Venha Comigo. vol 4: Presente escrita por Cassiano Souza


Capítulo 2
Fato e tempo


Notas iniciais do capítulo

NOTAS INICIAIS: OLÁ! Quanto tempo. Perdão pela demora, mas é que muitas coisas pessoais me atrasaram a escrever, e tal, e aí me deprimia e eu ficava sem força de vontade.
Mas aqui estamos, então aproveitem o capítulo. Porém antes peço que releiam o capítulo anterior, caso tenha passado pelo hiato, pois com certeza já se esqueceu de muitos detalhes importantes, e cada detalhe durante a história inteira será super importante! TODOS!
BOA LEITURA!



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— Oh, meu, Deus! - Gordon encarava boquiaberto, ao entrar dentro da cabine azul. – É menor por fora! Como pode ser menor por fora?!

— De um jeito fantástico e incrível, e que com certeza não irei explicar a um possível inimigo. - Responde o Doutor, manuseando o console.

— E tem estrelas lá em cima! - Apontava para onde devia haver um teto. – Como pode ter estrelas lá em cima?! Lá fora é tarde!

— Também de um jeito fantástico e incrível, e que não, não irei lhe explicar.

— Por que não confia em mim? Eu sou completamente confiável! - Correu pro console, ao se distrair com os botões piscastes. – Que legal! O que são?! São como uma arvore natalina, ou aquelas boates modernas!

— Não toque! - O Doutor tapeia a mão do homem. – Será que não consegue se comportar como um pessoa normal?! Qual o problema em maior por dentro, e qual o problema com botões pisca-pisca?! Que idade você tem?!

— Isso ofendeu, sabia?

Gordon se mostrou de fato ofendido, e em seu tom triste, apenas virou-se de costas.

— Desculpe. - Pediu, o Senhor do Tempo. – Eu não costumo ser assim, é só que... A minha amiga foi raptada por alguém ou alguma força hostil, e eu não sei onde ela está. Tudo o que tive foi o caminho até aqui, e encontrei você.

— Tudo bem, eu entendo, todos descontam o ódio em alguém inocente algum dia, sem querer querendo. De qualquer jeito, já estou acostumado. Essa Grace deve ser bem importante, não?

— Grandiosamente importante, e estupendamente grandiosa. - Clicou em um botão, e a foto de Grace apareceu no monitor. – Preciso saber, e preciso que se esforce com a sua memória. Já viu esta mulher em algum momento?

Gordon observou curioso:

— Não, nunca.

— Tem certeza?

— Sim, nunca. Mas, admito, ela é muito bonita. Incrivelmente bonita, maravilhosamente bonita, impressionantemente...

— Concentre-se, soldado!

— Sim, senhor. - Bateu continências. 

— Desse jeito, merece uma suspensão.

Gordon engole a seco. O Doutor continua:

— Mas eu não entendo, se eu tive as minhas coordenadas até você... Após a Grace ter sumido, imagino que vocês devam possuir alguma ligação.

— Mas eu já disse, eu não conheço ela.

— Certo, mas como chegou até aqui?

— Um bilhete. - Revela o bilhete ao Doutor.

— Não reconheço a caligrafia. - Observou minucioso, e escaneando o papel com a chave sônica. – Não, não faz sentido, só há as suas impressões digitais!

— Achei colado ao meu... - Lembrou que não podia contar.

— Ao seu o quê?

— Penico. É isso, ao meu penico, todos nós nas trincheiras temos um, para evitar o mal cheiro, sabe? Básico. 

— Sabe o quanto lamentável é para um Senhor do Tempo ouvir isto?! Esqueça, vou lhe escanear. Sexy? - Chamou a máquina.

E assim, um enorme flash de luz foi lançado na cara do humano, que apenas se manteve assustado e de mãos na frente do rosto.

— Não se preocupe, não dói. - Assegura o Doutor, encerrando o escâner.

— O que pode descobrir a partir disso?

— Tudo sobre você. Primeiro, humano, inglês, lutando atualmente por algumas das repúblicas socialistas federativas soviéticas, 85 quilos, 1,75 de altura, 39 anos, destro, pai de família, gosta de tortas de limão e não de ameixa, estimativa de vida de aproximadamente...

