Say Something escrita por Andreza Cullen


Capítulo 10
Chapter nine


Notas iniciais do capítulo

Olá... Eu sei que faz um bom tempo, mas como eu prometi, nunca vou abandonar essa fic. Muitas coisas aconteceram dês da última atualização, e eu acabei me afogando em certos assuntos e não consegui conciliar as duas coisas, além do fato de estar sem computador ferrar em inúmeras vezes mais tudo isso, mas eu vou tentar (não prometo) postar mais rápido, e realmente espero que vocês perdoem minha demora. Aproveitem o capitulo e me contem o que acharam, e claro, me deixem saber que vocês não me abandonaram hahaha ♥



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Eu encarava a sopa na minha frente, sem fome. Estava um frio lancinante na Londres bruxa, mas graças a Dumbledore que tínhamos a magia para manter o hospital aquecido.  

Senti meu celular vibrar no bolso do meu jaleco e resolvi ignorar, ainda encarando o liquido na minha frente.  

Dês de que eu e Potter discutimos a alguns dias atrás, venho tentando ao máximo evitar ele. Aquelas coisas estranhas e pensamentos confusos estavam novamente me deixando estressado.  

O celular continuava a vibrar, chamando por atenção. Resolvi que o que quer que fosse seria mais interessante que o prato na minha frente.  

  

Fred – eu sou George criou o grupo “Familia de ruivos e agregados”  

Fred – eu sou George adicionou você e outras 20 pessoas ao grupo   

George — eu sou Fred: Esse é um grupo exclusivo para a nossa maravilhosa família de pessoas extraordinariamente lindas, inteligentes, criativas e ruivas e seus agregados meia boca (exceto você, Lino meu amor, é claro)  

Naja: ALÁ, o sardento ta com medo do Jordan fazer greve haha  

Molly: Pansy, querida, você testou a dica para tirar mancha de abobora das roupas?  

Naja: Testei e foi à melhor dica que já recebi!  

Luna Looney: Então é por isso que minhas roupas não estão mais manchadas? (emoji pensando)  

Fred – eu sou George: OK, chega de assuntos banais. Criamos esse grupo para marcarmos nossas festas e partidas de quadribol – já que o time do Potte de ouro parece gostar de perder – (mamãe, essa dica também funciona com molho de tomate?)  

Potter: Já disse que aquela partida foi injusta! (e com xarope de boldo?)  

Sangue ruim: Harry, aprenda a perder (suas crianças também se sujam de xarope de boldo toda vez que comem panquecas?)  

Você: Realmente, Potter, não é minha culpa se você é alguém facilmente distraível (não é para Scorp, é pra ele mesmo)   

Lavander: (bom, ele passou anos comendo ao lado de Ron, acho que isso é natural) Só avisando que aos que ficaram com a bunda sentada da vez passada, da próxima a louça é de vocês.  

Cenoura: Poxa Lis, assim você acaba com a minha reputação (funciona sim, funciona com qualquer coisa)  

Naja: que reputação?  

Weasley fêmea: acho que ele está se referindo a “o garoto que vomitava lesmas”  

Lino: ou seria “o parceiro de dança de Minerva”  

Potter: Vocês nunca vão deixar ele esquecer isso, não é?  

Fred – eu sou George: NUNCA!  

George — eu sou Fred: NUNCA!  

Cão: tá, e sobre acabar com esse time mais uma vez no quadribol?   

Cão está digitado...  

Lupin: Nem pense em mandar isso  

Cão parou de digitar.  

Potter: é melhor se comportar, Padfoot, se não nada de pet shop essa semana  

Fred: Ou de sair para passear  

George: Ou de osso depois do jantar  

Cão: a única coisa que meu amor pode negar para me castigar passa bem longe de um osso ;)  

Lupin: (emoji casinha e cachorro) 

Lupin: Mas Lavander, apoiado com a ideia da louça. Esse final de semana na mansão?  

Cão: o meu amor, calma, vamos conversar...  

Naja: fechado  

Cenoura: fechado  

Neville: infelizmente eu e Krum não vamos conseguir ir na sexta, mas mês que vem estaremos aí!   

