POV Edward

— Ei, cara! – Ouvi Jasper me chamando do outro lado da mesa.

— Sim?

— Está meio avoada hoje cara, aconteceu alguma coisa? Achei que iria gostar de sair com a gente.

Neguei com a cabeça, ainda distraído.

— Não é nada, só achei que a festa estaria mais legal – Dei um gole em minha cerveja enquanto observava as pessoas dançando descontroladamente na pista logo à frente.

— Podemos deixar as coisas mais legais para você – Rose que estava ao meu lado sorriu maliciosamente e puxou uma cartela com pílulas de dentro de seu corpete preto.

Torci a boca.

— Acho que não, Rose, obrigado.

Jazz deu um risinho.

— Acho que sei qual é o problema: Edward está apaixonadinho.

Me voltei para meu irmão, assustado.

— O que foi? Ainda não tinha notado? Vocês homens são tão lentos! – Rosalie revirou os olhos e tragou seu cigarro.

— Não posso estar apaixonado, eu conheço Bella a menos de uma semana! – Abanei as mãos, afoito.

— Olha só! Nem dissemos nome algum e você já pensou nela! Cara, você ta muito fodido! – Rose riu e soltou fumaça pelas narinas, eu a chamaria de dragão mais tarde.

— Olha, não é o ideal, mas acontece – Jazz deu de ombros.

— Eca, espero que nunca aconteça comigo! – Rose encenou um vômito.

Bufei.

— Foda-se, eu me recuso a me apaixonar agora que finalmente estou livre! Eu vou ocupar minha mente - Me levantei da cadeira em um ímpeto sob os olhares atentos dos meus irmãos e analisei as opções a minha volta.

Meus olhos pararam em uma garota loira sozinha no bar, de costas para mim.

Ajeitei meu cabelo e em passos decididos, fui em sua direção.

— Fala aí, chefia, me vê o de sempre - Pedi ao barman me apoiando com apenas um braço no balcão. O barman franziu o cenho - aquilo era uma cara de nojo? - e se afastou indo atender outra pessoa.

Meu sorriso vacilou, mas antes que perdesse a coragem, me virei para a garota que estava com a cabeça baixa, encarando sua ice pela metade.

— Oi - Ela levantou o olhar e eu dei um sorriso de lado, balançando minha cabeça em um movimento rápido para impressioná-la com meu cabelo - Vem sempre aqui?

A loira deu um sorriso tímido e colocou uma mecha de cabelo atrás da orelha.

— É a minha primeira vez aqui - Sua voz saiu tão baixa que tive que me inclinar para poder ouvi-la.

— Hum - O que eu tinha que fazer agora? Nunca cheguei mais longe do que isso, pelo menos não sóbrio - Legal, quer dançar?

Ela piscou, atônita com o convite.

— Não quer saber meu nome primeiro?

— Ah, verdade. Fala aí.

— Meu nome é Gina – Ela se apresentou se ajeitando no banco.

— Hum...- Fiz distraído enquanto olhava para o chão da boate contando quantos copos havia ali. Aquelas pessoas não tinham modos?

Quando voltei meu olhar para Gina, ela me encarava com uma sobrancelha erguida.

— E o seu é...?  - Ela incentivou e voltei a mim, percebendo meu vexame.

— Ah! Edward. Muito prazer.

— O prazer é todo meu e o seu nome é lindo – Gina apoiou o queixo em sua mão e deu um sorrisinho.

Uma certa pessoa poderia aprender a elogiar nomes com Gina; Bella havia me confessado no parque, quando ficamos até tarde conversando, que tinha soltado um “Que horror” quando descobriu o meu nome e eu, por outro lado, agora não tinha mais moral para exigir algo envolvendo nomes, já que até hoje cedo achava que ela se chamava “Bella” e não “Isabella”. Sorri com a lembrança, mas logo voltei à realidade.

Eu estava na festa, ela não.

Olhei em volta, meio nervoso.

— Então...veio acompanhada?

— Não, eu cheguei na cidade faz pouco tempo e ainda não tenho amigos – Deu de ombros.

