Seven Warriors escrita por Naru


Capítulo 23
Eu confio na sua honestidade - parte 1




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/776299/chapter/23

Naquela noite, o céu parecia mais estrelado do que de costume, como se trouxesse uma certa melancolia calorosa a cada luz que refletia pela lua cheia até o gramado verde e úmido. Os sons dos grilos e corujas ressoavam com destaque naquele silêncio calmante, como se tocassem uma orquestra em perfeita harmonia para aquele momento.

Em meio a algumas rochas mais aparentes, Dylan estava sentado amparando o queixo na palma de sua mão, enquanto o mesmo braço se apoiava pelo cotovelo no seu joelho; seu olhar parecia perdido e ao mesmo tempo sereno naquele ambiente. A leve brisa que por ali corria fazia com que seus fios lisos e completamente soltos voassem brevemente pelo seu rosto, fazendo uma composição perfeita naquela imagem. Ele observava a lua enorme e prateada mais ao céu e também o descampado a sua frente, onde haviam diversas barracas de camping coloridas, dispostas sem alguma ordem aparente.

Ele estava não muito longe do posto de gasolina onde pararam o carro algumas horas antes e encontraram duas garotas que ele nunca havia visto, mas que, aparentemente, faziam parte de sua história: Arya e Norah. As duas se apresentaram como Guerreiras, como ele e Adrien, supostamente, eram.

 A primeira ostentava os cabelos amarelos, ondulados e longos, tinha quase a sua altura e provavelmente era mais forte do que ele, mesmo não tendo uma aparência musculosa. Além disso, tinha os olhos dourados como ouro, como ele tinha visto somente em sua própria mãe. Por sinal, as duas eram extremamente parecidas, como irmãs gêmeas, as diferenças físicas ficavam apenas nos fatos de que Arya era mais alta, mais forte e tinha os cabelos maiores. Já as diferenças internas eram mais gritantes, já que sua mãe era calma, serena e ponderada, enquanto a outra aparentava não ser nada disso. Mas era inegável o parentesco, por isso, Dylan nem discutira ao ouvir elas eram irmãs, por mais que isso o surpreendesse muito.

          Já a segunda que conhecera naquele dia se apresentou como Norah e era muito diferente da outra. Era pequena, magra, parecendo quase frágil e delicada, usava roupas femininas e meigas, que combinavam muito bem com um chapéu branco envolto em um laço de fita. Os olhos eram azuis como o de Adrien e o traços finos, casando perfeitamente com os cabelos escuros na altura do queixo com uma franja quase infantil. Sua voz era doce e sua atitude a fazia parecer mais jovem do que provavelmente era.

As duas eram respectivamente as Guerreiras da Justiça e Compaixão e isso parecia não querer dizer muita coisa para Dylan naquele momento. A única coisa que ele tentava entender era como sua vida poderia ter virado de cabeça para baixo em um período de menos de vinte e quatro horas.

Agora ele estava ali, olhando para um camping, que era o único lugar que tinham conseguido para dormir aquela noite, enquanto três pessoas que ele mal conhecia e que tinham títulos de Guerreiros, estavam próximos discutindo algo que ele, naquele ponto, não queria mais saber e nem visualizar.

― Está tudo decidido! ― Uma voz feminina e fina veio ao se­­­u lado e ele avistou Norah sentando na mesma pedra que ele estava.

― O que está decidido? ― perguntou meio cético e aparentando um ar de cansaço.

― Nós conseguimos duas barracas, você pode dormir com Adrien em uma delas e eu vou ficar com a Arya. Mas sempre um de nós, tirando você, é claro, vai ficar acordado de vigia por precaução.

― Vocês falaram que são Guerreiros, eu vi que tem poderes, ouvi também vocês falarem que vem do Céu, ― iniciou ele, fazendo sinais de aspas com os dedos ao pronunciar a última palavra ― por que seres tão iluminados como vocês precisam de coisas básicas como... dormir?

          Norah ouviu aquela pergunta com os olhos atentos e curiosas e ao fim, deu uma leve risada como se achasse graça do questionamento.

― Em primeiro lugar, não fale da gente em terceira pessoa, você também é um de nós. O que qualquer um aqui pode ser, você também é. ― reiterou ela ― Em segundo lugar, eu não sei se o Adrien te explicou isso, mas nós somos considerados seres celestiais simplesmente porque vivemos no Céu e temos algumas habilidades, de resto, somos feitos a partir da semelhança do ser humano. Todas as necessidades básicas e também a parte de emoções, nós carregamos e vivenciamos como vocês.

