Filha da Tormenta. escrita por Khaleesi


Capítulo 11
A Rainha Targaryen.




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Ao chegarem em Dragonstone, Jon e Sor Davos foram recepcionados por um Tyrion risonho e uma jovem garota com o rosto delicado mas um olhar feroz. 

— O bastardo no Norte - inicia Tyrion com um largo sorriso, indo em direção a Jon snow, que o cumprimenta com um aperto de mãos.

— O anão de Rochedo Casterly - respondeu o mesmo.- Devo dizer que esperava qualquer pessoa, menos você ao lado de Daenerys Targaryen.

Tyrion se permitiu dar uma sonora risada, até que seus olhos pousaram sobre Sor Davor. 

— Eu o conheço? - ele perguntou.

— Sou Davos Seaworth, Lorde Tyrion. Nos encontramos na Batalha do Água Negra, era soldado de Stannis. - o velho respondeu com um aperto no peito ao se lembrar da batalha onde perdera seus filhos. 

— Não fora uma batalha favorável para Stannis, receio que por minha culpa - o anão respondeu, com um olhar de pena.- Ah, perdoem meus modos. Permitam-me apresentar Missandei, ela é conselheira e amiga fiel da Rainha, veio comigo para recepcioná-los.  

Missandei cumprimenta os homens com um aceno de cabeça, e sem perder tempo avisa aos dois que a Rainha os espera, e pede a eles que entreguem suas armas, que com relutância o fazem. 

O pequeno grupo inicia a longa caminhada pelas escadarias que dão acesso ao interior do castelo em um silêncio que logo fora quebrado por um rugido que ecoou do nada. Jon e Davos se assustam e ficam alertas, procurando de onde viera aquele som assustador. E então Drogo aparece com Viserion e Raeghal atrás de si, em alta velocidade passando raspando pelos homens que se jogaram no chão tamanho o medo ao se depararem pela primeira vez com as três feras que há muito não eram vistas pelos homens. São reais, ela realmente trouxe dragões de volta ao mundo dos homens, Jon pensou enquanto se levantava, o coração quase saindo pela boca. 

— Bem, eu estava me perguntando eles estavam, agora vejo que se preparando para dar um pequeno susto nas visitas - Tyrion diz enquanto ria deles, antes de retomarem a caminhada.

***

— Vocês estão diante da Daenerys Nascida-da-Tormenta da Casa Targaryen, legítima herdeira do Trono de Ferro, legítima Protetora dos Sete Reinos, a Mãe de Dragões, a Khaleesi do Grande Mar de Grama, a Não-Queimada, a Quebradora de Correntes. - A voz de Missandei ecoou no Salão apresentando a Rainha, que estava graciosamente trajando um vestido vermelho escuro com um decote e os ombros cobertos por uma capa de tecido negro que pareciam ter as escamas de um dragão, e os cabelos engenhosamente trançados. Era uma visão fascinante. Os homens a sua frente sempre ouviram histórias sobre a beleza Targaryen, mas ver com seus próprios olhos uma era diferente, diriam que até hipnotizante.

— Este... Este é Jon Snow — Sor Davos apresentou o amigo, sem jeito ao perceber que os olhares inquisitivos da Rainha sob eles.— O Rei do Norte. 

— Agradeço por terem viajado até aqui, meus Lordes.— Dany falou gentilmente, sua voz ecoando suavemente pelo salão. — Espero que tenham feito uma boa jornada até aqui.

— A viagem foi tranquila, Majestade — quem respondeu fora Jon, que estava desconcertado com a beleza da figura a sua frente.

— Aproximem-se — ela pediu com um pequeno sorriso brincando em seus lábios.— É uma honra conhecê-los. 

— A honra é nossa, minha Senhora — Sor Davos respondeu, avançando alguns passos desconfiados para se posicionar mais perto da mulher a sua frente — Sua carta nos pegou de surpresa, eu devo dizer. Não esperávamos tanta formalidade de alguém que veio tomar o Trono de sua família de volta.

Dany o observou minuciosamente, mas fora Tyrion quem tomou a palavra.

— Suponho que um encontro mais violento é o que esperavam, bem, não os culpo, é o que muitos Lordes esperam, já que minha irmã vem fazendo a cabeça de muitos. Todos esperam pela fúria da Mãe dos Dragões. Mas não viemos aqui para simplesmente impor nossa força, viemos aqui para criar laços, alianças para ser mais claro — ele iniciou.— Os convidamos aqui para propor uma aliança entre o Norte e o Sul, para que assim possamos tomar o Trono de Ferro das garras tiranas de minha irmã.

