso mestre?

— Absoluta, Shaula. Eu não posso deixar que minha irmã e Atena sejam ameaçadas. Meus amigos também precisam de mim. Eu não posso mais fugir e fingir que nada está acontecendo. Não quero que Seika seja envolvida em batalhas por minha causa.

Saori vira de costas e caminha até o seu trono. Ela não se sentou mas respondeu Seiya. – Eu não posso permitir que você faça isso. Me desculpe, Seiya.

— O que disse? Do que é que está falando Saori?

Saori fechou os olhos e reforçou sua decisão. – Eu não quis que voltasse ao Santuário porque quero que você tenha uma vida normal. Essa sempre foi a sua vontade, encontrar a sua irmã. Agora que a encontrou não existe motivo para correr esse risco.

— Você está errada Saori! – Rebateu Seiya. – Foi por você que eu sempre lutei. Mesmo vivendo uma vida feliz com minha irmã, jamais consegui abandonar o passado. E ainda mais agora, vendo que uma nova ameaça se aproxima, como posso voltar para casa sabendo que meus companheiros vão arriscar suas vidas no campo de batalha?

— Seiya eu não posso... – Continuou Saori.

— Se me permitem. – Se intrometeu Híades. – Atena, com todo respeito, se o nosso inimigo é realmente o Olimpo, não podemos recusar um Cavaleiro do nível de Seiya.

— Eu concordo. – Disse Karkinos. – Cada Cavaleiro faz a diferença em uma Guerra santa.

— Em outros casos eu também não me manifestaria a favor de Seiya. Como meu amigo, quero que viva uma vida feliz. Mas está claro pra mim que negar o seu retorno é o mesmo que o matar. – Concluiu Hyoga.

Saori sentiu que estava encurralada. Ela compreendia os sentimentos de Seiya mas de forma alguma queria o envolver em batalhas. – Seiya, entenda, foi muito difícil te livrar da maldição de Hades no passado. Eu nunca me perdoaria se algo acontecesse com você. Não quero ter que passar por isso de novo. Eu sei que é um Cavaleiro e que sempre está disposto a arriscar sua vida mas...por favor, viva a sua vida. Deixe com a gente.

— Atena eu... – Antes que pudesse terminar, uma mulher trajando a armadura de Águia e com a urna da armadura de Ouro de Sagitário nas costas entrou no templo de Atena. – Marin? – Seiya arregalou os olhos ao ver sua mestra.

— Atena, por favor, permita que Seiya retorne ao Santuário. – Pediu Marin. Edward me avisou que você havia retornado Seiya, que bom que está bem. Não temos tempo a perder, se quer mesmo voltar a ser um Cavaleiro tente vestir sua armadura.

Ninguém conseguiu entender o motivo pelo qual Marin queria que Seiya vestisse sua armadura.

— Marin me desculpe mas no que isso vai ajudar? – Perguntou Hyoga.

— Você já vai saber. Ande logo Seiya, tente vestir sua armadura.

Sem entender muito bem, Seiya tentou abrir a urna de sua armadura mas nada aconteceu.

— O que? A armadura de Pégaso não está querendo sair.

— Eleve seu cosmo, Seiya. – Orientou Marin.

Seiya obedece sua mestra e começa a elevar seu cosmo. Uma aura azul envolveu o corpo de Seiya. De olhos fechados, ele se concentrava.

— Q-que cosmo poderosíssimo. – Analisou Raiden. Até aquele momento ele não havia dito quase nada, apenas observava. – Esse é o poder do lendário Seiya? – Pensou o Cavaleiro de Leão

A armadura de Pégaso saiu da urna montada mas não vestiu o corpo de Seiya. Ela se posicionou em cima da própria urna e entrou em um estado de ressonância. A armadura de Ouro de Sagitário também saiu automaticamente da urna que estava com Marin e se aproximou da armadura de Pégaso. As duas ressoavam entre sí

— Por que as armaduras de Pégaso e de Sagitário estão ressoando? – Perguntou Karkinos.

— Acho que estão querendo passar alguma mensagem para Seiya. – Respondeu Kiki. – Não se esqueçam que as armaduras de Atena possuem vida e consciência própria.

A armadura de Sagitário se desmontou e vestiu Seiya. A ressonância parou e a armadura de Pégaso voltou para a urna.

— Mas o que é que está acontecendo aqui? – Perguntou Hyoga.

— Como eu pensava. Seiya, você é o sucessor de Aiolos. – Explicou Marin.

— Sucessor de Aiolos? – Indagou Seiya.

