Confusão em Dose Tripla escrita por Lelly Everllark


Capítulo 47
Epílogo.


Notas iniciais do capítulo

Voltei!
É estranho saber que essa é a última vez que vou postar um capítulo aqui!
Nem acredito que cheguei ao fim!
Mas é isso, espero que gostem do capítulo e BOA LEITURA!



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  Seth

 

  Eu definitivamente odeio essa professora.

  Não, tudo bem, a Sra. Conwell, minha professora de biologia era uma senhora de quase sessenta anos gente boa. O que eu odiava mesmo era a aversão dela por tecnologia e trabalhos convencionais. Eu fiz metade da minha matéria de história pelo computador e agora estava aqui segurando uma cartolina, onde eu tinha feito nada mais nada menos que minha árvore genealógica.

  Essa senhora de sorriso gentil que por sinal era uma ótima professora, ainda estava na idade da pedra.

  E o pior não era a professora, não era a matéria, ou mesmo ter que apresentar um cartaz. O problema é que tínhamos que falar sobre genética, mas especificamente a genética da nossa família, toda aquela história sobre genes recessivos e dominantes, dos nossos pais e irmãos. Ok, até aí beleza, mas eu tenho quatro irmãs e cada duas delas é filha de uma mãe, pelo menos biologicamente falando.

  Eu observei meus colegas de turma, a maioria tinha os pais, um irmão ou dois, as famílias mais complexas os pais tinham se separado e depois casado de novo e então a pessoa tinha um irmão por parte de cada um deles, mas foi isso, o grande auge foi meu amigo Zach cujo pai teve um filho antes de se casar com a mãe dele e depois de se separar dela teve mais dois filhos com a sua madrasta e era isso, ninguém nem chegava perto da minha família.

  Toda vez que a professora chamava alguém eu me encolhia um pouco mais na cadeira, não era a coisa mais corajosa para um cara de dezessete anos fazer, principalmente um que precisava de nota nessa matéria para se formar, mas eu ainda nem sabia com explicar todo o rolo que era minha família para uma sala cheia de gente, principalmente por que Kimberlly, uma garota que eu estava tentando convidar para o baile de formatura há quase um mês estava sentada duas carteiras a minha frente.

  Mamãe riu, riu demais enquanto me via fazendo essa cartolina, ela não ofereceu palavras de conforto, na verdade suas palavras exatas foram “Queria poder assistir essa apresentação”. E não era pra ficar mais informada sobre nossos genes, tenho certeza. Eu era completamente apaixonado por ela, a mulher que chegou, me deu mil broncas e ficou, e pela primeira vez eu tinha alguém na minha vida, uma figura materna, algo que eu nem mesmo sabia o que era. Minha mãe era meu anjo da guarda e eu não podia ser mais grato a ela por tudo que tinha feito por mim. Toquei o colar de coração no pescoço e sorri, eu já tinha ouvido muitas provocações por causa do pingente, mas eu nunca mais o havia tirado desde o dia em que as gêmeas nasceram e mamãe me deu.

  - Vamos, Seth. Só falta você – a professora me tirou dos meus pensamentos e todos, inclusive Kimberlly, me olharam.

  Bem, seja o que Deus quiser. Fiquei de pé e levei minha cartolina comigo para frente da sala. Parei ali e encarei a parede azul clara no fundo da sala quando abri o cartaz.

  - Então... – comecei, mas fui interrompido.

  - Eram apenas seus pais e suas irmãs, não precisava colocar suas tias não – a Sra. Conwell disse e eu fiquei vermelho, ouvi algumas pessoas rirem, mas a maioria estava tentando entender as ligações das pessoas que eu havia colocado no cartaz.

  - Essas não são minhas tias, são só a minha mãe biológica e a mãe biológica das minhas irmãs.

  - Como é!? A tia Olivia não é sua mãe, Seth? – Zach perguntou parecendo horrorizado, sua expressão me fez sorrir.