— Quanto?

— Melhor evitar, spoilers. Mas, nenhum traço genético familiar com a Grace! Começava a pensar que fosse o avô dela. - Sorriu, mas, depois desfez o sorriso, em uma face de completo espanto. – E segundo estas informações, o seu nome é...

— Gordon.

— Sim, Gordon, mas Gordon...

— Conall, Conall Lethbridge-Stewart.

— Sim! Mas Lethbridge-Stewart? - Não esperava aquilo.

— Algum problema? Confesso que tinha preguiça de escreve-lo nas provas do colégio. Entretanto, consegui um diploma, apesar de tudo. 

O Doutor, põe as mãos sobre os ombros de Gordon, e Gordon, encara estranho para aquilo:

— Você não vai me beijar, vai?

— Gordon Conall Lethbridge-Stewart, você é o pai de um dos homens mais importantes da minha vida. - E logo, o-abraçou.

— Você vai se casar com algum dos meus futuras jogadores do Manchester City?! Pensei que fosse namorado da mulher sumida! - Cessou o abraço.

— Não! E não de novo, somos todos amigos, e não vou me casar com o Alistair! Sinceramente, nunca daríamos certo juntos. Acabou como brigadeiro, não como um perna de pau.

— Você é um homem muito incomum.

— Sou? Que bom, não seria tedioso se todos fossem iguais? Diferente é o mais normal, Gordon.

Se voltou para o console, onde botões e mais botões ele clicava, e alavancas puxava:

— Segure-se, pai do Brigadeiro! - A TARDIS tomou a sua típica turbulência.

— Eu não consigo! - Tentava não cair para trás. – Não tem cintos de segurança?

— Não!

— E por que não?

— Simples! Seria muito chato!

— Você é completamente louco, senhor! Não teme a morte?! Parece amar o perigo!

— Talvez. Você teme?

E Gordon, custou em responder. O pobre, se sentia um covarde por entre os seus amigos, que diariamente o-insultavam e criticavam, não percebendo que coisas que talvez fossem fáceis para eles, fossem difíceis para outros.

— Eu não quero falar sobre isso, Doutor.

E assim, o Doutor mais nada comentou, apenas, se manteve sorridente, por estar com o pai de um dos seus melhores amigos, e extasiado, com o divertido balanço de sua máquina do tempo.

***

A doutora Grace Holloway, ou, doutora Catherine Kein Gluck, possuía um paciente, e o doutor Charles, e o guarda costas dela, a-guiavam até ele. Uma porta se abriu, e logo, a visão de uma cama e de um homem caucasiano de olhos azuis e cabelos em castanho escuro, se mostrou sobre a cama, de uma faixa etária nas casas dos 50 anos, e sem camisa, porém, de cintura para baixo encoberto por cobertores.

— Este, é o seu paciente, doutora Catherine. - Apresentou charles. 

— Ok, meu paciente. - Fingiu Grace conhece-lo, continuando a apenas, assentir com a cabeça, enquanto todos, a encaravam esperando algo mais, pois, nem saudado havia. – Senhor... Senhor Friediti, não é mesmo? Acho que eu já o vi em algum lugar!

— E já deve me conhecer mesmo, por que não conheceria? Temos todos grandes legados. É Friedrich, minha cara, Friedrich Paulus. - Apresentou-se o paciente. 

— Paulus?! - Questionou para si mesma. – Paulus, Paulus... Paulus! - Lembrou horrorizada. – Um dos generais das grandes batalhas da operação Barbarossa?!

— Eu mesmo, doutora. Oficial da Wehrmacht, comandante-chefe do 6º exército, e com toda a honra do Führer, um destruidor e invasor dos soviéticos.

— Sim, agora eu lembrei de quem você é. - Comentou Grace, sem o mínimo interesse. – Mas, o que me surpreende aqui, é que você esteja aqui. Afinal, você é mais do tipo que fica meio longe do front.

Paulus, apenas desvia o seu olhar, evitando responder. Mas logo, se contorce dolorosamente, e gritando.

— Senhor Paulus, o que houve?! - Indagou o doutor Charles, indo depressa até ele.

