A Milésima versão de Crepúsculo escrita por TheFemme


Capítulo 10
Rosalie Cullen


Notas iniciais do capítulo

Esse capítulo é um pouco diferente, e compreende tempos diferentes da história. Os demais personagens terão seus capítulos acompanhando essa evolução do tempo, pra dar uma adiantada na história.
Boa leitura!



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POV Rosalie

Rosalie Hale sabe que é bonita. Também sabe que todos os homens e garotos estão babando por ela, onde quer que ela vá. É apenas natural, afinal ela era linda como humana e como vampira sua beleza é irresistível. Ela está acostumada a ser cobiçada, olhada, desejada, não é algo sobre o qual as pessoas tem controle quando se trata dela. É por isso que ela está um pouco irritada quando conhece Brian Swan. Ele é apenas um adolescente que senta ao seu lado na aula de Cálculos pela primeira vez numa sexta feira, e Rosalie sequer perde o tempo olhando, porque ela não tem nenhum interesse em humanos. Mas o dito humano tem a ousadia de falar com ela.

— Ei, eu sou Brian Swan. Prazer em te conhecer.

Rosalie se lembra que fingir ter uma vida humana é com o intuito de socializar com pessoas. Ela não é uma amante de humanos como Alice, mas ela pode fazer um esforço, então ela responde:

— Eu sou Rosalie.

O humano não é afetado por sua frieza.

— Legal. Então, você toca algum instrumento? - ele pergunta.

— Não.

— Ah, que droga. - Então o garoto vira para a frente como se o quadro pudesse ser mais interessante do que olhar para Rosalie Hale.

Rosalie está chocada, então ela inevitavelmente olha para o garoto ao seu lado. Ele não é especial, mas também não é exatamente comum; ele tem cabelos vermelhos, pele pálida e uma variedade de metais diferentes no rosto.

Rosalie tem um autocontrole perfeito, ela nunca tocou em sangue humano, obrigado, mas até mesmo ela tem limites quando alguém esnoba da sua beleza. Esse garoto está agindo como se ela não fosse nada apenas porque ela não toca um maldito instrumento. Rosalie não pode evitar ficar irritada, de fato. Pôr que ela é perfeita, e ninguém a ignora assim. Exceto Brian Swan é um garoto estranho e não volta a puxar assunto toda a aula, como se tivesse esquecido que ele estava tendo o privilegio de estar sentado perto de uma deusa. Rosalie quer matar Brian Swan. Todos os garotos da escola estão caindo sobre si mesmos apenas para conseguir um vislumbre do seu rosto, e esse idiota age como se não percebesse que ele esta sentado ao lado da mulher mais bonita possivelmente do mundo.

Rosalie consegue detestar Brian Swan nos dez primeiros segundos que o conheceu. Isso é um recorde, mesmo para ela. Ela sai daquela aula com o intuito de jamais ficar a menos de cinco metros do garoto idiota. E cego.

A segunda vez que ela encontra Brian, ela esta entrando no estacionamento do mercado com sua BMW. Sua impressão sobre ele não é muito melhor - ele não tirou os olhos do carro por mais de três segundos, e suas palavras foram todas sobre o carro.

— Cara, você dirige isso, eu sou seu fã.

Rosalie conseguiu ficar irritada nos primeiros segundos. Como é que alguém podia estar mais admirado com um carro do que com ela? Mesmo se esse garoto fosse gay, ele deveria pelo menos ter um pouco de apreciação por uma obra de arte. Ridículo.

— Você é um amante de carros? - ela consegue falar, sem muito rancor.

— Eu amo carros. Eu posso ver o motor?

Rosalie nunca quis bater tanto em alguém, mas ela apenas deu de ombros e levantou o capô, porque claro que ela não estava deixando um idiota tocar no seu bebê.

Brian pode ter babado um pouco sobre suas peças, o que foi satisfatório.

— Incrível. Isso deve correr como louco. – ele disse.