  - Se ela te escuta falando isso te expulsa lá de casa, a mamãe é minha mãe sim, mas não é minha mãe biológica, do mesmo jeito que não é mãe biológica nem da Charlotte nem da Molly. Por isso que a Charlotte é loira e tem os olhos mais azuis do pessoal lá de casa, por que o gene do papai é recessivo e a mãe biológica dela tinha os olhos azuis também, o mesmo aconteceu com a Molly. Já eu, Hannah e Hope, nossas mães tinham olhos escuros e herdamos isso delas, apesar de dizerem que eu sou a cara do meu pai – disse e terminei de explicar sobre os genes e DNA, enrolei o cartaz e fiz menção em voltar para o meu lugar, mas quando vi todos, inclusive a professora, me encarando meio em choque, não soube bem o que fazer.

  - Então a tia... Eu realmente não acredito e nem tinha cogitado essa hipótese, isso é muito estranho – Zach disse me fazendo sorrir e revirar os olhos.

  - Meus pais têm cabelos escuros e Charlotte é loira como o sol e você nunca achou isso no mínimo estranho?

  - Não – ele diz simplesmente. – Por que acharia? Eles são seus pais e... Ai meu Deus isso é muito surreal! Minha vida foi uma mentira!

  - Devo admitir que eu também estou surpresa – a Sra. Conwell disse me olhando com curiosidade. – Por que assim como o Sr. Filds eu jamais imaginei que a Sra. Price não fosse sua mãe biológica.

  - Eu pensei que vocês sabiam, mas é isso - sorri dando um passo em direção à minha carteira outra vez, mas todos continuavam em silêncio.

  - Nem vem com “É isso” - Zach reclamou e eu quis estrangulá-lo. - A tia Olivia não é sua mãe biológica e eu preciso de um trabalho de biologia pra descobrir?

  - Bem, você nunca perguntou.

  - Como se eu tivesse o que perguntar! Mas agora eu quero saber, se ela só é mãe biológica das gêmeas como que vocês se conheceram? Na verdade, como ela conheceu seu pai? - Zach quando queria conseguia ser pior que uma velha fofoqueira. Vi Kimberlly me olhando, tive que encarar a janela no fundo da sala para não corar.

  - Depois, Zach, depois - disse entre dentes e para minha surpresa ouve um burburinho coletivo na sala.

  - Assim não vale, Seth! Contar só para o Zach depois é injusto, nós também queremos saber, afinal, seu pai é rico e vive saindo em revistas, adoraria saber como foi que ele e sua mãe se conheceram, por que eu, assim como o Zach, jurava que a sua mãe era sua mãe biológica - uma garota da minha turma, Bianca Piper, disse com um sorriso que me lembrou Charlotte quando queria alguma coisa. Mas não foi nem o sorriso que me surpreendeu, foi o fato dela ter falado comigo, afinal nós estávamos praticamente formados e ainda não havíamos trocado mais que algumas poucas palavras.

  - Você conhece meus pais?

  - Óbvio, quer dizer, todo mundo conhece. É meio difícil não saber quem você é quando seu sobrenome está espalhado por toda a cidade em letreiros dourados - seu comentário me fez corar, eu não era muito de ter amigos, nunca fui, Zach e Sean, meu amigo de infância, eram praticamente os únicos. Então vem Bianca dizer que todo mundo me conhece? Eu provavelmente devia estar acostumado com isso, mas não estou. - Certo, agora que você já sabe como é, vai nos dizer ou não?

  - Bianca! - Kim a repreendeu olhando diretamente pra mim e sorrindo.

  - O quê!? É fofoca de gente rica que nunca conta fofoca nenhuma, eu quero saber! - ela respondeu e todos riram. Ela definitivamente me lembrava Charlotte.

  - Você pode nos dizer, Seth? - a Sra. Conwell pediu para minha surpresa e sorri. - Confesso que fiquei curiosa também, conheço sua mãe há algum tempo e nem imaginava mesmo que, como você tenha dito, sua irmã seja loira e seus pais morenos, que ela não fosse a mãe biológica sua nem das suas irmãs.

