Filha da Tormenta. escrita por Khaleesi
Seus inimigos estavam por toda parte. Norte, sul, oeste e no leste, e além dele também, nas terras para lá do Mar Estreito. E agora, estavam também mais perto do que nunca, e chegaram até seu filho. O único que sobrara.
"Você terá três filhos, e todos eles morrerão", aquela voz ecoou em sua cabeça novamente, junto com a risada aguda da bruxa. A que havia previsto o seu futuro. Mas estava disposta a evitar que tudo aquilo acontecesse, não importava o preço.
Quando retornou da prisão da Fé para as paredes seguras da Fortaleza Vermelha, ela só pensava nisso. E em vingança. Vingança principalmente contra aqueles que a humilharam, zombaram e maltrataram. Vingança contra aqueles que mataram sua filha. Contra todos. Todos eram inimigos agora.
Pedira para que Qyburn usasse os passarinhos de Varys para que observassem tudo o que acontecia na cidade, ela queria saber de tudo. Principalmente daqueles que falavam sobre ela e sua humilhante caminhada da penitência. E queria eles mortos. Ninguém iria rir dela. Ninguém.
Com o Montanha ao seu lado, depois de qualquer que fosse a coisa que Meistre Qyburn tivesse feito para que o enorme homem continuasse vivo com toda a sua brutalidade, ela se sentia segura como nunca. E quando recebeu a carta avisando sobre o dia do seu julgamento, bem como o julgamento da vadia Martell e seu irmão, começou a arquitetar a sua vingança. Ela iria ter seu poder de volta, iria passar por cima de tudo e de todos para que pudesse o ter.
E o dia do julgamento chegou. Chegara a hora de fazer todos aqueles se arrependerem de ter cruzado o seu caminho e fazer com que todos os outros se curvassem para ela. Então ordenou que Qyburn desse início ao plano.
***
Demorou para que ele ocorresse, mas aconteceu. Tão mais satisfatório quanto ela imaginou que seria. Imaginar todas aquelas pessoas queimando e gritando enquanto clamavam por ajuda. Fantástico. Foi o que confessara à Septã Mordane, agora sua prisioneira. Outra que iria fazer pagar por todo o sofrimento que tinha sido causado a ela. Confessou tudo à ela, sobre seu irmão, seus filhos, seus planos. Tudo. Ela não podia fazer nada agora. E vê-la ali, refém do medo, dava prazer de um jeito diferente.
Quando saiu da sala escura, onde deixou que Gregor Clegane desse início a seja lá o que for que ele quisesse fazer com ela, encontrou no caminho Meitre Qyburn.
O velho vinha em sua direção com seus olhos demonstrando uma leve preocupação, e disse que precisava falar com ela urgente. Fez com que ele a seguisse até seus aposentos, onde entrou e encheu uma taça de vinho, tomando tudo de uma vez e tornando a encher o copo.
— Minha senhora, temo que não tenha notícias boas. O garoto, Rei Tommen. Está morto. Jogou-se da janela de seus aposentos.
Cersei havia ficado calada por um bom tempo, apenas olhando para a taça em sua mão. Sentiu vontade de chorar, mas segurou as lágrimas. Apenas assentiu e tornou a beber sua taça de vinho. Já sabia que isso aconteceria, que ele morreria.
— Minha senhora, irei preparar o corpo dele. Onde prefere que seja velado? — Perguntou o velho.
— Não haverá velório. Não será necessário. Jogue o corpo no rio, queime-o. Tanto faz. Não me importo. — respondeu friamente.— E convoque os lordes de todas as casas importantes que ainda existem nesse reino, e ordene que se apresentem para a cerimônia de coroação de Cersei Lannister, a nova rainha.
O meistre assentiu, e se retirou dos aposentos, deixando para trás uma Cersei Lannister bêbada e solitária, mas não menos perigosa e poderosa.
***
A cerimônia de coroação não demorou para acontecer, logo o castelo estava cheio com nobres de casas diferentes, todos prontos para a coroação e para jurar lealdade à ela.
Vestiu-se com um vestido preto longo, e mandou forjar uma coroa com um leão, símbolo de sua casa. E logo estava pronta para entrar no salão, onde todos a esperavam. Meistre Qyburn estava ao lado do Trono, segurando sua coroa.
Quando pisou dentro da sala do trono, todos se levantaram e ela entrou e começou a andar lentamente em direção ao seu trono. Ao chegar, sentou-se nele e o velho Meistre deu início à sua coroação. E sentiu-se extasiada quando escutou as palavras da boca dele, enquanto colocava a coroa nela.
— Eu proclamo Cersei, da Casa Lannister, Primeira de Seu Nome, Rainha dos Ândalos e dos Primeiros Homens, Protetora dos Sete Reinos. Vida longa à Rainha!
— Vida longa à Rainha — o grito ecoou por todos os cantos daquele salão, gritos de mulheres e de homens levantando suas espadas e fazendo-as dançar pelo ar. E ela sorriu olhando para todos.
E o viu.
Jaime. Ele estava atrás de alguns homens, no fundo do salão, mas ela o reconheceria não importava a distância ou quantas pessoas estivessem atrapalhando sua visão. Ela sorriu mais ainda, mas ele não sorriu de volta. Seu rosto expressava confusão e desgosto. E então seu sorriso de desfez.
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