— Eu não estou deixando você dirigir. – Rosalie respondeu. Isso foi mais satisfatório.

— Bruxa.

Então sim, Rosalie pode ter odiado Brian Swan pela segunda vez também. O garoto não tinha nenhuma noção de perigo ou de cuidar da sua boca. Ela saiu do estacionamento á 100km por hora, e esqueceu ate do que tinha ido comprar.

Na próxima aula de Cálculos, que era a única que tinha junto com o garoto Swan, Rosalie sentou com Tyler. Foi como trocar seis por meia dúzia, um idiota por outro. Tyler, pelo menos, estava toda a aula tentando impressiona-la e puxar assunto. Rosálie não ficou impressionada. Os seres humanos não tinham nada para impressiona-la, nem mesmo seu sangue.

A terceira vez que Rosalie encontrou Brian Swan, ela xingou. O garoto estava tentando consertar uma caminhonete vermelha na beira da estrada, debaixo de uma chuva torrencial. Os Cullen estavam apenas passando em seu próprio carro, e aquilo não tinha nada a ver com eles, mas claro que Alice não podia ficar de boca fechada.

— Deveríamos parar para ajudar? - Alice, com sua bondade nata, sugeriu.

— Bree vai nos matar se nos atrasarmos. - Emmett comentou. A recém-nascida estava superanimada esperando-os para uma noite de acampar.

— Eu vou ajudar esse idiota, antes que ele se mate com uma chave de fendas. - Rosalie decidiu.

Edward parou o carro, a loira desceu, rosnando irritada com a chuva encharcando sua roupa e cabelo. Ela definitivamente merecia ser canonizada. Maldita Alice. Rose apenas sabia que iria se arrepender por isso.

— Ei, precisa de uma mão? - ofereceu ao se aproximar.

Brian pode ter se assustado e cortado o dedo em algo. O cheiro de sangue foi forte mesmo sob a chuva. Rosalie agradeceu mentalmente por seu autocontrole perfeito. Ela detesta seres humanos mais do que ama o sangue deles.

— Ei loira, você vai ficar encharcada. Pôr que seus irmãos foram embora? - Brian perguntou, levantando.

— Eu estou bem. Você precisa de ajuda?

Ele abriu a caminhonete e pegou um guarda-chuva, como se não tivesse ouvido. Rosalie quer bater em algo; ela só quer terminar isso logo e ir para casa.

— Eu posso lidar com isso, eu e essa menina nos conhecemos a vida toda. – Brian responde, entregando o guarda-chuva.

— Você chama isso de menina?

— Não, eu chamo de lata velha. - Brian sorri, se abaixando novamente.

— Você vai deitar no chão? - Rosalie pergunta, horrorizada.  

— Claro. - ele consegue entrar embaixo do carro. - Então, você também entende de consertar carros?

Rosalie quer zombar, ela não apenas entende, ela é maravilhosa nisso.

— Algo assim. – responde.

Então um barulho de motor é ouvido e Rosalie se vira para ver o recém-chegado; é um membro da tribo quileute, um garoto alto e moreno de cabelos longo. Rosalie o acharia atraente, se não fosse o cheiro.

Ele ignora totalmente Rosalie, o que está bem pra ela. Ela não quer nenhum contato com essas pessoas.

— Cara, você vai ficar doente. – o garoto quileute fala, descendo da moto e se aproximando do carro.

— Você me deve por dez vidas agora Jacob. – Brian responde.

— Eu disse pra você ficar no carro enquanto eu levava os outros. - o garoto, Jacob, fala, irritado. - Quando Charlie ver você assim ele vai me matar.

— To bem cara. Preciso de uma lanterna aqui.

— Vocês não podem deixar o carro aqui e chamar um reboque? - Rosalie sugere, ansiosa para ir para casa.

— Não, ou eles não poderão vir a escola amanhã. - Brian responde.

