The Death Of Me escrita por julianab


Capítulo 8
Darling, you give love a bad name.


Notas iniciais do capítulo

Tô impressionada com a minha rapidez! O capítulo tá bem grande e eu escrevi em menos de uma semana. Mas ai, tô tão apreensiva. Vou dar a real pra vocês aí, eu sou uma guria MUITO, mas MUITO perfeccionista. E isso é bom pra minha escrita pq eu encho de detalhes e reviso e etc, mas é ruim também pq eu nunca fico satisfeita.
Então, olha, esse capítulo é bem importante e espero que eu alcance as expectativas de vocês todos! Beijo beijo



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Darling, you give love a bad name.
Querida, você dá ao amor um nome ruim.


 

“An angel's smile is what you sell,
You promised me heaven, then put me through hell”

"Um sorriso angelical é o que você vende,
Você me prometeu o paraíso, e então me pôs no inferno"

 

A natureza parecia ter congelado. Não se ouvia nenhum animal fazendo barulho na floresta, nenhum som vindo de dentro do rio. Provavelmente os pequenos seres haviam pressentido o perigo e fugido para longe. Damon e Stefan Salvatore, ao contrário, continuavam parados, estáticos, encarando a fonte de todo aquele Poder: Katherine.

Assim que a risada dela se perdeu entre as árvores da floresta, ela balançou a cabeça, ainda observando-os de certa distância.

— Vocês realmente não mudaram nada. Acho que esse talvez seja o destino de vocês... Sempre ter uma mulher separando-os. – ela deu um sorrisinho irônico na direção de Elena, que se recusou a encará-la de volta. - E sempre bancarem os idiotas por ela. Dejà vú.— ela soltou outra risada fria.

— Elena não está entre nós. Elena é diferente de você, Katherine, porque ela não é egoísta, ela fez uma escolha; ela está comigo. – Stefan disse com uma raiva contida, e, apesar de encarar Katherine, cuidava Elena pelo canto dos olhos.

A risada de Katherine ficou mais alta à medida que Stefan falava. Ela caminhou lentamente na direção dele, cada passo cuidadosamente planejado, um sorriso de canto e um olhar concentrado.

— Está vendo o que eu disse? Continua o mesmo Stefan inocente, esperando o melhor das pessoas. – ela riu com sarcasmo quando parou na frente dele, encarando-o a poucos centímetros de distância. Depois se virou para Damon.

Damon não esboçara até aquele momento nenhuma reação. Apenas observara a cena em silêncio, sem mover um músculo sequer. Sua mente, porém, trabalhava em ritmo acelerado.

Katherine caminhou agora na direção dele; Stefan se remexeu, inquieto, os olhos agora totalmente em Elena. Katherine não deixou o movimento passar; apontou um dedo para Stefan, sem desviar os olhos do rosto de Damon.

— Se você der um passo na direção dela, eu mato-a antes que você consiga sequer apoiar todo o pé no chão. – ela ameaçou com a voz grave, muito diferente da que eles tinham ouvido até então. – Não esqueça que eu sou muito mais velha do que você, Stefan. – então ela deu um sorrisinho para Damon que deveria parecer meigo, mas só a deixou mais ameaçadora. – Você... o tempo fez bem a você. – ela mordeu o próprio lábio inferior, com um sorriso corrompido para Damon, cuja expressão continuou vazia. - E eu vi você nos últimos dias, Damon. Você aprendeu direitinho o que eu te ensinei quando ainda era só um humano... – o rosto dela demonstrava orgulho, o que sumiu quando voltou a se virar para Stefan. – Ao contrário de você. Coelhinhos, Stefan? – Katherine perguntou, incrédula, e Damon não conseguiu segurar um pequeno sorriso. Ela percebeu, e voltou a se virar para ele, esticando os longos dedos brancos para o rosto dele.

Uma espécie de choque percorreu todo o corpo de Damon, sem que ele conseguisse se controlar, quando ela tocou-lhe a bochecha. Ele pensara que nunca mais sentiria aquele toque. E ali estava ela, Katherine, na frente dele. Ele percorreu todo o rosto dela com os olhos, cuidadosamente, lembrando-se com saudade de cada detalhe. Assim, de perto, ele podia perceber as pequenas diferenças com Elena.

A mão dela deslizou até alcançar a nuca de Damon, e ela se aproximou ainda mais dele.

— Eu senti sua falta... – ela murmurou, seus olhos transbordando luxúria. Damon respirou fundo, e finalmente pareceu retomar o controle sobre si mesmo.

— Então por que você não me procurou? – ele perguntou com o queixo erguido, a voz firme. Antes que ela pudesse responder, ele deu um passo para trás, se afastando do toque de Katherine.

Os olhos dela se tornaram escuros, repentinamente perigosos. Ela se afastou mais, na direção de Elena, e ignorou a pergunta de Damon. Esticou o braço, apontando para Elena, a voz agora perdendo toda a diversão.

— Eu entendo que vocês tenham sentido minha falta, mas isso?! Uma cópia fajuta de mim? – o tom de Katherine ia aumentando à medida que ela falava, à medida que ela ia demonstrando sua irritação. – Porque eu observei essa garota, e ela consegue ser a pessoa mais sem graça que eu vi nos últimos séculos! – ela olhou para Elena com uma cara de tédio. – Isso é uma ofensa. Eu não gostei nenhum pouquinho.