— Isso é triste – Franzi o cenho.

— Não mais, agora eu te conheço – Ela piscou em minha direção.

— Podemos dançar agora? – Quase implorei, não querendo a responder.

Ela fez uma careta.

— Essas músicas pop são péssimas!

Fechei a cara. Como ela ousava falar mal do melhor estilo de música do mundo?

— Vamos, daqui a pouco muda para alguma eletrônica – A incentivei. Não queria continuar conversando, queria apenas curtir a noite.

Ela hesitou.

— E sua bebida?

— Ah, o...meu amigão barman guarda para mim.

— Mas...

— Olha só, começou uma nova música! Vamos!

Toquei em seu ombro e a guiei para a pista cheia.

Nos movimentamos desajeitados ao som da música eletrônica que ribombava pelo ambiente escuro e fechado. Estávamos apenas a alguns centímetros de distancia e para beijá-la, bastava eu me abaixar um pouco.

Virei meu rosto para que, por cima do meu ombro, pudesse enxergar Jasper e Rosalie me olhando da mesa com cara de repulsa.

Rose franziu a testa e apontou com o queixo na direção da garota que dançava comigo em uma clara pergunta: “O que você está tentando fazer, seu estranho?”.

Levantei meus braços a respondendo de volta: “Eu não faço a mínima ideia!”.

Voltei minha atenção para Gina que estava dançando de olhos fechados, ainda segurando sua ice.

— Ei – A chamei, sem nem saber por quê.

Ela abriu os olhos e me fitou com curiosidade, esperando pelo meu próximo passo.

Me aproximei mais, observando seus lábios se entreabrindo para me receber.

Então, sem querer pensar mais no que estava fazendo, a beijei.

Durante toda a minha pré-adolescência e adolescência, eu sonhei com um momento como aquele, em que eu estaria bebendo e beijando uma garota bonita no meio de uma festa; mas eu me sentia tão estranho, como se estivesse me forçando a fazer aquilo. Tudo parecia tão errado, a música sem letra, o gosto de sua boca, o jeito que ela segurava meu cabelo, a própria garota...

A trouxe para mais perto, tentando fazer com que aqueles pensamentos me deixassem. Afinal, qual era o meu problema? Eu estava enfim fazendo o que sempre quis e não conseguia me concentrar na porra de um beijo!

Eu já sabia que estava fodido quando só queria voltar à mesa e beber mais com meus irmãos, que aliás, tinha certeza que estavam me fuzilando com os olhos neste momento pois sentia minhas costas queimando.

Minha mente estava à milhão, simplesmente não conseguia curtir o momento, mas mesmo assim tentava.

Foi quando a música começou.

“If I said I want your body now

Would you hold it against me

Cause you feel like paradise

And I need a vacation tonight

So if I said I want your body now

Would you hold it against me

Hey you might think

That I'm crazy

But you know I'm just your type

I might be little hazy

But you just cannot deny

There's a spark in between us

When we're dancin' on the floor

I want more, Wanna see it,

So I'm askin' you tonight...”

“Se eu dissesse que quero o seu corpo agora

Você gostaria menos de mim?

Pois você parece o paraíso

E preciso de férias essa noite

Então, se eu disser que quero seu corpo agora

Você gostaria menos de mim?

Ei, você pode achar

Que eu estou louca

Mas você sabe que eu sou o seu tipo

Posso ser meio confusa

Mas não dá para negar

Que tem um brilho entre nós

Quando dançamos na pista de dança

Eu quero mais, eu quero ver

Então essa noite eu vou te pedir...”

Parei de me movimentar, todos os músculos do meu corpo estavam rígidos, meus olhos agora abertos, encaravam o nada.

Aquela música, mesmo tendo uma batida que faziam todos a minha volta dançar, me fazia lembrar da primeira e última vez que vim nessa boate, e com quem eu estava.

— Edward? – Ouviu Gina me chamar quando se afastou percebendo minha mudança repentina.

Contraí meu maxilar, engolindo em seco procurando as palavras certas.