— A coisa, a minha praga! Continuando a me castigar! - Berrou Paulus, cerrando os dentes, e Charles, logo aplica uma injeção ao pescoço dele, fazendo-lhe repousar sobre os travesseiros, após, alguns segundos e agonia.

— Estazolam e um pouco Clorazepate, bons sedativos, não? - Indagou Charles.

— Se usado da forma adequada. - Colocou Grace. – Mas por que precisaria? Não me diga que ele também está possuído por uma daquelas... Verminoses super desenvolvidas?

O doutor Charles vira Paulus de costas, revelando assim para a médica, a visão de uma das criaturas que há pouco, ela vira em outras pessoas.

— Não sabemos como conseguiu, apenas conseguiu, assim como todos os outros. Nunca sabemos como conseguem, apenas... Voltam da batalha, direto para o coma. - Explica Charles.

— O Paulus esteve em combate? - Indaga a médica. – Talvez tenha algo a ver com isso.

— Sim, mas acho que não neste caso, ele nunca foi, é um general, e há balas por todos os lados!

— Sim. - Confirma Grace, pensativa. – Mas, ele não devia estar aqui, e algo houve aqui, segundo o senhor, quando mencionou alienígenas, então... Suponho que algo intrigantemente interessante ou ameaçador o-chamou a atenção. Correto?

— Isto não é assunto para você, doutora, cuide apenas dos seus compromissos, salvar do senhor Paulus. - Retrucou Adam.

— Mas, acontece, cabo Adam, que não há como eu salvar qualquer paciente que seja se antes eu não souber com qual tipo de mal eu e ele estamos enfrentando. Não estou perguntando por eu ser uma curiosa, só porque eu sou uma curiosa! É pelo bem dele, e de qualquer um aqui, na verdade. Sem conhecer o inimigo, não há como lutar contra ele, cabo.

Adam, permaneceu em sua postura ofendida, nunca havia visto uma mulher falar sobre algo com tanta certeza e coragem.

— Você se acha importante aqui, senhorita? - Indagou Adam, irônico.

— Não sei, talvez não, mas e a vida dele? - Apontou para o general. – Para vocês, eu sei que ela é.

Adam, apenas engole a seco, desviando o seu olhar, sabia que Grace tinha razão, mas, nunca iria confirmar, era o que afirmava o seu orgulho, e nariz em pé.

— Só lhe direi mais uma vez, cuide de seus compromissos. - O cabo, deu ênfase nos “seus”. – Se foi convocada aqui, é porque tem competência, não precisa saber mais do que o necessário. E nas suas malas, suponho que haja o necessário, para qualquer caso, pois, se pelo contrário, não estaria aqui, senhora.

— Eu não tenho malas!

— O carro possuía malas, e foram escoltadas aos seus aposentos. Vejo que a senhora deve ter dormido mesmo muito na viajem, para não se lembrar dos próprios pertences. Seja rápida, e trate dos seus afazeres.

— Não sei porque, mas acho que ou vocês militares escondem algum daqueles grandes segredos de filmes, ou... Você apenas não foi com a minha cara.

— Se há um segredo, ele possui motivos para ser o que é. Conhece a palavra "sigilo"? E quanto a não ir com a sua cara, é um direito meu não ter de amar a todos.

— É, sempre tem isso por aí, sempre algum que me odeia desde o início e onde discutimos até o final. - Riu. – Já é um clássico.

— Você fala coisas estranhas.

— Pois é, ignore. Outro clássico. - Gargalhou.

— Mas vamos lá, doutora Catherine, vamos ao trabalho. - Pediu Charles.

— Certo, trabalho é legal. - Fitou a Paulus, com um certo desprezo. – Mas vocês acham que eu sou mesmo capaz?

— Se foi encaminhada até aqui, possuímos absoluta certeza.

— Mas e se der errado? O senhor disse que os outros hospedeiros foram operados mas nada adiantou. O que lhe faz pensar que eu possa salva-lo?

— Porque se a vida dele está em perigo, a sua está em perigo. - Colocou o cabo Adam.

Grace o fitou séria. O cabo Adam termina:

— Seja útil, faça o que deve ser feito.