Molly: ah, não posso acreditar nisso! Estou com tantas saudades de vocês, crianças. Ouvi falar que na Bulgária faz um frio horrível. E quando vão alimentar essa família, hem? Parece mal de jogador de quadribol não querer filhos que são uma benção de Merlin  

Weasley fêmea: indireta detectada  

Tonks não me chame de Ninphadora: indireta detectada e apoiada   

Neville: realmente senhora Weasley, aqui o frio é horrível, mas os seus suéteres são incríveis. E, bem, talvez aumentemos essa família em pouco tempo...  

Sangue ruim: QUE? CONTA TUDO!  

Potter: COMO ASSIM? ANDA DESEMBUCHA.  

Molly: santo Merlin, você vai nos explicar essa história direitinho quando chegar. Preparo um suéter Weasley para esse natal?  

Neville: Não, infelizmente ainda não. Mas para o ano que vem, pode ter certeza!  

Sangue ruim: Vocês vão adotar ou vão ter barriga de aluguel? Para quando planejamos o chá de bebê?  

Granger e Luna sempre organizavam chás de bebê, mesmo quando a criança já estava grande quando chegava a nossa família.  

O papo transcorreu por muito tempo sobre o mistério que Neville vinha fazendo, e também combinamos que cada um levaria algo para comer para ninguém ficar sobrecarregado. Todos íamos nos encontrar na Muy Antiga E Nobre Casa Dos Black as 15:00.  

O relógio estava para marcar 16:00 quando minha porta foi escancarada. Quando lancei um olhar gélido para o louco que havia invadido minha sala me deparei com uma Luna descabelada, suada e atormentada. Ela respirava com dificuldades e demorou alguns segundos para me encontrar.  

— Draco! Pansy, Pansy, ela... – Luna estava tropeçando nas próprias palavras. Uma onda de pânico tomou conta de mim assim que ela falou o nome da minha melhor amiga. Me levantei na hora e fui até ela, a segurando pelos ombros firmemente mas de forma gentil para não assusta–la mais.  

— Luna, o que aconteceu com ela?  

Os olhos claros vagaram perdidamente cada canto da minha sala com uma rapidez preocupante. Ela estava para entrar em estado de choque em poucos minutos. Luna não conseguiu falar nenhuma palavra. Suas mãos finas apanharam meu pulso e me puxaram com uma força desconhecida para a ala da U.T.I. e eu gelei mais ainda.  

Pansy estava aqui, no St.Mungos, e isso com certeza não era algo bom.  

Avistei a cabeleira negra lisa sobre uma maca assim que passei pela cortina de separação de cômodos. Se eu não fosse um medibruxo, estaria tão atordoado quanto Luna com o que vi.  

Havia cortes por todo o corpo, a roupa estava vermelha pelo liquido e ela estava desacordada, mas a respiração estava descompassada.  

Soltei meu pulso da mão de Luna.  

— Diogo, leve Luna daqui e de um calmante para ela. Carlos, vamos precisar de uma transfusão de sangue, e rápido do tipo O negativo.  EU DISSE RÁPIDO! – eles começaram a se mover e eu fui até a minha amiga, fechando a cortina em volta da maca e rasgando suas roupas para analisar melhor. Haviam mais cortes nas coxas, na barriga, no pescoço... O quem quer que seja o maldito e futuro morto que lhe lançou essa maldição fez bem feito. Comecei com uma poção para sedação geral, já que ela estava desmaiada e não sedada. Depois fiz um raio–x bruxo com a varinha e a cada segundo eu tinha que me autopoliciar para manter a calma. Era a Pansy, minha melhor amiga. Ela e Blaise foram os únicos amigos que estavam comigo dês de sempre. Eu não a perderia, nunca!  

Me foquei em cada pedacinho minúsculo do meu trabalho, dando excessiva atenção e zelo em tudo o que fiz. De uma coisa eu tinha certeza, Pansy estaria muito bem e viva no jogo de sábado e por muitos outros.  

  

Harry, Cenoura e Hermione já estavam em minha sala acalmando Luna quando passei pela porta. Os três se levantaram de uma vez, lançando–me olhares de desespero.  

