Bem Perto escrita por ro_dollores


Capítulo 5
Se descobrindo


Notas iniciais do capítulo

A temperatura está subindo ...



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Sara tomou a iniciativa de tocar sua barba sentindo a textura macia, sedosa, as duas mãos aconchegaram seu rosto, bem de perto ela pôde ver seus cílios longos, bem feitos. Ele era perfeito e, a coisa toda de ter a impressão de que o conhecia, se acentuou quando seus lábios se tocaram devagar, depois profundamente. Foi delicioso e intenso.

Ele tinha um gosto bom, seu coração quis sair do peito quando ele a apertou mais contra ele. Depois de tanto tempo ela estava de novo com um homem em seus braços e estava valendo a pena como ela jamais achou que valeria.

Ela ouviu um gemido e se arrepiou, ele parecia se deliciar com o gosto dela também. Aquele som bateu em seus ouvidos e ela soube de verdade o que era entrega. Depois de um tempo que pareceu infinito, eles se separaram.

Ela sentiu o coração dele sob seus dedos. O corpo firme, a respiração ofegante, o desejo latente.

Jesus Cristo! Ele tinha um beijo tão bom, tão envolvente.

Bruce era bom com isso, mas Grissom era algo parecido com celestial, o jeito que ele a apertava, a maneira de se encostar nela e transferir o calor de seu corpo, era mágico.

Outro beijo absurdamente quente aconteceu.

Ela sabia em seu íntimo que era exatamente aquilo que aconteceria quando se tocassem. Era familiar.

Suas mãos desceram de seu rosto para o peito firme, depois ela deslizou pelos braços, pelas costas, terminando em suas têmporas.

“Meu Deus … o que está acontecendo conosco, Sara?”

“Eu não sei … eu só sei que é bom … muito bom … podemos entrar?”

“Eu adoraria …”

Eles se sentaram no sofá, tinha sido quase sem perceber, e então novamente os beijos intensos recomeçaram.

O mais impressionante era ouvir os gemidos dele em sua boca, como se sentisse um prazer absurdo. Como seria aquele homem na cama?

Que calor escaldante emanava de seu corpo, como o encaixe tinha sido tão assustadoramente perfeito?

Onde estivera aquele homem por todo o tempo, fazendo com que ela esquecesse completamente que tivera um amor dolorido pela perda?

“Grissom …”

“Hum …”

Ele não queria se separar, se o fizesse talvez o deixasse doente. A necessidade dela era tão irreal que parecia um mundo paralelo, o que havia nela que o enlouquecia?

“Nós temos que … que ir … devagar …”

Nem mesmo ela estava acreditando em suas próprias palavras, talvez fosse a voz de sua consciência, ela não poderia substituir Bruce tão facilmente, era errado. Não. Não era errado e aquele homem a obrigava a se lembrar o quão viva ela estava, era apavorantemente maravilhoso.

“Hã?”

“Nós temos … não … não temos ...ah … nós podemos … nós queremos …”

Ela já não sabia como articular as palavras, tudo estava desconexo e irreal.

Os beijos trocados entre as palavras dela pareciam mais e mais poderosos.

De repente eles ouviram uma sirene, luzes coloridas piscavam através das janelas.

Eles se separam assustados.

“O que foi isso?”

Eles se levantaram e abriram a porta, se deparando com um carro de bombeiros na casa vizinha à de Grissom.

Algumas pessoas estavam na rua, vestidas em seus pijamas e robes caríssimos.

Um murmurinho de vozes confusas e atropeladas.

Eles conseguiram entender que um garoto havia ateado fogo em seu bicho de pelúcia atingindo boa parte do quarto de dormir.

“Oh meu Deus … será que alguém se machucou?”

Eles correram para junto da pequena multidão, descobrindo que não havia feridos, apenas um susto muito grande e um menino de no máximo quatro anos chorando convulsivamente, repetindo palavras de desculpas dezenas de vezes. O que parecia ser seu pai, o acalentou no colo, o acalmando. A mãe estava histérica.

Sara se lembrava dela, Bella, em suas caminhadas, outras tantas vezes no supermercado dentro do complexo.

