A Variável Não Planejada escrita por Miss Oakenshield


Capítulo 5
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

Pfv me digam se está ficando legal, se tiver escrito algo errado ou que ficou confuso me avisem. Espero que gostem desse cap, bjs. ;)



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Thomas acordou sobressaltado, tinha tido um sonho estranho. Mas, além disso, tinha acordado com uma mão em sua boca. Era Alby.

— Me segue. – ele disse baixinho pra não acordar os outros

Conforme eles iam andando Alby ia falando.

— É pacífico não é? Eu sei que é difícil acreditar, mas nem sempre foi assim. Tivemos dias sombrios.

— Posso imaginar.

— Mesmo?

— Depois do que Katherine me contou ontem não duvido que tenham tido tempos sombrios.

— Pois é, infelizmente George não foi o único. Perdemos muitos garotos pro medo e o pânico, mas evoluímos muito, estabelecemos ordem, conseguimos paz. Muito do que conseguimos foi graças à Katherine, mesmo que ela não admita. Ela é como o pilar que nos mantêm fortes.

— Entendo, mas... por que tá me contando isso?

— Porque você não é como os outros, é curioso. Mas é um de nós agora, tem que saber o que isso significa.

Alby colocou uma faca na mão dele e apontou para algo atrás deles. Thomas se virou para encontrar vários nomes escritos em uma das paredes do labirinto. Percebeu que alguns estavam riscados, iria perguntar o porquê, mas quando viu o nome George ali riscado entendeu de imediato o que significava.

Alby percebeu que ele encarava aquele nome.

— Como eu disse... dias sombrios Thomas.

Com isso, Thomas avançou pronto para entalhar o seu nome.

 

 

 

Katherine estava fazendo sua ronda pela clareira, observava minuciosamente os garotos trabalhando. Apesar do que pensou na noite anterior tinha acordado bem disposta aquele dia, mas não podia dizer o mesmo de Gally. O garoto estava com olheiras e uma dor no pescoço, Katherine ficou se perguntando o que o garoto tinha feito pra estar daquele jeito.

Ela se aproximou dos jardins, hoje seria o primeiro dia em que Thomas passaria por uma das tarefas da clareira para decidir se era naquilo mesmo que passaria a trabalhar.

— Alguém tentou escalar até o topo? – perguntou Thomas

— Tentamos. – respondeu Newt – A hera não vai até lá em cima, e uma vez lá pra onde a gente iria?

— Tá, mas e a caixa? Da próxima vez que ela subir a gente...

— Não, já tentamos isso. – interrompeu Newt – A caixa não volta a descer se tiver alguém nela.

— Tá bem, mas e se nós...

— Eu vou simplificar pra você Thomas.

Dessa vez foi Katherine que o interrompeu assustando-o um pouco com sua aparição repentina.

— Nós estamos aqui há 3 anos, acha realmente que já não tentamos qualquer coisa que você pense? – Thomas só olhou para o chão pensativo – E respondendo à sua sugestão anterior nós já tentamos... 2 vezes inclusive.

— A única forma de sair é pelo labirinto. – terminou Newt – Você quer mesmo ser útil? Toma. – jogou um cesto pra ele – Junta um pouco mais de fertilizante.

Thomas pegou o cesto e foi pegar o fertilizante, mesmo a contra gosto.

— Coitado. – comentou Katherine

— Você parece estar muito bem hoje Kit Kat. – disse Newt

— Tive uma ótima noite, até me impressionei.

— Daqui pra frente vou sempre mandar o Gally atrás de você.

— Não vai ser necessário e, além disso, ele está péssimo hoje, você sabe o que aconteceu pra ele estar com aquela dor no pescoço.

— Não... não sei não. – Newt mentiu, ele tinha visto Gally dormindo de mau jeito ao lado da rede dela.

— Vou ver se ele precisa de alguma ajuda.

— Ok.

Enquanto Katherine andava até os construtores não pode ver o sorriso de Newt, o garoto conseguia ver o que os dois não conseguiam, ou pelo menos o que sua irmã não conseguia notar.

— Ei Gally!

O garoto tirou sua atenção do que estava fazendo e olhou para ela que se aproximava, tinha um sorriso de orelha a orelha no rosto.

— Ei Kit Kat.

— Está se sentindo melhor?

— Sim, aquela pomada está fazendo efeito, meu pescoço está bem melhor.

— O que você fez pra ficar desse jeito?

— E-e-eu... eu acho que... dormi de mau jeito. – disse gaguejando

— Aham, sei.

Katherine não tinha acreditado muito naquela história, mas não iria insistir numa coisa boba como aquela.

— Precisa de ajuda em alguma coisa?

— Não, tenho tudo sobre controle.

— Sabe, eu queria falar sobre uma coisa importante com você.

— E o que é?

— Sobre como você trata os construtores.

— O que que tem?

— Você tem que parar de gritar tanto com eles.