Katherine balançou a cabeça, uma expressão magoada, quase infantil. Era impressionante como o humor dela mudava de um segundo para o outro.

— Por onde você andou todo esse tempo, Katherine? – perguntou Stefan, parecendo educadamente interessado; Damon percebeu que ele tentava distraí-la, e funcionou. Katherine adorava atenção.

— Ah, pelo mundo inteiro! Europa, Ásia, Oceania, América do Sul... ah, a América do Sul! Posso dizer que provei sangue de tudo que é tipo. – ela abriu um sorriso satisfeito, os olhos parecendo mergulhados em lembranças. Então ela se virou para Damon, voltando a se aproximar. – Você iria adorar, Damon! Pessoas exóticas, gostos inesquecíveis. - ela sorriu de canto, deixando à mostra uma presa afiada.

— Você tinha voltado alguma outra vez a Mystic Falls? – Stefan voltou a perguntar; ela continuou encarando os olhos de Damon por alguns segundos, até que se virou para o outro irmão.

— Não. Mystic Falls é uma cidadezinha extremamente chata, quando você conhece o mundo de verdade. E aqui estou eu de novo. – Katherine abriu os braços, uma expressão desgostosa. – Culpa de vocês.

— Você voltou por nós. Mas por quê? Você poderia ter ido atrás de nós em qualquer lugar, antes de virmos para cá. – Stefan ia enrolando Katherine, inflando o ego dela.

— Passei por vocês algumas vezes sem que vocês sequer notassem minha presença. – ela lançou um olhar demorado para Damon. – Mas então vocês voltaram para essa cidade, e me substituíram! – Katherine apontou com raiva para Elena, que observava toda a cena atenta, os olhos suplicantes em Stefan. – Arranjaram essa cópia mal feita de mim. Eu achei que iam se livrar logo dela... Aliás, que você iria. – ela voltou a olhar para Damon. – Mas não. Por algum motivo vocês decidiram se fingir de humanos e viver ao lado dessa garota.

Katherine se virou para Elena, encarando-a por alguns segundos, os olhos cerrados de raiva. Ela parecia perdida em pensamentos, mas estava muito atenta em qualquer movimento de Stefan ou Damon.

Nenhum dos dois ousou quebrar o silêncio. Lentamente, Katherine se virou para os irmãos Salvatore, e estudou-os com os olhos por algum tempo. Então um sorriso foi surgindo em seus lábios.

— Mas agora eu estou aqui. – ela caminhou mais uma vez até parar na frente de Damon, encarando-o profundamente. Ela diminuiu o tom de voz. – Eu estou aqui, Damon. É o que você sempre quis, não é? Não precisa mentir pra mim, eu sei. – ela passou os dedos entre aqueles cabelos escuros como a noite, com um sorriso que parecia sincero. – Demorei, mas voltei. Voltei para você, e sei que você quer que eu seja sua, só sua. Dessa vez eu posso e quero ser, Damon. Quero ser sua. – Damon ficou encarando-a sem reação, mas alguma coisa dentro dele se mexia, e ele sentia como se seus pés não tocassem o chão. Sua mente parecia um turbilhão de pensamentos e emoções. Katherine sabia. – Eu só preciso que você diga que sim. Diga que fica do meu lado, e nós acabaremos com esses dois. Seremos só eu e você, e eu posso te mostrar tudo que eu vi por aí.

A voz de Katherine quase sumiu ao final da frase, e Damon podia sentir o hálito frio dela batendo nos seus próprios lábios. Poucos centímetros separavam os dois. Ele encarou-a por alguns segundos, flashes novamente tomando conta dos seus pensamentos. 

Então os lábios dos dois se grudaram com força, com vontade, com certa violência, até. Elena, mesmo com a boca tapada, ofegou de surpresa. Stefan encarava a cena incrédulo, incapaz de agir, desperdiçando a chance de soltar Elena. Dentro dele, algo muito parecido com ciúmes pareceu acordar. Mas não... não fazia sentido. Ele balançou a cabeça, se livrando daquele sentimento. Ela não significava mais nada para ele.

Tão rápido quanto começou, o beijo terminou. Katherine se afastou e sorriu satisfeita para Damon, trocando um olhar cúmplice com ele. Depois se virou para Stefan e Elena, parecendo ponderar alguma coisa.

— Eu sei que você sempre desejou o sangue dela, então eu a deixo para você. – ela sorriu para Damon de forma meiga, piscando para ele em seguida. – E eu me livro do seu irmãozinho, de uma vez por todas. Seremos eu e você, então. O que você acha?

Damon puxou-a para perto novamente pela cintura, roçando os lábios nos dela e sorrindo de canto antes de responder.

— Apenas se lembre de fazê-lo sentir, não acabe logo. – Katherine abriu um sorriso cruel ao ouvi-lo.

— Por isso que você é o meu preferido, Salvatore. – ela beijou-o rapidamente mais uma vez, sem se importar com Stefan. Ela sabia que ele não ousaria se aproximar de Elena se pudesse colocar a vida dela em risco.

