POV Bella.


Juneau era sem duvidas uma cidade muito bonita, além de ser muito agradável. A pousada que eu estava era aconchegante, me fazia lembrar de tempo atrás na casa dos Cullen, onde tudo era lindo.
Não sei dizer por que, mas aquele lugar me trazia uma paz, certa tranqüilidade. Talvez fosse um pressentimento de que tudo ficaria bem.

Já fazia uma semana  que eu estava aqui, estava ocorrendo tudo tranquilamente, embora a ardência em minha garganta fosse constante. Eu estava feliz comigo mesma, afinal eu estava me saindo muito bem com meu controle. Já havia me inscrito na Universidade de Alasca do Sudeste e hoje começaria minhas aulas.
Era começo de semestre e eu tinha que passar na secretaria para pegar minha grade de matéria, eu escolhi fazer história da arte, imaginei que me daria bem naquele curso.
Cheguei a frente ao prédio da Universidade e já podia ouvir comentários de alguns alunos ao meu respeito. Embora fosse um prédio grande parecia que as pessoas tinham bastante interação entre si.
Observei que como em todo colégio havia grupinhos separados. Passei direto sem dar muita atenção aos comentários. Aquilo tudo era uma experiência nova pra mim e eu me sentia ansiosa por aquilo.

Passei por alguns garotos encostados na parede próxima a secretaria. Ouvi alguns comentários maldosos ao meu respeito, mas decidi ignorar.
Dei leves batidas na porta da secretaria e ouvi alguém me mandar entrar.
A sala era aconchegante, toda em tons claros. A secretária era a Senhora Cooper, uma mulher ruiva, aparentemente tinha seus cinqüenta anos. Era uma mulher simpática e sempre sorridente.

- Bom dia – Falei cumprimentando a Sra. Cooper.

- Bom dia! Senhorita Cullen não é? – Ela me cumprimentou igualmente sorridente.

Agora vocês devem está pensando porque ela me chamou de Cullen. Quando eu vim para Juneau, todos os meus documentos eram como Isabella Marie Swan. Eu sabia que se algum dos Cullen me procurasse seria pelo meu sobrenome, como o Jasper já havia dado entrada na emissão de documentos, consegui retirar aqui carteira de identidade e demais documentos com o sobrenome dos Cullen.

- Exatamente. Eu vim para pegar minha grade. – Sorri para senhora Cooper que parecia encantada com minha aparência.

- Ah claro. – Ela sorriu envergonhada e foi em direção a um arquivo próximo a sua mesa. – Aqui esta Srt. Cullen, aqui você tem sua grade e o mapa da Universidade para você se situar melhor pelo prédio. – Ela completou mostrando os detalhes do papel em minha mão.

- Obrigado Sra. Cooper. – Agradeci e sai a passos largos daquele lugar, aquela sala era um local pequeno e vazio demais para mim e uma humana.
Passei novamente por aquele corredor ignorando os garotos que ainda estavam ali conversando. “Vai estudar vagabundo” Oh vontade que eu tive de gritar para eles, mas ficou só em pensamento.

Olhei para o mapa em minhas mãos e logo segui em direção a primeira aula. Os alunos novatos andavam rápido pelo prédio talvez com medo de algum trote. Passei por algumas meninas que me lançaram olhares invejosos, eu não entendia como garotas tão linda sentiam inveja e admiração por simples aparência. Eu nem estava bem vestida, estava com uma calça jeans clara e uma camiseta preta, e um tênis all star preto, se elas soubessem quem eu era, o que eu era.
Aquele pensamento me fez lembrar o dia em que o Edward me salvou aqueles olhos tão profundos que sem a necessidade de nenhuma palavra me diziam tudo.

Entrei na sala de aula e fui invadida por um cheiro estranho, minhas narinas inflaram e ardia, eu sentia o veneno correr por minhas veias. Eu não sabia por que, nunca tinha sentindo um cheiro daquele, parecia cachorro molhado, madeira e terra, mas era desconfortável.
Prendi a respiração e entrei na sala, estava apreensiva, aquele cheiro alertaram meus instintos, embora eu não soubesse de quem ou de onde vinha aquele cheiro, mas estava bem próximo.

O professor era um homem de meia idade, tinha o cabelo calvo e um sorriso de canto de boca. Era engraçado, tinha uma aparência divertida.
Fui até ele e me apresentei.


