Last Dance escrita por Winnie Clark


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Oie!

Bem-vindos ao primeiro capítulo da minha primeira história em 6 anos!

Esse cap está meio curtinho, mas é como se fosse só uma introdução, os caps maiores vêm depois.

A história se passa em dois tempos, o presente, e o passado (que está entre aspas).
Quando aparecer o símbolo Ω, significa que são épocas diferentes. Achei melhor avisar pra não ficar tão confuso ;)

Sem mais, boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/777067/chapter/1

A cerimônia havia acabado há pouco e todos os convidados se dirigiam ao barracão armado no jardim do parque atrás da capela. Eu sigo a multidão calado e perdido, não conheço a maioria dessas pessoas.

A tenda foi decorada com várias flores e lustres, e o cheiro e a iluminação não me agradam muito, mas a decoração é bonita. Vejo uma cadeira livre em uma mesa com algumas senhoras, provavelmente tias da noiva, e minhas pernas agradecem que não terão que aguentar meu peso por várias horas.

Quando me aproximo, as senhoras param de fofocar e me encaram.

— Posso me sentar com as senhoras? – pergunto, tentando ser educado.

— Só se você não nos chamar de “senhoras” de novo, querido – responde a mulher mais próxima a mim. Ela usa um vestido florido alaranjado e um chapéu bem pequeno sobre os cabelos tingidos. – Eu sou Glória e essas são Tânia e Sônia – ela acena em direção às amigas, que se vestem de forma tão excêntrica e colorida quanto ela.

Rio e respondo um “pode deixar, dona Glória”, e finalmente me jogo sobre a cadeira. Suspiro aliviado, a idade vai chegando e a energia e disposição não são mais as mesmas.

As “moçoilas” voltam a conversar animadas, e eu fico observando o meu redor. Algumas pessoas estão pegando comida, outras ficam rodeando os garçons com as bebidas. Vejo umas crianças correndo, e os noivos cumprimentando os convidados. Há também umas pessoas na pista de dança, aproveitando a música – horrível, na minha opinião – e dançando alegremente.

E então meu olhar é atraído por uma figura única: a mulher mais bonita que meus olhos já viram, com aquele vestido vermelho e os cabelos soltos balançando ao redor do seu rosto sorridente e alegre. Minha mente viaja para o primeiro momento em que a vi, anos atrás, e os eventos daquele dia.

Ω

“Eu tinha 17 anos e estava escondido atrás das árvores do estacionamento da escola. Tinha acabado de armar minha pegadinha com o professor de química e estava a sua espera para poder ver sua reação. O homenzinho gordo e careca sai da escola e se dirige ao carro velho, distraído com a pilha de livros que tinha nos braços.

Ele coloca o material no porta-malas e entra no carro. Meu coração estava à mil, logo meu plano entraria em ação. Vi o velhote colocar a chave na ignição e a girar e... BUM! O motor explodiu em várias cores diferentes e uma massa estranha começou a sair pelo capô. Vi quando o professor saiu do carro todo colorido e correu para a frente do carro a fim de entender o que tinha acontecido. Quando vi sua cara coberta por cores diferentes, não me aguentei e comecei a rir, o que não foi muito esperto de minha parte, já que o velhote me viu.

E foi assim que eu fui parar na diretoria com o professor de química coberto de tinta colorida e espuma e uma cara nada feliz.

— Isso é um ultraje! – Gritava ele, totalmente enfurecido. – Eu não fui contratado para ser vítima de uma explosão de tinta causada por um aluno. Eu exijo que ele seja punido!

A diretora até tentava não rir, mas era quase impossível, então dirigiu seu olhar para mim e ficou séria.

— Senhor Mackenzie, sabe que poderia ser expulso se seu professor tivesse de fato se machucado? – Ela tentava, mas eu sabia que ela queria me dar os parabéns pela criatividade. – Como não houve ferimentos graves ao professor Bunton, isso não será necessário – o velhote começou a reclamar, mas ela o interrompeu erguendo a mão. – Porém, o senhor não ficará impune e será punido.

Bufei, eu já imaginava que alguma coisa aconteceria, mas eu tinha certeza absoluta que não seria pego.

— O senhor será obrigado a passar o tempo após as aulas na escola participando do clube de dança, que está em falta de garotos. – Comecei a reclamar, não era possível isso. Que ela me obrigasse a limpar as salas após a aula, até mesmo o banheiro. Mas ela não poderia me obrigar a fazer algo que envolvia contato com outros alunos, principalmente em uma coisa que eu detestava: o clube de dança da escola. – Não quero saber de reclamações, senhor Dylan Mackenzie. O senhor deve lidar com as consequências de seus atos! Está dispensado.

E assim fui obrigado a deixar sua sala com uma advertência, um bilhete de detenção para entregar à professora de dança, e uma ligação para minha mãe – o que significava que eu ia tomar esporro quando chegasse em casa.

No dia seguinte, após a última aula, a diretora foi pessoalmente me buscar para ter certeza que eu compareceria à minha detenção. Fomos caminhando lado a lado até a parte das atividades extracurriculares do colégio, e entramos pela porta da sala de dança.

O ambiente era enorme, grande o suficiente para caber várias pessoas, mas não tão grande quanto o ginásio de educação física. Vários espelhos e barras encontravam-se nas paredes do local, e pude ver um grande aparelho de som, de onde saía uma música agitada, mas que não reconheci. Alguns alunos dançavam em pares, mas uma menina estava sozinha praticando em um canto.

A garota de cabelos longos e castanhos se mexia ao som da música; suas pernas compridas e fortes fazendo movimentos precisos e belos, seu corpo esbelto fazendo os movimentos perfeitamente, e o cabelo grudando ao rosto avermelhado e suado. Aquela cena me fez parar no lugar e não desviar o olhar, e essa mesma reação se repetiria várias vezes, inclusive no casamento em que eu estava atualmente. Talvez isso não seja tão ruim, se for para apreciar as meninas bonitas que estão dançando, pensei. Um sorriso surgiu no meu rosto, mas logo lembrei que estava ali como punição, e fiquei sério novamente. Estava com raiva de mim mesmo por ter sido idiota o suficiente para ser pego.

A professora de dança viu a diretora e se aproximou, pegando meu papel de detenção e ouvindo os detalhes da diretora. Ela chamou um nome e a garota que dançava sozinha veio até nós.

— Jane – disse a professora –, esse é Dylan Mackenzie, e será seu novo parceiro de dança pelos próximos quatro meses.

— O quê? – Exclamou a menina, parecendo ficar nervosa. – Eu não vou fazer par com esse daí – ela apontou para mim. – Ele por acaso sabe alguma coisa de dança de salão? Porque parece que não.

Eu fiquei irritado com a fala dela. Ela nem me conhecia e já estava me julgando desse jeito! Entrei em defensiva.

— Eu é que não quero ter essa menina mimada como parceira. Não é à toa que o outro se mandou! – Peguei pesado. A diretora tinha me dito que eu seria par de alguém porque quem deveria estar no meu lugar se mudou de cidade.

A garota, Jane, olhou em meus olhos como se quisesse me matar com o olhar, bufou, e saiu brava pisando forte. Logo, ela já estava dançando outra vez, mas parecia estar fazendo isso para extravasar a raiva.

A diretora foi embora e me deixou a mercê da professora e da minha nova parceira, a menina irritadinha.”


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E aí, o que acharam?
Comentários são super bem-vindos!
Bjs!!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Last Dance" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.