Clarice escrita por Hirobelana


Capítulo 12
Capítulo 12




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Enquanto Clarice conseguia finalmente pegar no sono, na casa de Guilherme tudo estava calmo e tranquilo.

A sua mãe já se encontrava em casa, e depois de jantarem juntos como toda a noite faziam, e limparem a cozinha para irem dormir. Só a dona Sônia estava realmente sentindo esse desejo, pelo cansaço de ter trabalhado o dia inteiro, indo logo deitar quando chegou em seu quarto.

Ao contrário de seu filho Guilherme, que voltou na cozinha sorrateiramente para preparar um prato de comida, aproveitando que tudo ainda se encontrava nas panelas e no fogão. Já que era sua tarefa como sempre guardá-los, mas naquela noite ele tinha um motivo em especial para não guardar a comida e aproveitar que ainda estavam quentinho.

Levando o prato para o quarto, e se deparando com Fernanda ainda deitada na sua cama.

— Nanda? – ele a chamou bem baixinho se aproximando dela querendo acordá-la, sem que sua mãe acordasse também - Nanda? – continuou a chamando agora estando bem perto dela, percebendo que ela estava com os olhos abertos, mas parecia estar muito distante - Nanda, o que foi? – ele a questionou se sentando na beirada da cama, ainda segurando o prato de comida e olhando para ela - Você está arrependida? – ele disse, fazendo com que ela ficasse não somente surpresa, mas não continuasse mais perdida em pensamentos.

— O que? – ela o questionou se levantando rápido - O que você está dizendo? – dizendo com um semblante de estar muito confusa.

— Eu te deixei aqui e você parecia bem, e quando volto pego você estando tão estranha.. Perdida em pensamentos.. – ele diz olhando nos olhos dela - Você se arrependeu de ter transado comigo? – ele a questiona

— Eu sou muito impulsiva volte e meia, e quando percebo já fiz o que eu não deveria – ela diz olhando nos olhos dele, e continua falando, interrompendo quando ele iria dizer algo - Mas eu não consigo me sentir arrependida disso – ela diz sorrindo para ele, e ele retribui o sorriso para ela.

— Jura? – ele volta a questioná-la

— Argh – ela resmunga - Eu já te disse que não – ela diz revirando os olhos, o que faz com que ele dê uma risadinha baixa.

— Ótimo! – diz sorrindo para ela, e entrega o prato que estava nas suas mãos para ela - Aqui o seu prato

— Estava ficando com fome, nem almocei – diz já começando a comer.

— Por que não me disse antes? – ele diz ficando bravo consigo mesmo por não ter percebido antes.

O que faz ela engolir a comida mais rápido e dizer para ele:

— Eu tinha tantas coisas na cabeça, me sentindo confusa – diz mexendo o garfo na comida e olhando para o seu prato - Eu ainda me sinto muito confusa.

— Sobre mim? – ele a questiona olhando para o prato dela também

— Também – ela diz para ele, o que faz com que o silêncio se instaure no quarto de Guilherme.

Depois de uns bons poucos minutos dos dois ainda estarem olhando para o prato que estava no colo de Fernanda, ela decide conversar mais abertamente com ele

— Eu só percebi que tinha algo errado comigo quando percebi que tinha ficado com ciúmes, quando vi que você e a Clarinha estavam quase se beijando – ela começou a dizer, o que fez com que Guilherme se lembrasse dela só agora, também se lembrando do beijo que deu nela na casa dela. - Eu sabia que não deveria ter ficado surpresa com aquilo, mas eu fiquei – continuou dizendo, dessa vez levantando os olhos para frente, o que fez com que ele olhasse também - Eu não queria que você beijasse ela, ou que olhasse pra ela daquele jeito, que é o jeito que você olha para mim desde o primeiro dia que te conheci. Quando você chegou aqui de mudança, e ajudei você e a sua mãe a guardarem as coisas. – ela dizer aquilo fez com que ele se lembrasse bem desse dia

— Você foi a primeira pessoa que conhecemos quando chegamos – ele disse olhando para ela e sorrindo com a lembrança - Aliás, minha mãe te adora sabia? – continuou dizendo sorrindo

— Acho que ela não iria continuar adorando se soubesse que estou aqui no seu quarto, ainda mais nessa hora – ela disse sorrindo com a ideia e virando o rosto para o outro lado.