― Vocês... ― iniciou ele, refutando em seguida ― nós...nós não somos nenhum pouco mais evoluídos na questão dos sentimentos? Todas as crises que um ser humano passa, em relação a emoções e sentimentos, um ser celestial passa também?

― Não necessariamente vamos passar, o Céu é um lugar muito diferente da Terra, então os nossos desafios acabam sendo outros, mas sim...estamos sujeitos a passar pelos mesmos conflitos internos que um ser humano normal.

― Então a parte boa a gente também passa? Tipo... se apaixonar? ― perguntou, fazendo Norah soltar um leve suspiro antes da explicação.

― Da sua idade e vivendo como um suposto ser humano, você já deveria saber a resposta disso, não? ― questionou um pouco confusa.

― Como assim?

― Você tem as memórias de um humano e viveu até agora como um, certo? ― A pergunta fez com que Dylan afirmasse com a cabeça antes dela continuar ― Então, vai me dizer que não se apaixonou nesse período?  

          Essa questão fez com que ele desviasse o olhar da menina a sua frente e começasse a se lembrar de alguns detalhes de sua breve vida naquele mundo, pelo menos a parte da memória que ele tinha certeza ter vivido. Na realidade, ele se lembrava de vários momentos com as garotas da sua escola e da vizinhança, mas a maior parte desses momentos eram apenas de flertes e brincadeiras por sua parte. Na maioria das vezes as meninas correspondiam e davam sinais de interesse, porém, sem ao menos perceber, ele interrompia as brincadeiras e acabava se afastando naquele estágio.

          Uma das únicas pessoas que nunca havia correspondido as suas brincadeiras com interesse era Sarah, e graças a isso acabaram se tornando tão amigos. Também se lembrou que o seu primeiro beijo tinha sido roubado por sua colega de classe Khloe, que ele mesmo nunca mais tinha visto após o ato. Naquele momento ele percebeu que aquele tinha sido seu primeiro e único beijo. A realidade é que assuntos sobre romance, amor, paixão, tinham sido coisas que não o despertava interesse, pelo menos ele parecia não ser muito bom em perceber se tinha o interesse ou não. Por isso, faria muito sentido se Norah o dissesse que os Guerreiros na verdade não se apaixonam, mas não foi bem isso que ele ouviu.

― Na verdade, eu não lembro de ter sentido esse tipo de coisa. ­― confidenciou ele ― Eu já fui apaixonado na outra vida que eu tinha antes de esquecer tudo?

          Após ouvir essa pergunta, Norah o encarou com um ar de surpresa, piscando os olhos diversas vezes naqueles pequenos instantes. Por mais que o local estivesse escuro e apenas iluminado com o luar, Dylan podia notar que as bochechas da menina tinham assumido um tom rosado, confirmando isso ao que a mesma posicionou as mãos no local como se estivesse queimando.

― Eu... ― iniciou ela, parecendo balbuciar algumas palavras sem sentido em seguida, antes de completar ― eu preciso ir!

          Então, antes mesmo que ele pudesse falar algo para acalmá-la, ela se levantou de forma ligeira e se afastou dali sem que Dylan pudesse segurá-la de nenhuma forma, o deixando extremamente confuso com aquela situação.

― Será...? ― murmurou ele para si mesmo, antes que outra voz feminina, porém, essa mais forte e imponente, transpassasse seus ouvidos:

― O que você disse para que ela saísse assim? ― perguntou Arya,  se aproximando de onde ele estava e ficando em pé ao seu lado enquanto ambos observavam a silhueta pequena de Norah sumir em meio algumas barracas.

― Eu... eu não disse nada.

― Sério? E por que ela saiu assim? ― questionou ainda encarando o caminho que a outra havia percorrido. Em seguida, balançou levemente os ombros e a cabeça como se preferisse não continuar as dúvidas ― Bem, depois eu vejo com ela. O que você está fazendo aí olhando para o nada?

― Eu? Apenas pensando. Eu não acho que meu cérebro teve tempo o suficiente para processar o dia de hoje, parece tudo uma mentira muito grande, uma ilusão ou um sonho. ― desabafou, voltando a encarar as barracas mais à frente e fixando o olhar em uma fogueira recém acesa. As chamas do fogo refletiam em seus olhos escuros, trazendo uma aparência quase sombria.

― Você está pensando sobre ela... sobre a minha irmã, certo? ― disse Arya, aparentemente tentando suavizar o tom de voz enquanto se sentava ao lado de Dylan.

