A Desdente escrita por Angel Carol Platt Cullen


Capítulo 10
Capítulo 9: Parentes




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Janeiro de 2006

Uma noite Ana tem um sonho estranho. Percebe uma mulher muito parecida com Carlisle que vem converser. Ela se aproxima e senta ao lado da menina na margem de um lago:

— Oi querida! – comprimenta a mulher, ela irradia paz e serenidade.

— Oi! – responde Carol que sempre foi muito amigável.

— Você se chama Ana, não é?

— Sim, esse é meu primeiro nome, mas as pessoas me chamam mais de Carol porque eu me chamo Ana Caroline. E você?

— Meu nome era Caroline também.

— Era?

— Eu vivi há muito tempo, eu nasci em 1620.

— Hmm... você é muito parecida com meu pai. Ele nasceu em 1640.

— Carlisle.

— Sim é esse o nome dele, como você sabe?

— Ah, ele é meu filho! Quanto orgulho eu sinto por ele ser bom apesar de ser um vampiro. Mesmo que meu marido não goste disso, acha que nosso filho não deveria existir e preferia que estivesse aqui conosco. Eu não fico triste em saber que ele está lá na Terra e nós aqui no Além, vejo que ele está bem e mais ainda, faz o bem.

— Você é minha vó então!

— Sim querida, mas não apenas adotiva, você é minha tatara tatara tatara bisneta e neta do meu filho.

— Eu sou da sua família também!

Nesse momento a adolescente desperta e chama pelo pai:

— Papai!

Carlisle aparece antes que ela chame novamente

— Estou aqui filha, o que foi?

— Eu sonhei com a vovó, sua mãe.

— Não sei como ela era – admite Carlisle abaixando a cabeça.

— Ela era parecida com você!

Deve ser verdade porque nunca ale falou para a filha sobre seus pais:

— Sempre pensei nisso, que sou mais parecido com minha mãe do que com meu pai. Ele era muito diferente de mim.

— Ela disse que tem muito orgulho de você.

— Eu sempre pensei que ela sentiria isso por mim, é por ela que eu faço muitas coisa. A maior parte do que faço é pensando nela e em Esme. Sou como sou, vampiro do bem, para honrar seu sacrifício ao morrer quando eu nasci. Claro que isso também é devido ao fato de como fui criado dentro da religião, para ser do bem, e não quero fazer o mal se puder evitar.

— Por isso eu também tenho orgulho de você papai! É uma honra ser sua filha.

— Ela disse mais alguma coisa?

— Sim, ela me disse que você é meu tetra tetra  tetra vô.

— Mas como pode se eu não me lembro de ter primos ou irmãos? Talvez meu pai teve um filho depois que pensou que morri... – conjectura Carlisle.

— Podemos fazer um teste de DNA para ver.

— Poderíamos. Eu vou precisar de um fio de cabelo seu.

— É só eu me pentear que cai muitos.

— Isso quer dizer que eu e minha esposa somos parentes.

— Pode ser, é melhor fazer o teste com o cabelo dela também.

— Boa ideia filha, você é muito inteligente!

— Obrigada papai! – abaixa a cabeça acanhada.

Ele mesmo vai realizar os exames para ver se eles são mesmo parente. Não poderia enviar para um laboratório humano amostras de DNA com 25 pares de genes. Os vampiros tem cromossomos a mais. Os resultados ficam prontos dali alguns dias e confirmam que é verdade Carol é descendente tanto dele como da esposa. As famílias deles dois são mesmo aparentadas.

...XXX...

 

25 de janeiro de 2006

Há dias que Carol está sentindo falta de ar às vezes, mas mesmo assim não contou nada aos pais para não preocupá-los à toa (ela pensava que seria incomodá-los) e na esperança de que isso passasse. Porém parece que cada vez foi ficando pior e as crises que no início eram curtas se tornaram mais longas e freqüentes realmente a assustando e pondo sua vida em risco. Quando ela já pensava em contar para Esme e Carlisle o que estava acontecendo ocorreu mais uma, a última e mais grave.

