All I have! escrita por Nane yagami


Capítulo 1
Tudo o que tenho!


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoinhas, fazia um tempaço que essa One estava salva nos rascunhos. Coitada já sofreu tantas mudanças... Antes era uma original. Mas fiquei receosa, e transformei-a em um Poisson&Ice, mas não achei que casou bem, então coloquei ela como Ikki e Shaka. E hoje resolvi criar coragem revisá-la e postá-la.

Espero que gostem!

Aviso: Capitulo não betado.

Desejo uma boa leitura todos!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/779105/chapter/1

 "O amor verdadeiro tudo compreende, tudo tolera e tudo perdoa... Tudo, menos a omissão, a mentira e a traição... Porque a omissão, a mentira e a traição são do domínio da ignomínia... e a ignomínia não se perdoa"

José Esteves.

Tudo o que tenho!

O apartamento do 5º andar do prédio Neblom que ficava na Angel Street, Yorkshire, estava totalmente vazio. Como eles disseram, comprovou Shaka. Lençóis brancos e poeira cobriam boa parta da mobília. O ambiente que outrora trouxe muitas alegrias, agora exibia uma aparência mórbida.

Shaka tirou o cachecol marrom que tinha em torno do pescoço, o casaco e as luvas, postos numa tentativa inútil de amenizar o frio trazido pelo vento gelado da época do ano. Adentrou apartamento adentro, revivendo todas as lembranças vividas em cada cômodo. A primeira noite de amor, os sorrisos, as desavenças... Enfim, em todos os lugares do apartamento tinha pedacinhos de lembranças dos ultimo cincos anos.

O quarto permanecia intocado, exatamente igual a ultima vez em que estivera ali. Se não fosse pela cama coberta pelo lençol branco e o carpete empoeirado, era quase como se pudesse presenciar o que viria a seguir.

O virginiano pegou as valises dentro do roupeiro e, logo em seguida, colocou o que ainda restava de roupas. Deixaria os presentes, não queria ter nenhuma lembrança. Pegou os livros que comprou, seus preciosos enfeites e algumas peças de seda. Esbarrou no violão que dera de presente em seu segundo ano morando junto do homem que destruiu seu coração. Colocou o violão de volta no lugar, próximo à pequena penteadeira cheia de cremes e colônias. Algo reluziu no em cima do carpete empoeirado.

Shaka pegou o objeto, ou parte dele, o primeiro presente de namoro que havia ganhado. Uma mini réplica da estátua da liberdade que morava dentro do globo de neve. Ainda tinha cacos ao redor e em seu coração.

Uma nova onda de tristeza o acertou e logo as lagrimas começaram a cair. Droga! oito meses não era tempo suficiente para esquecer.

— Shaka... – O loiro deu um salto ao ouvir o timbre grave e rouco de seu ex-amante.

Limpou o rosto às pressas. Era humilhante demais que o outro o visse daquela maneira. Elevou os olhos azuis lentamente, mostrando seu rosto marcado pelo cansaço e pela a insônia. E pelo choro recente. Ikki praguejou contra si mesmo: Como pudera ferir de forma tão vil aquele que amava?

— O que faz aqui? – Perguntou, mordaz. – Não combinamos que hoje seria o meu dia de pegar meus pertences?

Ikki suspirou nervoso. Realmente, aquele era o acordo que ele não estava de acordo. Milo e Aiolia disseram que o espancariam se ele ousasse chegar perto de Shaka de novo, não disseram? Mas, por Deus, ele não poderia deixar tudo acabar daquela maneira. Não quando ainda tinha uma chance, quando sabia exatamente onde Shaka estaria. Quando era tão nítido que o loiro ainda não tinha superado, esquecido o que tinha acontecido entre eles. Que lhe restou apenas romper todas as formalidades daquelas malditas regras de cortesia formalizadas por seus amigos para que ambos não saíssem mais machucados.

Era impossível ficarem mais machucados do que já estavam. Ele havia mergulhado tantas vezes naquele oceano azuis, e naquela pele de alabastro, até se afogar de amor que era impossível não se machucar com suas próprias lembranças traiçoeiras. Lembranças embebidas de um gosto amargo do sucumbo de uma fantasia passageira e perigosa.

Ikki passou a língua nos lábios ressequidos.

— Não lhe parece obvio? – O moreno retorquiu. – Não pretendo deixar que nosso amor acabe dessa forma. Eu amo você! Sinto sua falta. Jamais deixei de pensar em você!

Shaka sorriu amargurado. Palavras expelidas num impulso desesperado, fingido, não poderiam destruir sua convicção. Mesmo que seu coração tivesse se exaltado um pouco, a barreira que havia erguido em volta dele era de diamantina. Não poderia se deixar sucumbir à tensão, ao desejo e ao amor que ainda sentia por aquele homem.

Sua primeira e única perdição.

Ikki era um homem bonito, muito bonito. Alto, olhos azuis e cabelos curtos, negros com um corte repicado, – rebeldes. –, um jeito despojado, atraente, mas havia perdido um pouco de peso e adquirido olheiras naquele ultimo oito meses.

E dai? Não era culpa sua...

— Quando você pensa em mim? Quando acorda com outro em sua cama? – Shaka perguntou irritado. – Você não ama nem seu próprio irmão, Ikki Amamiya.

— Shaka, eu... Eu...

— Poupe a saliva, Ikki. Não quero saber de seus sentimentos vazios. Tenho certeza de que Hyoga e seu amiguinho Shiryu, ou qualquer outro, farão bom proveito deles.

O moreno engoliu seco, a frustração e a angustia tomou conta de seu corpo. O que esperava afinal? Que uma simples declaração o fizesse esquecer tudo de ruim e o trouxesse de volta aos seus braços?