— Eu...me desculpa, Gina, você parece ser muito legal e é muito bonita, mas eu não posso fazer isso – Saiu quase como um sussurro para aquele lugar, mas por estar perto o bastante, Gina conseguiu ouvir.

— Algum problema? Foi algo que eu fiz?

Neguei com a cabeça, embora tenha lembrado rapidamente dela julgando as músicas Pop que tocavam intercaladas com as eletrônicas, mas não era esse o problema.

— Não, eu só...preciso encontrar uma pessoa – Pisquei algumas vezes antes de encontrar seus olhos preocupados – Foi bom te conhecer, Gina, espero que ainda faça muitos amigos- Ela abriu a boca, mas antes que pudesse dizer algo, eu me virei e voltei de cabeça baixa para mesa onde estavam meus irmãos.

Por algum milagre, eles se mantiveram calados, apenas me observando.

Suspirei pesadamente.

— Vocês estavam certos – Soltei derrotado.

— Tá aí uma coisa que não ouvimos todo dia!

— É claro que estamos!

Eles berraram, um por cima do outro.

— O que eu faço agora? – Apoei minha cabeça em minhas mãos, perdido.

— Eu sei lá, nunca aconteceu isso com nenhum de nós.

— Verdade. Olha, não vamos mentir dizendo que não estamos um pouco decepcionados por você ser um emocionado de merda, estamos decepcionados, e MUITO.

— Obrigado Jasper – Resmunguei de olhos fechados.

— Eu ainda não acabei! Pelo amor de Deus, você nem lembra de ter beijado essa garota! Só saiu com ela duas vezes, vocês parecem dois virgens!

— Eu sou virgem, Jasper.

— Esse que é o problema, ainda não mudou isso!

— Quando eu fui tentar mudar isso, eu vomitei na sala dela.

Ele balançou a cabeça com uma cara de reprovação.

— O que o Jazz está querendo dizer, é que está sendo tudo muito rápido, você nunca teve esse tipo de contato antes, então não tem como ter certeza se o que sente é para valer ou apenas fogo de palha.

— Eu tive a certeza há alguns minutos atrás naquela pista de dança, isso está me deixando maluco! Não consigo pensar em mais nada!

— Nem a garota ajudou?

Neguei.

— Gina foi um amor, menos quando falou mal das músicas que eu gosto, mas não rolou química alguma.

— Se fosse para rolar química eu jogava vinagre e bicarbonato de sódio em vocês – Rose rolou os olhos.

— Gina? Você comeu a vaGINA dela?

— Jasper...não.

— Não podia perder essa, cara.

— Péssimo – Balancei a cabeça, discordando.

— Então, já que você tem a certeza então vamos tentar te ajudar a como chegar na sua garota – Rose soou decidida.

— Vamos?

— Vamos, vai ser divertido! – Rose sorriu diabolicamente.

Jasper sorriu de lado enquanto trocava olhares e gestos com Rose.

— Saiam dessa conversa particular! Eu não tenho seus poderes de gêmeos para participar – Murmurei chateado.

— Ok, primeira coisa Ed: Elogie sua mina.

— Certo...- Confere.

— Sim, elogie sua mina. Elogia o corpo dela, é muito bonito.

— Rose, para de ser fura olho. Segundo: Tem que deixar claro que você a quer.

— Vou ter que andar com um pôster em neon então, porque isso já é algo óbvio – Passei meus dedos na boca da garrafa de cerveja vazia na mesa, distraído.

— Edward, você não é nada direto, sabemos disso e a menina não tem que ficar desvendando seus enigmas não – Rose jogou na minha cara.

Suspirei, apenas ouvindo.

— Ok, terceiro: Chame-a para sair de verdade, não para essas caminhadas de merda.

— Isso! Chama ela para malhar! Malhar sempre aproxima as pessoas.

— Eca, não faz isso, Ed, chama ela para fumar maconha! Isso sim aproxima as pessoas e o sexo fica ótimo!

— Vocês não estão ajudando nada – Resmunguei emburrado.

— Estamos fazendo o que podemos para deixar nosso querido irmão feliz! – Jasper soou ofendido.