Stefan encarava a cena, sem saber direito o que pensar. Alguma coisa dentro dele lhe dizia que ele devia ter pensado nisso o tempo todo; Damon não era confiável. Damon era egoísta, cruel, e pensava só em si mesmo. Assim como Katherine.

E ele não se importava de morrer, não se pudesse proteger Elena. Tinha que raciocinar rápido, encontrar uma forma de salvá-la. Depois, o que quer que quisessem fazer com ele, Stefan enfrentaria sozinho.

Katherine se afastou até Elena, segurando seus pulsos amarrados e arrastando-a até onde Damon estava parado, perto de Stefan. Elena e Stefan trocaram um olhar demorado, ele tentando demonstrar que iria salvá-la, custe o que custasse. Katherine empurrou Elena na direção de Damon, e ela caiu no chão de joelhos, soltando um gemido fraco. Damon segurou-a pelo braço e fez com se levantasse. Katherine se aproximou ameaçadora de Stefan.

— Não ouse se mover, ou eu posso fazer a morte dela ainda mais dolorosa. Você escolhe. – ela soltou uma risadinha fria ao pé do ouvido de Stefan, segurando-o com os braços virados para trás. A boca de Katherine roçou o pescoço de Stefan, tocando a pele dele com a ponta da língua. – Será que seu gosto continua tão bom quanto eu me lembro, ou os coelhinhos o estragaram?

Stefan fechou os olhos, se preparando. Na sua mente só estava Elena. Ele precisava salvá-la.

Ao mesmo tempo, Damon segurava Elena, sem deixar com que ela se movesse. Ela tinha os olhos assustados, mas não chorava, tampouco tentava fugir. Ela parecia conformada. Preferia morrer nos braços de Damon, que a fizera feliz por alguns momentos, do que nos daquela vadia. Elena sofria por Stefan também; ele não merecia nada disso, não por causa dela.

Damon a encarou, em silêncio, e ela não teve medo. Os olhos dele, sempre tão indecifráveis, pareciam passar calma a ela agora. “Bela visão antes de morrer”, ela pensou.

Os dois puderam ouvir as presas de Katherine se grudando no pescoço de Stefan e os gemidos dele; Elena ofegou, virando-se para ele. Então sentiu uma fisgada forte de dor e os lábios de Damon grudados no seu pescoço. Depois, uma espécie de torpor começou a circular pelo corpo dela; não era uma sensação ruim, pelo contrário.

Num segundo Damon estava sugando o seu sangue, e no outro ele não estava mais ali. Damon praticamente voara na direção de Katherine, agarrando-a por trás e jogando-a para longe de Stefan. Ela fora pega de surpresa, mas logo seu rosto se transformou numa máscara de ódio. Suas feições se distorceram, e ela parecia muito pouco com Elena agora. Seu orgulho estava ferido, sua confiança traída... Sua expressão era assassina.

Damon pegou no ar um galho que Stefan lhe jogou e se atirou em cima de Katherine, que grudou as presas no ombro dele. Sangue escorria por todos os lados, e Stefan correu para ajudar. Katherine jogou Damon para longe, que bateu contra um tronco e escorregou até o chão, sangue escorrendo de seus cabelos escuros. Ele parou de se mexer.

Katherine se levantou, transbordando raiva, e avançou para Stefan, que estava mais perto. Ele não era rápido nem forte o suficiente, ainda mais sem sangue humano no seu organismo. Katherine enfiou a mão em forma de garras no peito de Stefan, rasgando toda a camiseta dele, mais sangue escorrendo por ali. Ela voltou a cravar os dentes no pescoço de Stefan, arrancando um pedaço da carne dele ao acertar com precisão uma veia. 

— Adeus, Katherine. – Damon falou com um sorriso cruel enquanto surgia de surpresa por trás dela, cravando um galho onde deveria estar o coração dela.

Ela levantou o rosto e se afastou de Stefan, gritando de agonia, e conseguiu ainda se virar cambaleante para Damon, golpeando-o no peito, jogando-o alguns metros para trás. Ela avançou para ele, que não conseguiu se levantar e fugir, e cravou os dentes no seu pescoço.

— Prefiro morrer a ficar do seu lado, vadia. – ele falou rouco, com dificuldade, ao pé do ouvido dela, enquanto a sentia sugando seu próprio sangue. Apesar de fraco, ele usou suas últimas forças para enfiar mais fundo o galho em Katherine, que, com uma expressão de raiva e um grito, lentamente parou de se mexer, seus olhos arregalados, a boca ainda grudada no pescoço dele.

Damon empurrou-a para o lado, tirando-a de cima do seu corpo. Quando atingiu o chão, Katherine Pierce estava dura e imóvel com uma pedra.

Elena observava tudo de uma pequena distância, seu corpo paralisado pelo choque. Havia sangue, muito sangue. O peito, os ombros e o pescoço tanto de Stefan quanto de Damon estavam cobertos, e o mais velho ainda tinha aquele líquido vermelho escorrendo dos cabelos. Katherine jazia na grama, também coberta de sangue, aquele olhar fixo no céu estrelado. Um arrepio percorreu o corpo de Elena.

