Clarice escrita por Hirobelana


Capítulo 32
Capítulo 32




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Clarice pensando que Guilherme já estava lhe esperando na sorveteria, acabou andando mais rápido do que de costume, se deparou vendo que ele ainda não tinha chegado, e muito menos respondia as ligações ou as mensagens. Decidindo se sentar em uma cadeira que ficava na parte de fora da sorveteria.

Pensando que talvez ele não tivesse conseguido terminar há tempo o que tinha planejado. Tal coisa que ela tinha esquecido de lhe perguntar anteriormente o que exatamente seria.

Aguardando um bom tempo na sorveteria, quando percebeu que já se passavam mais de quarenta minutos que ela estava ali, e nada dele responder. Decidindo que seria melhor comprar um pote de sorvete e levar até a casa dele, podendo se oferecer para ajudá-lo caso precisasse. Ou pelo menos aproveitando nem que fosse por alguns instantes de sua companhia.

Ela foi andando em direção a casa de Fernanda percebendo que ela não fazia ideia de qual casa era a de Guilherme. Lembrando que eles tinham dito que era frente, mas se sentindo insegura de chamar e acabar não sendo.

Acabou optando tocar a campainha da casa de Fernanda, pois sabia que a mãe de Fernanda não trabalhava e ela dizia que sua mãe sempre estava em casa. Depois de uns instantes de tocar a campainha, a mãe de Fernanda atendeu a porta.

— Clarice, que surpresa! – ela a reconheceu imediatamente, mesmo que não tivessem se visto faziam há muito tempo.

— Olá, a senhora está bem? – Clarice perguntou com um sorriso no rosto.

— Há, eu estou bem sim, e você e a sua mãe, como estão? – ela perguntou

— Estamos bem também – respondendo com um sorriso - A Fernanda está em casa? – optou perguntar primeiro pela Fernanda, talvez ela já tivesse chegado e estaria dormindo.

— Que ótimo. Manda um beijo para a sua mãe, viu. A Fernanda não está não, ela disse que iria na casa do Guilherme – disse a mãe de Fernanda, dando uma informação que pegou Clarice de surpresa - Há, o Guilherme é o nosso vizinho, ela mora alí – ela acabou completando a informação apontando onde ele morava também, pois achava que ela poderia não saber quem era ele.

— Há.. eu conheço ele – foi a única coisa que conseguiu pensar em dizer. Pois de uma forma esquisita se sentiu insegura em dizer que Guilherme era o seu namorado. Mas era irracional ficar insegura já que Fernanda e Guilherme já eram amigos antes dela o conhecer, e sabia bem que ela ia na casa dele.

O que exatamente a incomodou é por Fernanda não ter a respondido, e muito menos o Guilherme, sendo que foi ele que chamou Clarice para se encontrarem na sorveteria, e não o contrário.

Se despediu com um sorriso da mãe de Fernanda, indo em direção a casa de Guilherme, pensando se deveria tocar a campainha ou não.

Ficando uns bons minutos parada em frente da porta da casa dele, com o celular nas mãos, e a sacola com o pote de sorvete, olhando para ver se ele respondia ou ligava de volta. Nisso, sentiu um nervosismo que deixou ela insegura em tocar ou não a campainha. Optando que seria melhor tocar, pois ficar parada em frente a porta por tantos minutos seria algo estranho para quem estivesse olhando de longe.

Quando tocou a campainha esperou por alguns minutos para ver se ouvia algum barulho do lado de dentro da casa. Mas parecia vazia, como se não tivesse ninguém, arrependida de ter tocado, já ia ir embora dando alguns passos de distância quando a porta se abriu. Com Guilherme aparecendo na porta só de bermuda e sem camisa, sendo que nem estava fazendo calor naquele dia.

Guilherme olhou para Clarice espantado pois não esperava que fosse ela na porta, se lembrando lentamente que tinha combinado de se encontrar com ela na sorveteria.

— Clarice – ele dizia o nome dela com um tom diferente ao que sempre chamava ela. Um tom parecendo triste.