  O comentário da Sra. Conwell não me surpreendeu, todo mundo ali na escola conhecia a mim e minhas irmãs, fosse pelo nosso sobrenome, fosse pelas confusões que eu arrumava quando criança.

  - E vocês querem saber o que exatamente? - perguntei vencido e o sorriso de Bianca me assustou.

  - Tudo! - exclamou a garota. – Se a Olivia não é sua mãe biológica como ela se tornou sua mãe?

  - Num passado distante minha mãe foi minha babá, minha e das minhas irmãs. Ela chegou lá em casa totalmente perdida por que nunca tinha cuidado de criança nenhuma antes.

  - Ai que fofo! – Kimberlly disse sorrindo. - Então seus pais se conheceram e se a apaixonaram?

  - Mais ou menos – respondi divertido. Eu ainda lembro como era no início quando minha mãe chegou. – Meus pais demoraram para se a apaixonar, a mamãe tinha varias questões com a família dela e o papai com o passado dele. E digamos que eu não era exatamente uma criança fácil, meu começo com a mamãe foi complicado.

  - Eu acredito em tudo, menos nisso – Zach comentou. – Você e a tia Olivia sem se dar bem? Nisso eu não consigo acreditar.

  - Mas é a verdade, minha mãe biológica morreu no parto, depois disso o meu pai se tornou distante e fechado, eu não o tive por muito tempo.

  - Ok, agora você está inventando pra fazer drama. O tio Ethan? O mesmo que estava num torneio de videogame com a gente durante quase trinta horas seguidas semana passada era distante e fechado?

  - Era, Zach! Você vai me deixar contar, ou não?

  - Tudo bem – ele levantou as mãos como quem se rende. – Mas eu juro que não consigo acreditar.

  - De qualquer jeito depois que eu nasci e meu pai se fechou, mas acabou se casando de novo. Com a nojenta da Evelyn, a mulher que foi minha madrasta por quase quatro anos e fez da minha vida um inferno, ela me odiava e eu a ela, então vocês devem imaginar que era uma convivência maravilhosa, e no meio disso a Charlotte nasceu.

  - Evelyn? Você nunca falou sobre ela – Zach comenta e dou de ombros.

  - Não tinha o que falar. Evelyn Blanc a modelo famosa que é na verdade é mais falsa por dentro do que é por fora.

  - Calma aí! Evelyn Blanc a modelo internacional já foi sua madrasta? E ela é tipo, mãe da sua irmã!? Eu não acredito! – os olhos escuros de Bianca parece que vão saltar do rosto, é engraçado.

  - Não era exatamente um segredo, mas é isso mesmo. Aquela va... – comecei o xingamento, mas parei quando a Sra. Conwell me olhou. – Aquela mulher é tão feia por dentro quanto é bonita por fora. Mas ela é mãe das minhas irmãs então ao menos me fez algo de bom, Molly também é filha dela. Mas Molly nunca a conheceu, por que ela só teve a minha irmã e deixou com o meu pai. Nossa mãe, foi a única que Molly e eu tivemos. Mas lembra que eu disse que era uma criança difícil, então, graças à Evelyn eu não gostava e nem confiava em ninguém, principalmente mulheres que pareciam interessadas no meu pai. Mas eu também fazia questão de espantar as babás, eu queria atenção, então as atormentava até que se demitissem, e com a minha mãe não foi diferente, eu não a odiava, só não confiava nela, por que na minha cabeça ela ia embora, como todo mundo.

  - Mas ela ficou, não foi? – a Sra. Conwell pergunta sorrindo e nego com a cabeça divertido.

  - Na verdade não. Eu fiz uma brincadeira de muito mau gosto e minha mãe pediu demissão no primeiro dia.

  - Mas então, como...? – Zach resume a curiosidade de todos em uma pergunta mal elaborada.