Não há maneira de que Rosalie esteja oferecendo carona a cinco pessoas que cheiram como cachorro molhado, para deixar seu carro fedendo. Ela não é uma boa pessoa.

— Tudo bem, me deixe olhar isso então, você obviamente esta cego. - ela decide. O que quer que seja, ela sabe que pode resolver isso mais rápido que qualquer humano com uma visão limitada.

Rosalie se abaixa, mas Brian não esta saindo de seu lugar.  

— Você tem certeza que sabe mexer em carros? - ele tem a coragem de perguntar.

A paciência de Rosalie se esgota:

— Tenho um certificado se você quiser ver, agora você pode sair ou eu posso tira-lo daí.

— Okay, okay. - Brian cede, se arrastando para fora. Ele sorri maliciosamente – Quem sou eu para impedi-la de sujar suas mãos.

Rosalie estremece ao ver as mãos pretas do garoto. No que ela se meteu? Maldita Alice.

— Esse carro é uma relíquia, então talvez você tenha dificuldade em reconhecer as peças. - Brian fala. Rosalie revira os olhos. Ela é mais velha que isso. Sem cerimônias, ela entra debaixo do carro e quase geme. Que merda é essa?

— Como essa porcaria esta funcionando? – Ela não resiste a rosnar.

— Graças á mim, é claro. – Brian tem a audácia de falar.

Rosalie morde a língua para evitar xingar o maldito humano, o carro e Alice. Sua roupa esta arruinada, seu cabelo esta sujo, e suas mãos estão ficando negras de graxa. Ela quer matar alguém.

— Você esta todo molhado. – o garoto quileute soa irritado.

— Você também cara.

— Não é como se eu fosse pegar um resfriado.

— To bem, Jake, relaxa. Você deveria estar mais preocupado com sua caminhonete, cara.

Rosalie consegue alcançar o tornozelo do idiota e chutar. Se isso não é uma provocação, ela desconhece o que é.

— Caramba! – o humano grita.

— Estou sujando minhas mãos, roupas e cabelo para ajudar vocês, você poderia ser um pouco mais agradecido. - ela sugere docemente.

— Eu sabia que você era uma bruxa.

Rosalie já esta arrependida de ter pisado em Forks. Esses adolescentes horríveis.

Ela termina seu trabalho o mais rápido possível. Ela sabe que é um trabalho muito ruim, mas não há nada melhor a ser feito nas condições em que o maldito carro se encontra.

Ela sai do carro com toda a dignidade possível, considerando o estado de suas roupas e mãos.

— As peças precisam ser trocadas, isso não vai durar por muito tempo. – avisa.

— É o que eu sempre digo. - Brian concorda, então olha para Jacob. - O que vamos fazer cara?

— Você vai ir para casa e se secar. Depois nos preocupamos com isso.

— Mas vocês vão perder aula?

Rosalie geme. Ela só quer que esses idiotas saiam pra ela correr para casa.

— Eu posso conseguir as peças com um amigo que coleciona pecas antigas. – fala, por impulso.

Brian morde seu piercing do lábio, habito que tem quando esta pensativo.

— Deve custar uma fortuna. – ele fala.

— Posso conseguir um desconto.

— Me avise o preço. - Brian concorda - Obrigada loira. Você precisa de uma carona?

— Meus irmãos virão me buscar. - ela mente.

— Você vai ficar esperando na chuva? - Jacob se intromete. - Posso levar você.

Uma viagem sentada ao lado desse cheiro? Nem por muito dinheiro.

— Eu não andaria nesse carro nem que me pagasse. – Rosalie responde secamente.

Jacob lhe da um olhar muito irritado. Brian ri:

— Você quer uma carona na moto?

— Você não vai dirigir isso nessa chuva. - Jacob se opõe.                   

Rosalie tem a impressão de que esta diante de uma briga de namorados.

— Tudo bem, você leva a moto. - Brian concorda. - Rose pode ir com você.