— Quarto: Ponha uma cueca bem bonita e toma banho antes de ir encontrá-la – Rose recostou na cadeira, levantando as sobrancelhas maliciosamente.

— Quinto: Bate na bunda dela e chame de vadia!

Eu e Rosalie franzimos o cenho e encaramos Jasper.

— Que foi? Eu sempre faço isso!

— Asqueroso – Rose comentou e eu concordei.

— Que seja.

— Ok, sexto: Põe uma música bem gostosa para pintar um clima.

— Por favor Edward, nada de Britney Spears! – Jazz implorou.

— O quê? Por quê? Ela também adora a Britney!

— Ótimos, dois esquisitos – Rose murmurou baixinho.

A fuzilei com o olhar.

—Sétimo: Se sentir que vai broxar ou chorar, liga pra gente – Jazz continuou.

Arqueei uma sobrancelha.

— Vão ir me buscar?

— Não, vamos rir da sua cara pelo telefone mesmo – Rose completou rindo.

— Tá bom, chega! Eu vou fazer o que EU quiser e o que quero agora é continuar aqui em silêncio fingindo que estou morto!

— Oi pessoal! Não sabia que estariam aqui! – Uma voz feminina se aproximou de nós. Continuei de cabeça baixa.

— E aí, Kate! Oi Garrett, tá bonitão hein – Jasper os cumprimentou seguido por Rosalie.

— Você também está ótimo irmão, gostei das botas de cowboy!

Neguei com a cabeça em um pequeno movimento; aquelas botas eram horríveis e ficavam ainda piores com a calça vermelha apertada e a regata preta de tachinhas que ele usava.

— Edward? – Senti Kate me chacoalhar, mas não me movi – O que aconteceu com ele?

— Problemas com o coração – Jazz respondeu.

— Edward, você ta passando mal!? Quer que eu chame ajuda? – Minha prima segurou meus ombros com força, berrando eu meu ouvido.

— Não problemas desse jeito, Kate – Gemi deitando minha cabeça por completo na mesa.

Kate me soltou e a mesa ficou alguns segundos em completo silêncio.

— Bella – Ouvi Rose sussurrar, provavelmente para Kate.

— Ah! Ed, por que não está com ela agora, então?

— Ele queria testar outras bocas – Agora foi a vez de Jasper se meter.

— Ela não quis vir – Corrigi tendo de falar mais alto por conta da minha voz sendo abafada pela madeira da mesa.

— Então vai até ela, ué, ela está sozinha no apartamento. Vocês complicam tanto as coisas simples!

Ergui minha cabeça abruptamente.

— Você tem razão, Kate.

— Óbvio –  Ela me mandou um beijo e se pendurou no pescoço de Garrett. Todos naquela família eram tão presunçosos assim?

Recolhi minhas coisas da mesa, as guardando em meus bolsos e me levantei sob o olhar de todos.

— Vai mesmo, cara? – Jazz pareceu surpreso.

— Vou, uma frase da Kate me ajudou mais do que uma noite toda com vocês.

— Cara, não esperava que fosse ser corajoso assim! -  Rose deu um risinho e cruzou os braços, observando a cena.

— Morra – Murmurei antes de dar as costas a eles.

— Não esqueça do banho!

— E da cueca!

— A maconha também, é o mais importante!

— Põe um chiclete em baixo da língua pra tirar esse seu bafo de onça!

— Leva uma banana pra aprender a como colocar uma camisinha no caminho!

— Não esqueça de xingá-la! Vai deixar ela excitada!

— Nada de tentar seduzi-la com músicas da Britney Spears!

— Se broxar, liga pra gente!

Deixei meus irmãos falando sozinhos e segui para a saída do lugar.

Enquanto marchava em direção ao seu já conhecido apartamento, tentava formular as desculpas que usaria para ter deixado a festa e ido até ela.

Subi as escadas correndo e toquei sua campainha, um suor frio se acumulando por todo meu corpo.

Ouvi uma fungada do outro lado e balancei meu corpo nervosamente.

Era agora.

O que estava fazendo ali mesmo?

Aquela pergunta parou de importar quando a porta foi aberta.