— Ok, seja útil também, e seja um guarda costas, não um assassino.

Adam, engole a seco, se sentindo ofendido novamente. Grace termina:

— Mas, então é isso, eu estou aqui, e vou ter de salvar um dos homens que destruiu Stalingrado. - Disse, se voltando cansada à Paulus.

— “Destruiu”? - Questiona o doutor Charles, confuso. – Stalingrado ainda está totalmente de pé!

— Sim, doutor Charles. Ainda. - Confirmou a médica, entristecida, enquanto o seu guarda costas, encarou cheio de ódio para o general. – Mas então, levem-me aos meus aposentos, logo desço para a sala de operações.

— Certo, vamos. - Confirmou o doutor Charles, e assim, se retiraram da presença do general.

A faxineira com uma estrela de Davi entalhada numa das mangas, entra na sala, para cumprir o seu trabalho, fitando aos olhos tristes de Grace, que viam a história negra e suja da raça humana acontecer ao seu redor, e pior do que isto, via que ela fazia parte dessa história agora. Grace, poderia muito negar ajuda, e deixar Paulus morrer, mas, ela sabia que não podia, e que nunca teria esse direito, afinal, ela conhecia as regras do tempo, tão mencionadas pelo amigo Senhor do Tempo. Logo, se a história sempre foi do jeito que foi, ninguém devia interferir. Ninguém, sendo bela, feia, alegre, ou triste.

***

— Por que chacoalhou tanto?! - Indaga Gordon, caído no chão da TARDIS. – Pareceu como uma cama que eu tinha, em que ninguém podia...

— Respeito, soldado. - Exigiu o Senhor do Tempo, operando o console. – Tenho quase mil anos de vida, veja como fala diante dos mais velhos.

— Eu iria dizer "dormir". - Respondeu, se levantando.

— Melhor assim, dormir é legal. Mas, respondendo a sua pergunta, estamos no quartel general subterrâneo inglês.

— Não estamos, estamos em solo soviético!

— Não viu tudo balançando? Nos movemos, é isso que essa máquina faz.

— É como uma carroça?

O Doutor, logo toma a sua postura ofendida:

— Carroça? carroça? Esta é a TARDIS! Tempo e dimensões relativas no espaço! Uma nave espaço-temporal.

— Certo. - Disse, com a cara de quem havia entrado num hospício. - Mas por que aqui?

— Informações. Vim conversar com um amigo. Porém, ainda há algo de errado, não estamos em tempo presente com a faixa temporal de antes, estamos adiantados! Adiantados três dias em seu futuro. Há algo impossibilitando a TARDIS de se locomover ao passado, como se estivesse envolta em um... Corredor crescente de tempo. É, acho que isso. - Continuou a manusear o console.

— Senhor, eu não entendi uma só palavra. É um louco, ou um cientista maluco?

— Cientista? Não exatamente, mas sim, a ciência está por toda a parte aqui, amamos ciência. Mas, maluco... Ah, isso é coisa de humanos e suas infantilidades! Vamos.

— Quer que eu lhe acompanhe?

— Sim!

— Esse nome abre portas, não é mesmo?

— E como.

Se retiraram para fora.

— Parados aí. - Disse um velho, careca e barrigudo, fumando um charuto, atrás dos vários soldados envolta da TARDIS, e apontando os seus fuzis, ao Doutor e Gordon.

— Devemos por as mãos para cima? - Indaga Gordon, cauteloso.

— Seria bom considerar. - Responde o Doutor, fitando sorridente ao velho do charuto. – Mas acho que hoje não. Você não vai me matar, vai Winston?

— Abaixem as armas, rapazes. - Ordenou o velho, e assim, os soldados fizeram. – Você mudou de novo. Por que sempre muda? Não se dá bem com nenhuma de suas caras?

— Com todas, cada um tem o seu brilho especial, mas sabe como é fatal a vida de um Senhor do Tempo, perigos e hostilidades correndo atrás de mim, por todos os cantos do universo.

— Ou você correndo atrás deles.

O Doutor engole a seco.

— Espere aí. - Pediu Gordon. – Você por acaso não é o primeiro ministro?! - Indagou para Winston.