— Ela esta sedada, mas bem. Por conta dos cortes, Pansy teve um pulmão perfurado e tivemos que fazer uma cirurgia de emergência. Ela precisou de uma transfusão de sangue e foi tudo um sucesso. Os cortes já foram costurados, mas por tudo o que ela passou e por ser muito agitada, tenho certeza que pioraria sua situação que, embora estável, ainda é delicada, então vamos deixa–lá dopada até amanhã de manhã – despejei a informação de uma só vez. Luna não merecia suspense nesse momento.   

Ela tombou um pouco o rosto para o lado, me olhando, como se procurasse algo em mim. Logo depois sorriu.  

— Ela vai estar bem amanhã de manhã?  

— Ela já está bem, só precisa de alguns cuidados extras – lhe entreguei uma folha com algumas anotações – Você vai precisar cuidar muito dela e mimá–la, mas acho que isso você já faz. Nada de água gelada para a Parkinson, vai precisar comer muitas coisas com ferro, como ervilha ou lentilhas para recuperar a força dos ossos que se perdeu um pouco com o feitiço, mas nada que a atrapalhe. Pansy vai precisar seguir essa dieta até que a cirurgia interior esteja cicatrizada, daqui a algumas semanas. No papel tem o feitiço para limpeza interna dos pontos, você vai fazer. É extremamente fácil e não precisa ficar nervosa. Tudo o que mudou é que teremos uma Pansy muito mais mimada nos próximos dias.  

Mesmo quando lhe entreguei o papel, Luna não desviou o olhar de mim por um segundo enquanto eu falava. Aquela menina parecia estar querendo encontrar algo ali. Mas depois, ela me abraçou, e senti meus olhos ligeiramente molhados por duas ou três lagrimas da loira.  

Aquele foi o obrigada dela.  

Luna voltou para a poltrona e começou a ler o papel, Hermione foi fazer companhia a ela, não sem antes me lançar um olhar de... Aviso?  

Potter se aproximou, sua cara estava fechada, coisa incomum. A postura era rígida e ele parecia perdido. Foi até a porta e abriu, indicando com a mão para que eu saísse. Assim que cruzei para o corredor ele fechou a porta atrás de sí e fomos até um dos cantos.  

— Scorp está com Sirius e Remus. As crianças da Luna também. Estamos convocando uma reunião – a voz estava gelada. Ele parecia, com raiva?  

— Direto ao assunto, Potter.  

Porque eles convocariam uma reunião? Eu sei que todos nós nos uniríamos para achar quem fez isso com Pansy, mas provavelmente ela nos contaria assim que acordasse, não tinha sentido uma reunião para isso.  

— Vamos reunir a armada Dumbledore e a Ordem da Fenix.  

— Que?!  

Armada Dumbledore? Ordem da fenix? Isso nem existia mais. Voldemort estava morto, e com ele todo o perigo havia morrido.  

Ele sulgou o ar e o soltou de forma pesada antes de continuar.  

— Pansy foi atacada por um ex–comensal da morte que não foi nem descoberto, muito menos julgado e mandado para Askaban. Ela foi tida como uma “traidora de sangue” já que se casou com uma Lovegood, ainda por cima amiga de Harry Potter, e tem uma família com crianças adotadas que não são puro sangue. Eles não quiseram matá–la, quiseram mandar um recado.  

— Você só pode estar brincando. – a única frase que eu consegui formular foi essa.   

Mas que droga? Como, como ainda existiam ex–comensais que não foram a julgamento vagando livremente por aí? E, por Merlin, por que eles não seguiram a vida e nos deixam em paz? Por culpa daqueles malditos minha melhor amiga estava em uma maca dopada depois de ter passado por uma cirurgia de emergência!   

— Eu vou achar o desgraçado que fez isso, e quando eu o encontrar, o que ele fez com Parkinson vai parecer carinho em um filhote de gato perto do mínimo que eu vou faze–lo sofrer, e por horas a frio – minha raiva era tão grande que pude sentir o metálico do meu sangue pelas minhas veias. As sobrancelhas de Potter se uniram e ele crispou os lábios.  

— Eu não posso perder vocês – o tom protetor continuava sério. As palavras dele dançaram perdidas pela minha mente por algum tempo até que entendi.  

Se eles haviam feito isso com Pansy, só por sairei ciclo 28 e se casar com alguém próximo a Harry o que fariam comigo? Ou o que mais me assombrava, o que poderiam fazer com Scorp?  

Nada, eu não deixaria nada machucar Scorp, e Potter também não.  