Não Ikki..., Shaka não era homem de esquecer o sabor agre de pegar seu amante na cama com mais dois homens. Um dele, por sinal, era seu cunhado. Santo Deus, o que fizera? A ânsia que sentiu durante todos aqueles dias que se passaram retornou com força.

Shaka terminou o mais rápido que conseguiu. Precisava sair dali o mais rápido possível.

Com uma frustração tempestuosa, Ikki agarrou o braço de Shaka com firmeza. Atraindo-o para junto de si. As valises foram ao chão. E os fios dourados acertaram levemente seu rosto. O aroma exótico ainda era algo característico da pele macia... Os olhos iluminados pela surpresa ainda era magnéticos, apesar do desgaste. E aqueles lábios, doces, entreabertos, pedindo para serem beijados.

Muitas lembranças foram despertas. A presença de Ikki era insidiosa. Tentadora. Porque Ikki resolvera o atormentar daquela maneira? Fazendo-o ansiar por sentir o toque dos lábios. O calor do abraço...

A luxuria e o amor sempre estiveram entre eles...

— Deixe-me! – Pediu, esmorecido.

— Eu errei, eu sei! Eu já pedi perdão. Estou desesperado. Não consigo te esquecer. Eu te amo tanto! Shaka...

A voz grave e o olhar azul escuro era tentador, invadiam a mente do virginiano, efervesciam seus sentimentos. Faziam um mistura única de tormento, tentação e desejo.

— Suas palavras são bonitas, Ikki. Eu poderia facilmente me apaixonar por elas novamente.

O leonino afrouxou o aperto nos braços do loiro. As palavras frias e amargas eram como um soco em seu estomago.

Ikki se desesperou.

— Foi uma única vez. Shaka... Não fiquei com mais ninguém depois. Nem mesmo depois que me deixou. – A tensão atacava sem piedade. – Eu fui idiota. Eu sei. Mas você não sabe o inferno que foi esses três meses sem você. Não sabe como sofri por saber por que magoei as duas pessoas que mais amo nesse mundo.

— Você fala de inferno, Ikki. Mas você esquece que também sofri. Não sabe como me senti ao saber que, por causa de um momento, você jogou fora todo amor que dizia sentir por mim.

Os olhos, claro como o céu, estavam tempestuosos. Lagrimas corriam livrem. Não somente nos olhos de Shaka. Ikki chorava também.

— Eu sei. Amor... Doeu! Eu sei. Sinto muito. Tens razão em não acreditar em mim, mas, por favor, deixe-me concertar isso. Perdoe-me! Estou implorando...

As palavras saíram emboladas. Era a primeira vez que via Ikki chorar.

Shaka não queria se deixar levar pelas palavras e pela a emoção do momento. Mas bastou olhar dentro olhos pedintes e cheios de suplicas para que suas convicções caíssem e o desejo ardesse em seu peito novamente.

— Eu te amo, Shaka. – Ikki encostou a testa na do loiro. – Queria poder voltar ao passado, mas não posso. Só me resta o seu perdão.

O virginiano tremeu, vacilante. A demonstração de sofrimento, amor e saudade, o tocaram tão profundamente. Foi impossível impedir o que aconteceu a seguir, quando suas mãos tocaram o rosto molhado de Ikki e o beijou.

Os lábios se encontraram em uma intensidade dolorosa.

— Eu também te amo! – Declarou, sussurrando. – Sempre te amei e sempre vou amar!

O desejo reprimido espalhou-se como brasa pelos os corpos de ambos. O moreno surpreendeu-se com o súbito ataque. Ardendo em chamas, retribuiu o beijo possessivo. Um mix de emoções os dominava.

A luxuria e o amor sempre estiveram entre eles...

— Me perdoa?

Shaka riu, leve.

— Já perdoei. Não me deixe ter arrependimentos.

E, de repente, os dedos de Shaka se aventuraram pelos cabelos de Ikki enquanto o moreno o puxava e o prendia em um acerco tão firme e cheio de emoção. Tudo não passou de um borrão, uma chama crepitante. Lábios, línguas, pele... O desejo puro e verdadeiro.

— Eu te amo loiro! Te amo tão loucamente... – Ikki sussurrava em meio aos beijos saudosos.

— Eu também te amo, Ikki Amamiya.

Os lábios voltaram a se encontrar. Intensos, trêmulos de desejos. Num frenesis desesperado.

— Eu te quero, Shaka.  – Disse Ikki. As mãos ansiosas pelo desejo tocando a pele por baixo das vestes.

— Eu também te quero. Muito!

Shaka contornou o rosto de Ikki com as mãos, caprichosas, arrastando pelos ombros morenos. Ajudando-o a romper a barreira de roupas que separavam seus corpos.

Ikki sorriu, oito meses não foram oito minutos, mas não foi tempo suficiente para extinguir aquele amor. O moreno deitou-se no carpete empoeirado, levando Shaka consigo. Novamente se afogaria naquele corpo, correria por todas aquelas extensão leitosa e transbordaria de amor. Em seu próprio ninho.

Os beijos vorazes e os gemidos que se seguiram os mantiveram conectados pela paixão fugaz. Manteve a delirante paixão acessa até que o amor chegasse ao clímax, tão louco e exasperadamente. Com um rugido purificante, um grito da alma, libertando o passado para ficar no passado. Onde era o lugar dele.

Ambos se certificariam disso.

O que importaria dali por diante era o amor puro e devastador que sempre existiu entre eles. E as noites quentes que ele traria.

Fim!


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Bem, é isso... Beijokas!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "All I have!" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.