— Churchill, Winston Leonard Spencer-Churchill, soldado. - Respondeu o velho.

— Ah, quase votei em você. 

O Doutor pigarreia: 

— Escritor, historiador, defensor da paz. - Colocou. – Por detalhes assim, somos amigos. Em 1953, ganhará o nobel de literatura. 

— Nos conhecemos quando fui eleito, há dois anos atrás, em uma briga de rua entre bêbados, por Whisky, e meus charutos. - Relembrou Winston. - Tentei sair de perto o mais depressa possível, mas você esbarrou em mim, quatro vezes.

— Ansiedade, queria muito um autografo. Precisei de quatro tentativas.

— Lembro. Mas não creio que hoje seja uma visita de amigos. Sempre que você volta... Há algo de obscuro o-acompanhando também.

O Doutor, tomou uma leve tristeza em seus olhos.

— Obscuro?! - Questionou Gordon. – Não sou eu, sou?

— Claro que não, idiota! - Respondeu Winston. – Mas me diga, Doutor, o que você quer? Sei que não é fumar um charuto, nem beber um copo de gin.

— Não, nunca seria. - Confessou distante, o alien. – Preciso de sua ajuda.

— Ora, em qualquer lugar! Conte comigo, e todas as forças da Inglaterra.

— Obrigado. - O Doutor, retira uma pequena foto de Grace, de dentro de seu sobretudo. – Preciso que me ajudem a encontrar esta mulher.

Winston, apanha a fotografia, a observando bem. O Doutor esclarece:

— Se chama Grace Holloway, é uma de minhas amigas, mas especificamente, a que me acompanha no momento. Ela simplesmente sumiu em minha frente, mas sei que está aqui, neste planeta, continente, e ano, porém, não sei onde exatamente.

Winston retira o charuto da boca, e em seu olhar descrente, parecia a foto significar algo, mas, de nada positivo.

— Temo que esteja no passado. - Continuou o Doutor. – Mas há algo me impedindo de voltar para trás desde que cheguei onde as coordenadas me levaram. E o maior problema é este, pois se soubermos de qualquer coisa de bom ou terrível relacionado ao paradeiro da Grace... Então será um evento preestabelecido, ou fixo, e não haverão soluções.

— Doutor... - Winston, custava em continuar. 

— O que foi? - Encarou impaciente, aos olhos decepcionados do primeiro ministro.

— Eu sinto muito. - Entregou a foto. - Esta mulher está morta.

— O quê?! - Ouvir aquilo lhe soou como um absurdo. 

— Isso mesmo que você ouviu, meu amigo. Não queria ter de lhe dizer isto, mas foi o que aconteceu.

— Como você poderia saber?!

— Se ela está no passado, somos o futuro. Correto?

O Doutor permaneceu desentendido. O primeiro ministro prossegue:

— Ela está morta, morreu numa base alemã em Wizna. Um ataque sem explicações aconteceu, e ela está na lista de baixas. O nome nem era esse que disse, mas já vi a foto, trabalhava até mesmo para o anjo da morte, doutor maldito.

— Isso é um erro!

— Sinto, amigo, mas não é.

— Você está brincando comigo, é isto, Winston? - Indagou, desesperado.

— Brincadeiras? Sabe o que eu acho de brincadeiras!

— Então faça algo! - Pediu, de mãos entrelaçadas. – Por favor! Precisamos de rondas, e investigações, e fotos de jornais e qualquer evento ocorrido nas redondezas de Wizna e Polônia em geral!

— Não, Doutor! Sei que cada uma de suas amigas sempre é a melhor amiga, mas desta vez, não, eu não posso ajudar.

— Você disse que ajudaria!

— Sim, para fazer algo que estivesse a nosso alcance. Wizna está do outro lado do continente, e há uma guerra acontecendo, homem! Não posso despachar os nossos soldados em busca de uma, entre milhares de outras cadáveres.

— Pensei que podia contar com você.

— Você pode, mas não nos tratando como marionetes, sabe que há responsabilidades maiores no momento.

— Maiores que a vida de minha amiga?!

