Arquivos da Frota Estelar 7 - William T. Riker escrita por Valdir Júnior


Capítulo 4
"Eu sou Aysha"




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William T. Riker deslocava-se devagar pelos corredores do mercado popular, por entre as pessoas que iam e vinham fazendo suas compras. Havia conseguido comprar discretamente em uma das barracas de lanche da feira uma espécie de pastelão e um refresco de frutas e comera tudo andando, sem parar de observar as pessoas à sua volta. Precisava ter bastante cuidado, porque agora estava sendo procurado tanto pela polícia quanto pela organização que ele sabia quase com certeza ser o Sindicato de Órion, que tinha olhos e ouvidos em todos os lugares daquele movimentado entreposto comercial. Apesar de a multidão ter lhe dado uma relativa cobertura até aquele momento, Riker teria de achar urgentemente um meio de se comunicar com a Frota Estelar.

De repente ele reparou uma minúscula loja de artigos eletrônicos em uma das galerias. Olhando em volta atentamente, Riker dirigiu-se rapidamente para lá.

Assim que entrou, um ferengi (1) baixinho, gorducho e de olhar desconfiado se aproximou.

— Bem vindo à loja de equipamentos técnicos Keldar – disse o comerciante – e eu sou Keldar, a seu dispor. Posso ajudá-lo em algo? – perguntou, olhando Riker da cabeça aos pés.

— Olá. Eu me chamo William Riker e sou oficial comandante da Frota Estelar – disse ele -estou precisando usar um comunicador com urgência para contatar minha nave.

O ferengui olhou para ele por alguns momentos. Em seguida sorriu, mostrando os dentes pontiagudos. Havia percebendo ali uma ótima oportunidade de lucrar.

— Eu tenho excelentes equipamentos para vender comandante – disse ele – com certeza nós podemos negociar um preço justo.

Riker suspirou, desalentado, entendendo a intenção do comerciante.

— Na verdade eu não estava pensando em adquirir o equipamento – disse o comandante – mas se você concordar podemos acertar um valor satisfatório para o uso dele por alguns minutos.

O sorriso do ferengi sumiu, quando viu suas chances de ganho diminuírem.

— Normalmente não trabalho com aluguel de aparelhos – disse, ainda com um brilho astuto no olhar – Mas talvez possamos chegar a um acordo.

Antes que Riker pudesse responder, um outro ferengi surgiu dos fundos da loja, se aproximou de Keldar e sussurrou alguma coisa a ele, mostrando-lhe pequeno “pad”. Quando ele leu o que estava escrito, ficou sério de imediato e olhou discretamente para o oficial da Frota. Mas em seguida voltou a sorrir.

— Você poderia me dar licença por um instante comandante? – perguntou o ferengi – vou verificar se o equipamento está funcional para podermos negociar de maneira justa.

Keldar rapidamente voltou para os fundos da loja, enquanto o outro ferengi ficou no balcão, olhando nervosamente para Will Riker.

A atitude dos ferengis deixou o comandante em estado de alerta. Ainda estava pensando no que fazer quando uma mulher repentinamente entrou na loja. Ela era alta e muito bonita, com cabelos profundamente negros e olhos verdes escuros. Sua pele, apesar de ser morena clara, possuía um leve tom esverdeado. Estava usando um macacão colante cinza.

Assim que entrou, ela se dirigiu diretamente ao comandante Riker.

— O ferengi está neste momento se comunicando com a delegacia de polícia – disse ela – já existe uma recompensa por sua captura e ele pretende recebê-la. Você precisa sair daqui agora. Venha comigo.

Riker deu dois passos e olhou para fora. Viu que um grupo de quatro policiais estava atravessando o mercado e indo na sua direção.

Ele voltou-se para a mulher, preocupado.

— Como vou saber que você também não está me levando para uma armadilha? – perguntou.

Ela deu um sorriso discreto.

— Se essa fosse a minha intenção, eu não teria nem entrado na loja – respondeu ela – além disso, o homem que você tentou ajudar lhe disse meu nome. Eu sou Aysha.

Depois de hesitar por alguns segundos, o comandante encaminhou-se para a porta da loja.

— Vamos então – disse ele a Aysha – mostre o caminho.

E os dois saíram rápido, deixando para trás os atônitos e decepcionados ferengis.

 

 

Referência do Capítulo:

(1) Os ferengis ou ferenguis são uma espécie humanóide cuja cultura é caracterizada por uma obsessão mercantil com o comércio e por uma atitude egoísta e traiçoeira, na qual a obtenção do lucro a qualquer preço é a regra fundamental. Seus traços físicos marcantes são as grandes orelhas, os dentes afiados e a baixa estatura. Suas leis determinadas pelas Regras de Aquisição, um conjunto de normas que regem o seu sistema comercial e, por conseguinte a sua sociedade.


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