Mais calma, ela olhou para Grissom, totalmente desarrumado, os primeiros botões de sua camisa estavam abertos, os cabelos em desalinho, os lábios saborosos muito vermelhos. Ela teve vontade de rir em meio àquela bagunça, depois tocou em seus próprios cabelos sabendo que estava igualmente fora da linha.

Ele estava compenetrado nas pessoas, o cenho franzido, muito preocupado e abraçado a ela. 

“Será que precisam de ajuda?”

“A mãe parece um tanto fora de controle!”

Eles se aproximaram dela, como se tivessem combinado.

“Vocês estão bem? Precisam de algo?”

Ela olhou para Sara, depois para Grissom, sua expressão horrorizada, o medo transparecia em seu semblante.

“Eu acho que não … foi um susto muito grande … eu … coloquei ele na cama, fiquei … com ele até que pegasse no sono … fui para a sala … meu marido estava … dormindo no sofá, eu …. eu adormeci em outro e acordei com gritos! Ele trancou a porta do quarto, coisa que nunca fez … meu Deus … quase perdi meu filho, porque adormeci!”

“Acalme-se … não foi culpa sua!”

Do nada, ela abraçou Grissom como se fosse íntima. Em meio a todo aquele incidente, Sara quis rir da cara estranha e assustada, olhando para ela por cima da cabeça loira de sua vizinha. Ele não a tocou, as mãos dele estiverem o tempo todo longe dela. Antes que o marido percebesse a interação de mão única, ela o salvou. 

“Venha … vou lhe dar um copo de água!”

Ela obedeceu, não sem antes olhar bem de perto para ele, ainda muito apavorado.

Sara procurou imediatamente pelo marido. Ele ainda estava com o filho no colo, conversando, de costas, com um bombeiro muito alto.

Assim que ela bebeu totalmente todo o líquido e se acalmar, Sara notou que Grissom estava à porta, as mãos nos bolsos, olhando com a cabeça inclinada, totalmente introspectivo.

O sofá, que momentos antes fora testemunha de um fogo absurdo, agora estava servindo de amparo para sua vizinha. Eles viram ela se deitar, segurando a cabeça,  fechando os olhos. Ela estava realmente fora do ar.

Ele balançou a cabeça e olhou para Sara.

“Está arrasada!”

“Acho que está em choque! Deixe ela descansar, vou avisar o marido.”

“Eu já fiz ... ele me disse que ela precisava dormir, pois tomou vários calmantes!”

“Oh …”

Sara foi até o quarto, trazendo um cobertor, cobrindo-a.

“Vamos deixar que descanse!”

Eles foram até a cozinha, os dois beberam também generosos copos de água e se sentaram de frente um para o outro. A tensão sexual entre eles ainda estava visível.

Grissom suspirou e estendeu a mão para pegar a dela, havia um sorriso nervoso em seus rostos.

A campainha tocou.

Era Michael, o marido de Bella, minutos depois, ele a estava amparando para que pudessem ir para a casa da mãe dele, ele havia informado que apenas uma pequena parte do quarto havia sido afetada, mas o cheiro tóxico estava por toda casa.

“Muito obrigado, Sara! Foi muita gentileza.!”

“Imagine, foi um prazer ajudar!”

…………………………………………………………………

Ao fechar a porta e se virar, ela topou com a massa firme do peito largo.

Aquele olhar que a atravessava, sensual e carente, os dedos massageando seus ombros lentamente, a respiração presa.

Sara estava mole em segundos, ela desceu os olhos pelo pescoço exposto, pela abertura de sua camisa.

“Onde …”

Não houve tempo para terminar a frase, ele não podia esperar mais, era doloroso retroceder as reações de seu corpo, controlar o desejo muito forte que sentia por ela, como nunca havia sentido, não daquela maneira. 

Os beijos vieram, muitos deles, ainda em frente a porta fechada.

Ele a encostou na parede, sem se desgrudar dela, ela estava perplexa com a volúpia daquele encontro, cada nervo de seu corpo clamava por ele.