— Quem disse que eu faço isso? – disse indignado

Katherine olhou para ele seriamente cruzando os braços.

— Tá bem, talvez eu o faça, mas só um pouquinho.

— Gally, já perdi as contas de quantos garotos eu tive que costurar porque se assustaram com você. Tem que ser mais gentil, compreensivo com eles.

— Quer que eu beije eles também?

— Aff Gally você é impossível. – ela revirou os olhos

— O impossível que você adora. – ele deu um sorrisinho de lado

Antes que Katherine pudesse retrucar um grito foi ouvido, mas não era qualquer grito, era um pedido de socorro.

— É o Thomas. – sussurrou Katherine correndo para perto dos gritos

— Socorro!

Thomas saiu correndo da floresta sendo seguido por um Ben descontrolado. Todos os clareanos correram para ajuda-lo. Ben conseguiu pegar Thomas pela perna o derrubando, subiu em cima dele tentando enforca-lo e dizendo que iria matá-lo.

Newt chegou com algo parecido com um mastro nas mãos e bateu com toda a força no rosto de Ben, tirando-o de cima de Thomas. Gally e Newt seguravam os braços dele enquanto Caçarola e Katherine seguravam suas pernas.

— O que aconteceu? – perguntou Katherine a Thomas

— Ele me atacou.

— Fica calmo Ben. – dizia Gally

Alby se aproximou dos garotos.

— Não, não, não. – repetia Ben

— Levanta a blusa dele. Levanta a blusa!

Assim que Gally o fez todos puderam ver que ele fora picado. Grande parte de sua barriga estava ficando com uma cor esquisita cada vez mais suas veias ficavam mais evidentes. Ben continuava dizendo não e pedindo, por favor, ele já sabia o que aconteceria.

— Ele foi picado. – disse Gally – À luz do dia?

— Por favor, me ajudem. – suplicava Ben

Alby sabia o que deveria fazer, mas mesmo assim, buscou confirmação quando olhou para Katherine como que pedindo por conselhos, assim que ela assentiu ele deu as ordens.

— Levem pro amansador.

— Clint! Jeff!

Katherine chamou seus colegas de trabalho para ficarem no seu lugar e ajudarem Newt, Gally e Caçarola a levarem Ben para longe dali. Ela foi até Thomas se certificar de que ele estava bem.

— Você se machucou?

— Não, eu tô bem.

— Certeza?

— Sim.

Ben ainda gritava, mas o que mais chamou a atenção de todos não foram as acusações contra Thomas e sim os pedidos de ajuda chamando por Katherine, ele dizia:

— Ele que fez isso! Você sabe disso Katherine! Você estava lá também! Diga a eles! Me ajude!

Katherine ficou paralisada. Não tinha ideia do que o garoto estava falando.

— Vem Tommy, vou cuidar de você.

— Eu estou bem, não precisa se preocupar.

— Isso quem decide sou eu, A Socorrista. Vamos.

 

 

 

Enquanto Katherine verificava que Thomas estava fisicamente bem, Alby achou que estava na hora de algumas explicações. Mas, Thomas foi o primeiro a perguntar.

— O que aconteceu com ele?

— Se chama transformação, é o que acontece quando alguém é picado.

Explicou Katherine enquanto enfaixava um dos pulsos de Thomas onde Ben o tinha machucado com as unhas.

— Escuta. – Alby chamou a atenção dele – Não conseguimos tirar nenhuma palavra coerente do Ben desde o ocorrido. Nada do que ele diz faz sentido e só vai ficar pior. A infecção tá se espalhando... e ele é perigoso...

— Ok garotos, Chuck o que você acha de irmos ajudar o Caçarola com alguma coisa na cozinha enquanto esses dois tem uma conversa muito tediosa?

O menino assentiu para ela, Katherine olhou brava para Alby, ele sabia que ela não gostava que falassem sobre essas coisas perto de Chuck, o garotinho já estava apavorado o suficiente com toda a situação de sua vida não precisava de mais isso.

Ela colocou um dos braços ao redor dos ombros do mais novo levando-o para longe dali.

— O que ele disse a você? – Alby continuou a conversa

— Ah, ele... disse que me viu e que tudo isso era minha culpa. Disse também que a Katherine sabia disso e que ela iria contar a todos o que eu fiz... como isso poderia ser minha culpa e o que Katherine tem a ver com isso?

Alby não respondeu à pergunta dele, olhou para o chão franzindo o cenho e quando voltou a falar, mudou de assunto.

— Descansa um pouco. – disse se levantando

— Peraí, Alby!

— O que?

— O que vai acontecer com ele?

— Você já vai saber.

Alby saiu dali a procura de Katherine, assim que a encontrou disse o que Thomas tinha lhe contado e perguntou se tinha alguma ideia do que Ben estava falando.

— Não faço a menor ideia Alby, acha que ele possa estar delirando ou ele se lembrou de algo?

