Capitulo 2 – Normalidade...

Pov. Bella

Assim que anoiteceu, Edward saiu de casa, pulou a janela do seu quarto e correu até Seattle, fui voando acompanhando sua velocidade, aproveitando a sensação boa de voar.

Sorri com a onda de adrenalina que passava pelo meu corpo, enquanto a paisagem se tornava apenas um borrão.

De todas as coisas poder voar é a melhor coisa de ser um anjo, para muitos anjos normalmente voar é cansativo, pois tirava bastante da sua concentração e se ficasse muito tempo voando provavelmente teria que tomar a água-light com mais freqüência, mas comigo nunca foi assim podia voar o dia todo e não teria nenhum problema, nem ficaria cansada e sim revigorada.

Edward diminuiu a velocidade, assim que entrou na cidade e passou a caminhar, soltei um suspiro de despontamento, pousei ao seu lado encolhendo as asas e andando ao se lado.

Caminhamos por um bom tempo, até que comecei a sentir a solidão que emanava de Edward cada vez mais forte, se solidificando, isso me preocupava imensamente, ele tinha família que o amava e Edward sabia disso, mas ele se perguntava se passaria o resto da eternidade sem alguém ao seu lado, sem uma companheira.

E se depois de todo esse tempo ele acabasse se tornando amargo?

Isso eu não poderia agüentar, Edward tem um coração enorme, uma bondade imensurável, ele ainda iria achar uma garotar a qual irá amar, tinha que acreditar nisso, pelo bem de nós dois, eu tinha que acreditar que era possível.

— Você não está sozinho, tem sua família com você. – falei, me sentindo inútil, mesmo com todos os argumentos do mundo ele sempre se sentia assim, não importando o que eu falasse, segurei na sua mão, apertando-a carinhosamente e soltando logo em seguida - Eu estou aqui, sempre estarei.

Claro que ele não sentiu eu segurar sua mão, mas sua solidão diminuiu um pouco com as minhas palavras, isso fez com que eu me alegra-se e surgisse um pequeno sorriso em meus lábios.

Eu era como uma consciência, dando conselhos, mostrando o caminho certo para se seguir, e como um fantasma eu era invisível, Edward não sentia meu toque, não escutava minha voz, não sabia que eu estava ali, mas era como se mesmo não me escutando ele sentia as minhas palavras de algum modo.

Sou um Anjo da guarda, não aqueles dos filmes que só usam branco, ou tocam harpa, nem vivo jogando flechas nas pessoas para se apaixonarem, mas sim ajudo a não seguir o caminho da tentação, a fazer sempre o certo invés do errado.

Amo o que faço e me orgulho dele, quando criança eu sonhava em ser um anjo da guarda enquanto as outras crianças queriam virar arcanjos, guerreiros, ou fazer parte da Redoma, mas sempre tive uma curiosidade sobre os humanos os jeito em que se comportam, como pensam, e como sentem emoções tão profundas, e protegê-los e viver entre eles era o meu maior sonho,  mesmo ele sendo tão desmerecido e menosprezado.

Já fazia 109 anos que cuidava de Edward.

Edward, não é humano, ele é vampiro, o que só torna o meu trabalho mais difícil.

Todo humano da face da terra tem um anjo da guarda desde nascem até que morem mesmo aqueles com almas totalmente negras, para que tentem fazê-los se redimir e limpar suas almas.

Mas no momento em que um humano se torna um vampiro, ele perde esse anjo, por causa de apenas um motivo: a tentação para eles é maior, para os arcanjos a alma de vampiro já está fadada a perdição, para eles os vampiros não são capazes de se arrependerem de algo ruim que tenham feito.

Eu já não concordo com isso, depois de todo esse tempo convivendo com Edward e sua família, pude perceber que mesmo sendo vampiros, eles sentem amor, felicidade, tristeza como qualquer outro humano, e merecem sim um anjo da guarda.

Claro que tem a grande questão: Vampiros bebem sangue, não se enganem Edward também bebe sangue, mas diferentes dos outros vampiros ele bebe sangue animal e não humano o que contribuiu para que ele fosse o único vampiro que já teve um anjo da guarda em toda a criação.

Entretanto mesmo não tendo nada de diferente entre Edward e seus irmãos e irmãs que também não bebem sangue humano e tem a alma pura tanto quanto, e deveriam ter um anjo da guarda, mas não havia nada o que eu podia fazer quanto a isso, a Redoma eram intolerantes a isso, o máximo que eu podia ajudar era tentar livrar-lhes um pouco da sede enquanto estivessem perto de Edward, mas nada podia fazer contra pensamentos ou sentimentos ruins, nisso eles estavam por contra própria.

— Bella! – disse a voz de Bree me tirando dos meus pensamentos.

Estava tão distraída que não percebi sua presença se aproximando, parei de caminhar e me virei na direção da voz, para logo em seguida ser abraçada fortemente dela ruiva.

— Ai Bella! Que saudades, você tem que saber as ultimas – falou animada, se desgrudando de mim.