Me surpreendi quando os braços fortes me puxaram para um abraço desajeitado, e não tive tempo de recuar. Potter me abraçou com força, como se eu fosse seu ar.  

— Você tem noção do quão preocupado eu fiquei quando chegou a notícia no ministério? Só de pensar em algo acontecendo com um de vocês...  

O abraço se tornou mais protetor ainda, e eu não deveria, mas naquele momento de vulnerabilidade eu o abracei de volta.   

— E estou aqui, não estou? E Scorp não corre perigo, ele tem o meu sangue e da Pansy. Ninguém vai tentar nada contra ele.   

Aquilo não pareceu acalmar Potter, muito menos a mim, mas vamos lá, eu era bem melhor escondendo emoções do que ele.  

— Você precisa de um banho de banheira para relaxar, hoje o dia foi muito tenso – sugeri enquanto saia do abraço, desviando o olhar para uma planta próxima.  

— Snape está vindo para cá – o olhei, estatelado. Snape, aqui? Perto de toda essa gente? Isso não acontecia dês de NUNCA – ele disse que vai lançar os mais fortes feitiços de proteção na nossa casa e na de Pansy, com a ajuda de Sirius e Remus. Parece que a preocupação foi maior do que a raiva que ele sente por eles.   

— Só acredito vendo – aquilo soava impossível demais.  

— Vamos todos nos reunir na sua sala do consultório, espero que não se importe, mas Luna precisa participar e você sabe que ela não vai largar Pansy.  

Assenti. Eu precisava de um pote de aspirinas para aliviar o mínimo de dores de cabeça daquele dia. Quando pensei que estávamos a salvo, surgem esses malditos comensais querendo vingar o nome de Voldemort. Atacam minha melhor amiga, e agora nós corremos perigo.   

E novamente ele me apertou contra seu peito, como se pudesse ser o escudo meu contra o mundo.  

Bom, isso não era possível.  

  

Luna estava ainda sobre efeito de alguns comprimidos calmantes, e eu me permiti ingerir um ou cinco também, com algumas aspirinas. Harry não viu. Não seria uma coisa boa ele ver.  

Ginna estava ao lado da amiga, segurando sua mão e fazendo carinho nos seus cabelos enquanto ela parecia estar em um transe. Pansy ainda estava desacordada e continuava na UTI por precaução.  

Sirius começou a reunião, mas nada do meu padrinho aparecer. Minha cabeça ainda latejava, mas consegui me manter focado enquanto conversávamos. As crianças estavam dispersas do assunto, brincando com algum jogo de tabuleiro trouxa no canto da sala. A minha sorte era ela ser grande. Resolvemos que por agora deveríamos poupá–los do que estava acontecendo.  

— Não acho que o ministério vá fazer algo com isso, Harry. Você sabe o que ele acha sobre os filhos de ex–comensais – Remus falou, logo me lançando um pedido de desculpas com o olhar, mas eu sabia que era a verdade. Acenei desfazendo sua preocupação.  

— Concordo com ele. Temos que resolver isso por nós mesmos. Com a ordem e a armada. Temos um time muito bom aqui – Thonks, que estava ao lado de Sirius se pronunciou.   

— A única coisa que sei é que nunca mais vão encostar na minha esposa – Lovegood falou serena, parecendo distante. Mas todos ali sabíamos como aquela afirmação era seria.  

— Precisamos de um plano de proteção e um de investigação – Harry enfim abriu o bico para falar algo. Ele estava novamente com o semblante sério, se não soubéssemos como ele é amistoso poderia dizer até bravo. Seu olhar foi das crianças para mim antes de continuar – Não podemos apenas ficar aqui, esperando o próximo ataque.  

— E não vamos. Mas acho que a doninha concorda que a Parkinson não está em condições da dar informação alguma no momento.  

— E não vai estar por uns bons dias. Mas eu conheço bem minha amiga, assim que ela acordar vai querer por sí mesma ir atrás dos infelizes. E precisamos avisar a Blaise. Só Merlin sabe por onde ele anda e o que anda fazendo. Mas com certeza os ex–comensais sabem que ele estava do lado do Potter.  

Olhei de relance para Ronald, e vi que seus ombros ficaram tensos na hora.  