— Talvez! – ele diz sorrindo e olhando para frente, fazendo com que ela voltasse a olha-lo - Mas ela não iria te expulsar daqui ainda mais se a sua mãe.. – ele começou a dizer, mas desistindo logo em seguida.

— Se ela estivesse histérica quebrando algo ou só dando um ataque de alguém claramente em estado alcoólico? – o questionou sorrindo amargamente - Sabia que Clarinha não sabe disso, só você! E claro, a sua mãe também – continuou dizendo deixando o prato encima da mesinha que ficava ao lado da cama dele.

— Como assim? – ele não conseguia entender

— Para Clarinha a minha família é perfeita! O meu pai cuida da gente, minha mãe cuida de mim. Sem nenhuma falha ou qualquer defeito – ela diz sorrindo com um semblante triste - Às vezes eu chamava ela quando era o fim de semana, como você sabe "Os dias de calmaria!", mas como você sabe, o meu pai não tem ficado mais pelo menos os dois dias, como antes. Às vezes fica só por um dia, ou algumas horas.

— Eu percebi isso – ele disse tentando olhar nos olhos dela, mas não conseguindo - Eu só não consigo entender o motivo da Clarice não saber sobre isso – ele diz o que faz com que ela o olhe nos olhos - Vocês não são melhores amigas? Você não ama ela? – ele o questiona, o que faz com que ela dê uma curta risada, pegando ele de surpresa pela risada que ela deu.

— Eu transei com o menino que é o primeiro garoto que ela teve interesse, gosta, e eu acho que gosta muito. E que não é um personagem literário. – Fernanda diz sorrindo e começa a chorar - E você me pergunta se ela não é a minha melhor amiga, e se por acaso eu não a amo, por eu não ter contado para ela sobre o caos que a minha família é? – ela o questiona chorando - Quando o meu pai começou a não voltar mais pra casa, e a minha mãe se afundou na bebida, eu fui correndo contar pra ela. Mas que ironia do destino, eu não consegui nem dizer uma palavra porque assim que cheguei na porta da casa dela, ela me recebeu chorando tanto.. A tia estava com câncer. E como eu poderia despejar as minhas dores nela, quando ela dizia que a mãe dela poderia morrer? Não parecia justo, nem se comparava com a dor dela. E eu só guardei para mim, mesmo depois da recuperação da saúde da mãe dela, eu não sentia mais vontade de dizer sobre isso – ela dizia chorando e ficando mais triste ainda.

O que fez com que Guilherme apenas se sentisse estúpido, por lembrar novamente de ter ido na casa de Clarice pra dar um beijo nela. Algo que ele sabia que tinha feito só por orgulho ou qualquer outra coisa, menos porque ele gostasse verdadeiramente dela.

Ele gostava de Fernanda, desde o início era Fernanda que ele queria, mas achava que ela não iria dar ideia para ele. Cada vez que ele olhava para ela, mas tinha certeza disso. O que fez com que ele lembrasse de mais alguém.

— Quem é Filipe? – ele a questionou quase como um sussurro, não a olhando.

— Como você sabe dele? – Fernanda estranhou ele conhecer ou saber sobre ele - Era o cara que eu ficava às vezes, por que? – ela o questionou secando as lágrimas que ainda teimavam em cair de seu rosto

— Clarice disse que era o seu namorado – ele disse enfim

— Vocês dois conversavam sobre mim? – ela disse dando uma risadinha baixa e deitando novamente na cama - Isso sim que é péssimo!

— Às vezes! – ele disse dando uma risadinha baixa também, concordando que era realmente algo muito péssimo e também irônico. Decidindo ir deitar ao lado de Fernanda e se cobrir junto com ela.

Depois de uns bons minutos em silêncio, Guilherme volta a falar

— Quando você disse que ficava com ele, isso quer dizer que não fica mais? – ele a questionou, o que fez ela dar uma risadinha baixa

— Vai dormir, Gui! – ela diz fechando os olhos, mas acaba dizendo bem baixinho - Eu não vou ficar com ele – diz, o que faz com que ele feche os olhos também e sorria com que escutou.

— E nem com você – ela diz em pensamento, sabendo o que iria fazer no dia seguinte, pois tinha decidido depois de tanto pensar, assim que ele saiu do quarto para jantar com a mãe dele. O que ela faria no dia seguinte, mas espantando sua decisão para o dia seguinte, apenas querendo aproveitar aquele momento ali com Guilherme, pensamentos que para ela eram ruins e egoístas.

 


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