E então ela viu. Saindo do meio do bosque, uma figura loira apareceu correndo, se atirando na direção dos dois, que apenas encaravam o corpo de Katherine, sem reações.

— Stefan, atrás de você! – ela gritou, mas não rápido o suficiente. A vampira cravou as presas no pescoço já dilacerado de Stefan, que ofegou de dor.

Ele cambaleou, fraco, caindo de joelhos no chão. Ela soltou-o e avançou na direção de Damon, que conseguiu se mover a tempo, saindo da frente. Mas ela era mais velha e mais rápida que ele, e conseguiu alcançá-lo antes que ele pudesse desviar novamente.

Elena entrou em pânico. Stefan estava ajoelhado no chão, respirando com dificuldade, incapaz de ajudar. Damon gemia de dor enquanto tentava afastar Lauren Brie, praticamente sem forças. Só restava ela.

Ela olhou ao redor, e seu olhar parou em Katherine. Ela caminhou cautelosamente, tentando não chamar a atenção de Lauren, mas ela estava concentrada demais vingando sua amiga para perceber. Com repulsa, Elena arrancou o galho do cadáver de Katherine com dificuldade, evitando olhar naqueles olhos vidrados. O galho tinha uma crosta de sangue seco, e Elena respirou fundo, controlando as náuseas.

Damon estava sem forças e quase não conseguia mais ficar de pé. Sequer tentava lutar. Elena se aproximou o mais silenciosamente que pôde, parando nas costas de Lauren. Então ela ergueu o galho e colocou todas suas forças nele, empurrando-o o mais fundo que conseguiu na carne da vampira. Ela gritou e soltou Damon, que caiu no chão com um baque surdo.

Lauren se virou para Elena, o galho saindo pela frente do seu corpo. Ela fez menção de avançar em Elena, mas caiu para o lado antes que conseguisse, também dura como pedra. Elena ficou parada onde estava, seu corpo coberto do sangue que escorrera de Lauren, a respiração pesada.

Ela olhou ao redor. Tudo estava muito parado. Stefan estava sentado no chão, mas parecia parcialmente bem. Damon, por outro lado, sequer parecia respirar. Ela se aproximou dele, se agachando em sua frente. Sua roupa preta estava encharcada de sangue, assim como a maior parte de sua pele que ficava visível. Os olhos dele estavam apenas um pouco abertos, e ele encarou Elena.

— Obrigado. – ele sussurrou com dificuldade, tossindo depois de falar. Elena não falou nada, apenas virou-se para olhar Stefan, com certo receio. Ele encarava o corpo de Katherine.

Elena respirou fundo, voltando a olhar para Damon. Ele já dera o seu sangue para curá-la uma vez. Agora era a vez de Elena retribuir o favor.

Ela esticou o pulso na direção da boca dele, que a olhou confuso. Ela confirmou com a cabeça sem hesitar, mas ele balançou a cabeça. Elena revirou os olhos para ele; justo Damon negando um pouco de sangue. Ela insistiu, encostando o pulso nos lábios dele. Depois de alguns segundos a encarando, Damon finalmente cravou suas presas na pele de Elena, que abafou um gemido, fechando os lábios com força. Lentamente ele foi sugando o sangue dela, que foi se acostumando com a sensação. Após algum tempo, Damon começou a mostrar sinais de melhora, e então afastou o pulso dela. Ela apertou com o polegar os pequenos furinhos até eles pararem de sangrar.

Quando se levantou, ela se virou para Stefan. Ele observava a cena com uma expressão não muito feliz, mas a desfez assim que percebeu que Elena o observava. Ele caminhou até ela devagar, mas parecendo bem. Damon se levantou também.

Os três se viraram para o corpo de Katherine. Nenhum deles parecia acreditar ainda que ela se fora para sempre, que estavam livres daquele pesadalo. Damon foi o primeiro a se aproximar. Elena logo pensou que ele estaria triste com a morte dela. Pelo contrário, Damon pisou em cima da mão direita de Katherine, os dedos dela se quebrando.

— Queime no inferno que é o seu lugar. – ele murmurou com raiva, se abaixando e arrancando o colar do pescoço dela, aquele que permitia que ela andasse no sol como eles. Damon pisou em cima do medalhão também, o destruindo.

— Achei que você realmente nos trairia. – Elena sussurrou de onde estava, observando Damon. Ele se virou para ela e deu um sorriso de canto típico.

— Ela também. Foi o que a deixou vulnerável. – ele sorriu com orgulho de si mesmo, e Elena balançou a cabeça, não conseguindo segurar o sorriso também. – Sua sorte foi que ela deixou você para eu matar. Se não tivesse, nós não teríamos tido a mínima chance.

Stefan, que estivera em silêncio até agora, caminhou até Damon e os dois encararam o cadáver de Katherine por um longo tempo. Elena não falou nada, apenas permitiu. As mentes deles estavam cobertas de lembranças dos bons e dos maus momentos que haviam passado ao lado de Katherine. Era um alívio vê-la ali, morta, sem poder fazer mal a mais ninguém, mas uma espécie de vazio se instalava no coração dos dois. Era a segunda vez que ela morria para eles, mas dessa vez era pra valer. Eles nunca mais veriam Katherine, ela nunca mais voltaria. Era realmente o final daquela história que começara em 1864.

