As Serpentes do Som escrita por Goth-Lady


Capítulo 5
Cap.5 As Serpentes Clara e Escura


Notas iniciais do capítulo

Gente, desculpe a demora, é que devido a muitas coisas em off, eu não estou conseguindo escrever e postar algumas histórias. Como essa já tem alguns capítulos prontos no Word, eu vou postando na medida do possível e atualizando quando der.



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Kinzoku, a capital do País do Mistério, antigamente era capital do País do Metal, um país vizinho que cometeu a loucura de atacar o misterioso país. O País do Metal foi vencido e integrado ao País do Mistério, mas Kinzoku continuou sendo uma capital forte, ainda mais depois de seu crescimento.

A capital tinha 113 distritos ao todo, os prédios eram todos feitos de metal, sendo que alguns eram coloridos e outros não, mas todos eram impermeabilizados por causa da constante chuva, e vidro, além dos prédios possuírem o topo pontiagudo. Tanto fazia se o prédio era largo ou estreito, alto ou baixo, ele parecia uma estaca de metal e vidro do mesmo jeito. Ela também tinha um sistema de trens como Neonmachi, porém seus trens eram cinzentos de formato quadrado e janelas verticais.

A abundância em metal se devia ao fato de Kinzoku estar próximo às Koseki Mines. As Koseki Mines são minas que contém todo tipo de metal e semimetal, desde o boro ao bromo, do ferro ao estanho, do mercúrio ao urânio, do cobre à platina... Também são ricas em pedras preciosas e semipreciosas. A extensão das Koseki Mines pode chegar a Sekitan, porém a parte próxima à Sekitan é rica em carvão e cobre e vez ou outra se encontra um diamante, ouro ou prata.

Kinzoku, por ser a capital tem influências de outras aldeias. É possível ver neons nos bares, restaurantes e boates, grafites de tinta e neon em alguns prédios, um relógio de torre na torre do Tetsukage, um distrito só de padarias, confeitarias e casas de suco e de sorvete, shoppings, forjas, lojas estranhas, mas não é apenas disso e do comércio de metais e pedras que Kinzoku vive. Há também a academia ninja cujos ninjas utilizavam técnicas de liberação de metal em sua maioria e aprendiam seus primeiros passos antes de serem transferidos por um curto período de tempo para Holy Chie para se especializarem e depois voltar para se formarem.

Além da academia ninja há a torre do Tetsukage, marcada por sua altura colossal e um grande relógio de ferro. Nela trabalham o Tetsukage, o vice Tetsukage, o conselho, os representantes dos 113 distritos, os representantes da Marinha, os representantes da Força Aérea, os representantes da inteligência, os representantes supremos do judiciário, os representantes supremos dos hospitais, os representantes do Museu, fora os secretários, assessores, pessoal da limpeza e os recepcionistas.

No País do Mistério não se escolhia apenas o kage, era possível eleger um vice kage. O vice sempre assume o posto do Tetsukage quando este viaja ou morre, evitando assim um período sem governança enquanto faziam uma nova eleição. Também haviam os representantes dos distritos, cada um representava e cuidava de um distrito, facilitando o trabalho.

A inteligência era um grupo composto por ninjas de elite divididos em duas facções: Intel e Agiu. A Agiu é uma facção formada apenas por ninjas de elite que trabalha mantendo a ordem na cidade e no país, se infiltrando nas aldeias e outros países, realizando missões de sedução e rastreamento e qualquer coisa que a ANBU faça. Já a Intel é uma facção que cuida das estatísticas, coleta e armazena informações, investiga o governo e o judiciário, recebe as denúncias e até mesmo dá as missões além de repassar informações para a Agiu, a Marinha e a Força Aérea, sendo também responsável pela espionagem.

A cidade era tão grande que o Tetsukage não aguentaria a demanda, então um judiciário foi criado. Os superiores do judiciário o representavam na torre. Também havia os superiores do hospital, um conselho formado por médicos comuns e ninjas que ascendiam ao posto mais alto e regulavam os hospitais, por esse motivo tinham representatividade na torre. Também havia representantes máximos do Museu, uma entidade responsável pela história, arqueologia, meteorologia, astronomia, entre outros.