Rosalie gostaria de saber quem deu autorização ao humano para chamá-la por seu apelido.

— Eu prefiro ir com você. - decide Rosalie. De jeito nenhum ela quer estar perto desse cheiro.

Jacob parece que vai discutir, mas então suspira.

— Apenas vá o mais rápido possível para casa.

— Essa caminhonete não passa de 80km - fala Brian.

— Entra logo no maldito carro. – Jacob rosna.

— Okay, cara. Até amanhã!

Brian entra no carro e Rosalie quase desiste de entrar quando sente o cheiro. O interior do carro cheira como Jacob – cachorros.

— O que? Você tem preconceito contra carros antigos? - Brian questiona ao ver sua expressão.

— Eu tenho preconceito contra carros que deveriam estar no lixo. Isso poderia explodir em milhões de pedaços, pela quantidade de gambiarras que há la embaixo.

Brian ri.

— É totalmente seguro, ela esta rodando há mais 4 anos graças a essas gambiarras.

— Você é uma vergonha como um mecânico. - Rosalie bufa.

— Que bom que eu não sou um mecânico então. - Brian sorri, nem um pouco ofendido. - Então, você tem um certificado?

— Me formei ano passado. - Rosalie inventa.

— Quantos anos você tem afinal?

— 18.

— Só? – ele parece verdadeiramente surpreso - Eu pensei que você tivesse uns 20.

— Você é cego e completamente estúpido. – Rosalie diz secamente. – Quem foi o idiota que ensinou você a mexer em carros?

— A internet, o YouTube.

— O YouTube?

— Você sabe o que é YouTube, certo?

— É claro que eu sei o que é YouTube. – Rosalie não admitiria jamais que na verdade ela não sabia. Ela passara os últimos vinte e cinco anos bem afastada da socialização e ela não tinha interesse na internet, como Edward ou Alice.

Brian sorriu:

— Poderia me enganar.

Brian estava certo, a caminhonete não passava de 80 km. Rosalie estava impaciente.

— Pode me deixar na curva. – ela pediu, quando estavam á dois quilômetros de casa. Ela não queria arriscar chegar mais perto, com o olfato de Bree.

Brian olhou ao redor confusamente.

— Você mora no meio do mato? – Ele diminui a velocidade.

— Não é da sua conta. Pode parar aqui, obrigado. – Antes do carro parar Rosalie estava saindo. Ela respirou fundo, aliviada ao deixar o carro com cheiro horrível. Isso foi uma tortura.

Ela olhou para trás, onde Brian estava fazendo o retorno. Bom, ela não queria que ele fosse adiante e passasse perto de sua casa. Rosalie começou a caminhar, atenta ao som do carro se afastando. Quando estava a uma distancia segura, ela correu para casa.

Bree estava sentada no telhado, balançando as pernas.

— Você fede. – ela observou.

— Sim, graças a esses cachorros fedidos.

— Você estava com cachorros?

— Algo assim. 

O banheiro foi o primeiro lugar onde Rosalie foi, reclamando sobre cachorros. Ninguém em casa mencionou o incidente, felizmente.

Na próxima aula de Cálculos, Rosalie tentou ignorar Brian Swan com todas suas forças. Ela não estava interessada em amigos humanos, como Alice, e ela não queria andar com essas pessoas que cheiravam mal, mas Brian era um garoto persistente. Ele falou sobre carros ate que Rosalie teve que discutir com ele sobre quais eram os melhores motores, e então seu plano de ignorar o humano foi por água a baixo.

A próxima coisa que Rosalie sabia é que tinha um novo numero de telefone na sua agenda, escrito “humano irritante”, e que Brian estava lhe ligando para pedir dicas sobre carros. Ela tinha seu orgulho, no entanto, ela não estava cedendo.

— Porque você inventa de consertar carros se você não sabe nada?

— Não é minha culpa, as pessoas não tem ninguém a quem recorrer, eu sou a melhor opção possível.