— Mais de um século de tormenta terminou. – Stefan sussurrou, e o mais velho concordou com a cabeça. Quando Stefan estendeu a mão para ele, Damon apenas olhou-a por um tempo, antes de apertá-la com força.

Elena sorriu discretamente, torcendo para que o fim daquela tormenta trouxesse de volta a amizade dos dois irmãos Salvatore.

 

Depois de discutir por um tempo o que fariam com os corpos, eles concordaram em simplesmente escondê-los na floresta. Elena observou os dois irmãos enterrarem o corpo de Katherine, ambos evitando olhar muito para ele, lutando contra suas memórias. Livres dos cadáveres, os três foram para a casa dos Salvatore, pois Elena precisava tomar um banho antes de voltar para casa, já que não teria como explicar todo aquele sangue.

Ela os contou como Katherine estava esperando-a em seu quarto quando ela chegara em casa. Alguém havia convidado-a a entrar, mas pelo menos Katherine não machucara mais ninguém.

— Ela me puxou pelos cabelos e me amarrou, depois me levou até o rio. O caminho inteiro ela ficou falando coisas sobre como eu era apenas o brinquedo de vocês, a forma que haviam encontrado de substituí-la. E disse que iria me matar; bolou vários jeitos diferentes de fazer isso. Então ela me ameaçou para ligar para vocês... – Elena fez uma pausa, respirando fundo. – Basicamente, ela estava com muita raiva de mim, aquela vadia louca.

Damon soltou uma risada rouca enquanto abria a porta da casa para eles entrarem.

— Ela sempre teve a mente meio perturbada. Pelo visto, só havia piorado. – Stefan falou com nojo, caminhando com certa dificuldade até o sofá, se atirando nele.

— A Katherine que nós conhecíamos no passado teria feito coisas muito piores. – Damon comentou enquanto subia as escadas.

— A maldade acaba destruindo a pessoa por dentro. – Elena disse e ele deu de ombros, indo para o seu quarto.

Stefan deixou que Elena fosse se limpar primeiro e foi até a cozinha. Abriu a geladeira e encarou a jarra de Damon, cheia de sangue escarlate. Ele estava se sentindo fraco demais; um pouco não iria fazer diferença. Depois subiu e ficou esperando-a.

Por sorte, ela deixara algumas roupas ali, e pôde se livrar da manchada de sangue. Quando terminou o banho, ficou no quarto de Stefan, o esperando. Ela caminhou distraída por ele, observando os detalhes; sempre tinha alguma coisa que ela não se lembrava da última vez.

Elena parou em frente à mesa de madeira, cheia de objetos inúteis, e seus olhos fixaram-se na foto de Katherine. Então ela sentiu uma mão no seu ombro e virou-se assustada, mas era apenas Damon, no final das contas. Ela apontou para a foto.

— Gostaria de saber por que ele ainda guarda isso. – ela comentou em voz baixa. Damon pegou a foto e levou-a para perto do rosto, observando-a.

— E eu gostaria de saber o que faz vocês serem tão parecidas. – ele falou pensativo, os olhos perdidos na foto. Elena confirmou com a cabeça e depois de alguns segundos ele largou a foto, deixando-a cair no chão. – Mas assim, de perto, eu consigo notar as diferenças. – ele sorriu de canto e se aproximou mais dela, tocando-lhe a bochecha. – Essa covinha, aqui, Katherine não tinha. E os olhos dela brilhavam iguais aos seus, mas os seus tem uma inocência que eu nunca vi nos dela. E ainda por cima parecem conseguir enxergar através das pessoas, ver dentro delas.

Elena olhou-o assim, tão de perto, e sorriu. Ele sorriu de volta, um sorriso que lhe pareceu muito sincero.

— Eu realmente pensei que você iria me matar. – ela sussurrou.

— Eu não iria perdoar Katherine fácil tão assim por ter me deixado sozinho, procurando-a, por quase um século e meio, ainda mais depois de saber que ela esteve por perto mais de uma vez. – Damon falou com amargura, tentando manter o tom controlado e frio, desviando os olhos. – Mas... – a voz dele se perdeu enquanto ele parecia imerso em pensamentos.

— Mas...? – Elena pressionou-o, pouco acostumada em ver Damon demonstrando emoção. Ele voltou a olhá-la.

— Penso o que fez com que ela resolvesse me escolher agora... Ela estava até disposta a matar Stefan! – ele passou a mão pelos cabelos molhados, bagunçando-os enquanto suspirava. - Se as coisas tivessem sido diferentes naquela época, em que só o que eu queria era que ela tivesse escolhido ficar ao meu lado... – ele se calou, voltando a obter o controle sobre si mesmo. – Mas as coisas não foram assim. Ela era uma vadia louca, como você disse. – Damon deu um sorriso de canto para Elena. – A propósito, obrigado pelo seu sangue.

— Eu estava lhe devendo. – ela deu de ombros, sorrindo de volta.

Naquele instante Stefan chegou, e ela se afastou automaticamente de Damon. Stefan se prontificou a levá-la para casa e ela aceitou, acenando para Damon ao passar. Quando os dois estavam longe, ele se abaixou e recolheu a foto de Katherine, jogando-a no meio das coisas de Stefan. O que ele queria agora era distância de qualquer lembrança dela.