Algumas batidas ecoaram pela porta, e com um aceno de varinha eu a abri. Meu padrinho estava parado ali, ainda com a capa de professor e seu semblante fechado.  

Seu olhar vagou por toda a sala, com direito a um olhar faiscado para Sírius antes dele parar sobre mim e Potter, que estava parado com as mãos na cadeira que eu estava sentado.  

— Francamente. Vocês teimam em atrair confusão!   

O clima que se instalou na reunião foi de pura tensão. Embora tanto Sirius quando Snape estivessem se esforçando para não se matarem, o que havia acontecido com Pansy deixara todos nós abalados e defensivos. Decidimos que Scorp e as crianças da Pansy não voltariam para a escola quanto aquele assunto não fosse resolvido. Snape, Sirius e Remus foram até as nossas casas lançarem feitiços de ocultação e proteção enquanto eu e Hermione tentávamos contato com Blaise. Havíamos mandado uma mensagem, porem ele não havia sequer respondido. Tentamos feitiço de localização, mas ele parecia estar bem protegido. Mandamos uma coruja, e agora esperávamos uma resposta.  

Harry conversava com Ronald, e esse ainda parecia temeroso. Era claro como Zabini ainda mexia com ele. Blaise resolveu que viajar por aí sem rumo, trabalhando em um hospital diferente a cada meio ano e quase nunca aparecendo por aqui era a melhor forma de esquecer o Wesley depois que ele se casou com Lilá. 

Blaise só não sabia que eles haviam se divorciado a quatro anos e agora eram apenas melhores amigos.  

Todos acharam melhor que aquela noite Scorp e as crianças de Pansy passassem a noite na mansão dos Black. Mesmo com todos os feitiços de proteção, era mais seguro que eles ficassem ao lado de quem mais sabia lutar contra a arte das trevas. Luna passaria a noite no hospital com Pansy, Thonks e Ginna ficariam com ela. Snape havia voltado para Hogwarts assim que terminou com as casas, se despedindo de mim e de Harry com um abraço demorado e escondido.  

— Me mande uma mensagem antes de dormir, ok? E por favor, não saia da mansão. Não vá até o portal da mansão sem seus tios. Não coloque o pé para fora da porta, entendeu cobrinha? – abracei meu filho com toda a força que eu poderia usar antes de sufocá-lo. Beijei seu testa com pesar, não querendo me separar dele, mas sabia que era melhor assim, só por hoje.  

— Ta bom papai. Eu e meus primos vamos continuar jogando banco imobiliário. E duvido que os tios deixassem que saíssemos sozinhos – ele me abraçava de vota. Os bracinhos magros também pareciam tentados em me deixar, mas nem o melhor pai do mundo poderia competir com tantos primos juntos.  

Aparatamos na nossa casa exatamente as 00:00. Checamos se estava tudo trancado e fomos para o nosso quarto sem trocarmos nenhuma palavra. Potter conjurou as duas camas e eu fui até a mesa da cabeceira, pescando o pote de aspirinas, mas esse logo foi tomado delicadamente da minha mão.  

— Não acha que já foi o bastante por hoje?  

— Dor de cabeça, Potter – respondi, mal humorado.  

— Draco, você já se entupiu de analgésicos e calmantes.  

Bufei, já sem paciência e indo para o banheiro.  

— Conjure as duas camas – falei em de fechar a porta atrás de mim.  

  

Fui acordado por uma movimentação estranha na cama ao lado. Acendi o abajur do meu lado e olhei o relógio. 3:15 da manhã. Me virei para a cama, e Potter estava se revirando. Pesadelo.  

Me levantei e fui até a sua cama. Ele suava e não parava quieto. Aquele parecia ser um dos ruins. Me sentei na cama, e, com cuidado, coloquei sua cabeça sobre o meu colo, acariciando os cabelos encaracolados.   

— Harry? Sou eu, Draco. – chamei-o com doçura, acariciando as bochechas. Ele pareceu se acalmar um pouco, mas continuava a suar – Amor, acorda. Tá tudo bem.   

Alguns segundos se passaram antes da respiração voltar ao normal e ele abrir os olhos, temeroso.  

— Draco? – a voz dele estava assustada.  

— Sou eu.  

— Você está aqui mesmo?   

