Amor Perfeito XIII - Versão Arthur escrita por Lola


Capítulo 38
Um passo do fim


Notas iniciais do capítulo

Boa Leitura ♥



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Arthur Narrando

 Assim que Kevin saiu fiquei olhando para Murilo. Esse tempo dos dois não daria certo, só traria mais sofrimento, o melhor já que meu pai conseguiu interferir tanto era que terminassem de vez, mesmo que fosse o mais triste. E eu como ninguém sabia que era. Alice puxou o irmão e o fez se sentar com ela.

— Impressão minha ou tem algo errado? – ela perguntou baixo, mas como eu estava praticamente ao lado acabei ouvindo.

— Como você está? – ele não respondeu.

— Indo. Mas estou bem. Ocupando a mente. O assunto aqui é você.

— Ah Alice... É difícil com Caleb o tempo todo em cima fazendo de tudo para que a gente se separe. Estou exausto.

— Está sendo fraco e pensando em ceder e dar a ele o que ele quer? Isso não é você Murilo! – era incrível como ela o conhecia como ninguém e como os dois falavam o que o outro precisa escutar.

— Você não entende a pressão que é!

— Isso é verdade. Mas eu entendo de sentimento e sei o quanto é forte o que você sente por Kevin... Isso não conta? – ele respirou fundo e passou a mão no rosto impacientemente. – Não estou tentando te convencer de nada. Só quero que não se arrependa no futuro, porque sua atitude vai ter um preço alto.

— O que quer dizer? – ele a olhou com atenção.

— Ele é especialista em fazer merda, tenho certeza que ele vai fazer.

— É. Você o conhece bem.

— Não precisa conhece-lo bem para saber disso. E não tenha ciúme de mim, isso me machuca.

— Desculpa. Tenho ciúme de tudo que ele já viveu.

— Mas não fica com ele.

— Não terminei. Só quero pensar. – ele a olhou bem sério. – O que você acha que ele vai fazer?

— Não sei Murilo, do Kevin eu espero tudo. Por mais que ele tenha mudado, alguma coisa daquela essência dele continua ali.

— Isso me assusta muito. – ele a respondeu e me olhou. – Você realmente está bem?

— Agora preocupada com você, mas sim. Por que pergunta tanto? Não estou mais me isolando de todos.

— Você disse que não é a mesma sem ele. - sabia que ele se referia a mim.

— Por isso que estou preocupada com você. Você viu o que tê-lo fez comigo. – eles ficaram se olhando por um tempo. Pensei em sair dali ou focar a atenção em outra coisa. Rafael conversava com Fabiana e Alícia, acho que sobre como devia estar as coisas na Universidade, não sei. – É confortante pra você porque ele ainda está ali, te esperando, mas quando tudo acabar... Talvez até você encare de outra forma e supere mais rápido que eu, mas tenho medo.

— Não tenha, foque nessa sua superação que está indo muito bem. – ele sorriu para ela e depois me olhou. Se eu já estava me mantendo longe de Alice, agora era melhor eu me afastar mais ainda.

Kevin Narrando

Vinte e quatro horas se passaram desde que Murilo me pediu um tempo. Já estava enlouquecendo sem saber para onde ir e o que fazer.

— Então foi isso? – meu pai perguntou me encarando. – Você parou com a venda porque estava apaixonado e ele achava melhor assim?

— Parei porque queria ficar com ele e não teria tempo pra pensar nisso.

— Eu tenho uma pergunta melhor. – ele me olhou de perto. – Não vai me corrigir por me referir ao seu sentimento no passado?

— Fale como quiser, eu não ligo.

— Você tá sem vida de novo. – ele sorriu grande, inacreditável. – Achei que iria ficar igual seu irmão choramingando pelos cantos, mas você preferiu usar o ódio. Nunca me decepciona.

— Só vim falar o que você precisava saber. – levantei. – Ah, Gustavo não vai vender o Hotel de Alela, ele não está com problemas, você viu?

— Vi. Mas eu sei que ele vai vender algum dos hotéis.

