Depois de todas as aulas acabarem naquele dia, Fernanda se despediu de Clarice no portão da escola dizendo para ela que iria fazer uma coisa importante, por isso não poderiam ir juntas.

Dando um abraço fraco nela, só naquele momento que Clarice percebia que tinha algo de estranho com Fernanda, decidindo não perguntar, pensando que talvez fosse algo com o namorado dela Filipe, o qual ela nem sabia que ainda estavam juntos.

Mais uma coisa entre inúmeras coisas que Fernanda não contou para Clarice, e que ela não fazia ideia de estar acontecendo.

Enquanto Clarice caminhava pelo mesmo caminho se sempre voltando para casa, Fernanda seguia por outro caminho. Ela não tinha nenhuma outra coisa para fazer, era só uma desculpa esfarrapada para não ir junto com Clarice.

Ela não queria conversar, ou expressar que o possível beijo entre o Guilherme e a Clarice afetou e muito dentro dela. Sentindo que tudo isso era muito injusto por estar acontecendo.

NA CASA DE CLARICE

Já em casa Clarice já tinha tomado banho, trocado de roupa, e avisado sua mãe que estava em casa. Preparando o almoço e pensando em ligar para Fernanda, já que mesmo que não fossem juntas para casa sempre, volte e meia conseguia almoçar com a sua amiga.

E Clarice sentia que queria fazer isso com ela, porque mesmo não perguntando o que estava acontecendo com a amiga, queria tê-la por perto só para ter certeza que estava tudo bem entre elas, e não era por conta dela que Fernanda agia estranho.

Quando de repente a campainha da sua casa começa a tocar, e ela acaba deixando para enviar uma mensagem para Fernanda depois que atendesse a porta. E quando abre a porta, se depara com Guilherme bem na sua frente

— Oi, Clarinha! – ele a cumprimentava, sorrindo

— Oi, Gui! – ela o respondia, sorrindo - Estou surpresa por você estar aqui, entra! – ela dizia, dando passagem para ele entrar na sua casa.

— Estou incomodando? – ele disse continuando parado no mesmo lugar

— Claro que não! Eu só fiquei surpresa – ela respondia logo em seguida - Mas você estar aqui e ter vindo, sem que eu precisasse te chamar.. Isso me deixa feliz de certa forma! – ela dizia olhando nos olhos dele e desviando olhando para os lados.

— Eu queria te ver – ele dizer aquilo pegou ela totalmente de surpresa, que parou de desviar os olhos na direção dele. Olhando cada detalhe dele. - E eu também queria fazer uma coisa – ele dizia se aproximando dela.

— Que coisa? – ela perguntou

Mas não precisava perguntar mais nada, Guilherme se aproximou dela, puxando ela para perto dele. Beijando-a de forma lenta e gentil. Percebendo a inexperiência dela, mas achando até isso fofo nela.

Parando o beijo bem devagar e sorrindo para ela.

— Era isso que eu queria fazer – ele começou a dizer ainda estando bem perto dela e sorrindo

— E-eu.. – ela o respondia completamente nervosa, com um misto de emoções. Não desviando os olhos dele, mas com o coração todo acelerado e se sentia quente. - Gui, por que você me beijou? – ela não conseguia entender o que tinha acontecido ainda

— Você não gostou? – ele a questionava, acariciando a bochecha dela

— Não é isso.. – ela se sentia tonta e com vergonha de explicar - É porque eu nunca tinha beijado antes – ela enfim decidiu dizer logo e abaixou os olhos.

Mas Guilherme levantou o rosto dela para que ela voltasse a olha-lo e envolvendo suas mãos nas bochechas dela disse bem mais pertinho dos lábios dela

— Isso não é um problema! Na verdade até gosto disso.. – dizendo e começando a sorrir - Ser o primeiro a beijar você – ele disse, logo em seguida beijando ela novamente de forma gentil e devagar, parando bem devagar de beija-la e dizendo - Espero poder te beijar mais vezes a partir de agora. Eu posso? – ele a questionava.

— Pode, pode sim – ela o respondeu agora não tão tímida como antes

— OK! – ele disse sorrindo para ela - Agora eu preciso ir embora, estou cheio de trabalhos para fazer e também preciso estudar! – continuou dizendo, dando um selinho nela no final.

— Er, eu também estou cheia de trabalhos para fazer também – ela disse se lembrando que tinha trabalhos também

— Depois te mando mensagem, OK? – ele dizia se afastando dela

— OK! – ela disse sorrindo para ele.

— Tchau, Clari! – ele disse acenando e indo embora para casa.

Clarice fecha a porta e não consegue parar de sorrir. Estava feliz, eufórica. Não conseguia acreditar no que estava acontecendo, correu de volta para a cozinha indo atrás do celular para ligar para a sua amiga Fernanda, precisava conversar com ela sobre isso.

Estava agitada e queria compartilhar isso com ela. Mas só dava caixa postal. Mandou algumas mensagens a convidando para comer ou apenas vir a sua casa, mas não recebia algum retorno dela.

Decidindo ir comer logo, para fazer o trabalho da escola logo. Lembrando que Guilherme poderia surgir de novo de repente ou Fernanda aparecer, e queria estar totalmente disponível para qualquer um dos dois que viesse. Fora a troca de mensagens que poderia ter com Guilherme e terminar muito tarde novamente.

Mas a cada momento parava o que estava fazendo e sorrindo lembrando do sorriso e do olhar de Guilherme.

— Eu gosto dele – dizendo para si mesma bem baixinho e sorrindo, por estar gostando de alguém e estar sendo recíproco. Ela não conseguia parar de sorrir - Romances não acontecem só nos livros – dizendo e sorrindo para si mesma.

ALGUMAS HORAS DEPOIS, NA CASA DE GUILHERME

Guilherme estava estudando a tarde inteira no seu quarto, quando ouve a campainha da sua casa tocar. Achando estranho porque não tinha combinado nada com ninguém.

Assim que ele abre a porta, se depara justamente com a pessoa que ele achou menos provável de ser.

— Fernanda? O que você está fazendo aqui? – ele a questiona totalmente confuso.