Um dia ela estava em seu quarto arrumando a cama quando de repente sente que algo comprime sua garganta e impede de respirar. Ela não consegue mais respirar. Carol utiliza seu último fôlego para gritar:

— Papa... – ela não consegue terminar nem uma palavra, desmaia e cai no chão desacordada.

Os pais vem imediatamente ao perceberem a mudança nos batimentos da filha, antes mesmo que ela chamasse, e rapidamente  vem acudi-la. Ao entrarem no quarto percebem a menina desmaiada no assoalho. Carlisle diz para a esposa:

— Esme, vai buscar a morfina – ela dispara porta afora assim que o marido termina o pedido.

Em menos de um segundo ela está de volta ao cômodo e traz a seringa que estava na geladeira. Ele ouve seu coração batendo pausadamente e descompassado, limpa o braço da filha e injeta o conteúdo no lado interno do cotovelo.

Esme quase não resiste ao sentir o cheiro do sangue, mesmo que o marido tenha tomado cuidado para não abrir demais, mas ela sendo a cantante da esposa   qualquer quantidade de sangue já a deixa atiçada. Mas a vampira se concentra e segura firme a mão da jovem:

— Eu estou aqui querida – sussurra. – Eu sempre estarei ao seu lado.

Carlisle morde o pescoço da garota e instantes depois ergue a cabeça:

— Agora preciso ir caçar amor, vem comigo?

— Não querido, desculpe. Vou ficar com ela.

— Eu sabia que você iria dizer isso, mas mesmo assim quis perguntar – dá um beijo na testa da esposa. – Já volto!

 Quando Carlisle desaparece na floresta Esme pega a filha no colo e leva até a cama.

...XXX...

 

Pouco mais de dois dias depois Carol acorda.

— Filha! – Esme chama ao perceber que terminou e a  jovem abriu os olhos.

— Mamãe! – ela levanta tão rapidamente que teria assustado a mãe se esta não esperasse algo assim e teria ficado tonta se ainda fosse humana.

A adolescente fica admirada com sua nova voz de soprano, pois não se lembra de ter uma voz assim tão distinta e bela, ao menos não quando era humana. Também fica fascinada ao ver Esme. Como ela pode ser ainda mais bonita do que se lembrava? Sempre pensou que a mãe fosse a mulher mais linda do mundo, mas agora está diferente, ainda mais magnífica.

— Eu agora sou uma vampira, mãe? – no fundo ela sente a resposta em cada célula de seu corpo, apenas quer que Esme confirme. Ela não se lembra de dor nenhuma, desmaiou por falta de ar e acordou agora.

—Sim querida, vamos ficar juntas para sempre agora! – Esme sorri para a filha.

Sem pensar, Carol abraça a mãe. Quando percebe esta já geme:

— Ouch!

— Desculpe mãe, não queria machucá-la – se lembra do que os pais lhe disseram sobre vampiros recém-criados serem um pouco mais fortes.

— Eu estou bem filha, não se preocupe. Vamos caçar?

A garganta da menina parece pegar fogo com a proposta e ela coloca a mão no pescoço imediatamente como se pudesse aplacar a ardência por fora. Parece muito com aquela sensação de ácido na traqueia quando vomitava. Sua pele é muito sedosa como jamais sentiu.

— Eu sei, você está com sede – comenta Esme.

— Onde está papai?

— Ele já está na mata nos esperando, ele saiu pouco antes de você acordar.

— Eu não o vi – agora percebe outro cheiro que não é o da mãe, deve ser o do pai.  A aparência dele deve ser tão deslumbrante quanto a de Esme. – Ele poderia ter ficado.

— Imagino que ele quis nos deixar a sós.

— Não precisava fazer isso.

— Mas ele quis me dar esse presente, de ser a primeira que você veria ao abrir os olhos para essa nova vida. Foi meu marido quem a criou para mim, para nós.

— Foi ele quem me mordeu?

— Sim, filha.

— Vamos, preciso agradecê-lo! – diz se levantando da cama imediatamente.

Ela segura na mão que Esme lhe estende e as duas saem para o bosque.

…XXX…


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