— Ele vai fazer isso sem consultar todos os sócios?

— Claro. Só importa o sócio do hotel da cidade que ele irá vender. Só tenho poderes no hotel daqui.

— Se contente com isso. Eles são os filhos e herdeiros principais, você vai entrar em uma briga perdida.

— Senta aqui agora que eu vou te explicar uma coisa de uma vez por todas. – respirei bem fundo e me sentei. Ele pegou um papel e rasgou fazendo pequenas bolinhas. – Esse é o Eduardo – ele posicionou a bolinha na mesa. – Essa é a Luiza. – ele a colocou ao lado. – Os dois tiveram um filho chamado Hugo. – fiz um semblante de tédio, eu conhecia a arvore genealógica da família. – Hugo e Bianca tiveram Mark. Já com Liah ele teve Lívia e Ítalo, o MEU pai. – ele continuava com as bolinhas. – Mark teve o Vinicius, mas eu sou igual e ele. Nossos pais são irmãos. Qual parte ainda não tá clara?

— Pra você. A parte que Vinicius é filho de Mark e Isadora e você de Ítalo e outra mulher que não vejo na história.

— Você se refere a sua vó falecida como “outra mulher”?

— Você tá fazendo graça já né? – comecei a ficar irritado.

— Kevin, eu tenho direito aos hotéis. Eles não podem esconder de mim cada passo que eles dão.

— Põe uma arma na cabeça deles e os ameace, mostre sua verdadeira face.

— Você veio mesmo de mim.

— Ou então tenha uma reunião com advogados e resolva isso da forma mais normal e honesta possível.

— Como se você não soubesse que eu não posso sonhar em fazer isso.

— Ah... Esqueci. – fingi estar pensativo. – Você tem muito que eles podem usar contra você né? – dei uma risada e fiz sinal negativo com a cabeça. – Então aceite as migalhas que sua posição familiar te permite ter.

— Você sabe que é inútil tentar me enganar quanto ao fim dessa coisa né?

— O que é coisa? – perguntei apenas para me divertir.

— Não se faz de idiota Kevin. – o encarei com a mesma maldade que ele tinha.

— Podem ser várias coisas...

— Isso entre você e o seu primo!

— Ah... O namoro? – segurei a vontade de rir da expressão enfurecida dele. – Você tanto fez que conseguiu. Pode comemorar e ficar tranquilo.

— Mas se ele te quiser de volta você vai correndo.

— Você realmente acha isso?

— Odeio quando você me desafia.

— Só te fiz uma pergunta.

— Em tom de desafio. E sim, eu realmente acho isso.

— Então tem que parar com as drogas ou o que for que esteja usando. – respirei fundo. – “Tem que se valorizar” dizia minha mãe. Acho que aprendi direito.

— Não nasci ontem. Ele não terminou porque quis. E vocês certamente ainda sentem algo um pelo outro.

— Pai. – olhei em seus olhos. – Não importa se ele quis ou não. Ele fez. E o que tá feito, tá feito. – ele riu contente.

— Você é a pessoa mais orgulhosa que eu conheço. Vai ser difícil ele te ter de volta. Mas caso você fique tentado a voltar, lembre-se que Vinicius ainda não sabe... E acho que ele acabaria com você se soubesse, por isso não contei e não deixei que Murilo contasse. Não quero perder um filho tão novo. Se ele entrar no ringue ele não vai parar de bater.

— Você acha que ele me agrediria?

— Lógico. Olha a sua fama Kevin. Para ele entender que não passa de um plano para acabar com a vida deles, pouco custa. Ele vai perder a razão.

— Por que eu tenho essa fama de terrorista?

— Hoje você tá impossível. Mas se te faz continuar longe dele, pode ser sarcástico o quanto quiser.

— Vou ir dormir.  – assim que sai de sua sala encontrei Arthur vindo com Rafael e Murilo. Os três estavam sérios.

— Sabia que você estaria aqui. Por que sumiu o dia inteiro?