— Era o que eu esperava que você me dissesse, ele não para de chamar o seu nome.

— Acha que eu deveria falar com ele?

— Acho que seria uma boa ideia, mas em hipótese alguma abra aquela cela.

Katherine assentiu e foi até o amansador sem que ninguém pudesse perceber.

Assim que estava se aproximando da cela de Ben ela começou a andar mais devagar.

— Ben. – chamou baixinho

— Katherine! – ele saltou de onde estava e agora segurava as grades do amansador – Você tem que me tirar daqui, precisa dizer a todos quem ele é!

— Do que está falando Ben? O que Thomas fez afinal?

— É culpa dele que estamos aqui! Ele nos colocou aqui! Você tentou nos salvar, mas graças a aquela desgraçada o plano foi descoberto e fomos capturados de novo!

— Ben, você não está raciocinando muito bem, se Thomas é o culpado por que ele estaria aqui?

— Eu não sei, mas você precisa me tirar daqui! Não deixe me banirem, Thomas é quem merece isso, ele e aquela desgraçada!

— Thomas não fez nada, você o atacou. De que desgraçada você está falando?

— Thomas é o culpado! – ele gritou assustando-a – Você tem que nos salvar! Tem que acabar com os criadores!

Katherine achou que aquilo já era suficiente, deu as costas ao garoto e o deixou sozinho novamente, mas ainda podia ouvir seus gritos.

— Me tire daqui! Katherine! Você me salvou uma vez, tem que me salvar agora! É tudo culpa dele!

A noite já estava chegando, estava na hora do banimento.

Em frente às portas, os encarregados estavam com grandes postes nas mãos, na ponta havia um pequeno pedaço de madeira pregado como que fazendo a letra T. O resto dos garotos seguravam lanças.

Minho trazia Ben, que estava com os braços amarrados atrás da cabeça.

— Só me escutem, por favor, me escutem. – dizia Ben – Por favor, Minho! Alby.

Minho o levou até bem perto das portas e o colocou de joelhos. Pegou uma faca e cortou a corda que o amarrava.

— Por favor, por favor, não. Por favor, não façam isso. – Ben suplicava

Katherine estava atrás dos encarregados, não segurava nenhuma arma. Ela olhou para trás vendo Thomas se aproximar e percebeu que Chuck também estava ali.

— Chuck, não é uma boa ideia você ficar aqui. – ela disse se aproximando dele

— Mas, eu quero ver.

— Acredite em mim, se você ficar você vai se arrepender.

Assim que ela disse isso ouviram os sons das portas se preparando para fechar. Minho pegou a bolsa de Ben com mantimentos e jogou para dentro do labirinto.

— Postes! – gritou Alby

Todos os garotos se posicionaram, os encarregados apontaram os postes enquanto os outros garotos em volta apontaram as lanças, todos tinham o mesmo alvo. Ben.

O garoto se virou para eles começando a suplicar.

— Por favor, Chuck, não quero que veja isso.

Katherine se colocou na frente de Chuck para que ele não pudesse ver direito o que estava acontecendo, acariciou o rosto do menino e olhou para ele com os olhos suplicantes.

— Eu também já vou indo, prometo. Agora tape os ouvidos com as mãos o mais forte que puder, vá andando até a sua rede e não olhe para trás, está bem?

O garotinho concordou e fez exatamente o que ela disse, satisfeita voltou a olhar para o garoto que estava sendo banido.

— Mais perto. – comandou Alby

Os garotos começaram a aproximar suas armas de Ben fazendo-o recuar em direção ao labirinto.

Ben tentava empurrar os postes, sempre dizendo a mesma coisa, suplicando por sua vida.

— Por favor, me escutem!!! Parem!!! Vocês não entendem!!! – ele conseguiu encontrar o rosto de Katherine - Você tem que me salvar!!! Katherine, me ajude!!!

Katherine deu as costas para ele não suportando seu olhar. Ela fechou os olhos e os punhos o mais forte que pode.

— Eu vou melhorar!!! Katherine, eu vou melhorar!!! Por favor, me salve!!! Katherine!!! Katherine!!!

Esses foram os últimos gritos que puderam ouvir antes que as portas se fechassem. Katherine soltou o ar que nem sabia que estava segurando, virou para ver as portas já fechadas. Os gritos dele chamando o nome dela ainda ecoavam em seus ouvidos.

O silêncio reinou naquele momento, todos estavam cabisbaixos e com olhares tristes. Alby colocou seu poste encostado nas portas e olhou cada um ali.

— Ele pertence ao labirinto agora.

Ele foi o primeiro a sair andando para longe dali, os outros também o seguiram.

Katherine tinha o olhar fixo nas portas.

— Ei, Kathy.

Newt estava ao lado dela, ele tinha falado bem baixinho, quase sussurrando, como se fosse errado quebrar aquele silêncio.

— Vamos.

Ela concordou e segurou na mão dele indo encontrar Chuck.


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