- Bom Dia! Sou Isabella Cullen – Tentei manter um leve sorriso, já ouvia risadinhas e comentários dos alunos, mas batimentos cardíacos acelerados chamaram minha atenção. Segui o olhar para onde vinha aquele som, o cheiro estava ainda mais forte.
Quando encontrei com os olhos dele. Era um garoto moreno com cabelos pretos num corte curto espetados para cima, era aparentemente novo e tinha traços fortes, poderia até dizer que era um garoto lindo, um dos mais lindos que eu já conheci se não fosse o olhar raivoso que ele lançou em minha direção. Travei o maxilar na mesma hora, não entendia porque, mas eu me sentia tensa.

- Seja bem vinda Srt. Cullen – Ouvi o professor falar, e na mesma hora os olhos daquele garoto mudaram de ódio para curiosidade, ou algo assim.

- Obrigado Sr. Molina. – Sorri para ele e caminhei em direção a única cadeira vazia na sala. Que pra variar era próximo a ele.

Ele me olhava atentamente, como para observar cada detalhe. Quanto mais me aproximava dele, mas eu podia notar os traços do seu rosto que eram perfeitos, ele tinha um maxilar definido, as sobrancelhas grossas. Mesmo com aparência de menino, ele possuía um jeito bem masculino, me permitir observar seu corpo que era bem definido, cheio de músculos que podiam ser observados pela camisa preta que ele usava. Percebi que ele tinha traços indígenas. “Tlim” Foi como uma ficha caindo, lembrei de uma vez que eu sair com Alice para caçar, ela me falava de lobos de uma aldeia.

Flash Back On

Estava na sala quando Alice me chamou.

- Bella vamos caçar?

- Só eu e você? – Perguntei, eu queria ficar só, mas Alice era minha melhor amiga e era uma boa companhia.

- Uhum, só nós duas.

Saímos de casa rumo à floresta. Alice me contava história sobre os lobos de uma reserva perto daqui. Ficava próxima a praia, se chamava La Push, era uma reserva indígena onde vivia uma matilha de lobos. Os Cullen e eles tinham um acordo de nunca passar pela fronteira para caçar nas terras deles e nenhum dos vampiros transformarem nenhum humano.
Ouvia fascinada a história que Alice contava, nunca imaginei que algo tão surreal faria parte de minha realidade. Encontramos alguns cervos no lado Sul da floresta, nos alimentamos e voltamos em direção a casa.

Flash Bach Off

Olhei para ele, que mantinha olhos vidrados em mim. Tentei sorrir, vai que ele me ataca. Ta tudo bem que ele não faria isso aqui né? Ou faria?
Ai Deus eu era F ao cubo: Feia, Fraca e Frouxa. Ah gente é sério eu não sabia lutar, nunca tinha visto um lobo.
Será que ele era um lobo mesmo? Será que se eu perguntar?!

- Cullen? – Ouvi uma voz rouca, mas muito bonita falar. Olhei para ele que continuava a me olhar.

- Sim Isabella Cullen. Você é? – Tentei manter minha voz, e percebi ele tencionar os músculos ao ouvir minha resposta. Ele tinha um expressão  engraçada e eu não consegui reprimir um sorriso.

- O que foi? Do que você ta rindo? – Ele perguntou parecendo irritado porque eu estava rindo da cara dele.

- Não é nada, é que você faz umas caras e bocas bem engraçadas. – Rir novamente, ele parecia uma boa pessoa, embora o cheiro ruim ainda permanecesse.

- Caras e Bocas? – Ele olhou pra mim curioso com um sorriso bem discreto no canto dos lábios. – Mas me diga o que faz aqui Isabella?

- Só Bella, por favor.

- Claro Bella. – Ele falou para que continuasse. – Então o que faz aqui?

- Hum acho que o mesmo que você. Faculdade? – Sorri torto para ele, que pareceu surpreso pela minha resposta.

- Engraçada você não? – Ele cuspiu ironia.

- Senso de humor é minha melhor qualidade. – Devolvi a ironia.

- Além de ser uma vampira? – Olhou-me desafiador.

- E você um lobo não? – Ah que se dane, pergunto mesmo. Foi ele que começou.

- Olha aqui Isabella.

- Bella – Interrompi.

- Que seja. Eu conheço muito bem os Cullen e não me lembro de você fazer parte do Clã. Agora preste atenção em uma coisa, não quer dizer que por estar longe de La Push ou Forks você poderá machucar alguém. – Ele cuspiu colérico, falou tudo de uma vez e terminou soltando o ar que eu não havia reparado ele prender.