 

Na manhã seguinte, Elena levantou-se com preguiça e esfregou os olhos enquanto abria a cortina. O sol brilhava lá fora; era o primeiro dia sem nuvens em semanas. Ela se vestiu lentamente – não esquecendo de colocar um lenço no pescoço, mesmo que estivesse quente lá fora –, pensando que tudo voltaria ao normal agora. Não existia mais nenhum perigo para ameaçar a ela e à sua família.

Ela desceu sorridente para o café da manhã.

— Bom dia, Jenna. – Elena cumprimentou a tia enquanto sentava-se na mesa. Jenna a encarou com a sobrancelha erguida, pois a sobrinha não estava lhe tratando de forma muito amigável nos últimos dias.

— Bom dia, Elena. – ela sorriu de volta, por fim, e subiu para acordar Jeremy novamente.

Como ainda estava cedo, Elena resolveu caminhar até a escola. No caminho passou na casa de Bonnie, e as duas foram conversando, sem ver o tempo passar.

À tarde, depois do final das aulas, ela teria que se encontrar com alguns colegas para começar um projeto de Geografia. Ela chegou um pouco atrasada, pois ficara conversando com Monsieur  Gérard, que lhe avisou que ela tirara uma nota razoável na prova de francês, mas que, para melhorar ainda mais, deveria continuar indo às aulas particulares com Damon.

— Foi mal o atraso. – ela se desculpou ao se encontrar com os colegas. Eles estavam todos do lado de fora da escola, sentados nas mesas e aproveitando o sol da tarde.

— Ótimo, agora só falta a Rebecca. – reclamou uma das garotas que tinha o rosto enfiado nos livros.

— Vamos começar sem ela. – sugeriu Kevin, um dos caras do grupo.

E foi bom terem começado, já que, uma hora depois, Rebecca ainda não chegara. Foi só então que, finalmente, eles ouviram o barulho de um carro estacionando próximo a eles. Elena não levantou os olhos; estava concentrada medindo corretamente a maquete, mas pôde ouvir os sons de admiração que saíram da boca dos companheiros de grupo. Sem entender, ela levantou o rosto, a testa franzida.

O carro que parara era uma Ferrari preta que ela conhecia muito bem. Rebecca abriu a porta para sair, mas, antes de fazê-lo, se inclinou para o motorista, beijando-o brevemente. Ela bateu a porta ao passar, mas a janela foi abaixada por ele.

Damon deu um de seus típicos sorrisos de canto, acenando na direção dela.

— Hey, Elena. – ele deu uma ligeira piscadela antes de acelerar e ir embora. Elena revirou os olhos e voltou a concentrar-se na maquete. Por alguma razão, não queria olhar na direção de Rebecca.

— Vocês se conhecem? – a garota perguntou, sentando-se à mesa sem nem se desculpar pela demora.

— Damon é irmão do meu namorado. – Elena explicou brevemente e continuou fazendo o trabalho.

Rebecca, porém, estava mais interessada em falar sobre Damon: como ele era cavalheiro, lindo, gentil, sexy, etc. Ela ia contando, contando, contando, e mexendo no lenço que usava ao redor do pescoço. Só mesmo ela e Elena para estarem usando algo no pescoço naquele calor que fazia. Ambas tentando esconder os vestígios do mesmo vampiro.

Em certo momento Elena se irritou, largando o lápis e se pronunciando pela primeira vez em bastante tempo.

— Se eu fosse você, eu ficava longe dele. – ela falou friamente, encarando Rebecca, que a olhou de volta com nojo.

— O que é isso, Gilbert? Ciúmes? – a garota perguntou com sarcasmo na voz, uma expressão de superioridade.

— Não, querida, mas você não conhece o Damon de verdade. – Elena deu um sorrisinho falso para Rebecca e voltou a se inclinar sobre a maquete.

Na verdade, não sabia muito bem porque aquelas palavras saíram da sua boca, mas ficar ouvindo aquela nojenta falando de Damon estava tirando-a do sério.

Os dias abafados foram se arrastando e Rebecca aparecia muito pouco no colégio. Na data da apresentação do projeto, ela sequer dera as caras.

Naquele mesmo dia, no almoço, Elena estava sentada sozinha na cantina, esperando Bonnie e Stefan que estavam na fila se servindo. Sarah, a melhor amiga de Rebecca, surgiu do lado de Elena e pediu licença para sentar.

— Desculpa eu estar te incomodando, Elena, ainda mais sem te conhecer direito. Mas... eu preciso da sua ajuda.

— Por quê? O que está acontecendo? – Elena perguntou preocupada, o rosto fechado.

— É sobre Rebecca. Ela andou falando de você... Na verdade, parece não gostar muito de você. – Sarah deu um sorriso sem graça e Elena fez um gesto para ela continuar. – Enfim, ela me contou as coisas que você disse sobre o tal do Damon. E eu estou preocupada com ela... Quase não a vejo mais, ela tem estado distante e muitas vezes não se lembra do que fez. Como se existissem lacunas na sua memória. Você entende o que eu quero dizer? – Elena confirmou com a cabeça. Entendo melhor do que você imagina..., ela pensou.

