Verdades DesConhecidas escrita por Haruyuki


Capítulo 3
Capítulo 3




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O Reino do Sol Nascente nunca presenciou uma tempestade. Apenas chuvas leves e rápidas, que mal dá para suprir o sistema que percorre o reino, deixando muitas famílias sem água por dias. Isso também é uma chance de usar a canção que Príncipe Viktor criou inspirada nesse continente. Mas para isso, ele precisa de um lugar alto e isolado, para que não haja nenhuma interferência na hora. 

Olhando da janela de seu quarto, Príncipe Viktor se pergunta se deveria usar o código nesse momento. Decidindo arriscar, ele decide se aproximar de sua porta.

"Hikaru?" Ele chama, se afastando da porta ao vê-la sendo destrancada do lado de fora.

"Sim?" O Servo de cabelos castanhos diz friamente, ao entrar no quarto.

"Eu quero Katsudon." O Príncipe observa o servo piscar duas vezes, adquirir uma postura mais relaxada e abrir um sorriso para ele.

"Em que posso ajudá-lo, Vossa Alteza?" Ele pergunta, surpreendendo o Príncipe.

"Eu preciso de sua ajuda." O Príncipe diz, logo contando o plano para o servo, que escuta atentamente. 

"Eu tenho um lugar perfeito." Hikaru diz, ainda sorrindo. "Permita-me fazer os preparativos para lhe tirar do castelo."

"Muito obrigado." O Príncipe diz, fazendo o sorriso do servo diminuir um pouco.

"Príncipe Yuuto me retirou das ruas seis anos atrás. Ele me deu um lar e um emprego. Quando eu descobri que era um impostor assumindo o lugar do verdadeiro Príncipe, eu decidi que ele não era uma má pessoa, afinal ele salvou a minha vida." Ele diz, olhando atentamente para o Omega na frente dele. "Infelizmente, eu não tenho capacidade de ajudar ele. Então, Príncipe Viktor, sou eu e outros pelo reino quem tem que dizer Muito Obrigado a você, por nos dar esperança de ter ele de volta."

Príncipe Viktor se vê surpreso e emocionado com essas palavras. Ele o abraça, se animando cada vez mais para realizar seu plano de salvar sua alma gêmea.

Yuuri.

~x~

Príncipe Viktor, usando roupas de empregada do castelo e uma peruca, anda pelas ruas ao lado de Hikaru. Ambos carregam em seus braços uma grande cesta, usada como parte do disfarce. A cesta de Hikaru está vazia, pois será usada para fazer compras. A do Príncipe, está com roupas dele mesmo, pois pode ser problemático se ele for pego usando o vestido de empregada.

Hikaru o leva para uma velha torre, afastada do castelo. Quando ajuda o Príncipe a chegar no topo, este se vê abrindo um largo sorriso ao perceber que o local é perfeito para fazer o Ritual da Canção da Chuva. 

"Incrível!" Ele diz, sentindo o vento dançar ao seu redor. 

Nas escadas, o Príncipe troca de roupa com a ajuda do servo, que coloca a roupa que foi usada no cesto. Ele está usando a mesma roupa do banquete, esperando ansiosamente para que seu verdadeiro amado o ache bonito.

"Agora, eu preciso ir embora." Hikaru diz, pegando as duas cestas pelo braço direito e se curvando para o Príncipe. "Desejo-lhe grande sorte para que seu plano seja realizado com sucesso."

"Oh, ele vai." O Príncipe sorri para ele, que passa a descer as escadas. Quando o barulho da porta da torre se fechando ecoa, o Príncipe volta para o topo, abrindo os braços e dando umas voltas, antes de juntar as mãos em oração.

Ventos, atendam ao meu chamado.

Nuvens, atendam a minha voz.

Venham, venham. Tragam a chuva para esta terra seca.

Chuva, atenda ao meu pedido.

Minha oração...

Olhando em volta nesse vasto mundo

Sentindo o doce brilho do Sol iluminar

O novo dia que estamos recebendo hoje

Um dia como qualquer outro, será mesmo?

 

Ventos, atendiam ao meu chamado.

Sussurrem para nós seus doces sentimentos

Para este mundo maravilhoso, bonito.

Ventos, atendiam ao meu chamado.

 

Nuvens, atendam a minha voz.

Aproximem-se cada vez mais no céu

Traga-nos uma nova esperança para viver.

Nuvens, atendam a minha voz.

 

Chuva, atenda ao meu pedido.