Sara ergueu levemente sua perna, encaixando na dele, a pressão se avolumando com um calor absurdo. Ao balançar seu corpo no dela, se encaixando entre suas pernas, ele reconheceu que precisava de uma cama debaixo deles. 

Em um gesto rápido ele a carregou no colo, sem perder o contato.

Ela apenas indicou com o dedo a direção a ser tomada e agarrou seu pescoço para lhe dar mais segurança. 

Com um pé, ele empurrou a porta e a ajeitou na cama, ainda no contato visual, ele passeou pelo corpo dela, como se buscasse a vida. 

Ela o puxou para ele, rodopiando para ficar por cima, descompactando o restante dos botões. 

A pele dele estava em chamas, ela arranhou seu peito e viu quando ele prendeu a respiração.

“Oh céus …”

A cama foi testemunha da força daquela junção tão fantástica.

Ele a despiu devagar, maravilhado com a descoberta do corpo bem feito, ela era uma deusa se arrepiando a cada toque de seus dedos, de seus lábios, era como se ele a conhecesse há tempos! Era uma estranha sensação de estar no conforto de uma relação duradoura, e não naquele pequeno pedaço tempo!

Ele nunca vira uma mulher responder com tanta perfeição aos seus estímulos!

Aquilo o excitava de uma maneira quase insuportável. Seu corpo experiente clamava por satisfação, mas ele precisava se conter, por ela!

A luz da lua estava refletindo sobre o corpo dela, criando efeitos mágicos, ele terminou de se despir e se juntou a ela.

Quando eles se fundiram, foi como se realmente estivessem em casa, o fogo ardente, os gemidos vívidos e sensuais, o nome dela pronunciado roucamente lhe dava a plena certeza que nada era mais certo que aquele encontro.

Ela chegou várias vezes, antes que ele finalmente, se rendesse vencido.

Sara ficou embevecida, correspondendo aos beijos macios e calmos que trocaram após a saciedade, com delicadeza, ele beijou seu rosto, o nariz, o pescoço, sensível pela fricção gostosa dos pelos de sua barba, voltando várias vezes aos seus lábios, brincando com sua boca. Ele estava sorrindo, ela sabia.

Ao se deitar ao lado dela, ele a puxou para seu peito, beijando o alto de sua cabeça.

As batidas de seu coração se acalmando.

Ela alcançou o controle do som, ao lado da mesa de cabeceira.

Uma canção delicada, blues com toques suaves e sensíveis, de piano e saxofone.

“Gosto dessa canção.”

“Eu também, tenho toda coleção dele.”

Grissom ficou imaginando quem mais poderia ter ouvido com ela, e estranhamente sentiu uma pontada de ciúmes. Ele estava apaixonado por ela, e com toda certeza, pela entrega, ele esperava que ela também!

“Gil …”

Ele olhou para ela imediatamente, se deliciando com o som de seu nome dito daquela maneira. Ela estava descansando o queixo em seu peito, depois de ter distribuído diversos pequenos beijos sobre ele.

“Eu preciso confessar que aquela sensação ainda persiste!”

“De que nos conhecemos?” - Ele se assustou quando a realidade caiu sobre eles, era exatamente assim que também se sentia. - “Eu também …”

Ele tocou seu rosto, acariciando a bochecha com dedos macios.

“Se acreditasse em outros planos, talvez aceitasse alguma explicação …”

“Eu não acredito, mas tenho que concordar … de novo!”

Ele a apertou em seus braços, deslizando as mãos em suas costas aveludadas. O sentimento era de puro encantamento, ele estava feliz, como há muito tempo não se sentia.

“Estou me sentindo … feliz!”

Ela sentiu que o coração dele disparou como se corresse uma maratona, foi a resposta que precisava para saber se ele era um homem sensível. Ela tinha que agradecer aos céus por ele estar ali! Com toda certeza o que sentiu nada tinha a ver com gratidão, mas por atrair homens de verdade para sua vida! Ele era especial, viril, experiente, impressionante!

Bruce tinha sido bom.

Grissom estava sendo também!


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Notas finais do capítulo

obrigada pela companhia.



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