Amor Perfeito XIII - Versão Arthur escrita por Lola


Capítulo 39
Fim do tempo


Notas iniciais do capítulo

Boa Leitura ♥



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Arthur Narrando

Combinei com Rafael que nunca mais falaria de Alícia com ele, mas eu juro que estava sendo difícil não tentar intervim sabendo que os dois tinham o mesmo sentimento um pelo outro. Só que eu prometi, então iria ficar na minha. Era sexta a noite, peguei as cervejas que haviam liberado pra mim e coloquei no pequeno cooler levando até onde Murilo e Fael me esperavam na arquibancada, onde combinamos de encontrar todo mundo.

— Deixa eu ligar? – Murilo perguntou para ele parecendo se estressar. Olhei os dois e vi que era uma caixinha de som.

— O Ryan tá trazendo a de rodinha, espera.

— Não quero esperar o Ryan. Liga essa enquanto ele não chega.

— Por que caralho?

— Preciso ouvir alguma coisa. – ele balançou a perna inquieto. Entreguei a garrafa a eles e brindamos antes de beber. – Não posso ouvir minha cabeça. Fiquei o dia todo escutando músicas que eu nem lembrava que existiam.

— Mas você tem que escutar sua cabeça cara, é por isso que tá sozinho.

— Cala a boca Rafael.  – ele se levantou e começou a ficar alternando o degrau da arquibancada.

— Faz alguma coisa Arthur.

— Eu? Vou fazer o que? Ele tá surtando. Não tem o que fazer.

— Murilo. – Rafael o chamou e ele parou com aquilo e o olhou. – Eu te admiro mais ainda agora. – acho que a expressão do meu primo era a mesma que a minha. – Hora nenhuma você sequer disse em ficar com alguém. Seria a primeira coisa que eu faria. – ele parecia pensar naquilo.

— É. Eu realmente não pensei. Não quero outra pessoa. – ele voltou a subir e descer.

— Mas Arthur ficou com a ruiva, às vezes acontece, não?

— Acontece com quem procura.

— Não aconteceu com você ainda porque você sabe que meu irmão te ama. Espera você sentir insegurança, dor, não conseguir mais ver vocês dois juntos... Mesmo sem procurar acaba acontecendo. E é bom lembrar que eu nunca namorei sua irmã.

— Não vamos entrar nisso Arthur. Você e ela é um labirinto sem saída.

— Falando nela... – olhei e vi Alice vindo com as meninas.

— Cadê o Ryan? – Murilo perguntou antes mesmo de elas chegarem.

— Tá vindo com Yuri e Alê. – ele pulou indo de encontro a eles e trouxe a caixa de som de Yuri ligando o som alto. Pedi a ele para abaixar um pouco e ele não deu ideia.

— As paredes do abrigo são grossas, nem dá pra ouvir.

— Mas às vezes as pessoas que estão por aqui querem sossego.

— Eu não quero. – ele olhou para a mão de Alê. - Onde você arrumou essa vodka? Tá paquerando a tia da dispensa?

— A tia da dispensa é sua mãe otário.

— Respeita a minha mãe! – ele voou nele e quase derrubou o cooler antes mesmo do Alexandre guardar a vodka.

— MURILO VOCÊ VAI QUEBRAR AS COISAS. – Larissa gritou, mas o que chamou a atenção dele mesmo foi quem estava vindo. Pensei que Kevin continuaria evitando estar com a gente, mas ele resolveu me surpreender.  

— Não estou entendendo. – afirmei assim que ele se sentou ao meu lado.

— Precisava vê-lo. – olhei pra frente e vi Murilo fazendo sinais com Ryan. Ele fez um som com a boca que imitava um assovio, mas não era tão alto. – Ele parece bem feliz.

— Deve ser porque você chegou, ele estava mal pra caralho poucos minutos atrás.

— Vem, o Kevin vai saber com certeza. E se ele não souber não significa nada. – Ryan disse vindo até a gente.

— Por que ele? – Murilo perguntou parecendo contrariado.

— Ele é inteligente e sempre sabe tudo.

— O Arthur é inteligente e sempre sabe tudo também.

— Qual o seu problema com ele? Até ontem viviam grudados.

— Nenhum. – ele ficou sem graça e nem olhava para o meu irmão.

— Então tá, você aposta no Arthur e eu em Kevin.  – Ryan falou olhando para ele e depois me olhou. - O que significa isso? – ele fez o sinal de chifre com o dedão aberto.