— Exatamente. – Continuou Marin. – A armadura de Sagitário sempre o ajudou, não lembra? Hoje ficou claro que você é o verdadeiro sucessor de Aiolos.

— Está me dizendo que... – Seiya olhou para a urna de Pégaso. – Por acaso está me dizendo que a armadura de Pégaso me abandonou?

— Não é isso Seiya. – Disse Kiki. – O seu novo propósito é com a armadura de Ouro de Sagitário. Aparentemente você já cumpriu seu dever como Cavaleiro de Bronze. A própria armadura reconhece isso. A armadura de Pégaso não te abandonou, você enfrentará as novas ameaças que estão vindo como Cavaleiro de Sagitário.

Seiya se aproximou e passou a mão na urna de pégaso. Ele lembrou de todos os momentos que passou junto dela. A batalha das doze casas, Poseidon, Hades...

Karkinos, que estava ao lado de Adônis, chega no ouvido do Cavaleiro de Peixes e diz – Essa foi a melhor reunião que já tivemos.

Saori se caminha até Seiya e o pergunta. – Seiya, você está realmente preparado para isso? É um caminho sem volta. Não sei se posso permitir... – Cabisbaixa, Saori abaixa a cabeça mas Seiya coloca a mão no seu queixo e a levanta.

— Vai ficar tudo bem Saori. – Seiya olha bem firme no fundo dos olhos da deusa. Saori se sentiu em segurança e não respondeu, apenas continuou olhando para Seiya.

— Marin, como você sabia disso? – Indagou Hyoga.

— É uma longa história. – Marin se dirigiu até Seiya e Saori. – Atena, pode deixar que eu cuido do treinamento de Seiya.

— Treinamento? Que história é essa Marin? – Disse Seiya um pouco sem graça. Kiki e Shaula riram.

— Você já domina o sétimo sentido mas está muito tempo sem lutar. Precisa se afiar novamente e eu vou cuidar disso, vai levar apenas alguns dias.

— Muito bem Marin. Ainda não concordo totalmente com tudo isso mas... – Saori olhou para um determinado Seiya antes de concluir. – Confio em você.

— SENHORITA ATENA, SENHORITA ATENA!! – Um soldado raso desesperado entrou correndo no Templo. Ele tropeçou nas próprias pernas e caiu de forma espalhafatosa. Adônis se levantou imediatamente.

— O que pensa que está fazendo soldado? Em que lugar você acha que está para entrar gritando dessa forma? Aqui é o templo de Atena. Espero profundamente que tenha sido a primeira e última vez.

O soldado se levantou. – Me desculpe senhor Adônis, mas é urgente! Um Homem que se diz um guerreiro do deus Hefesto acaba de chegar ao Santuário. Ele disse ter uma mensagem para Atena.

Todos os Cavaleiros se encararam tentando adivinhar do que se tratava a mensagem.

Palácio de Hefesto – Lemnos

No salão principal do palácio, encontram-se dois tronos enormes. No teto havia uma pintura renascentista de Aglaia, esposa de Hefesto, simbolo da inteligência, do poder criativo, a mais jovem e bela das três graças, e do próprio deus do fogo. Aglaia vestia um lindo vestido azul claro. Seu cabelo era castanho, assim como os seus olhos. Sentada no seu trono, ela penteava os seus lindos cabelos. Hefesto, seu marido, entrou no salão de forma imponente. Ele vestia uma roupa grega tradicional, branca, parecida com um Himation e sandálias. Hefesto possuía os braços muito fortes de tanto trabalhar na forja. Sua barba branca era enorme.

Aglaia sorri graciosamente e dá as boas vindas ao marido. – Você sempre volta renovado e em paz da sicília, meu amor. Não está nem precisando de sua bengala.

Hefesto sorri e se senta ao lado da esposa a beijando. – Isso é verdade mas creio que essa paz não irá perdurar.

— O que está dizendo? – Questiona Aglaia. Hefesto suspira e a responde. – Cedálion acaba de me avisar que o maldito do Hermes está aqui no Palácio. Aparentemente trouxe alguma mensagem do Olimpo.

Aglaia fica pensativa e se levanta. Ela coloca a mão no peito, demonstrando uma preocupação. – Hefesto, eles já devem saber do que pretendemos. E se fizerem alguma coisa com as nossas filhas ou minhas irmãs?

— Não se preocupe querida, eles não são loucos. Por mais desgraçada que possa ser, Afrodite é apaixonada por elas.

— Tem certeza, Hefesto? – A voz vinha do outro lado do salão. Era Hermes, o mensageiro dos deuses e Cedálion.