― Eu estou tentando não pensar sobre isso, porque a impressão que tenho é que se pensar muito, meu corpo vai desintegrar. Na minha cabeça, no meu coração, ela ainda está viva e eu só preciso voltar para a minha casa que ela vai estar lá, vendo TV ou cozinhando algo para a gente. ― disse com a voz quase taciturna, enquanto não piscava ao olhar as labaredas a sua frente.

― Ela estava bem? Ao longo desses anos, ela esteve bem?

          Assim que Arya perguntou isso, Dylan virou a cabeça lentamente em sua direção, fazendo com que as chamas parassem de desenhar em seus olhos, deixando-os escuros novamente. Sua expressão era triste e quase sombria, então, ele suavizou um pouco os traços, percebendo a clara preocupação da garota ao seu lado.

― Sim, ela esteve muito bem, pelo menos eu percebia que ela tentava parecer sempre feliz. Mesmo que eu conseguisse notar que havia algo errado, algo que ela não me contava.

― Sim, ela não te contava sobre o seu passado.

― Mais que isso, a impressão que eu tinha não era que ela escondia algo sobre o meu passado, apesar de ser verdade, mas é que ela tentava esconder algo da sua própria história. De vez em quando eu percebia que ela sentia uma tristeza ou saudades de algum lugar, alguma coisa, eu achei que era do meu pai.

― Seu pai? ― Uma das sobrancelhas de Arya se elevou em sinal claro de estranhamento.

― Sim, meu pai. Ela me contava histórias sobre ele, sobre o quanto ele era um homem nobre e que era gentil, justo e talentoso. Ela falava que eu parecia com ele, que era a cópia dele e que por isso eu não tinha nada a ver com ela.

― Ela não está errada, você realmente parece o seu pai, pelo pouco que eu já o vi. ― reconheceu ela.

― Mas acho que o homem que ela falava e o meu pai...meu pai biológico, não eram a mesma pessoa. Ou eram?

― Eu duvido muito. ― disse ela em meio a uma expressão descrente ― Por acaso, quando ela citava o seu pai, ela parecia apaixonada?

― Muito! ― afirmou ele, a encarando com os olhos quase surpresos ― Parecia ser o tipo de amor que é impossível de esquecer.

― Hum... ― murmurou, enquanto fechava as pálpebras escondendo os olhos claros e deixando um leve sorriso se desenhar nos lábios finos e rosados ― Então definitivamente ela estava falando de outra pessoa.

― Que outra pessoa? ― indagou ele ― Por acaso é alguém chamado Darien?

― Como você... Ela te contou sobre ele? ― Arya parecia bem surpresa com a questão de Dylan.

― Não. Mas eu já a ouvi suspirando esse nome algumas vezes dormindo, eu jurava que esse era o nome do meu pai.

― Não. Darien é o motivo de toda a alegria e dor da minha irmã.

― Como assim? ­― Ele se virou, ficando praticamente de frente para a garota, na intenção de prestar total atenção a aquela conversa.

― É uma longa história.

― Eu não me importo, eu só quero saber.

          Após ouvir isso, Arya o encarou por diversos segundos com os olhos claros mais nítidos do que nunca, mesmo com a noite pairando sobre os dois. Ela parecia analisar a situação e dava a impressão de estar se perguntando se aquela conversa valia a pena ou não de ser realizada. Então, após alguns instantes, ela apenas suspirou, relaxando o corpo e iniciando:

― Bem, você provavelmente não se lembra desse fato, mas quase todos os Guerreiros são das famílias mais poderosas e tradicionais de cada um de seus clãs.― iniciou ela, falando de forma clara e calma ― Norah é atualmente a única filha do clã da Compaixão, Adrien é filho do líder da Lealdade e você é um dos dois herdeiros da Coragem. Sua irmã, Diana, por sinal, foi uma das maiores Guerreiras já existentes e minha maior inspiração, mas isso não vem ao caso. ―  Ao descobrir isso, Dylan se sentiu chocado e fez menção em falar algo, mas voltou atrás para evitar cortar a história. “Então, eu tenho uma irmã.” pensou, mas sem refletir muito sobre o assunto para voltar a escutar a mulher a sua frente ―  O fato de todos serem de famílias nobres faz muito sentido, pois os Guerreiros são escolhidos por sua força física e mental e somente os mais privilegiados tem a chance de treinar tanto essas duas fontes.

― Isso é no Céu? Parece muito o mundo real.