Era na capital que morava Daena, uma jovem de cabelos azuis cheio de mechas roxas, sendo que duas mechas estavam presas por rabos de cavalo por laços roxos enquanto o resto ficava solto, seus olhos eram negros como azeviche. Ela usava uma regata roxa com textura, uma saia tweed preta de babado, cinto prata na cintura, sapato triangular com algum salto prateado e um colar grande de prata. Um anel de ônix em forma de serpente enfeitava seu dedo. Ela era conhecida como A Serpente Escura ou A Serpente do Escuro.

Daena trabalhava como legista em um hospital no Distrito 15, distrito no qual morava com sua irmã gêmea Rhaena, porém Rhaena trabalhava como obstetra. Rhaena era idêntica à Daena, porém seu cabelo era azul claro com mechas rosa sendo que duas mechas estavam presas por rabos de cavalo por laços rosa enquanto o resto ficava solto, porém seus olhos eram brancos, apesar de terem pupilas. Brancos e perigosos. Ela vestia as mesmas roupas da irmã, porém sua blusa era rosa, sua saia branca e seus sapatos, cinto e colar eram dourados. Um anel de pérola em forma de serpente enfeitava o seu dedo. Ela trabalhava como obstetra no mesmo hospital, além de ser conhecida como A Serpente Clara ou A Serpente do Claro.

— Eu odeio esse jaleco. – Disse Daena ao pegar o jaleco de trabalho.

— Mas você ainda não se acostumou?!

— Eu detesto branco. Bigodes, Canino, Fiquem quietos até voltarmos.

Bigodes, o gato siamês, era o familiar de Rhaena enquanto Canino, o lobo marrom que mais parecia um cachorro, era familiar de Daena. Os dois assentiram e permaneceram no sofá. Daena pegou sua bolsa preta enquanto Rhaena pegou o mesmo modelo de bolsa da cor branca e as irmãs saíram para trabalhar. O dia no hospital estava agitado como de costume, com a diferença de que as áreas em que as gêmeas trabalhavam também estavam agitadas.

— Caralho! Todo mundo resolveu morrer hoje?! Ou são os médicos que resolveram me dar trabalho e cagaram para os pacientes?

O trabalho de Daena consistia em abrir cadáveres e determinar não só a causa da morte, mas se houve ou não erro médico. Ela amava seu trabalho, cadáveres eram ótimos companheiros, não conversavam, não discutiam, não flertavam, não reclamavam e não precisava da autorização deles para abri-los.

Posso dizer o que quiser que nunca sairá daqui. — Pensou.

Daena só foi reencontrar a irmã gêmea na hora do almoço. As duas se dirigiram ao refeitório do hospital, pegaram seus almoços e se sentaram na mesma mesa de sempre, em um canto afastado.

— Hoje é um bom dia para morrer.

— Credo Daena! Está parecendo Sarella. Se bem, que agora eu sem a quem ela puxou.

— Fala isso porque não viu a quantidade de cadáveres na minha sala! Tem tanto defunto que minha sala parece um cemitério!

— Hoje não é mesmo um bom dia. Para cada defunto na sua sala, tenho dois partos para fazer.

— Porra!

— Pelo visto vou ter que ficar até mais tarde. Pode entregar os relatórios da semana para mim?

— Mas era a sua vez de entregar!

— Eu sei, mas a maternidade não para! Daqui a pouco estaremos sem incubadoras.

— A culpa é sua que traz os natimortos à vida.

— Mais mortos quer dizer mais trabalho para você.

— Droga. Você me pegou.

Rhaena passou o envelope por debaixo da mesa para que Daena o pegasse e o escondesse na bolsa. A rotina continuou até as 18h, quando Daena deixou o trabalho para outro legista, arrancou o jaleco e saiu do hospital. As ruas estavam movimentadas como de costume, não importava a hora do dia, Kinzoku continuava movimentada. Ela pegou um trem, que a levou para o Distrito 21 e saltou na primeira estação do distrito. Não importava o distrito que ia, as ruas de Kinzoku estavam sempre movimentadas de dia e à noite.