— Eu... Eu vou ver o que eu consigo fazer. Vou tentar falar com o Damon. Não garanto que ele me escute; ele não costuma escutar as pessoas. Mas vou fazer o máximo. – ela disse com convicção. Mesmo não gostando de Rebecca, ela não podia deixar que Damon fizesse aquilo com a garota.

Sarah sorriu fraco e agradeceu, se levantando da mesa e indo para junto das amigas.

Logo Bonnie e Stefan chegaram. Bonnie ficou curiosa para saber o que Sarah queria, mas Elena mentiu que era algo sobre um trabalho. Pela expressão de Stefan, no entanto, ele ouvira tudo da conversa das duas.

 

O dia seguinte era sábado, e Elena pôde dormir até mais tarde. Quando acordou, Jenna e Jeremy haviam saído, então ela mesma cozinhou algo para almoçar. Depois de comer, tomou banho e decidiu que iria visitar Stefan, e ainda aproveitar para falar com Damon.

Pegou o seu carro e dirigiu devagar até a casa dos Salvatore. Estacionou lá na frente e cruzou o jardim. Quando levantou a mão para bater na porta, ela foi aberta do lado de dentro e Rebecca saiu de lá, quase esbarrando em Elena.

— O que você está fazendo aqui? – Rebecca perguntou com aquele seu tom de superioridade sempre presente, ajeitando o lenço no pescoço. Elena a ignorou.

— Oh, Elena... – Damon sorriu para ela, analisando-a com os olhos e se apoiando na porta. – Stefan não está.

— Não tem problema, eu espero. – Elena falou com um sorriso forçado e passou pelos dois, entrando na casa.

Na sala, ela ainda podia ouvir enquanto Damon e Rebecca se despediam. Ela dava risadinhas maliciosas, e falou para ele em um tom de voz de quem fazia questão de que Elena ouvisse.

— Se você continuar me beijando assim, eu não vou conseguir ir embora. – Damon falou algo que Elena não entendeu, e ela subiu as escadas bufando.

Garota idiota... E eu aqui pra te ajudar, ela ia pensando enquanto cruzava o corredor na direção do quarto de Damon, para esperá-lo lá. Entrando nele, porém, acabou se distraindo. Nunca estivera no quarto dele anteriormente. A cama de madeira escura tinha a cabeceira toda trabalhada; era muito antiga, assim como o resto do quarto. Os lençóis eram pretos e estavam bagunçados. Na parede exatamente oposta, podendo-se ter uma vista da cama, ficava um espelho que ia até o teto. Ele tinha a moldura também escura e trabalhada; se estivesse numa daquelas lojas de antiguidades, custaria uma fortuna. Havia também um armário de duas portas altas e largas, e uma estante cheia de livros. Elena foi até ela, tocou um deles, tirando-lhe a poeira. Pelo jeito, Damon não lia há muito tempo. Pegando um aleatoriamente, não conseguiu ler o nome na capa, de tão velho que estava. Abriu-o e viu uma dedicatória escrita numa caligrafia que ela conhecia muito bem.

Damon, achei a sua cara. Estou certo de que você gostará. Feliz aniversário! Amor, Stefan. 1861”.

— A que devo sua ilustre presença em meu quarto?

Elena levou um susto e largou o livro no lugar, virando-se para Damon, que estava apoiado na porta. Ele a examinava com os olhos cerrados, um sorriso corrompido no canto da boca.

— Nós precisamos conversar. – ela disse firme, e ele franziu a testa, entrando no quarto.

— Confesso que estou curioso. O que há?

— Essa garota, Rebecca. Você tem que parar com isso.

— Não estou acompanhando, Elena. – ele olhou-a com uma expressão inocente, tão fingida que só fez irritá-la.

— Ela não está indo às aulas, suas amigas estão preocupadas. Você não pode ficar se alimentando das pessoas, controlando suas mentes e ainda prejudicando-as de outras formas, Damon! – ele revirou os olhos para Elena.

— É assim que funciona a natureza, Elena. Os mais fortes se alimentam dos mais fracos. – Damon deu uma risada abafada e cruel no final, e ela bufou.

— Não está certo, Damon! Ela é um ser humano. – ela fez uma pausa, pensando. – Tudo bem, é uma vaca também, mas isso não vem ao caso. - Damon riu alto dessa vez, encarando Elena com satisfação, mas ela ficou olhando de volta de forma repreensiva. – Eu estou falando sério.

— Deixe de ser sem graça. Não estou fazendo mal à garota. – ele se divertia com a situação. Elena não sabia explicar o motivo de estar ficando tão irritada por aquele assunto, mas agora ela sentia como se seu orgulho já estivesse envolvido naquilo. Como se ele tivesse colocado o dedo na ferida.

— Ah, eu sou sem graça então, Damon? – ela elevou a voz antes de continuar. – Você concorda com Katherine, então? – ele a olhou com a testa franzida novamente, sem entender os motivos de Elena ter trazido à tona aquele assunto.

— Sim, Elena, você sabe ser sem graça quando quer. Aproveite a vida. – ele respondeu enquanto a estudava com os olhos, sério agora.