— Acho que a gente deve satisfações para os pais e não para irmão.

— Estou te perguntando numa boa Kevin.

— Não vem me perguntar onde eu estava como se eu tivesse cinco anos de idade e corresse algum perigo. A desconfiança em sua voz está fazendo surgir uma vontade de te dar um soco e eu não quero isso. Já superamos essa fase. – tentei passar por eles, mas ele continuou falando.

— Por que você o procura?

— Por que ele é o meu pai?

— Pai esse que vai te tirar a pessoa que você ama.

— E daí? Eu tirei a que você ama de você. A vida é isso. É um ciclo. Nada que eu não tenha vivido antes. – sabia que aquilo iria machucar Murilo, mas eu não conseguia ser de outro jeito.

— Deixa de ser ridículo Kevin! Tá querendo magoa-lo porque está extremamente ferido. Ele não pediu um tempo para te fazer sofrer. Seja um pouquinho maduro.

— Sejam maduros também e me deixem em paz.

— Essa toxicidade toda vem dele. – ele ia dizer mais alguma coisa, mas não deixei.

— Vou falar de um jeito meigo para vê se você entende. Estando ao lado dele eu posso minimizar os efeitos de suas ações. Não virei a chavinha do foda-se, só estou sem paciência no momento. Posso ir agora?

— Sabe que são dois lados e você não se esforça né?

— Eu não me esforço? – encarei meu irmão com raiva. – Ele me pediu um tempo e eu estou dando a porra do tempo que ele quer. Isso não é esforço pra você?

— Não quando você está ao lado do motivo de estarem separados.

— Essa era a vida que eu tinha antes dele. Esse é o jeito que eu sei lidar com isso.

— Você fala como se tivesse dado como certo o fim. – Murilo disse e o olhei e desviei o olhar. Pensei se responderia com sinceridade ou não.

— Eu dei. Quem pede um tempo está a um passo do fim.

— Você não entendeu mesmo a minha intenção.

— Muda em que? Como você disse sempre vai ser assim. Não é mesmo?

— Vou nessa. – ele falou olhando para os dois e saiu andando.

— Você sabe que ele te ama e que ele tá morrendo de saudade de você? – Arthur perguntou bastante inconformado.

— Sei. Eu estou infinitamente mais. É por isso que estou “sedando” o meu pai. – sorri. – É tão fácil enganar vocês.

— Eu falo que ele tem pacto com capeta. Ele muda totalmente o jeito de um segundo para o outro. – olhei para Rafael após sua fala. Fiquei sério e voltei a postura anterior. – PARA COM ISSO! É aterrorizante.

— Quero saber como vocês vão ficar juntos.

— Assim... Um problema de cada vez. Estou focado no problema principal.

— Ele está acreditando em você?

— E eu menti? Estou sozinho. – dei uma risadinha irônica. – Só estou manipulando a forma como as coisas vão se desenrolar daqui pra frente.

— Como você sabe que Murilo vai continuar contigo? Ainda mais agora. Ele deve tá inseguro pra caralho.

— Ele sempre teve certeza da gente e sempre me surpreendeu demonstrando isso. E eu sinto. Ele realmente só pediu esse tempo por causa do stress que o meu pai causa. E eu juro que eu o entendo.

— Mas você o fez se sentir culpado. – Rafael comentou me olhando.

— Faz parte do meu plano. Se eu fosse sincero com ele agora acabaria me abrindo totalmente e poderia colocar tudo a perder.

— Por que?

— Porque não deu tempo ainda do meu pai ter total confiança no fim desse namoro.

— Quantos dias você acha que vocês dois vão conseguir ficar longe um do outro?

— Não sei. Mas estou contando com a sorte que os dois tempos sejam semelhantes.

— Você não vai mesmo ficar com a gente?

— Não. Preciso meditar muito para recuperar toda a energia que o meu pai me suga. Boa noite pra vocês. – sorri e sai andando. Agora era esperar o amanhã e continuar o meu trabalho duro de convencimento ao Caleb.


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