Filha da Tormenta. escrita por Khaleesi


Capítulo 13
A matilha sobrevive.




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Voltar para Winterfell fazia o coração de Arya bater dolorosamente em seu peito. Há muitos anos isso era tudo o que ela queria: voltar para casa com o senhor seu pai e sua irmã, poder ter um pouco mais do colo quente de sua mãe, poder observar seus irmão brincando ou treinando ou apenas passar horas conversando com Jon, como era na sua infância. Mas isso nunca mais aconteceria, todos estavam mortos agora. Mãe, Pai, Robb, Rickon e Bran. Apenas Sansa e Jon lhe restara agora. 

Após dias cavalgando sem parar, muitas vezes quase matando seu cavalo de exaustão, ela finalmente podia observar as enormes muralhas de sua Casa. E então, sem pressa ela trotou até os portões que eram guardados por dois guardas quase mais novos que ela. Eles a observaram e questionaram sobre quem era ela.

— Sou Arya Stark, desejo falar com Jon Snow e Sansa Stark - ela respondeu, e os homens lhe olharam gargalhando alto, o que a deixou irritada.

— Garota, não seja uma tola. Arya Stark está morta, como todos sabemos - o mais alto dissera. — Você deve ser apenas uma camponesa querendo nos enganar.

— Não estou morta, estou aqui. Deixem-me falar com Jon, ele é o Rei, saberá quem eu sou assim que olhar para mim - ela falou impaciente.

— Nosso Rei não está na cidade, mocinha.

— E quem está no comando de Winterfell então? - questionou.

— A Lady Stark - o outro, mais corpulento fora quem lhe respondera. — Escute, por que não vai embora garota?

— Deixe-me falar com ela então - Arya falou, percebendo que Sansa agora era a Lady Stark. É claro que seria ela, pensou. — Se eu for uma farsa, garanto que ela saberá e eu serei punida, mas agora se chegar aos ouvidos de Sansa que vocês dois não deixaram entrar alguém que dizia ser sua irmã, garanto que ela ficará furiosa. 

Os dois homens se olharam e deram de ombros, e disseram para ela lhes seguir. Um mínimo sorriso vitorioso brotou em seus lábios. 

— Você fique sentada aqui, e você fique reparando ela enquanto eu falo com Lady Stark - o mais corpulento disse. Mas os dois começaram a discutir sobre quem deveria ir e quem deveria ficar ali lhe reparando. Arya revirou os olhos e saiu caminhando devagar, sem que eles percebessem.

No Grande Salão, Sansa se encontrava ao lado de Brienne, sua guarda pessoal. Na sua frente se encontrava Mindinho, que estava sempre lançando olhares indiscretos para a jovem mulher. Faziam todos suas refeições do dia quando os dois guardas entraram ofegantes e nervosos, chamando a atenção de todos ali. 

— Lady Stark - eles começaram a falar, as vozes esganiçadas de tanto nervosismo.— Nós pedimos para ela esperar, mas ela sumiu. Não foi nossa intenção, estávamos decidindo quem viria falar com a Senhora. Desculpe, desculpe...

Sansa os olhava curiosa. De quem eles falavam afinal? 

— Ela quem, exatamente? - questionou séria.

— Ela afirmava ser Arya Stark, minha Senhora. Dissemos a ela que não deveríamos incomodá-la com tal absurdo, que Arya Stark estava morta, mas ela insistiu. E então decidimos vir até seu encontro, mas ela sumiu, simplesmente desapareceu - eles responderam, nervosos e de cabeça baixa.

O coração de Sansa bateu mais forte no peito, e ela falou para eles se acalmarem. 

— Não se preocupem, eu sei onde ela está - falou tentando controlar um sorriso que ameaçava brotar em seu rosto enquanto se levantava, com Brienne repetindo o movimento dela. — Não se preocupe, Lady Brienne, eu cuido disso sozinha, termine sua refeição.

Ela dispensou os dois soldados e caminhou para as grandes portas de carvalho do salão que davam acesso ao pátio. Foi andando lentamente rumo às criptas, onde sabia que a irmã estaria. Era um lugar subterrâneo, escondido nas entranhas do Bosque de Winterfell que apenas os Starks saberiam encontrar. 

Ao entrar no local, cada passo que Sansa dava o seu coração pulsava mais forte em seu peito. O lugar era escuro, iluminado apenas pela pequena tocha bem em frente ao sepulcro de seu pai. Não pôde deixar de dar um sorriso enquanto continuava a andar, até chegar ao lado da garota esguia a sua frente.

— "O inverno está chegando", era o que ele sempre dizia para nós - Arya disse ainda olhando para a estátua do pai, logo a sua frente. — Não se parece com ele.