— Então por que você não me matou e ficou com ela? Era como você queria, no final das contas. Hein, Damon, por que você não fez isso?! – Elena já estava gritando, sem nem mesmo entender porquê.

— Não repita isso. – Damon falou controlado dessa vez, sem nenhum vestígio da diversão de antes, a voz tão fria que teria assustado qualquer outra garota. Não Elena.

— Melhor... Por que você não faz isso agora? Por que não me mata agora, pra eu parar de bancar a sem graça pra cima de você?!

Em um segundo ela estava gritando para Damon, e no outro ela tinha voado na direção da parede do quarto. Ele se movera tão rápido que ela sequer enxergara seu vulto. Ele a mantinha presa contra a parede, e o controle dele fora embora. Damon olhava Elena com o rosto sério, suas presas aparecendo no canto dos lábios enquanto o hálito frio dele tocava o rosto dela devido à sua proximidade.

— Eu mandei você não repetir. – ele falou com a voz baixa, calculada. Era a legítima voz de um predador.

— Eu não tenho medo de você, Damon. – Elena abaixou a voz, nenhum pouco intimidada pela pose ameaçadora dele. Ela sussurrou, desafiando-o, o queixo erguido. – Por que você não se livra de mim agora?

Elena observava a mandíbula presa de Damon enquanto ele fazia força para se controlar, e ela, como uma simples humana, podia sentir o Poder que emanava dele, mais forte ainda quando ele estava com raiva.

Mas ela nunca seria capaz de explicar o que aconteceu em seguida. De repente a boca de Damon se uniu à sua, e, encontrando os lábios dela entreabertos, ele a beijou com força. Seus olhos se fecharam e suas línguas se encontraram, enquanto suas respirações aceleradas se misturavam. Os dedos de Elena, parecendo agir sozinhos, se agarraram nos cabelos da nuca de Damon, puxando-o mais para perto e aprofundando o beijo. Ele deslizou as mãos pelo corpo dela, contornando-o todo, até segurá-la pelo quadril e levantá-la. Elena envolveu–o pela cintura com as pernas, enquanto ele pressionava as costas dela na parede fria. As respirações ofegantes dos dois podiam ser ouvidas de longe enquanto seus lábios se moviam em sincronia, rápidos, com força, com uma vontade crescente que ambos não sabiam de onde surgia.

Damon partiu o beijo, deslizando a boca pela pele de Elena até alcançar o pescoço dela; ela sentiu um arrepio eriçar até o último pêlo de sua nuca e suspirou, incapaz de esconder essa reação de Damon. Ela respirava pesadamente, recuperando o fôlego, enquanto os lábios úmidos dele se moviam no pescoço dela. Os dedos de Elena ainda seguravam com força os cabelos dele. Só quando ela sentiu a língua quente de Damon sobre as duas feridas que ele mesmo causara há alguns dias atrás, provocando-lhe uma leve ardência, foi que Elena pareceu ter consciência do que acontecia.

Ela abriu os olhos assustados e colocou as mãos no peito de Damon, tentando afastá-lo. Claro que não fez efeito, ele era muito mais forte; ele apenas continuou grudado no pescoço dela, arrancando-lhe um suspiro. Então ela abriu a boca e murmurou rouca, quase implorando, sem forças.

— Damon, me solta. - ele a ignorou por alguns segundos, voltando a subir os lábios até os dela. Porém, dessa vez, ela conseguiu mantê-los fechados com uma força de vontade que não soube de onde tirou.

Só então que ele começou a se afastar. Damon olhou-a enquanto a colocava no chão, o peito dele subindo e descendo rapidamente, mas Elena tentou ao máximo evitar aqueles olhos. Não queria ver a malícia, o sarcasmo, a diversão, o que quer que seja que estivessem demonstrando naquele instante. Ela ajeitou a roupa e caminhou o mais rápido que pôde sem correr para fora da casa. Entrou no carro e acelerou até estar a algumas quadras de distância. Então estacionou na beira da estrada vazia e escondeu o rosto nas mãos.

Elena ainda podia sentir os lábios de Damon contra seus, o gosto dele na sua língua, as mãos fortes a segurando. Um arrepio percorreu a sua espinha. Ela abriu os olhos e encarou a estrada, tentando afastar as memórias de Damon, mas o seu coração a traía. Ele batia rápido, fazendo até com que suas mãos tremessem. Elena levantou uma delas e tocou as feridas quase cicatrizadas no pescoço. Suspirou ao lembrar-se do hálito frio dele na sua pele.

— Não, Elena, que merda! – ela deu um soco no volante, apertando a buzina sem querer. – É o Damon!

Ótimo, ela pensou enquanto ligava o carro e acelerava para casa. Além de tudo, estou falando sozinha.


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Notas finais do capítulo

E aiiiii? Morte da vaca e beijo Delena! Eu disse que o capítulo era importante. O que acharam? Quero reviews, reviews, reviews!!
E eu queria agradecer a todo mundo que comenta, eu posso não responder mas eu adoro ler! Fico muito feliz. E principalmente às duas queridas, spunkrans-on e karolcosta que recomendaram a minha fic! Beijo, fofas! Até o próximo