— Oi, Gui – ela disse com um leve sorriso continuando parada há alguns passos longe da porta - Eu.. – ela não conseguia dizer as razões de estar alí, ou questionar o que tinha acontecido para ele não ter ido, ou atendido as ligações. Sem perceber outra questão se formou em seus lábios de forma involuntária - Fernanda está aí dentro da sua casa?

Algo que pegou ele de surpresa, o deixando sem graça. Uma expressão que ela nunca tinha visto ele fazer. E não entendia a razão dele ter ficado assim.

— Eu sinto muito, Clarice. – ele dizia com um semblante triste a olhando. A forma como ele dizia essas palavras eram como se ele estivesse se desculpando por outra coisa que ela ainda não sabia.

— Há.. está tudo bem – ela dizia com um leve sorriso, segurando com mais força a a alça da sacola que estava com o sorvete dentro. Se sentindo estranhamente ansiosa com aquela situação - Eu vivo me perdendo com as horas também – ela dizia tentando espantar aquela sensação que a rondava.

— Eu acho que isso não vai rolar – ele dizia tentando não dar voltas e querendo ser sincero com ela. Pensando que talvez seria melhor terminar com ela ali mesmo.

— Como assim? – ela o questionava não entendendo o que ele queria dizer. Andando alguns passos perto dele.

— A gente – ele dizia cruzando os braços com um semblante triste - Eu acho que foi uma decisão precipitada a gente começar a namorar

Uma resposta que pegou ela totalmente de surpresa e tristeza. Ela não conseguia nem perguntar o por que ele tinha mudado de ideia tão rapidamente. O que tinha mudado em tão pouco tempo, em tão poucas horas.

— Você está.. arrependido? – dizendo de forma lenta, foi a única coisa que ela conseguiu o questionar.

— Sim! – ele afirmou de forma direta, sem rodeios. Não querendo explicar as razões dessa mudança repentina.

— Então.. era isso que você iria me falar na sorveteria? – ela ainda o questionava com um semblante, mas mudando rapidamente o que tinha perguntado - OK, tudo bem. – ela disse com um leve sorriso em seu rosto - Foi bom enquanto durou. Me desculpa por não ser tão interessante, como a.. – parando rapidamente ao que ia dizer em seguida, pois o nome que soou em seus pensamentos foi a Fernanda.

E quase como sem querer ela iria dizer em voz alta, se arrependendo por sentir que não deveria colocar a amiga na história. Mas no fundo do seu coração e dos seus pensamentos, ela sentia quase como uma afirmação que Fernanda talvez estaria sim envolvida nisso.

Olhando para os lados ela decidiu que era melhor ir embora de uma vez.

— É melhor eu ir embora de uma vez – dando um leve sorriso, se virando e indo embora.

Guilherme nada disse, apenas ficou a olhando silenciosamente ela se afastando e indo embora.

Clarice andava em passos largos pois sentia que o rosto inteiro ardia, com uma vontade absurda de chorar, e não queria chorar justamente na rua podendo alguém vê-la nessa situação. Se sentindo péssima.

Quando percebeu já estava em casa indo em direção a geladeira e guardando o pote de sorvete. Ao fechar a porta de geladeira as lágrimas começaram a rolar em seu rosto, de forma silenciosa. Olhando agora para a geladeira que estava fechada mas em direção ao local que estava o pote de sorvete, que tinha colocado.

— O que fiz de errado? – ela se questionava baixinho, chorando sem parar. Lágrimas que não tinham intenção de parar nem tão cedo.

Clarice estava com um sentimento que tinha falhado miseravelmente em seu curto relacionamento. Com o menino que fez o seu coração acelerar, e sendo o primeiro a beijar.

Indo para o seu quarto, ao deitar o seu rosto em seu travesseiro continuou chorando baixinho, até que o sono a embalou. Sem sonhos ou pesadelos. Um sono lento e triste, da mesma forma que os seus sentimentos estavam naquele momento.

 


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