— Oi, o que você está fazendo aqui? – Bella passou as mãos rapidamente por seu rosto e cabelo.

Ela estava linda, o nariz com a pontinha vermelha, o cabelo preso em um coque levemente bagunçado e seu moletom largo davam a ela um brilho ainda maior.

— Oi. Desculpa vir sem avisar, é que a festa estava um saco e eu não conseguia parar de pensar em vo...voltar com a nossa conversa de hoje cedo – Tossi propositalmente e desviei meu olhar para tentar encobrir minha gafe.

— Ah...ah! Entra aí então – Ela soou surpresa e me deu passagem para entrar.

Hesitante, adentrei sua sala e a observei trancar a porta e voltar ao sofá. Será que eu estavam incomodando? Será que ela queria me ver? Eu deveria dizer que estava com diarréia e ir embora?

— Eu estou atrapalhando algo? Você estava chorando? – Perguntei reparando em seus olhos inchados e em sua voz embargada.

— E-eu apenas me emocionei com um filme...nada de mais – Ela gaguejou um pouco e passou as mãos de novo em seu rosto, para garantir que não houvesse mais nenhuma lágrima ali.

Aproveitando a deixa, e agora com um assunto em mente, me sentei no sofá ao seu lado.

— Então você chora vendo filmes românticos? Achei que era apenas um estereótipo feminino – Provoquei.

— E é um estereótipo feminino, e eu não costumo chorar, mas esse foi muito bonito. Mas Emmett nunca pode saber disso ou nunca me deixará em paz – Ela corou.

— Não sei muito sobre isso, minha irmã costuma rir em filmes de terror e dormir em comédias românticas – Fiz uma careta ao me lembrar dos filmes sangrentos e com espíritos que Rosalie assistia como se fossem programas de familiares de domingo. A minha irmã era sinistra.

Bella deu um riso rouco e eu fiquei sério, ouvindo aquele som.

— O que acha da gente assistir “Diário de uma Paixão”? Assim você tira suas próprias conclusões.

Perfeito! Assim eu poderia ficar pertinho dela!

Dei de ombros fingindo indiferença.

— Eu topo.

Ela colocou o tal filme água com açúcar e assistimos até um certo ponto, quando comecei a sentir meus olhos arderem. Droga, por que os pais da protagonista, Allie, tinham de ser tão idiotas?

Para disfarçar minha comoção e me distrair do filme triste, fui me arrastando lentamente na direção de Bella, que estava a uma boa distância, no outro canto do sofá.

Pelo canto do olho, a vi respirar fundo, sabia que viria algo.

— O quê realmente veio fazer aqui? – Bella soltou de repente, mas eu já estava pronto para aquele momento pois pelo caminho, vim pensando em cada possível pergunta que ela me faria.

Assumi uma postura mais séria e sem querer mais enrolações, resolvi me confessar.

— Eu vim te ver. Eu falei sério quando disse que aquela festa estava um saco, não foi a mesma coisa sem você lá.

Bella mordeu os lábios e tive que fechar minha boca rapidamente antes que babasse.

— E assistir “Diário de uma Paixão” comigo de moletom rasgado e cara inchada está sendo bom? – Ela me testou.

Sorri.

— E como! – Maravilhoso!

— Então, Lorde Edward, o que está esperando para me beijar?

Paralisei por alguns milésimos de segundo, não acreditando naquela frase.

Eu estava sendo o mais direto que conseguia e Bella em algumas palavras avançou mais do que eu em uma hora e meia de filme, ou melhor, em três dias!

Senti meu corpo todo esquentar com aquela simples frase, eu estava em chamas e a culpa era de Bella.

Ela se arrastou e ficou de joelhos no sofá ao meu lado até seu rosto ficar a milímetros do meu.

Nos encaramos, sem querer que aquele momento acabasse, mas também ansiava por senti-la em meus lábios.

— Você é rápida – Sussurrei.

— Você vai ou não me beijar? – Provocou, seu hálito doce batendo em meu rosto.

Sem suportar mais a distância, a puxei para um beijo intenso, as chamas em mim se tornando cada vez mais flamejantes cada vez que nossas línguas se tocavam e nossas mãos deslizavam sem rumo.