Bree tem cabelos ruivos naturais com cachos nas pontas e olhos verdes claros alegres, sua altura na verdade era do tamanho normal, mas é baixa que eu, usava uma blusa branca frente única e uma saia acinturada de oncinha que ia até um pouco acima dos joelhos.

— Bree! Você fala como se tivesse meses que não nos falamos, nem faz uma semana, baixinha! – exclamei rindo - Mas então o que faz aqui?

— Bem não posso mais visitar a minha melhor amiga? – falou sorrindo travessa.

— Claro que pode, mas eu te conheço a muito tempo para saber que você está aqui por outro motivo.

— E por que você acha isso?

— Pelo fato de que hoje é quinta e nas quintas tem festa, e você não estaria aqui enquanto rola uma festa – falei sorrindo vitoriosa, Bree bufou e teatralmente bateu o pé e cruzou os braços, parecendo uma criança fazendo birra dei um sorriso brincalhão para ela, mas logo sua expressão mudou ela sorriu diabolicamente, dei um paço para trás insegura.

A conhecia bem demais para saber que ela não deixaria eu brincar com ela sem poder revidar igualmente.

— Bella, Bella, minha cara Bella, pelo visto você está tão distraída com a minha pessoa que se esqueceu que Edward não parou de andar. – Assim que essas palavras saíram da sua boca, entrei desespero, meu estomago afundou de preocupação, me xinguei mentalmente pelo meu descuido, movendo minha cabeça para todos os lados a sua procura, nada, sem nenhum sinal, por que ele tinha que usar usa alta velocidade logo quando não estava prestando atenção;

Fechei os olhos enquanto tentava sentir seus sentimentos, felizmente continuavam os mesmo, suspirei um pouco mais aliviada, ele não estava em perigo, mas também ainda estava mal e isso não passou despercebido para mim.

— Por que não me avisou antes? – falei um pouco irritada, mas não de verdade, não quando se travava de Bree.

— Hora ele é um vampiro sabe se cuidar por alguns minutos – disse tirando uma com a minha cara - mas se está tão preocupada ele foi por ali - Bree me indicou com a cabeça para uma rua lateral a que estávamos, levantei voou antes mesmo de ela terminar de falar.

Assim que encontrei Edward alguns metros a diante, pousei e contive o impulso de abraça-lo, suspirei sabendo que tinha que contentar em apenas vê-lo, não podia me expor tanto, ainda mais Edward sendo quem ele é.

Se fosse apenas um Humano, atribuiria qualquer coisa para a imaginação, mas com Vampiros, eles sim eram mais difíceis de se enganar.

E eu sabia disso por experiencia própria.

— Ele parece mal - falou Bree que havia me seguido até ali.

— Ele está mal - corrigi com pesar - queria poder fazer alguma coisa, toda essa tristeza e por mais que eu tente nada muda, temo que ele se perca.

— ele ainda é ele – ela sussurrou fazendo-me sorrir para ela - ele é forte, então muito tempo juntos, além do mais há coisas que nem anjos da guarda podem proteger, voce sabe disso.

— Eu sei – suspirei,

 - Tenho que te contar uma coisa – ela exclamou me puxando para ficar um pouco distante de Edward, mas ainda continuamos andando, a olhei e vi seus olhos brilhando e um sorriso enorme se abrir – fui designada!

Olhei para ela esperando que fosse uma brincadeira, mas sua expressão estava seria e ao mesmo tempo alegre, e percebendo que era verdade, abri um sorriso, verdadeiramente feliz para a minha amiga.

Para um anjo ser designado ele tem que passar por um treinamento muito grande, eu passei na minha designação quando tinha 17 anos e essa é a minha aparência até agora, quase 100 anos depois, Bree tem 15 anos, sendo assim ela vai continuar com essa aparência pelo resto da sua eternidade, já que agora ela teve sua designação.

Ser designado é a coisa mais importante quando se é um anjo em treinamento, se você não é designado começa a envelhecer cada vez mais rápido até não ter mais idade para ser um anjo que é 40 anos, se por acaso isso acontecer os Arcanjos apagam suas memórias e você é mandado para o mundo dos humanos onde viverá até a sua morte.

Mas sempre foi mais do que isso, ser designado é como ter uma missão, antes de você ser designado você pode não saber o que será do futuro, mas no momento em que isso acontece você tem um objetivo pelo resto da sua eternidade e tudo fica claro para você.

Tudo parece certo pela primeira vez.

— Não brinca! Que ótimo Bree, e tão o que vai ser? – falei a abraçando de lado, ela se deixou levar pelo momento pulando em cima de mim.

— Vou ser um anjo da guarda igual a você! – Ela gritou animada – Eu não acredito que finalmente acabou.

— Quem vai ser? – perguntei.

— De um garotinho chamado, Fred Gart ele mora em Port Angeles, tem 10 anos de idade, vou começar amanha! – ela me soltou repentinamente quase me fazendo perder o equilíbrio que me fez rir com ela – Ainda vamos ficar perto uma da outra!

— Quem fez essa escolha mesmo? – brinquei – Eu sei que você vai ser uma ótima anjo da guarda!

— Bree a anjo da guarda isso soa bem para mim.

— Claro que soa bem, baixinha!

Fim do capitulo 2