— Sinto pena deles. – zombou Rosalie.

— Okay, se você se sente assim poderia abrir uma oficina para ajudar essas pessoas, ou me ensinar algumas coisas.

— Não para ambos.

— Que bruxa. – Brian sussurrou, mas Rosalie com certeza escutou.

— Eu me sinto menos tentada a ajudá-lo agora.

— O que? O que eu disse?

Rosálie revirou os olhos. Humanos estúpidos.

— Eu consegui a peça do carro do seu amigo.

— Sério?! Você é a melhor! Está com você?

Rosalie revira os olhos. A bipolaridade desses seres.

— Sim.

— Okay, eu estou indo. – E ele desligou. Rosalie se segurou para não esmagar o celular. Ela não pode acreditar na ousadia desse ser para desligar na cara dela.

Tentando se acalmar, Rosalie foi para o quarto de Bree – de Jasper, mas na verdade é mais de Bree agora. Porque a porta estava aberta, ela entrou – com os dois, nunca se sabe; eles estão num clima de morder e abraçar que Rosalie sinceramente não entende.

Bree esta sentada no chão, com várias folhas de papel espalhadas ao redor. E tinta, em todos os lugares – no cabelo e no rosto da vampira também. Rosalie estremece, horrorizada.

— O que é isso? – pergunta.

— Jasper esta me ensinando a pintar.

— Ele deixou você fazer isso consigo mesma?

— Acalma-se, isso sai com água. – Jasper diz, entrando no quarto. – E ela esta se divertindo, é o que importa, certo?

Rosalie encara o irmão.

— Você só esta fazendo isso para ela não perturbar você. – ela acusa.

— Como não me perturbar? Ela me chama todo minuto pra olhar as pinturas. – suspira Jasper. – Você quer assumir como babá, Rose? Eu imploro. Eu quero sair.

Bree esquece o desenho momentaneamente.

— Pra onde você vai sair?

— Sozinho. – Jasper responde.

Antes que Rosalie possa responder que ela pode ficar com Bree enquanto Jasper sai, Alice entra no quarto, com um olhar alarmado.

— Alguém convidou um humano para vir aqui? – ela questiona.

Rosálie fica tensa, igualmente Jasper, que para de respirar.

— Eu não chamei. – Rosalie responde. – Quem?

— Brian Swan. Ele esta vindo. – responde Alice, então Jasper imediatamente puxa Bree sobre seus pés e há uma confusão de tintas se espalhando.

— Estamos indo dar um passeio. – Jasper fala para a recém-nascida, então lança um olhar ameaçador para Rosalie. – Tire ele daqui logo.

Rosalie está muito estupefata para responder, quando os dois vampiros saem. Então finalmente cai sobre ela o que esta acontecendo, o que Brian quis dizer com “estou indo” e ela finalmente reage.

— Eu vou matar ele.

Alice balança a cabeça.

— Você precisa ser convincente para ele ir embora.

— Eu vou jogar ele de volta naquela moto tão rápido que ele não vai ter tempo de dizer “oi”. – Rosalie determina, descendo as escadas com raiva.

— Você quer ajuda, maninha? – Emmett pergunta, do sofá onde esta jogando.

— Eu posso bater num humano sozinha, obrigado Emmett.

Rosalie não se acalmou o suficiente quando ouviu o som de uma moto, e nem queria se acalmar. Ela consegue escutar que a velocidade esta bem acima do permitido em qualquer lugar de Forks – não que ela seja uma para falar de obedecer as regras de transito, mas ela não oferece perigo para ninguém dirigindo como uma louca.

— Sem sangue, ou pode virar uma festa. – Edward zomba. Ele obviamente sempre esta ciente de tudo, mesmo quando esta concentrado em seus livros. Rosalie agradece mentalmente por Esme e Carlisle não estarem em casa, ou eles estariam todo “não assuste o humano”, “seja amigável”, querendo oferecer chá e biscoitos.