― Alguns não gostam de admitir, mas nós somos apenas um espelho do mundo real, mas com poderes. Enfim, a questão da nobreza é muito forte em nosso mundo e por isso até mesmo os casamentos são arranjados, pois o ideal é que um nobre se una a outro nobre, eles acreditam que juntando duas forças você pode ter mais chances de ter um filho que se torne Guerreiro, e ser um Guerreiro é o maior título que você pode ter.

― Ainda parece um espelho, mas um espelho de como a raça humana era há alguns séculos atrás.

― Está querendo dizer que somos ultrapassados? ― perguntou ela com uma feição desafiadora.

― Completamente! Casamento arranjado? Quem hoje em dia faz isso? Adrien tinha me falado sobre isso mais cedo e eu já tinha achado surreal!

― Eu concordo com você sobre isso, mas enfim...voltando, minha irmã e eu não somos de uma família nobre, nós somos apenas de camponesas do clã da Justiça.

― Mas você é uma Guerreira! E acabou de me dizer que a maioria dos Guerreiros são nobres, porque tem como treinar, como você se tornou a Guerreira da Justiça?

― Eu treinei, eu dei meu jeito. Mas essa não é minha história, melhor você deixar eu terminar, então vai entender alguns pontos.

― Tudo bem, me desculpe. ― disse com a voz meio amuada, se prometendo mentalmente a não se exaltar com a conversa.

― Minha irmã, um dia, acabou se apaixonando por um nobre de um dos clãs mais temidos e rígidos.

― Aquele Darien?

― Sim! E para piorar a situação, ele também se apaixonou perdidamente por ela. E para dificultar tudo ainda mais, ele não era só um nobre, ele era um Guerreiro na época.

― Guerreiro? Qual Guerreiro? ― indagou, sem piscar os olhos uma vez sequer.

― Ele era o Guerreiro da Lealdade.

― Lealdade? Como o Adrien? ― Ele estava mergulhado naquele assunto e tentava encaixar as peças.

― Sim, uma geração antes. Darien era o irmão mais velho de Adrien.

― O que?? ― questionou quase em um grito.

          Mais cedo Adrien já tinha contado para ele que o motivo da prisão de Karyn tinha sido um casamento proibido, ele já tinha assimilado isso e achado até mesmo poético, apesar de extremamente arcaico. Porém, ele nunca poderia esperar que o homem em questão, o tal de Darien que ele sempre ouvira sua mãe sussurrar, era irmão do loiro. Apesar dos nomes similares, não tinha como ele associar um fato ao outro. Então, na verdade, sua mãe e Adrien eram cunhados.

― Exatamente isso que te falei. ― reafirmou ela, continuando a história ― Darien e Adrien se pareciam muito, em aparência e em personalidade também, os dois calmos, educados, a única diferença era que Darien, diferente do irmão, era mais simpático e amável com todo mundo, não era tão fechado. Minha irmã resistiu por um tempo, negou, mas eles já não conseguiram mais fingir que não estavam completamente apaixonados. Foi uma época estranha, eu ainda era nova, mas conseguia notar o olhar meio brilhante e perdido da minha irmã, provavelmente pensando nele. Além de tudo, ele sempre foi muito amável, sempre ia visitá-la e era super atencioso comigo também.

― E o que aconteceu?

― Eles namoraram escondidos por alguns anos, até novos Guerreiros serem escolhidos e treinados, no caso, eu, você, Norah, o Adrien, enfim, então o Darien foi liberado de suas funções. Uma vez que ele foi liberado, os dois fugiram e se casaram em segredo.

― E então eles foram presos...

― Não exatamente. Quando você faz um casamento fora da lei, é como se você pisasse e cuspisse nas tradições do Céu. Prisão não é castigo suficiente para isso.

― E qual é o castigo então? ― Ele perguntou e engoliu a seco, como se já imaginasse a resposta.

― Morte.

― Eles...eles mataram os dois? ― A dúvida saiu quase sem voz pelos seus lábios.

― Tecnicamente. ― pontuou ― Os dois foram capturados. Minha irmã por não ser de família nobre teve uma morte longe do público, eu e meu pai apenas recebemos a carta informando que eles já a tinham   matado e que a gente não podia recuperar o corpo, já que ela não era alguém importante. ― Ela pareceu suspirar ― Agora eu sei que eles nunca fizerem isso.

― Sim... ela estava viva, afinal. ― disse de forma óbvia, antes de completar ― E o Darien?