Ecoa pelo mundo com seu belo som

Lave nossas vidas, almas e corações;

Chuva, atenda ao meu pedido.

...

Logo quando o Príncipe começa a cantar, o vento começa a soprar mais forte na cidade. Com isso, diversas nuvens se formam no céu, tampando o sol e assustando as pessoas. A chuva começa a cair aos poucos, logo aumentando de intensidade. Não demora muito para que as ruas sejam tomadas por homens, mulheres, crianças, idosos e animais, que brincam ao som da bela voz do Príncipe e colocam baldes para armazenarem água.  

Na torre, o Príncipe continua a cantar, aumentando o tom de sua voz para que intensifique ainda mais a chuva. As nuvens se tornam mais escuras e a chuva fica mais pesada. 

...

No castelo, Rei Yuuto observa da janela apavorado. 

"Guardas!! Encontrem Príncipe Viktor!! Eu quero ele preso do Calabouço imediatamente!!!" Ele ordena, gritando alto.

"Sim, senhor!!"

...

Em sua torre, A Príncesa Yuuko observa a chuva ao lado do Samurai Nishigori, que a abraça. Ambos sabem que a hora da verdade está chegando.

... 

Em um lugar escuro, alguém admira a chuva da pequena janela enquanto toma uma xícara de chá, com um sorriso no rosto.

"Eu acho que está na hora." Ele diz, segurando em seu colo Pomvik e um outro ser com aura idêntica a dele, que dormiam profundamente. "Não concorda comigo, Pochayuu?"

...

Obviamente o Conselho Real está em pânico. 

Naturalmente, eles nunca levaram a sério as palavras da Princesa Yuuko. 

Mas quando as palavras profetizadas pela menina, na época com 9 anos, ecoam na mente dos 5 velhos ali presentes, lhes causando medo, eles ficam a se perguntar o que podem fazer para escapar do destino deles.

"Quando o céu escurecer e chorar por um bom tempo sobre a cidade, significa que o momento da verdade chegará. Passado, Presente e Futuro se juntarão para consertar os erros, punir os culpados e trazer a felicidade para todos."

...

"Príncipe Viktor. Você está preso!"

"Okay!"

...

Então... ele foi preso. De novo.

E sendo levado novamente com um pano nos olhos para o Calabouço, de acordo com o plano.

Só que ele não esperava ter que andar pelas ruas, algemado e com uma lança apontada nas minhas costas. 

Ele pode sentir os olhares das pessoas nele, mas não sabia que tipo de olhar elas têm. Seria ódio? Raiva? Tristeza?

"Nii-chan! Você é demais!"

"Muito obrigado pela chuva!"

"Os lagos artificiais estão cheios de novo!"

"Não precisamos racionar água por um bom tempo!"

"Conseguimos lavar a louça, a roupa e tomar banho!"

"Nós brincamos na chuva! Foi divertido!"

"Muito obrigado, Príncipe Victor!"

"Soltem ele! Ele não fez nada de errado!"

"Pois é! Soltem ele!"

"Calem a boca!" O guarda grita, logo na minha frente. "São ordens do Rei, então eu tenho que obedecê-las."

"Isso é injusto!"

"Ei, como ousa apontar essa lança para o meu filho." 

"Por favor, me leve para o calabouço." Príncipe Viktor diz, ficando preocupado. "Quanto mais rápido obedecer essa ordem, mais rápido sairá dessa confusão."

"Muito bem." O guarda diz, e o Príncipe escuta pessoas gritando antes de sentir uma forte pancada na parte das costas de sua cabeça, o fazendo cair no chão, desacordado.

~x~

[7 Anos Atrás.]

“Príncipe Yuuto!” Príncipe Viktor exclama, se aproximando do outro na Biblioteca dias depois do primeiro encontro deles.

“Olá, Príncipe Viktor.” Yuuri diz, com um sorriso triste no rosto. “Hmm, posso te pedir uma coisa?”

“Claro!” Príncipe VIktor exclama, bastante animado.

“Poderia me chamar de Yuu?” Yuuri pede, mordendo o lábio. “Já que somos noivos e é mais fofo assim…”

“Só se você me chamar de Vitya.” O Príncipe diz, ficando com o rosto corado.

“Ok, Vitya.” Yuuri diz, corando também.

“Meu Yuu, você é tão fofo!” Príncipe Viktor diz, se jogando nele e o abraçando.

Logo, as duas risadas deles dois ecoam pela biblioteca vazia.


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