Finalmente uma moto preta aparece e para em frente á casa. Rosalie mantém os braços cruzados, ou ela pode cometer um assassinato motivado pela raiva. Brian esta usando um capacete, pelo menos. Ele desde da moto e acena.

— Olá, loira.

— Você está tentando causar um acidente? – Rosalie responde.

— Eu?

— Você esta dirigindo a 120 km numa estrada de 40km. O seu pai é xerife, eu aposto que ele amaria saber disso.

Brian ri.

— Uau, você descobriu tudo isso apenas me assistindo dirigir por segundos? Então... aquele dia no mercado, eu acho que você saiu a 100km numa rua de 20km. Onde isso nos deixa?

Rosalie se segura para não rosnar. Não é sobre a velocidade, é sobre o perigo. Edward e Emmett, os traidores, estão rindo dentro de casa.

— Tudo bem, é o seu funeral. – ela dá de ombros. – O que você esta fazendo aqui?

Brian olha confuso.

— Eu acabei de falar com você, sobre as peças da caminhonete, lembra? Ou você tem uma irmã com a voz parecida á sua e com o mesmo gênio mau?

Rosalie ignora o insulto:

— Eu não gosto de receber visitas sem aviso.

— Bem, eu disse “estou indo”, e eu não vim visitar, só pegar as peças.

Rosalie esta irritada demais para discutir.

— Espere aqui. – ela fala e vira as costas.

— Céus, ela é realmente loira. – o garoto sussurra para si mesmo.  

— Você esta me chamando de burra?

Ele levanta as mãos sorrindo inocentemente.

— Eu não disse nada.

Rosalie sabe exatamente o que ele disse, mas não é como se ela pudesse explicar como ela ouve sussurros, então ela apenas entra na garagem para pegar as malditas peças. É uma caixa pesada, mas ela esta com raiva demais para fingir que precisa de ajuda para carregar.

— Está aqui.

Então ela coloca a caixa nos braços do garoto, porque, sim, ela é vingativa. Brian definitivamente não estava esperando que fosse tão pesado e solta, então Rosalie segura de novo.

— Você quer ajuda? – ela oferece de forma simpática.

— Não.

O garoto consegue colocar a caixa na moto. Rosalie não lamenta nada, ela espera que ele tenha uma dor nas costas por toda a semana. A ousadia desse garoto de chamá-la de loira burra.

— Então, obrigado. – Brian agradece.

— Apague o meu numero do seu celular. – Rosalie ordena, e volta para casa.

Emmett balança a cabeça para ela.

— Uau, você é tão má, partindo corações assim.

— Cale a boca, Emmett. O que importa é que ele não vai mais aparecer por aqui e se tornar o almoço de Bree.

Rosalie estava errada. Nem mesmo três dias depois Brian Swan estava na sua porta outra vez, chamando-a para ajudar ele e seu amigo a montar um Maverick Rabbit Opala. Rosalie disse não e bateu a porta. Ela disse não durante uma semana, até que sua paciência se esgotou e ela foi ver o maldito carro. Na reserva quileute. Suas roupas só serviriam para serem queimadas depois disso.

Ela aguentou por dez minutos, tentando não respirar, até que desistiu.

— Leve para a minha oficina, se quiser que eu veja isso. Esse lugar me da arrepios.

— Você tem uma oficina em casa? – Brian questiona, incrédulo.

— Consiga um jeito de levar isso pra lá.

Convencer Jasper de levar Bree para sair durante o tempo que os humanos estivessem la foi o mais difícil.

— Eu imaginava que Alice tentaria trazer humanos para casa, não você.

— O que eu posso fazer? Ele não me deixa em paz!

Emmett riu.

— Uau, Rosalie esta sendo intimidada por um humano.

— Não vamos fazer disso um costume. – Jasper é critico. – Você esta colocando a vida desse garoto em risco trazendo-o para cá. Se algo acontecer, o sangue dele estará nas suas mãos.