- Garoto respira pra falar. – Eu e minha boca grande, ele me lançou um olhar raivoso, mas eu decidi continuar. – Olha aqui, eu nunca machucaria nenhum humano, seja em Forks ou em qualquer outro lugar do mundo. Eu vim para Juneau estudar e faço parte da FAMILIA Cullen, não somos somente um Clã, portanto não fale da minha família.

- Porque não estuda perto de Forks, onde sua família mora? – Ele perguntou inquisitivo e aquela pergunta me incomodou. Eu não queria lembrar os motivos para eu sair de Forks.

- O que é? Isso aqui é um interrogatório agora? – Olhei raivosa para ele. – E mais, eu não te devo satisfações da minha vida, eu não sei nem seu nome.

- Jacob Black, e você não me deve satisfações mesmo. Mas se liga que eu to de olho em você. – Ele cuspiu de vez e levantou de sua cadeira, saindo da sala em passos largos levando um caderno nas mãos.

Olhei ele sair e pude observar que ele tinha costas largas e uma parte traseira, que misericórdia. Pra um garoto tão intrometido ele era até bem bonitinho.



POV Jacob.


Começo de semestre é aquela agonia. Eu estava em Juneau há algum tempo, a cidade era ótima e eu estava me adaptando bem.
Sair de La Push, por causa de toda a pressão da matilha em minha cabeça, era tudo muito confuso para mim e o lance de ser o lobo Alfa complicava ainda mais, eu não gostava de tudo aquilo, era estranho como tudo acontecia e eu não me sentia pronto para tanta responsabilidade.

Comprei uma briga com o meu pai. Não queria tê-lo decepcionado, lembro o que ele me disse quando sair de lá.

Flash Back On

Estava indo tudo muito bem até que um surto de mortes começou a acontecer em Seattle, parecia que alguns vampiros nômades estavam caçando em descontrole, todos da matilha estavam com medo deles virem para Forks e se preparavam para caçar aqueles vampiros nojentos.
Os caras da matilha levava tudo aquilo muito bem e até se divertiam. Mas para mim era diferente, era mais do que se transformar em um enorme lobo e matar vampiros, era ainda muito mais. Era uma herança, era uma linhagem de sangue e a história da minha família.

Talvez por isso eu não me sentisse bem, na verdade eu me sentia pressionado pelo meu pai, ele foi um lobo alfa, meu avô foi um alfa e agora era minha vez. Eu me sentia enclausurado naquele lugar. Foi quando decidir ir embora de La Push, ficar longe de todos aqueles mitos, aquela vida surreal de vampiros e lobos que muita gente não tinha nem noção de que existia.

... Caminhei até meu quarto a passos largos, meu pai estava em casa e ao passar pela sala ele estava sentado no sofá assistindo um jogo de basebol. Ia passar direto quando ele falou.

- Nem pense nisso Jacob. – Parei de andar  na mesma hora.

- Não sabia que você lia mentes agora pai. – Tentei parecer divertido, mas percebi que ele tinha um olhar raivoso.

- Não seja engraçadinho Jacob, você sabe do que eu estou falando. Você sabe que você é o lobo Alfa, a matilha precisa de você. – Ele soltou tudo de vez, havia  um clima tenso entre nós.

- Olha pai, não da pra mim. Não é isso que eu quero pra mim. – Tentei explicar.

- Olha aqui Jacob. Você não sabe do que ta falando, fazemos parte de uma linhagem, a anos nosso família faz parte da matilha. Todos os Black foram lobos alfas e não vai ser você que vai fazer isso.

- Desculpa pai, mas não da pra mim. – Não queria discutir com meu pai, por isso  eu tentava amenizar a situação.

- Menino você sabe o quanto isso é importante pra mim. – Não esperei ele concluir.

-  Importante pra você pai, não pra mim. Pra mim isso tudo é uma besteira, até poucos tempos atrás eu nem acreditava nisso. Será que você já parou pra pensar em mim, no que eu penso? Depois que a minha mãe morreu o senhor só pensa nessa maldita matilha. Não quero ficar aqui até morrer, to cheio disso. – Desabafei tudo que estava estalando na minha garganta, e notei que lágrimas caiam do meu rosto.

- Você é um fraco Jacob. Uma decepção. – Ele sentou novamente no sofá e voltou a assistir o jogo.