  - Então, a nova babá que apareceu no outro dia não ficou nem até o meio dia, minha mãe tinha esquecido alguma coisa lá em casa e foi buscar, a nossa cozinheira na época também estava com raiva por que ela não era paga pra ficar com a gente. Resumindo: minha mãe apareceu, a cozinheira deixou a gente com ela e foi embora. No fim ela ficou, ela não tinha a obrigação, nem de ficar nem de ser legal conosco, porém ela foi. Claro que a gente não se deu bem, brigávamos e nos implicávamos, mas minha mãe sempre cuidou de todos nós com todo o carinho do mundo sendo aquela pessoa incrível que alguns de vocês conhecem. Só que não foi fácil, teve briga, choro e até Evelyn apareceu outra vez para atrapalhar, mas no final deu tudo certo. E agora eu tenho quatro irmãs mais novas e uma mãe maravilhosa que vai rir demais quando eu falar que tive que contar toda a história dela e do papai pra vocês.

  - Obrigada por compartilhar isso, Seth – a Sra. Conwell sorriu, se virou para a turma e nessa hora o sinal tocou. – E por hoje é isso, bom fim de semana pessoal.

  Os alunos começaram a levanta pegar suas coisas e sair, conversando e me cumprimentando, Zach estava me esperando, lhe entreguei a cartolina que eu ainda tinha nas mãos, pedi que me esperasse e praticamente corri até Kimberlly, eu havia contado toda a minha vida a ela então ter vergonha de chamá-la para o baile era no mínimo burrice a essa altura do campeonato. Quando a alcancei Bianca estava com ela, a garota olhou divertida de mim para a amiga, deu uma risadinha e saiu.

  - Kim – comecei, mas parei quando ela me olhou arqueando uma sobrancelha. – Posso te chamar assim, não posso?

 - Pode.

  - Então... Eu bem... Sabe, queria te... – parei quando vi que ela estava tentando segurar o riso. – Melhor eu calar a boca.

  - Não! Você estava indo bem – ela diz divertida me fazendo sorrir. – Queria me perguntar alguma coisa?

  - Sim, é sobre o baile, você... Sabe...? Gostaria de...

  - Ir com você? – ela completa quando não consigo formar uma frase completa, felizmente nem Zach nem Charlotte podem me ver agora, nenhum dos dois me deixaria em paz.

  - É, você gostaria de ir comigo?

  - Achei que eu ia ter que te convidar! – ela sorri, os cabelos escuros balançam quando ela mexe a cabeça, os olhos tão escuros quantos os meus piscam animados. – Sim! Eu ia adorar ir com você, Seth.

  - Sério?

  - Com certeza – ela se inclina na minha direção e beija minha bochecha, depois se afasta. – Vou ficar esperando ansiosa pela festa. Agora tenho que ir, tchau!

  Vejo Kim se afastar, escuto Bianca perguntar a ela mil e uma coisas, Zach vem até mim e faz piada sobre finalmente eu ter falado com ela e eu estou feliz demais para me importar. Toco a bochecha depois de me despedir de Zach na entrada da escola, o próximo beijo será na boca, vou me certificar disso. Com esse pensamento sigo em direção ao carro com a minha cartolina nas mãos outra vez.

  Sorrio ao ver a cena a minha frente, sentadas no meio fio ao lado do carro estão Charlotte, Molly, Hannah e Hope, exatamente nessa ordem, nenhuma delas me olha, as gêmeas estão discutindo por alguma coisa, Molly lê um livro de figuras e Charlotte está no celular no que parece uma conversa muito empolgante. Lottie com todos os seus doze anos se sente muito adulta cuidando das menores, mas ela o faz bem, não que eu vá dizer isso a ela.

  - Seth, finalmente! – Charlotte quem me vê primeiro e as outras me olham também.

  - Eu com fome! – Hope reclama e todas elas ficam de pé.

  - Eu tinha um trabalho para apresentar – balanço a cartolina. – Esqueceram?

  - Tudo bem, você já chegou, vamos embora? Eu prefiro quando é a mamãe que vem nos buscar, pelo menos esperamos menos – Charlotte reclama abrindo a porta depois de eu destrancar carro. Ela vai reclamando e ajudando as menores a entrar, é engraçado.