— Eu sei disso, você acha que eu não sei disso?! Eu estou tentando mantê-lo longe, ele apenas é a pessoa mais cabeça dura que eu já encontrei.

— De fato. – Emmett a apoia. – A única coisa que falta Rosalie fazer é bater nele, o garoto é persistente.

— Você quer que eu o expulse daqui? – Jasper sugere.

— Não. Fique fora disso, Jasper. Eu vou resolver isso hoje. – garante Rosalie. – Ele não vai mais voltar aqui.

Montar um carro com Jacob e Brian até que é divertido. Rosalie não pode negar que ela gosta disso. Ela também gosta de ensinar, e os dois tem muito o que aprender. Rosalie supõe que em dois finais de semana eles conseguem montar todo o carro. Quando eles terminam, Rosalie ainda esta pensando em como ela vai “expulsar” Brian definitivamente de sua casa.

Eles estão terminando de limpar a garagem quando Brian fala:

— Então, nós vamos á praia amanhã, vai fazer sol pela primeira vez no mês. Você não quer vir com seus irmãos?

Pelo olhar de Jacob, Rosalie sabe que ele não esta convidando nem esperando que ela vá. Rosálie não se ressente; ela também não gosta muito do menino cachorro, o sentimento é mutuo.

— Eu tenho compromisso amanhã. – ela responde.

— Serio? – Brian está encarando.

— Sim. – ela reafirma, com mais firmeza. Ele ri. – O que?

— Nada. Você apenas é a pior mentirosa que eu já conheci e eu não achava que havia alguém pior que Bella.

— Eu estou mentindo?! – Rosalie finge indignação. – Quando eu menti?

— Deixe-me ver... Um, sobre ter se formado no ano passado, isso era mentira. – ele conta nos dedos. – Dois, sobre sua idade. Três, sobre conhecer o YouTube. Como você não conhece o YouTube? E agora, você esta mentindo.

— Como você poderia saber se eu estou mentindo sobre essas coisas? Você nem me conhece.

— Você sempre olha pra sua esquerda quando ta mentindo e levanta o queixo, e sua voz soa totalmente insegura.

— Você é louco. – Rosalie larga a flanela, desistindo de limpar qualquer coisa. – Feche a porta quando sair, eu vou arrumar minhas malas porque eu tenho um compromisso amanhã.

Ela bate a porta ao sair. Edward esta sentado na sala lendo um livro, mas olha quando ela entra.

— Você realmente mente mal e o garoto é muito perceptivo. Ele esta desconfiado. – ele fala.

— Ele não vai descobrir sobre nós. Ele não é tao inteligente.

— Ele já imagina que nós somos fugitivos da policia nos escondendo sob um nome falso; com a imaginação hiperativa dele, não vai demorar a começar a pensar coisas impossíveis. Você esta sendo descuidada ao redor deles sobre sua força.

Rosálie detesta ouvir sermões, principalmente do irmão que parece mais novo que ela.  

— Eu entendi, Edward. Eu vou ter cuidado. – ela promete.

— Você não disse á ele que ele não deveria mais voltar aqui.

— Eu vou falar.

Nao é tao fácil como Rosalie imaginou que seria. Ela liga para Brian, porque ela acha que ela não vai conseguir ser tao fria pessoalmente.

— Quem é? – ele atende.

— Engraçadinho.

— O que? Você me disse para excluir seu numero, você não excluiu o meu?

— Voce não excluiu o meu. – replica Rosalie.

— Bem, você não excluiu o meu também.

— Eu estou ligando para falar algo serio.

— Sim?

— Você não pode mais vir aqui em casa.

— Porque?

— Por que... – Rosalie não pensou tao longe na historia que ela iria inventar. – Emmett não gosta de pessoas de fora na garagem que é dele.

— Serio? Ele parecia super de boa com a gente ai, ele até trouxe lanches.

