Arquivos da Frota Estelar 7 - William T. Riker escrita por Valdir Júnior


Capítulo 6
Incursão




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O delegado distrital Kibohr tamborilava nervosamente com os dedos a sua mesa. Seus homens e os do Sindicato já estavam procurando o oficial da Frota Estelar a mais de cinco horas e não haviam encontrado nenhum sinal dele. A última notícia que ele havia recebido é que Riker fora visto na loja dos irmãos Keldar  na galeria do mercado, mas havia escapado com a ajuda de uma mulher, segundo informaram aqueles gananciosos ferenguis. Depois disso  havia sumido sem deixar rastros. O que não era nada bom, principalmente para ele.

Kibohr estava aterrorizado. O Sindicato não costumava ser muito paciente com quem falhava com eles e as consequências para aqueles que não cumprem o que foi ordenado eram terríveis demais só de pensar. Por isso precisava resolver o problema com urgência.

Quando o telelink tocou, ele estava tão tenso que quase saltou da cadeira. Assim que atendeu, surgiu na tela o rosto sorridente de uma mulher de pele esverdeada, cabelos negros e olhos verdes.

— Soube que vocês estão procurando um oficial humano da Frota Estelar – disse ela.

— Sim, nós estamos – respondeu o delegado – você o viu? – perguntou.

— Isso depende – respondeu a mulher – de quanto vale esta informação.

Ele olhou-a irritado, com os olhos faiscando.

— A recompensa é de cinco mil créditos, se ele realmente for capturado – respondeu Kibohr.

A mulher sorriu novamente.

— Ele está no bloco três das plataformas de embarque do espaço-porto – disse a mulher – deixe meu dinheiro preparado. Se você tentar me enganar, eu sei com quem reclamar. E você sabe que eles não gostam de quem não cumpre suas promessas.

O canal foi fechado.

O delegado acionou o circuito interno de comunicação, para falar com seus policiais.

— Shisol, o humano foi localizado no espaço-porto, bloco três – disse ele – você, Rerael e Titiar vão até lá imediatamente e tentem capturá-lo, de preferência vivo. Eu e Besaar ficaremos aqui para o caso de surgir outra informação. Mantenham-me informado.

— Sim, senhor – disse o policial.     

Kibohr estava realmente muito preocupado e irritado. Este humano estava dando mais trabalho de que o esperado. Se aqueles macacos imbecis do Sindicato tivessem feito sua tarefa direito, nada disso estaria acontecendo. Agora ele tinha de limpar a sujeira deles, ainda correndo o risco de ser responsabilizado por qualquer contratempo.

Mal haviam se passado cinco minutos quando ocorreu uma violenta explosão perto da delegacia. Assustado, o delegado chamou o policial que havia ficado com ele.

— Besaar, o que está acontecendo? – perguntou Kibohr.

O guarda chegou à porta da sala e informou:

— Parece que uma das unidades automáticas de combate a incêndios explodiu – respondeu ele.

— Vá verificar – disse o delegado – não quero problemas na frente do prédio, principalmente agora.

O policial saiu e Kibohr ouviu quando a porta de saída se abriu. Mas estranhamente ele não a ouviu se fechar automaticamente, como seria normal. Ele já havia se levantado para verificar o que havia acontecido, quando Besaar voltou, com as mãos erguidas. Atrás do policial, com um rifle phaser encostado às costas dele, estava a mulher de cabelos negros com quem havia conversado a pouco pelo telelink. E ao seu lado encontrava-se William Riker, com a arma do policial apontada em sua direção.

— Olá delegado – disse o oficial da Frota sorrindo – resolvi passar aqui para continuarmos a nossa conversa agradável. Levante as mãos por favor.

Enquanto Kibohr obedecia, a mulher empurrou o policial para perto dele.

— Você errou em voltar aqui, terráqueo – disse o delegado com raiva – e vai se arrepender amargamente.

— Eu espero que não – disse o comandante sorrindo – para o meu bem e para o seu.

Enquanto isso, Aysha voltou até a porta e atirou nos controles que acionavam sua abertura automática.

— Esta porta não abre mais – disse ela – vou fazer o mesmo com a porta dos fundos.

Quando ela saiu, Riker apontou para os policiais corruptos com o cano da arma e ordenou:

— Sentem-se no chão, no meio da sala.

Eles obedeceram, mas o delegado riu ironicamente.

— Você percebe que também está se trancando aqui dentro, Riker? – perguntou Kibohr – Não foi muito inteligente da sua parte.

Quando Aysha voltou, o oficial da Frota pediu:

— Fique de olho neles. Vou ver se consigo recuperar meus pertences.

Ele foi até a mesa do delegado, abrindo as gavetas. Na terceira, encontrou seu phaser e o comunicador.  Encontrou também alguns pares de algemas.

— Fiquem de costas um para o outro – ordenou Riker.

Quando obedeceram, o comandante uniu as mãos deles às costas e as algemou, imobilizando-os completamente.

De repente eles ouviram alguns ruídos vindo do lado de fora do prédio. Aysha foi até a janela com cuidado e viu que os três policiais haviam retornado e se aproximavam cautelosamente. Em companhia deles estavam mais três sujeitos, dois valakianos e um nausicaano, armados até os dentes.

— Ele deve ter acionado algum alarme silencioso – disse ela, apontando o delegado calmamente – nosso tempo esta acabando.

— O tempo já acabou – vociferou Kibohr com raiva – vocês estão mortos!

— Acho então que é hora de usar meu coringa – disse Will Riker acionando o comunicador.   

*   *   *

A U.S.S. Enterprise estava a caminho de Valakis quando o painel do oficial tático Worf, apitou suavemente.

— Capitão, estou captando um sinal automático de socorro vindo de Valakis – disse o klingon – é o comandante Riker, senhor.

Jean-Luc Picard olhou para o seu oficial, preocupado. Voltou-se em seguida para o comandante Data, que estava pilotando a nave.

— Sr. Data – perguntou o capitão – quanto tempo falta para chegarmos ao planeta?

— A esta velocidade, uma hora, trinta e seis minutos e quarenta segundos, senhor – respondeu o oficial androide.

Picard passou a mão na cabeça, pensativo.

— Will jamais enviaria um pedido de socorro sem um motivo grave e urgente – disse ele. Dirigiu-se mais uma vez ao piloto – Data, em quanto tempo chegaríamos usando a velocidade máxima de emergência?

— Estaríamos lá em onze minutos e trinta e seis segundos – disse o piloto – mas eu teria de coordenar com a engenharia da nave.

— Então contate o comandante La Forge e faça isso. Quero a nova velocidade implementada imediatamente.

Momentos depois o piloto comunicou:

— Velocidade programada, capitão. A seu comando.

— Acionar – ordenou ele.

Quando as estrelas começaram a passar mais rápido na tela da nave, Jean-Luc Picard sentou-se novamente na sua cadeira, preocupado.

— Aguente firme, Número Um – murmurou – estamos a caminho.

 


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