― A situação dele foi um pouco mais complicada. O clã da Lealdade foi o último clã a ser criado, é o mais novo, então para criar algum respeito entre os outros, os líderes são conhecidos por serem extremamente rígidos com as leis, os costumes, com tudo! Darien além de ser do clã, ele tinha sido líder da última geração de Guerreiros. Não tinha como um erro tão grave como aquele ser passado em branco. ― Ela respirou fundo, como se estivesse se preparando para continuar ― Então, eles montaram um palco, no meio da praça central do castelo da Lealdade, em cima desse palco tinha uma guilhotina esperando para a execução do Darien.

― Uma guilhotina?? Como na Idade Média??

― Sim, e isso não faz nem vinte anos.

― Eles executaram ele na frente de todo mundo? Quem iria querer ver uma coisa dessas? ― Dylan parecia completamente atônito com aquela história.

― Muitas pessoas, a maioria deles do próprio clã da Lealdade. Na verdade, a maioria foi intimada a ir. Inclusive nós.

― Nós?

― Sim, nós fomos obrigados a ir ou iríamos morrer também, todos os Guerreiros atuais. A gente teve que ver um exemplo do que aconteceria caso tomássemos as mesmas decisões ruins do Darien. Eu, você, Norah, e todos os outros tivemos que assistir.

― Eu vi isso? ― Ela apenas concordou com a cabeça e pela primeira vez agradeceu por não lembrar de nada de seu passado.

― Adrien viu também, ele foi o que mais foi obrigado a ver. ― Ao ouvir isso, Dylan sentiu como se alguém o tivesse socado no estômago. Ele não conseguia imaginar a dor do outro ao ver o próprio irmão ser guilhotinado.

― Isso é um absurdo... ― Ele estava completamente perdido ― O Adrien é de uma família poderosa, não é? Não podia implorar ao pai para não matar o irmão?

― Ele até poderia, mas foi o pai deles quem determinou a morte do filho. E ainda escolheu o meio.

          Dylan levou as duas mãos ao rosto, deixando o olhar perdido ao ouvir a última frase. Aquela história parecia surreal demais para ele compreender ou conceber. Como um lugar que deveria ser mais evoluído, que leva o nome de Céu, teria leis tão arcaicas e métodos de punição tão cruéis? Aquilo é muito longe de tudo o que ele considerava céu até o presente momento.

― Isso para mim não parece um céu e sim o inferno.

― Às vezes parece mesmo. A gente deu azar de nascer lá em vez de nascer na Terra. Adrien e Darien deram mais azar ainda em nascer em um clã tão maluco por regras e leis como clã da Lealdade. Nada ali naquele clã é espontâneo, eles não consideram sentimentos, nada disso. Quem é da família nobre lá já nasce predeterminado a casar com alguém, antes mesmo de abrir os olhos pela primeira vez. Você consegue imaginar o que é ter uma noiva ou um noivo desde a sua infância?

― Eles já tinham uma noiva arranjada? ― Dylan tirou as mãos do rosto e voltou a encarar a loira ao seu lado.

― Sim. Darien tinha, Adrien tem.

― O Adrien tem uma noiva? ― Aquela informação fazia uma ruga se formar entre os olhos de Dylan de forma instantânea.

― Sim, tem.                                                                 

― Então, ela é uma nobre também? ― perguntou de forma ressabiada.

― Sim, claramente.

― E ele é apaixonado por ela? ― Ele parecia realmente interessado naquele assunto.

― Hum... ― Arya entortou um pouco a boca e pelo olhar parecia analisar alguma situação, então, apenas negou com a cabeça ­― Sinceramente? Não que eu já tenha percebido.

― E você já a conheceu? ― questionou de forma quase inquisidora.

― Sim... e você também!

― Eu? Como assim? ― Ele não conseguia compreender o que aquilo significava.

― Sim, já conheceu. ― pontuou ela novamente, antes de continuar ― A noiva do Adrien é a Norah.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Oie!

Pessoal, primeiramente peço desculpas pelo atraso de 1 semana! Sério, esse post já estava pronto desde a semana passada, mas eu não tive tempo em casa para postar e o aplicativo do Wattpad não colaborou muito também. Enfim, mas eu fui boazinha e coloquei uma parte cheia de revelação e bem grande né?

Esse é o início de mais um capítulo, e esse tem bastante ação, ok? Se preparem!

Outra coisa, MUITO IMPORTANTE, vocês viram a capa nova né? O que acharam? Me mandem mensagem sobre isso!

É isso, gente! Nos vemos terça-feira que vem (SIM, EU VOU CUMPRIR O CRONOGRAMA! rs)

Não se esqueçam que temos um grupo de whatsapp super ativo e LINDO de Seven Warriors (e outros yaois da vida). Me peçam o link por mensagem.

Love.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Seven Warriors" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.