- Pense o que quiser. – Dizendo isso sai da sala sem olhar pra trás. Eu não queria ir embora brigado com meu pai, sei que ele passou por momentos difíceis com a morte de minha mãe, sei que também foi difícil pra ele ver minhas irmãs Rebecca e Rachel irem embora. Mas eu só queria que ele me compreendesse.

Entrei no quarto e coloquei o maior numero de roupas que cabiam nas minhas mochilas. Peguei um porta-retrato que tinha na minha cabeceira, onde havia uma foto da minha família, minha mãe abraçada a meu pai e em frente a eles eu e minhas irmãs. Éramos sem duvidas uma família feliz.
Sai do quarto a passos largos, parei próximo ao sofá, onde meu pai ainda assistia ao jogo.

- Tchau pai. – Já sentia um bolo se formar em minha garganta.

Ele sequer olhou pra trás. Sair da sala de cabeça baixa, eu nem sabia pra onde eu iria, mas seria bem longe de La Push e de seus seres mitológicos.

Flash Back Off.

É eu não tinha mais nada a fazer em La Push, eu nem sabia como meu pai estava. De lá eu só mantinha contato com o Embry e o Quil que eram meus melhores amigos, recebia noticias de meu pai por eles e minhas irmãs que sempre falavam com ele.

Senti um cheiro extremamente doce invadir a sala de aula. Senti meus pelos se eriçarem, minhas narinas inflaram e meu corpo tinha leves espasmos. Era um leve tremor que eu conhecia muito bem.
Levantei a cabeça e vi uma sanguessuga. O que ela fazia aqui? E nossa como era linda, nunca vi uma vampira tão linda. Mesmo sendo um ser tão nojento.

Já me preparava para levantar quando os meus olhos encontraram os dela. Eram dourados líquidos lindos. Ela tinha uma expressão confusa que acho não esta muito diferente da minha.
Lancei meu pior olhar para ela, para que ela soubesse que qualquer vacilo ela tava morta. Foi quando ouvi o professor chamá-la de Srt. Cullen.
Eu não via o clã Cullen há muito tempo, mas não lembrava dela. Sabia que tinha o doutor e sua companheira, tinha a loira irritante e o armário do seu companheiro, o leitor de mentes, a baixinha vidente e seu companheiro esquisito que eu tinha certeza se vampiros fumassem maconha aquele sem duvida era um maconheiro.

Sem perceber eu tinha suavizado a expressão, e a vi andando em direção a uma cadeira próxima a minha.
O cheiro doce que ela tinha ficava cada vez mais forte. E eu me controlava para não atacá-la. Já estava pronto para fazer-lhe várias perguntas e ameaçá-la caso ela machuca-se alguém, mas aquela voz me pegou de surpresa. Era uma voz melodiosa e calma, ela tinha uma aparência meiga e divertida o que me dava raiva, já que eu tinha que acabar com ela não ficar impressionado com a garota.

Fiz várias perguntas e de todas, ela se esquivava, ela era muito inteligente tenho que admitir. Ela era tirada a engraçadinha e conseguia quebrar o clima tenso entre nós. Tentava manter a ironia mesmo tentando conter o riso.
Eu só não entendia porque ela não estava com os Cullen já que ela fazia parte do clã, eu sabia que eles eram vampiros diferentes e mesmo não querendo admitir eles eram confiáveis. Mas eu não sabia quem ela era nunca a tinha visto antes, mas ela defendia os Cullen de um jeito.

- Porque não estuda perto de Forks, onde sua família mora? – Perguntei enfatizando a palavra família.

- O que é? Isso aqui é um interrogatório agora? –Olhei raivoso para ela. – E mais, eu não te devo satisfações da minha vida, eu não sei nem seu nome.

Fiquei puto da vida. Quem ela pensa que é para falar comigo daquele jeito? Olhei para ela e reponde rispidamente.

- Eu sou Jacob Black, e você não me deve satisfações mesmo. Mas se liga que eu to de olho em você. – Cuspi tudo na cara dela, e levantei bruscamente da cadeira saindo da sala, levando comigo meu caderno.

Mas enquanto saia da sala, senti que ela me seguia com os olhos. Vampira estranha. Não sei o que era, mas eu precisava falar com ela de novo. Mesmo sendo um ser tão nojento ela me dava a impressão de confiança, ela era agradável, se não fosse aquele cheiro.

È eu acho que o estranho aqui sou eu. Onde já se viu um lobo achar uma sanguessuga agradável? Aff acorda Jacob.