— Sei que a vida dela é importante, como a de todos aqui, mas é exatamente isso, Doutor, comumente igual a todos. 

O Doutor, permaneceu calado e perplexo, por alguns segundos, ele sabia que realmente a vida de Grace era apenas só mais uma vida, porém uma... Que ele faria de tudo por seu bem. Era uma de suas amizades, ela possuía significados maiores. 

— Sabe quando dizem para nunca devemos conhecer os nossos ídolos? - Questionou o Doutor, cabisbaixo. – Pensei que isso nunca se encaixaria entre os meus.

— Ora, Doutor, não seja infantil! - Pediu Winston. – Sabe que estou apenas seno racional, e não cruel! E mesmo que fosse, você também sempre foi, quando necessário. 

— Já estou de saída. Vamos, Gordon. - Se voltou para a TARDIS.

— Espere, senhor. - Pediu Gordon, e assim, o Doutor parou frente a porta. – O senhor disse sobre eventos preestabelecidos, e saber ou não coisas que podem ou não ter acontecido.

— E o que tem isso?

— Se Grace morreu, ninguém viu, apenas ouviu. Em uma guerra como a que estamos, qualquer um pode estar morto para qualquer um.

— Agora que você falou, acabo de me lembrar. - Disse Winston. – O corpo dela nunca foi encontrado.

O Doutor arregalou os olhos. Gordon indaga:

— Então é isso, senhor Doutor, temos uma chance?

O Doutor, estava decepcionado, estava chateado, e quase sem forças, mas, aquela pergunta, e trazendo aquele embasamento, lhe soou como uma luz no final do túnel, mesmo, com o Doutor nunca crendo nela.

— Gordon, eu só tenho uma coisa a dizer. - Disse o Doutor, em seu tom de decepção. – Seja bem vindo. - Sorriu largo, como assim, Gordon igualmente.

— Mas o senhor Winston também está certo, qualquer coisa pode ter ocorrido, e se não podemos voltar por ela... Como a-encontraremos?

— Sendo como sempre devemos ser, teimosos, persistentes, e espertos, sempre espertos. Vamos lá!

Gordon sorri, e logo, adentra depressa para a cabine azul, com o Senhor do Tempo, que imediatamente se volta para o console, manuseando-o de todas as formas possíveis. Já Winston, do lado de fora, apenas assopra a fumaça do charuto, vendo a imagem da nave se dissolver no ar. E na nave, o Senhor do Tempo, fitava os comandos, bastante focado, enquanto o humano, fitava o cilindro de correntes temporais subir e descer, porém, logo é distraído por algo, que nada mais era do que a sua mochila brilhando. Ele, logo esconde aquilo debaixo do console, não queria revelar a sua companhia secreta, a ninguém.

***

No vestiário do hospital, Grace, acabava de se arrumar e preparar. Havia antes, tendo estado nos seus aposentos, e pego os “seus” equipamentos. Mas agora, sacava o seu telefone, tentando ela, usar o rastreador que o Doutor havia instalado no aparelho, porém, nada do sinal do amigo ela conseguia captar:

— Ah, que droga! - Suspirou inconformada. – O rastreador da chave sônica não funciona. Mas quem sabe ligação? Nesta época ainda não tem sinal, mas... Nada me impede de tentar!

E assim, tentou, discando o número do telefone da TARDIS. Mas...

— Também não funciona! - Vociferou. – Ah, ninguém merece. Não sei mais o que fazer. Por que sempre algo me distância do Doutor? É como se, o universo não nos quisesse juntos.

Porém, surpreendendo a Grace, o seu telefone logo começa a tocar, e ela, lhe atende depressa, e extremamente feliz:

— Alô! Doutor?! É a Grace!

Se esconda, corra, se escoda, corra, se esconda, esconda. - Disse uma voz sussurrando, como na verdade, um misto de vozes.

— Hãn?! Sua voz está diferente!

Correr, correr...

— Olha, eu não estou entendendo aonde você quer chegar com isso.

E assim, se encerrou a ligação.

— Dá pra acreditar?! Desligou na minha cara! - Disse, encarando inconformada ao telefone.