— Estou Harry. Eu, você e Scorp estamos bem.  

Harry fechou os olhos por alguns segundos, aproveitando o cafuné.   

— Você está nojento – falei depois de algum tempo, me referindo ao suor.  

Harry gargalhou, já bem mais calmo.  

— Você dizia a mesma coisa depois dos treinos de quadribol.  

— Bom, eu estava falando a verdade. Vou te preparar um banho.  

Ele levantou a cabeça do meu colo e eu segui para o banheiro. Enchi a banheira e coloquei alguns sais de camomila.  

Potter apareceu na porta e torceu o nariz.  

— Banheira Draco, sério?  

— Não me lembro de ter pedido sua opinião, testa rachada. Além do mais, o médico daqui sou eu – fui até ele, desabotoando a camisa do pijama.  

— Touché – ele também levou as mãos até os botões da minha camisa.  

— O que está fazendo? – foi u pergunta automática.  

— Draco, essa banheira que você comprou é grande o suficiente para umas cinco pessoas. Além do mais, o dia foi muito tenso para nós dois, e eu sei que se você não relaxar vai se entupir com aquelas porcarias.  

Ninguém falou mais nada enquanto terminavam os de nos despir. Ajudei –o a entrar na banheira e entrei em seguida, decidido a manter a maior distância possível. Plano esse falho quando seus braços me puxaram e me aconchegaram com as costas apoiadas no seu peito e os braços em torno da minha cintura.   

— Porque está fazendo isso, Potter?  

— Isso o que?  

— Me abraçando.  

— Malfoy, eu acabei de sonhar que eu perdi o homem da minha vida. A única coisa que eu quero ter certeza é que você está aqui.  

Me coloquei em estado de alerta. Potter era tão transparente que me assustava. Assustava a minha decisão de não me deixar levar.  

— Sabe – ele falou depois de algum tempo – acho melhor você não ir trabalhar até resolvermos isso.  

Me virei quase que bruscamente. O olhar sério estava lá novamente.  

— E por qual motivo eu faria isso?  

— Draco, é perigoso. Concordamos que Scorp deveria estudar em casa, você deveria tirar um tempo também.  

— A diferença, Potter – me soltei dos braços dele, saindo da banheira e colocando o roupão branco – É que Scorp é uma criança. E eu não!   

Como ele ousa fazer essa comparação.  

— Não muda o fato de que você também corre perigo! – ele também se levantou, enrolando uma toalha na cintura.  

Sai do banheiro. Meu sangue começava a ferver. Coloquei rapidamente um pijama qualquer e Potter também.  

— Você sempre, sempre faz isso!  

— Não precisamos criar caso por isso. Eu só quero que você fique seguro, por Merlin!  

— Então confia em mim! – ele me olhou parecendo confuso. A raiva que eu estava sentindo era capaz de cozinhar um ovo – Você sempre faz isso, Potter! Sempre me minimiza! – seu semblante passou do confuso para o surpreso – Sempre acha que eu não sei me proteger, que não consigo fazer isso sozinho, aquilo sem você. Sempre tem a necessidade de me defender. Deixa eu te contar uma coisa, testa rachada, EU NÃO PRECISO DE NADA QUE VENHA DE VOCÊ. Eu sou tão adulto quanto você e consigo me defender sozinho! – bati aporta do guarda roupa, me virando de costas para ele. Enquanto pegava meu travesseiro.  

— Quarto de hóspedes, Malfoy?  

Não respondi, pegando também minha colcha.  

— Sério, Draco? - ele suspirou cansado – Eu só não quero dormir mais longe de você do que já estou.  

— Se me lembro bem, essa ideia – maneei camas – foi sua.  

— Eu não posso dormir na mesma cama que você sem você confiar em mim, Draco.  

Não respondi. Não havia o que responder  

— Desculpa se você acha que eu te minimizo. Eu não te acho incapaz, Draco. É só que, vamos lá, você se casou com um “Grifinório idiota super protetor”.  

Segurei a tempo uma risada. Era assim que eu o chamava nas primeiras vezes que saímos.  

— É, eu me casei. Mas se esse grifinório idiota super protetor não voltar a dormir agora, eu continuo com a ideia do quarto de hóspedes.  

Harry sorriu, se dirigindo para a sua cama e apagando o abajur.  


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