— Eu prefiro quando você não está bêbado – Sua voz estava entrecortada quando parou nosso beijo para respirar.

Capturei de novo seus lábios vermelhos. Ela estava certa, se fosse para ter mais experiências como aquela, eu nunca mais beberia. Mesmo não me lembrando de como havia sido na primeira vez que fizemos isso, duvidava que tivesse sido tão bom assim, e duvidava que um dia qualquer outro beijo se compararia com aquele.

A deitei e puxei suas pernas para que ficassem em volta de minha cintura, me pondo sobre ela

Merda, pensei quando senti o contato de nossas intimidades juntas. Eu não conseguia mais me controlar, e sabia que acontecia o mesmo com Bella.

Deslizei minhas mãos sob sua blusa, percebendo que ela não usava sutiã algum. Querendo acabar com a minha curiosidade e mais rápido possível, a ajudei a se livrar da peça.

Meu olhar parou naquela cena à minha frente: Bella deitada sob meu corpo, seus pequenos seios a mostra subindo e descendo rapidamente pela sua respiração ofegante, seus lábios estavam entreabertos e algumas mechas de cabelo castanho se espalhavam por seu rosto vermelho.

— Você é a mulher mais linda que já vi – Murmurei maravilhado.

— Acho que você ainda não tem muitas experiências como essa para afirmar algo – Ela brincou, um pequeno sorriso nascendo nos cantos de sua boca.

Fiquei sério, contraindo meu maxilar e sustentando seu olhar.

— Quando eu coloco algo na minha cabeça é difícil de tirar – Repeti a frase que ela havia me dito naquela manhã. Não sei como me recordava pois me considerava muito distraído, mas aparentemente, esse meu defeito não funcionava quando estava com Bella, pois agora todas as suas falas estavam fixadas em minha mente.

Ela sorriu e voltou a me beijar, mas logo seus lábios desceram até meu pescoço, beijando e chupando com força.

Senti todo o meu corpo se arrepiar com o contato aquela área que parecia estar diretamente ligado ao meu pau. Respirei pesadamente e pressionei com ainda mais força nossos quadris.

Bella gemeu baixinho e foi a minha vez de atacar seu pescoço. Passei a língua lentamente por sua pele, sentindo seu gosto e a mordi de leve. Ela se contorceu em baixo de mim e agarrou meus cabelos.

Desfiz nosso contato para tirar minha camisa rapidamente e Bella aproveitou para se desfazer de sua calça, ficando apenas com uma calcinha rosa de renda.

Sorri com aquela visão.

— Você me disse que era a sua cor favorita, eu não esqueci.

— Então você já esperava por isso?

— Vamos dizer que eu ansiava por esse momento – A observei atentamente enquanto ela se levantava aos poucos, suas mãos indo parar no cós de minha calça jeans, abrindo seu zíper e a tirando de meu corpo, revelando minha cueca branca.

Ela deu um sorriso travesso e arqueou as sobrancelhas.

— Que pena, não é rosa – Brincou vindo em minha direção me obrigando a deitar enquanto ficava por cima, cada perna de um lado do meu corpo.

— Não se preocupe, baby, não vamos mais precisar dela – Ergui meu quadril com Bella ainda em cima de mim para retirar a última peça que restava em meu corpo.

— Droga, Edward – Bella mordeu os lábios e tratou de descer sua calcinha até seus joelhos e depois se levantar um pouco para acabar de vez com aquilo e enfim, estarmos completamente nús.

Nossos sexos se encontraram quando ela voltou para a posição anterior e eu fechei meus olhos com força, tentando me controlar ao máximo.

Agarrei sua nuca e a trouxe para meus lábios, que agora estavam mais ávidos em busca de um contado maior. Fiz um percurso com minha língua passando por seus lábios, seu queixo, seu pescoço, pelo lóbulo de sua orelha, onde dei uma mordidinha e voltei a descer até chegar em seu seio esquerdo.

A fitei por cima dos cílios enquanto chupava seu mamilo rosado.