  Charlotte está verificando os cintos das outras enquanto eu guardo as mochilas e lancheiras quando seu celular apita em seu bolso, ela para o que está fazendo para responder quem quer que seja. Ela sorri divertida e começa a gravar um áudio.

  - Ele aqui comigo – diz pra quem quer que seja e depois aproxima o celular de mim. – Diz um “Oi” para a Julie.

  - Oi, Julie, como foi à aula?

  - Pronto, está feliz? Ele te disse “Oi” - Charlotte comenta divertida e interrompe a gravação logo depois. Fico sem entender.

  Termino com as mochilas e Lottie recebe uma resposta, ela escuta e ri.

  - Você é doida e tem um péssimo gosto, isso sim – a loirinha responde e depois me olha. – Ela disse que a aula foi um saco, ou pelo menos foi o que eu entendi entre os suspiros e devaneios – minha irmã me olha de cima a baixo e franze o cenho exatamente como tia Brianna faz quando está tendo uma ideia mirabolante ou pensando em alguma coisa que não entende.

  - O que foi?

  - Só tava tentando entender o que ela viu.

  - Ela quem? – pergunto sem saber mais do que estamos falando.

  - Ah! Pelo amor de Deus, Seth! A mamãe tem razão, você é tão lerdo quanto o papai.

  - E você tão louca como a tia Bri, agora entra no carro.

  Ela revira os olhos, põe o celular no bolso, mas ao invés de entrar ela checa os cintos das menores mais uma vez, confere se todas as mochilas e lancheiras estão ali. Charlotte até pode ser meio louca como a tia Brianna, mas em algumas vezes, como agora, com os olhos azuis sérios enquanto cuidava das irmãs, ela me lembra a mamãe.

  Depois de termos conseguido finalmente nos organizar eu dei partida no carro. Às vezes mamãe vinha buscar todos nós, às vezes ela buscava as meninas e me deixava voltar sozinho, mas normalmente eu quem levava todo mundo pra casa, ao menos no último ano. Quando chegamos em casa e eu estacionei, foi outra missão sairmos do carro, era sempre uma missão sair com todas as minhas irmãs.

  Entramos em casa, Hope subiu as escadas correndo, Hannah foi atrás dela muito mais calma e Molly simplesmente se sentou no sofá para terminar seu livro que não devia ter mais que dez páginas. Charlotte e eu fomos os únicos a notar mamãe toda arrumada com sua pasta e uma pilha de papeis nos braços. O vestido mesmo que ainda fosse vermelho, era social, o cabelo escuro estava solto e ela sorriu ao nos ver.

  Depois que as gêmeas fizeram dois anos mamãe resolveu fazer faculdade, isso foi logo depois do pedido de casamento da tia Brianna, e como ela não sabia muito bem de que, resolveu fazer História, agora ela era a professora de antropologia mais linda de todas. Meu maior medo atualmente? Ir pra faculdade e precisar ter aulas com a minha mãe.

  - A senhora vai sair? – perguntei sem entender. Ela sorriu, aquele sorriso que sempre nos fazia bem.

  - Vou, me chamaram a pouco para fazer uma palestra.

  - Mas mãe! E a minha festa? Eu te pedi a mais de duas semanas! – reclamei e ela beijou o meu rosto.

  - Eu sei, às 20h00m, certo? Eu estarei aqui para ficar com as suas irmãs, se eu não estiver seu pai vai estar, não se preocupe – ela respondeu e Charlotte fez menção em dizer alguma coisa, mas mamãe foi mais rápida, lhe deu um beijo no rosto e sorriu pra ela. – E nada de festas pra você por pelo menos mais uns três anos, agora se comporte e ajude Seth com as suas irmãs. Volto logo, amo vocês!

  E dito isso ela saiu pela porta por onde entramos. Eu e Charlotte nos entreolhamos não era a primeira vez que ficávamos sozinhos e nem seria a última, suspirei.