— Senhor Hefesto, como eu informei, Hermes está aqui. – Avisou Cedálion, se curvando. Hermes usava apenas uma capa, deixando à mostra o seu corpo atlético, saia e sandálias douradas.

— Hefesto, Aglaia. – Cumprimentou Hermes. A esposa de Hefesto olhou por cima do ombro.

— O que te traz aqui, Hermes? – Pergunta Hefesto. O mensageiro dos deuses sorri e o responde. – O senhor Apolo quer saber quais são os seus planos e o porquê de não retornar ao Olimpo.

Hefesto também sorri e rebate. – Mande Apolo pra... – Imediatamente Aglaia o repreende, tocando sua mão. O deus levanta e continua. – Não devo satisfação alguma ao Olimpo, Hermes. Desperdiçou seu tempo vindo até aqui.

Hermes sorri de forma sarcástica e se aproxima do deus do fogo. – Ora ora, Hefesto, de onde veio tanta confiança? Não se esqueça que ninguém teme você, sempre foi motivo de piada entre os deuses. O Olimpo sabe que está tramando algo. Agora pare de bancar o durão e nos diga logo. – Ao tentar se aproximar mais de Hefesto, Cedálion se coloca na frente do seu mestre e impede Hermes.

— O que pensa que está fazendo rapaz? – Hermes olha nos olhos de Cedálion e o joga longe com o poder de seu cosmo. Cedálion se levanta rapidamente e se prepara para atacar Hermes mas é interrompido por Hefesto.

— Cedálion, não, agora não. Deixe comigo. – Ordenou Hefesto. – Hermes, eu é que te pergunto de onde vem tanta confiança. Você é só um mero mensageiro. Já se esqueceu que essas sandálias que te proporcionam mais velocidade e agilidade foram feitas por mim? Suas armas, glórias, carruagens, tudo por mim. Eu sou o grande ferreiro dos deuses.

— Afrodite que o diga. – Hermes sorriu. Hefesto não se segurou e com o seu cosmo na palma da mão lançou Hermes para o outro lado do salão. Quando o deus tentou levantar, furioso, ele ficou paralisado pelo cosmo de Hefesto. Era um cosmo ardente em chamas e poderosíssimo. Hermes estava de joelhos enquanto Hefesto se aproximava calmamente.

— Querido, se acalme por favor! – Pediu Aglaia.

— Não se preocupe, querida. Já vai acabar. – Hefesto pegou Hermes pelo pescoço. – Abaixou a guarda, Hermes? Não se esqueça que eu mando aqui. Você está no meu palácio. Não irei tolerar suas arrogâncias. Enquanto você treme, paralisado, deve estar se perguntando como isso é possível se você também é um deus. Então, eu respondo. Continue bebendo seus vinhos com e frequentando bacanais com Dionísio. Enquanto isso, eu me fortaleço com o passar dos séculos e trabalho duro para exercer a diferença que eu sei que posso exercer como um deus. Ajudar quem precisa, zelar pelos mais fracos, aqueles que não podem se defender de seres como você. — Hefesto olha para Cedálion. – Querem saber mesmo o que eu ando fazendo? Estou formando um exército. Na verdade, já formei. São os meus Cabiros, lembre-se bem. Os guerreiros de Hefesto. Suma daqui e avise ao Apolo que o reinado dele está chegando ao fim. – Hefesto solta Hermes e o deixa desnorteado com o poder de seu cosmo.

— Não entendo, como isso é possível? — Pensa Hermes. — Nós dois somos deuses e o cosmo dele sobrepujou o meu. Ele está infinitamente mais poderoso que antes. Mesmo agora que não estou mais paralisado e poderia o enfrentar, sinto como se eu não conseguisse. Como se eu não fosse páreo para ele...Isso é ridículo, eu sou um deus! Esse é mesmo o Hefesto.

— Escute bem Hefesto, vai se arrepender. Isso ainda não acabou. – Hermes desaparece em um piscar de olhos com sua velocidade.

Com um sorriso no rosto, Hefesto pensa consigo mesmo. – Venha, apolo!


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Notas finais do capítulo

O que estão achando da fic até agora? O seu feedback é muito importante. Comentem se curtiram ou tiverem alguma crítica.

Apenas uma observação: Como muitas pessoas sabem, a mitologia grega em diversas ocasiões possuí versões divergentes. Então, resolvi misturar alguns pontos da origem de Hefesto.

Próximo Capítulo: Capítulo 4 - Título indefinido



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