— Não - ela respondeu, também observando pela primeira vez desde que chegou em Winterfell, à estátua feita em homenagem ao pai.— Quem o fez não devia tê-lo conhecido.

— Sinto falta dele - Arya respondeu baixinho, antes de se virar para Sansa e olhá-la pela primeira vez em anos. — Senti sua falta também.

Sansa então não aguentou e puxou a irmã para um longo e abraço apertado. Sentiu as lágrimas queimando seus olhos, mas não pôde e nem queria impedi-las de cair. 

— Eu também senti tanto a sua falta - ela respondeu, a voz embargada. — Céus, Jon ficará louco quando souber que você está viva e está de volta em casa. 

Arya a soltou, seus olhos estavam brilhantes pelas lágrimas que encheram seus olhos, mas diferente da ruiva a sua frente, ela não deixou que viessem à tona. 

— E onde está Jon? Sei que não está em Winterfell, seus guardas deixaram isso escapar - ela questionou.— A propósito, você precisa melhorar sua guarda.

Sansa riu do comentário da irmã e concordou com a cabeça, mas a sua postura mudara de repente, e a pequena garota não deixou isso escapar. Havia algo de errado, e ela iria descobrir.

— É uma longa história - a ruiva respondeu, inquieta. Não gostava da ideia de saber que Jon estava nesse exato momento em Pedra do Dragão para convencer a Rainha Targaryen a se aliar a eles. Não confiava nela, não confiava em ninguém.— Você deve estar faminta e cansada. Vamos atrás de algo para você se alimentar enquanto conto as coisas que aconteceram por aqui, e você me conta por onde andou todos esses anos. 

Arya assentiu e seguiu com a irmã rumo aos castelos de Winterfell. 

***

Mais ao Norte, quase próximo à Muralha, Meera Reed se esforçava ao máximo para fugir dos Caminhantes enquanto carregava Bran em suas costas, mas o frio a castigava até os ossos. Sentia o sangue congelando em suas veias, sentia o corpo pesado, sentia a cabeça rodando e o ar gelado que entrava em seus pulmões era dolorido demais. Mas ela não desistiria, não agora. Estava tão perto, tão perto. 

Em suas costas, Bran podia sentir o quão exausta estava a garota, e pedia aos Deus Antigos e Novos que ela aguentasse mais um pouco, enquanto o Corvo de Três Olhos trabalhava, alternando entre passado, presente, futuro. Tudo passava com tanta rapidez em sua cabeça, até que ele sentiu seu corpo cair em um baque surdo na neve. A sua boca se encheu de neve, e se apoiou em seus braços olhando para frente, onde a Muralha se erguia.

Olhou para o lado, e Meera estava desacordada. Ele chamou por ela, mas ela não respondia. Então wargou em corvos e voou por cima das árvores e percebeu que os Outros não os seguiam mais. Eles tinham conseguido. O som da trombeta da Muralha soou, e vozes foram escutadas, gritando do alto. E não demorou para que os homens abrissem os portões e fossem até eles, mas quando chegaram, Bran não conseguira dizer nada, apenas apagara ao lado da amiga.

Bran fora o primeiro a acordar, horas antes do primeiro feixe de luz nascer no céu. Edd fora ao seu encontro, logo depois, levando comida quente e algo para ele beber. Mas Bran não sentia fome mais, e o frio não o incomodava. Aceitou mesmo assim, provando um pouco da comida que não possuía sabor algum em sua boca. Perguntou de Meera, e Edd lhe respondera que ela ainda não acordara, e então pediu para que o levasse até ela, que se encontrava em uma cama, coberta por peles, perto do fogo para que assim ficasse mais aquecida. Chegou perto e tocou-lhe o rosto.

— Temo pela vida dela - disse o homem. 

— Ela não irá morrer, seu corpo só precisa de descanso. Foi uma longa caminhada até aqui - Bran respondeu.

— Quem são vocês? - Edd perguntou, estava curioso em saber como um aleijado e uma garota conseguiram sobreviver do outro lado da Muralha, ainda mais com a ameaça que há para lá. 

— Sou Bran Stark, irmão de Jon Snow. Esta é Meera Reed, uma companheira - o Corvo respondeu. 

Edd olhou assustado, é claro que seria o irmão de Jon, ele lhe falara uma vez sobra o garoto e sobre o que lhe acontecera.

— Céus, eu preciso avisar Jon urgente - o homem falou.

— Jon está em uma missão importante agora, saber de minha chegada até aqui irá fazê-lo largar tudo. Ainda não é a hora certa - Bran respondeu, distante. — Ele precisa concluir isso, é importante para a salvação de todos nós contra o perigo que nos assola. 


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