— Já está pronta, doutora? - Indagou uma voz masculina, de alguém adentrando ao vestiário.

— Adam?! - Irritou-se Grace. - Aqui não é lugar para você vir! Estou quase pronta, me espere lá fora.

— Não, não é esse o meu trabalho.

— É o meu segurança, não a minha sombra.

— Incorreto. - Negou com o indicador. – Sou o seu executor, não a sua segurança.

Grace, recua imediatamente com os ombros:

— Do que está falando?

— Esse é o meu trabalho, deixar Paulus morrer. Você não pode salva-lo.

— Você mesmo exigiu que eu ajudasse!

— Ora, na frente do doutor Charles eu nunca poderia me revelar, poderia?

— Mas por que isso, por que quer o Paulus morto?

— Se ele viver, grande parte do caos continuará. Ele deve morrer, é o que está de acordo com os planos do mestre.

— Mestre?! Mestre quem?

— O meu mestre, aquele que me entende, e que conhece toda a verdade e mistérios da vida

— Adam, se você estiver falando mesmo do Mestre... Saiba que ele está te usando! Eu conheço ele, e sei do que ele é capaz! Paulus é um monstro, mas o Mestre não é diferente, e nem você estará sendo, se fizer o que está pensando.

— Cale-se! Sua farsante. Matei a verdadeira Catherine. Quem te colocou aqui?

— Ah... - Pensou, em uma desculpa. – Eu não sei do que você está falando.

— Está tentando ser engraçada? Tecnologia psíquica, que absurdo! E todos acreditaram. 

— Tecnologia psíquica?! De onde isso saiu, algum sci-fi barato? - Riu, tentando convencer.

— Não se faça de tola! Sabe que não é quem diz ser, e sabe que estou certo.

Grace, apenas continuou a respirar apreensiva. O executor completa:

— Você não pode salvar Paulus.

 

 


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Notas finais do capítulo

Prestem atenção. Vou postar de dois em dois dias, ou de três em três, e sendo de dois em dois capítulos. A história não está finalizada, pois quero adiantar outra história minha, então enquanto estiverem lendo essa vou estar me concentrando em outra. Isso é bom, porque com suas opiniões e comentários poderei pensar em um final melhor do que planejava antes.
Agora explicações:
Gordon Conall Lethbridge-Stewart, esse é o pai do Brigadeiro. Nunca esteve na série de TV, mas pertence ao universo expandido da série, pertencente aos livros. Nunca li nenhum desses livros, então a personalidade dele nessa fanfic é de total escolha minha, não fidedignidade. Desculpa, mas o Doutor iria estar mais estressado por conta da Grace, então queria um alivio cômico, e o Gordon estava de bobeira, e sendo interessante sendo quem é. Então ele será o Nardole/Rory/Mickey do 8, mas com certeza devem ter aparências bem diferentes.
Mas quem foi Friedrich Paulus? Exatamente isso que foi dito no capítulo, nem acho que dá pra aprofundar mais nada.
Mas e Winston Churchill? Foi um político conservador e estadista britânico, mais conhecido por sua atuação como primeiro-ministro do Reino Unido durante a Segunda Guerra Mundial. Ele foi primeiro-ministro britânico por duas vezes (1940-1945 e 1951-1955). Também era escritor, e já lutou quando jovem em várias batalhas envolvendo o reino unido. E ele para quem não sabe já apareceu na série, no ep 3 da quinta temporada Victory Of The Daleks.
O sexto exército? É um dos mais famosos e fortes exércitos alemães, e atuou nas duas guerras mundiais, mas antes se chamando decimo exército. E a Wehrmacht foi o conjunto de forças armadas alemãs.
Mas e Wizna? Ela também existe, foi invadida pelos alemães durante a invasão a Polônia, em 1939. Houve uma batalha lá, onde a maioria dos seus homens morreram, mas foi uma luta de três dias mesmo estando eles em menor número, e por isso até hoje são bravamente elogiados por sua bravura. Mas isso de haver base nazista lá e de o Paulus estar lá é coisa minha, necessária para a história.
Bom, obrigado pela leitura, e o outro capítulo já deve estar publicado, ou prestes, pois é dois por cada dois ou três dias.



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