  - Você vai vê-las e eu vou preparar o lanche – disse e ela só deu de ombros, se virou e subiu as escadas.

  Escutei Charlotte gritando alguma coisa e sorri, essas quatro juntas só resultava em barulho, seja gritos, risadas ou conversa, elas não sabiam falar baixo, na verdade acho que nenhuma garota Price sabe.

  O telefone fixo tocou e eu deixei os sanduíches para ir atendê-lo.

  - Pai? – chamei depois de conferir o identificador de chamadas.

  - Seth? Cadê a sua mãe?

  - Saiu, foi dar uma palestra na faculdade.

  - Tudo bem, você mesmo pode me ajudar. Tem como me enviar um arquivo que está no meu computador no escritório? Eu me enviei o errado ontem à noite. Eu por acaso estou com seu trabalho de matemática.

  - Aposto que isso deixou muita gente confusa.

  - Com certeza. Mas posso perguntar por que o nome do arquivo é “123456 - morra”?

  Eu ri sem conseguir me conter.

  - Por que assim eu me lembro do ódio que senti ao fazer ele. E o senhor não percebeu nada errado com esse nome ontem? – perguntei divertido e eu quase podia ver meu pai sorrir do outro lado da linha.

  - Eram quase 03h00m da manhã, eu já não estava vendo muita coisa não. Acredite.

  - Tudo bem, me diz o nome do arquivo que te envio.

  - Seth! Ajuda aqui, a Hope se trancou no banheiro! De novo! – ouvi Charlotte gritar e suspirei.

  - Problemas? – papai perguntou divertido.

  - Essas suas filhas são sempre um problema, vou enviar o arquivo e salvar Hope, de novo! – digo e papai ri e antes de desligar diz o nome do arquivo que quer.

  Guardo o telefone e olho para os sanduíches pela metade, eles vão ter esperar. Sorrio ao pensar que ou convenço minha irmã de seis anos a abrir a porta ou chamo um chaveiro. É vai ser uma tarde divertida.

  - Seth, vem logo!

  - Já vou! – gritei em resposta, eu sempre iria e isso era uma verdade indiscutível.

  Quando mamãe chegou aqui, me deixou desconfiado, afinal, por que ela seria diferente? Mas ela me mostrou o motivo. Foi por que ficou, cuidou de mim e das minhas irmãs, me devolveu o meu pai e por que foi minha mãe quando eu nunca tive uma. Agora aqui estava eu, cercado das garotas Price sem ter mais nenhum outro lugar onde eu queria estar.

  Eu não podia estar mais grato à mulher escandalosa e de sorriso encantador por que ter entrado em nossas vidas, e encarado a Confusão em Dose Tripla, que fomos eu e minhas irmãs.  


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Notas finais do capítulo

Como diz adeus a essa família? Eu não consigo, mas é isso, acabou... Eu não acredito que consegui, terminei mais um livro!
Só queria agradecer a vocês meus leitores lindos, pelos comentários, o carinho, a paciência, por terem me acompanhando do inicio ao fim! Vocês são maravilhosos! Obrigada mesmo por tudo ♥
Queria agradecer como sempre a Amanda, minha designer pessoal que fez a capa e o book trailer da história e que acompanhou do inicio ao fim, com comentários que só ela poderia fazer e com mensagens de incentivo! Te amo, meu amor ♥
E é isso, escrever esse livro foi ótimo, eu sorri, me empolguei, surtei e por fim consegui chegar até aqui! E não poderia estar mais grata por esse resultado!
Beijocas e nos vemos numa próxima, Lelly ♥
PS: Como vocês sabem eu sou ansiosa então já voltei!
Cá está minha nova história, a continuação com a filha de uma protagonista muito louca! Vocês pediram e eu fiz, o livro da Analu, a filha do nosso Raio de Sol e do Bonitão de Terno!
Link da história: https://fanfiction.com.br/historia/792625/Surpresas_do_Amor/



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