Jon observava aquilo desconfiado. Custara muito para ele e sua irmã retomarem Winterfell para si, para o nome de sua família e agora uma garota que ele nunca tinha visto deseja tê-lo para si, assim como qualquer outro que um dia já se sentara no Trono, assim como seus antepassados que um dia fizeram Torren Stark se ajoelhar, ou que outrora queimaram seu tio e avô, bem como sequestraram e maltrataram de sua tia Lyanna. Ele não iria entregar seu lar tão fácil assim para aquela garota. Uma garota que possui um exército enorme e três dragões, não se esqueça, ele pensou.

— Sabemos todos que o Norte não tem como se defender de Cersei, principalmente depois de uma batalha tão dura para recuperá-lo que causou a perda de muitos de seus soldados — Dany falou, causando uma estranha sensação no estômago daqueles dois homens ao se lembrarem de uma das batalhas mais difíceis de suas vidas.— Mas eu posso fazer isso, posso derrotá-la assim como fiz com outros iguais a ela. E vocês podem se juntar a mim, ou podem optar por seguirem o mesmo caminho de Cersei.

Tyrion observou sua rainha curioso e com uma pontada de orgulho. Esperava algo mais feroz vindo dela, mas aquilo era muito melhor. Já Jon se encontrava impaciente. É claro que ela queria que ele se ajoelhasse, mas jamais poderia aceitar. Seu povo, o povo que o escolheu como Rei, sua irmã Sansa principalmente, jamais o perdoariam.

— E por isso você espera que eu me ajoelhe para você — Jon concluiu.

— Essa é uma ótima opção, meu Lord — ela levantando de seu trono com um sorriso malicioso brincando em seus lábios. — Mas há uma que eu penso ser bem mais... vantajosa e satisfatória para nós dois.

Davos observava a conversa atentamente e percebera o rumo da conversa.

— Espere, estás sugerindo um casamento? — O velho homem perguntou, quase não conseguindo conter seu entusiasmo. Um casamento certamente era muito melhor que morrer queimado seja naquele castelo ou em qualquer outro, ou até mesmo nos campos batalhando.

— Sim, é o que eu estou sugerindo - ela respondeu, levando para si o olhar curioso de Tyrion, e o sorriso discreto de Missandei, que já estava ciente dos planos da Rainha. — Unir nossas Casas, o Norte o Sul, poderá nos tornar invencíveis. O que acha disso, milorde?

Ela olhou para Jon, que se encontrava confuso diante de tudo aquilo. Já esperava que ela pedisse que ele se ajoelhasse, mas a proposta de casamento sem dúvidas o deixou surpreso. 

— Eu não conheço você, tudo o que sei na verdade é que possui dragões, muitos soldados e que é filha do Rei louco que matou meus parentes, e irmã do homem que sequestrou e estuprou minha tia — ele disse e Davos o olhou perplexo. — Não posso me casar com alguém cujo nome fez tão mau a minha família.

Daenerys respirou fundo e se aproximou devagar do homem carrancudo a sua frente.

— Eu, Daenerys Targaryen peço perdão por todas as coisas horríveis que meu pai e irmão fizeram a sua família, e peço mais ainda que não me julgue pelos pecados de meus antepassados. Eu não o julgo por seu pai ter lutado ao lado de um homem que até o dia de sua morte mandou homens atrás de mim e de meu irmão para que arrancassem nossas cabeças, do homem que permitiu que soldados arrancassem meus sobrinhos do colo de sua mãe e esmagassem suas cabeças diante de seus olhos — ela pediu, e isso serviu para baixar momentaneamente a guarda de Jon.

Um silêncio se instalou no enorme salão, onde o único som a ser ouvido era o da respiração de cada um ali presente.

— Um casamento nem sempre ocorre entre duas pessoas que se amam, Jon Snow. Mas é muito útil quando se trata de política — ela disse enquanto se virava e caminhava de volta a seu Trono.

— Eu não vim até aqui para casamentos — ele falou de repente, chamando a atenção da Rainha.

— Então veio até aqui porquê? — ela perguntou, as sobrancelhas arqueadas dando a ela um ar feroz enquanto se sentava.

 

— Vim aqui pois preciso de sua ajuda — o bastardo de Winterfell respondeu. - E você precisa da minha.

— Certamente você precisa de minha ajuda, já eu possuo três dragões, um exército de Dothrakis e outro de imaculados. Como exatamente eu precisaria de sua ajuda?