Daena parou em frente a um prédio como qualquer outro e entrou. Foi até o 7º andar, dobrou a direita em um corredor e parou no que parecia ser um escritório de contabilidade. Passou reto pela recepcionista e bateu na porta que dava para a sala do contador. Era uma batida seguida por duas rápidas, depois uma demorada e duas rápidas de novo. O cobrador, um homem de cabelo castanho, olhos cinzentos e rosto solene a atendeu e ela adentrou na sala.

— Daena, que surpresa. Pensei que hoje fosse a vez da sua irmã.

— Mudança de planos, Steffon. A maternidade resolveu atacar hoje. Aqui estão os relatórios. – Disse os tirando da bolsa e os entregando. – Sabe para onde enviá-los.

— Certamente. Ah, isso chegou para você e sua irmã.

Steffon retornou ao escritório com os papéis e depois voltou com novos papéis e um envelope. Ele os entregou à Daena, que os colocou na bolsa e se retirou. Ao sair do prédio, ela pegou outro trem para voltar ao Distrito 15. Assim que saltou do trem, se dirigiu ao mercado mais próximo, onde compraria mantimentos. Após Daena ir ao mercado, ela voltou para a casa para guardar tudo. Ela morava com a irmã em um prédio alto de 30 andares, em um apartamento de dois quartos, um banheiro, uma sala com cozinha em conceito aberto e uma varanda com vista para boa parte do distrito. Daena foi para o seu quarto cujas cores predominantes eram o preto e o roxo, jogou a bolsa em algum canto, se jogou na cama e resolveu cochilar.

— Daena, acorde. – Canino tentava acordá-la com a pata.

— Só mais cinco minutos, mãe.

— Daena Suchiru! Levante dessa cama agora mesmo!

— Ta bom, pai. Que saco!

— Sou eu porra!

— Canino?

— Não, é o Papai Noel, sua estúpida.

— Se era para me ofender, nem precisava ter me acordado.

— Sua irmã esqueceu a chave de casa de novo e está batendo na porta.

— De novo?! Rhaena vive esquecendo as chaves agora?!

Frustrada, Daena se levantou e abriu a porta para a irmã. Rhaena entrou gritando ofensas limpas à gêmea, pois ao contrário de Daena, Rhaena não falava palavrão. Rhaena, jogou sua bolsa branca, idêntica a da irmã, em cima da mesa e foi tomar banho. Bigodes voltou para o quarto da dona, predominado pelas cores rosa e branco, enquanto Canino lambia o saco no meio da sala e Daena voltava para o seu quarto para pegar sua bolsa. Não demorou a achar os relatórios e o envelope.

A Serpente Escura deu uma olhada nos papéis em busca de informações do exterior. A guerra tinha acabado, não que isso significasse muita coisa para o País do Mistério, mas Daena queria saber cada detalhe que tinha ocorrido.

— Alguma novidade? – Perguntou Rhaena após sair do banho e adentrando no quarto da irmã vestindo um pijama rosa e branco.

— Teve uma briga de gangues na noite passada, mas a Agiu apareceu e acabou com a brincadeira; estão planejando um assalto a algum lugar no Distrito 102; a quarta guerra acabou, os bijus estão soltos exceto por alguns, um cara virou ponto de encontro de biju e os países participantes estão fracos. Ah, dizem que a Kaguya apareceu, mas foi mais fácil derrotá-la que qualquer um dos outros inimigos.

— Nossa! E esse envelope?

— Eu não sei. Juntas?

— Juntas.

As duas pegaram o envelope juntas e juntas o abriram. Elas o leram juntas também.

— Que ótimo! – Exclamou Rhaena. – O pai voltou! Será que a Dona Ming avisou que não moramos mais lá? Tomara que ela não tenha perdido o papel com o endereço.

— Colocamos num bloco, lembra? É só ela achar o bloco.

— É verdade. Esse feriado vai ser o melhor de todos!

Então, por que estou com um pressentimento ruim? — Pensou Daena.


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