— Oi, eu sou legal? – chutei e Murilo riu.

— Não é? – Ryan perguntou o olhando.

— Lógico que não.

— Eu te amo na língua dos sinais norte americana. – meu irmão falou deixando Murilo boquiaberto. – Se você olhar é o I – ele mostrou os dedos. – o L assim e forma o Y aqui, que são as iniciais de i love you.

— Você não sabe a língua dos sinais nem na porra da sua língua porque caralho sabe de outro idioma? – Ryan questionou meu primo.

— Uma garota que eu fiquei me ensinou. – Murilo respondeu com a cara mais lavada do mundo.

— Tinha que ser. Que se foda, você perdeu.

— Não Ryan, por favor!

— Sai fora. – ele riu e saiu andando. Murilo ficou parado e parecia bastante pensativo.

— Ele me enganou ue... Olha que filho da puta! – ele saiu rápido atrás do Ryan que não estava nada longe.

— Ele é burro demais. – Rafael falou e riu. – O Ryan chegou falando que se ninguém soubesse o que significava o sinal então não significava nada e pelo visto era isso, ele ganhava se ninguém soubesse.

— Maconha faz isso. – concordei e ri.

— Só sei o significado de hang loose que os surfistas usam para falar que tá tudo bem no mar. – Fael comentou. – E aquele sinal que ele fez a gente usa direto, sem nem saber. Já falei te amo pra tanta gente escrota.

— Também devo ter falado. – comentei e bebi minha cerveja.

— O que será que valia isso que eles estavam meio que apostando?

— MURILOOOOOO! – Sofia gritou e ele que conversava com Ryan ainda a olhou. – Vem dançar, vem. Anda!  BOTA PRA SUBIR, BOTA PRA TREMER.- ela conseguiu cantar o funk mais alto que a caixa de som, por mais inacreditável que isso seja.

— Você sabe que ele sempre foi de dançar e é bem solto né? – perguntei percebendo que o humor de Kevin havia mudado.

— Eu sei. Não é isso que tá me incomodando. O que ele quer do Ryan.

— Não deve ser nada de mais.

— Por que todo mundo hoje resolveu ficar louco? – Yuri perguntou se sentando. Alice estava com ele e ficou em pé perto da gente.

— Sofia, Murilo, Ryan e Alê são todo mundo? Estamos bem sóbrios.

— Meu irmão não pode beber vodka. – Alice falou e saiu indo tirar o copo da mão dele.

— Ele passa mal né? – Rafael perguntou e riu. – Coitado e ele não tem ninguém pra vomitar na camisa agora.

— Arthur chama ele e pergunta o que é. – olhei para Kevin descrente do que ouvi.

— Se eu fizer isso eu vou perguntar do meu jeito.

— O que isso quer dizer?

— Quer que eu chame? – ele pensou um pouco e fez sinal positivo. Meu primo veio até a gente e ficou me olhando.

— O Kevin quer saber o que você quer do Ryan. – ele ficou o encarando.

— Isso importa? Por quê?

— Você sabe o motivo. – Kevin respondeu baixo.

— Depois do que eu ouvi ontem eu não sei de muita coisa.

— Não foi sincero. Você tem que aprender a reconhecer quando eu falo de verdade e quando não.

— Se eu reconhecesse que diferença iria fazer?

— Você saberia que tem algo por trás que eu não podia falar. Como tem e eu não poderia nem mesmo estar aqui e ainda assim estou.

— Esse algo por trás na verdade é alguém. E eu passei minhas últimas quarenta e oito horas pensando nele então eu posso tentar me divertir?

— Claro. – senti a tristeza na voz do meu irmão. – Murilo. – ele o chamou depois que ele já estava saindo. – Se o que você tiver planejando com o Ryan for muito pesado termina comigo antes.

— Qual é o seu nível de pesado? – fiquei olhando para os dois. Kevin ficou calado. – Não vai responder?

— Não estou querendo acreditar que você seria capaz.

— Eu só te fiz uma pergunta. – Kevin não respondeu mais nada e abaixou a cabeça. Olhei para Murilo tentando demonstrar o quanto longe ele havia ido. Ele se sentou ao lado dele. – É coisa lá de fora. É bobeira.

— Ah, tudo bem. – percebi que eles ficaram se olhando. Rafael me cutucou levemente com o cotovelo parecendo notar o mesmo que eu. Acho que o tempo de Murilo estava bem próximo de ter um fim.


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