Bella gemeu e apertou meu ombro, cravando um pouco suas unhas e rebolou em meu colo, fazendo com que eu intensificasse as sucções e apertasse sua cintura enquanto minha outra mão explorava seu seio direito.

— Ed...- Sua voz saiu um sussurro – Chega de preliminares.

Eu concordava.

Abocanhei rapidamente seu outro seio, mas logo a soltei.

Em um resmungo conjunto, Bella se pôs de pé.

— Fica assim, eu já volto.

Ela foi em direção ao pequeno corredor do apartamento e voltou segundos depois com uma camisinha.

Ainda bem que ela lembrou, eu tinha esquecido totalmente desse detalhe, os filmes pornográficos que assistia não tinham esse adereço.

Assisti enquanto Bella retirava a camisinha do pacote e delicadamente segurava meu membro duro para vesti-lo.

Soltei um pequeno gemido com seu contato.

— Bella, volta pra cá – Resmunguei a puxando de volta.

Ela novamente se pôs sobre mim e me beijou com voracidade, deixando com que sua entrada roçasse em meu membro.

Apertei ainda mais sua cintura para que o contato fosse aprofundado, mas ela parou e olhou em meus olhos.

— Tem certeza? Tem certeza que quer que sua primeira vez seja comigo? Assim, nesse sofá? – Bella tinha se afastado o suficiente apenas para conseguir fazer as perguntas, seu cabelo fazendo uma cachoeira ao redor de nossos rostos.

— Sim, é o que mais quero– Respondi firme, vendo-a procurar algum traço de dúvida em meu semblante e como não encontrou nenhum, voltou a me beijar.

Ela encaixou nossos sexos com uma mão e apoiou a outra em meu peito e pouco a pouco, foi sentando lentamente

Ofegamos juntos quando meu membro entrou nela por completo.

Bella rebolou um pouco, apreciando a sensação de olhos fechados e mordendo os lábios. A visão do paraíso.

Joguei minha cabeça para trás quando ela começou a cavalgar sobre mim, seus movimentos ficando cada vez mais rápidos.

Levei minha mão até sua bunda, apertando forte a região.

Bella abriu os olhos e notou que eu a observava admirado e provavelmente com uma careta por tentar conter meus gemidos.

Ela sorriu sensualmente enquanto se remexia acima de mim, seus seios balançando com o movimento. Ela pegou minha mão, que alisava sua coxa a levando até seu seio direito.

O acariciei, prestando atenção em cada expressão que passava por seu rosto.

Bella aumentou ainda mais a velocidade das estocadas e agora eu e ajudava elevando meu quadril, parecendo uma dança sincronizada.

— Bella...- Gemi baixinho e ela entendeu o recado: Eu estava perto. Bella deitou seu corpo sobre o meu e sugou minha língua com vontade.

Escorreguei minha mão por entre nossos corpos, chegando até seu clitóris que estava úmido devido a excitação. Movi meus dedos, explorando o local e senti Bella estremecer em meus braços, aumentei o ritmo e ela fez o mesmo com seu quadril.

Senti um formigamento, agora muito mais forte vindo e sem conseguir mais me conter, gozei na camisinha. Bella continuou a se remexer, seu interior se contraiu, me apertando ainda mais, ela mordeu meu lábio inferior com força contendo um gemido alto, que mesmo assim saiu, e senti o gosto de sangue na boca, mas não me importava com mais nada.

Ela cessou os movimentos e caiu sobre meu peito que subia e descia rapidamente por conta da respiração acelerada.

— Isso foi...- Não consegui terminar meu pensamento, apenas ri ofegante enquanto fitava o teto.

Bella me acompanhou na risada.

— É... – Ela concordou.

— Você é incrível – Afaguei seu cabelo.

Ela virou o rosto vermelho para me olhar, apoiando meu queixo em meu peito.

— Nós somos incríveis – Me corrigiu, dando um meio sorriso e se esticando para beijar o canto da minha boca.

Se isso é o paraíso, eu não me importaria de morrer agora.

Quem precisava de lições idiotas para conquistar alguém, afinal?