— Não para derrotar Cersei.- Dessa vez Sor Davos tomara a frente da conversa.- Você poderia usar seus exércitos e seus dragões e em instantes a cidade cairia, a gente quase conseguiu e sequer tínhamos dragões. 

— Quase. — concordou Tyrion, ele se lembrava daquela noite.

— Mas você não atacou Kings Landing — Jon observou.— Por quê? Eu arriscaria dizer que é porque não desejas matar milhares de inocentes, mesmo que essa seja a maneira mais rápida. O que significa que, pelo menos, você é melhor que Cersei. E certamente não é que nem seu pai - esta última frase ele falou um pouco mais baixo, mas não passou despercebido.

Dany o observou sentindo sua paciência se esgotando aos poucos. Aquele nortenho certamente era mais difícil do que ela imaginava. 

— Está certo. Mas isso ainda não explica porque preciso de sua ajuda.

— Cersei, você ou eu, e todos os demais não passamos de crianças brincando um joguinho e reclamando de suas regras injustas. Há um perigo maior e ainda mais mortal. Enquanto estamos aqui, discutindo, a grande guerra se aproxima. A única guerra que deveria importar a todos nós no momento. O inimigo ao norte se aproxima cada vez mais e...

— E não seria você o inimigo ao norte? — Daenerys arqueou as sobrancelhas, a postura estava ereta e o rosto sério, mas estava curiosa sobre esse tal inimigo ao norte.

— Eu não sou seu inimigo! Os mortos são o inimigo.

— Os mortos? — fora a vez de Tyrion se manifestar enquanto segurava o riso.— Como os mortos seriam nossos inimigos, exatamente?

— Os exército dos mortos está a caminho, e ele é comandado pelo que chamamos de Rei da Noite. Sei que não me conheces de perto, nenhum de vocês, mas você acha que eu sou algum mentiroso? Um louco?- Ele perguntou olhando para Tyrion.

— Não acho que seja nem um nem outro. 

— Sei que tudo isso parece irreal, mas não é! É real e eu os vi com meus próprios olhos. E se ainda estivermos aqui brigando entre nós e eles passarem da muralha, estaremos mortos.

Todos ficaram em silêncio. Aquele não era bem o motivo pelo qual eles esperavam que Jon Snow, o bastardo de Ned Stark tinha ido até eles após receber sua carta. Mas Dany curiosamente se sentiu atraída pelo que o homem falava, e se lembrou da Casa dos Imortais e de suas visões. Ela já havia visto muitas coisas durante sua vida, coisas demais que a impediam de não acreditar em Jon. Lembrou também do que a Mulher Vermelha que outrora viera a seu encontro lhe disse, sobre a grande guerra e sobre o que Jon havia de lhe dizer, então deixou que ele lhe dissesse.

— Há criaturas além da Muralha, que há muito eu pensava ser apenas mais uma das histórias que minha Ama me contava antes de dormir. Existem milhares delas, e a cada dia eles se multiplicam e se preparam para atacar Westeros — ele começou a explicar.— Eles possuem um líder, Rei da Noite é como o chamam ao Norte. Se não o derrotarmos, toda Westeros irá se tornar um cemitério.

Jon olhava desesperado para a mulher de cabelos prateados a sua frente, que apenas o encarava fixamente.

— Se o que diz é verdade, então vieram aqui em busca de ajuda para derrotar esse tal Rei da Noite e seu exército de mortos-vivos ou seja lá o que foram... Por isso a nossa proposta de aliança ainda é uma questão importante para ser discutida. Descansem e pensem nisso, meus lordes — ela disse, pondo um fim naquela conversa.

Davos observava Jon, que em seu lugar mantinha seus olhos passando de Tyrion para Dany e vice versa. E quando este ia falar mais alguma coisa, a Khaleesi se levantou e se virou para seus soldados dothrakis falando com eles em uma língua nunca ouvida por aqueles dois.

— Fora uma longa conversa, meus senhores. Imagino que estejam cansados. Meus homens o levarão até seus aposentos para que se alimentem e descansem. Amanhã conversamos todos novamente, sugiro que tirem esse tempo para clarear a mente sobre minhas propostas enquanto eu penso no que acabou de me dizer.

Enquanto se virava para sair dali, Jon a chamou.

— Somos seus prisioneiros? 

Ela virou seu olhar para ele e disse com um leve sorriso: — Não, meus Senhores. São meus convidados, aproveitem a estadia.


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