— Bem... na verdade, Jasper não gosta de visitas. – Isso é o mais próximo da verdade.

— Okay.

— Okay? – Rosalie imaginou que ele iria discutir mais.

— Okay. – Brian concorda.

Rosalie não é impulsiva por si mesma, mas ela abre a boca antes que possa pensar:  

— Eu estava pensando... a gente poderia abrir uma oficina.

— Como uma oficina real? – Brian ri. – Voce sabe que eu e Jacob somos apenas curiosos.

— Eu e Emmett somos formados.

— Emmett também se formou no ano passado? – Brian provoca.

— Cale a boca. Eu estou procurando um lugar para abrir uma oficina, então venha quando eu lhe mandar o endereço. Não apareça mais aqui em casa.

— Certo. Você não esta pensando seriamente em ganhar dinheiro com carros em Forks, certo? Se você abrisse em Portland provavelmente ganharia mais.

— Eu pareço ter problemas com dinheiro?

— Bem... não, se você vendesse algumas dessas suas roupas você poderia viver pelo resto da vida. O que não faz sentido você abrir uma oficina. Você não precisa de dinheiro.

— Bem, então você não vai ter que vir aqui em casa e Jasper não vai me irritar por isso.

O silencio é prolongado. Rosálie sabe que não foi desligado por que ela escuta a respiração humana.

— Brian?

— Voce vai abrir uma oficina para mim? Eu estou tao emocionado, eu sabia que no fundo você não era tão má.

— Eu não disse isso.

— Pareceu isso.

— Eu não disse isso.

— Soou assim.

— Mas não foi o que eu disse. – Rosalie se apressa em explicar. – Eu só quero um lugar onde meus amigos possam visitar. 

— Jacob vai ficar tao emocionado quando souber que você o chamou de amigo.

— Ele não é meu amigo. Eu mal o tolero.

— Bem, então eu sou o seu único amigo? Isso é triste.

— Idiota. Eu estou desligando.

— Bye loira.

Rosalie guarda o celular e quase se assusta quando Emmett fala:

— Entao, nós estamos abrindo uma oficina para os humanos?

— Nao é para os humanos. É a minha oficina.

Emmett sorri.

— Voce já tem uma oficina, mana.

— Uma oficina onde as pessoas possam entrar, e trazer carros para consertar e a gente possa ter clientes humanos.

— É uma ideia genial. Vamos perguntar á Alice um bom lugar. – Emmett fala, já indo procurar a pequena vidente.

Rosalie não gosta do olhar de Edward.

— O que? – ela pergunta e ele sorri.

— Forks é um lugar milagroso. Você esta ate fazendo amizade com humanos.

— Eu não estou.

— Voce mente mal, Rose.

— Vá chupar uma capivara, Edward.

— É uma boa ideia, faça isso por mim. É sua noite de caçar com Bree. – Edward lembra.

Rosalie suspira.

— Jasper não disse quando volta?

— Quando ele estiver bem, suponho.

Rosalie não pode culpá-lo, afinal, o dom de Jasper não é ideal para viver no meio de muitas pessoas. Ele precisa se isolar de tempos em tempos. Acrescentando o fato de que ele tem uma recém-nascida grudada nele todo o tempo, não ajuda.

— Tudo bem, eu vou cuidar de Bree. – Rosalie assente.

Emmett volta, com uma expressão confusa.

— Onde está Alice? – ele pergunta.

— Adam. – Edward responde.

— Só eu não tenho amigos humanos? – Emmett reclama.

— Eu não tenho amigos humanos. – Edward fala.

— Você conversa com aquela garota quileute.

Edward ri.

— Ela odeia minhas entranhas.

— Rosalie também odiava Brian, e olha onde ela está; abrindo até uma oficina pro garoto.

Rosálie soca Emmett, com força. Ela não esta abrindo uma oficina para ninguém alem dela mesma, porque ela não se importa com ninguém alem dela mesma.


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