Fogo e Gelo - TVD and Twilight escrita por Roza Hathaway Belikov


Capítulo 1
1. O livro de Isabella Swan.




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Nada consegue ser realmente pior do que a dor da perda seja ela como for ninguém sabe o que é isso de verdade até passar por ela, eu sabia como era e não desejaria algo assim a ninguém, isso vai abrindo um buraco negro dentro do peito, lentamente rasgando pedaços de seu coração como tesoura com papel ou faca na manteiga, corroendo seus sentimentos mais puros e quando você pensa que é o fim uma imensidão negra se abre e vai te consumindo, você vai afundando perdendo a luz e com ela toda a sua vida simplesmente some.

As pessoas a sua volta perguntam se você está bem, mas com o tempo você percebe fácil que elas fazem isso sem querer uma resposta de verdade, pois ninguém se importa realmente, a maioria é ocupada demais com a própria vida e as pessoas restantes sempre acabam arrumando uma desculpa ou algo melhor pra fazer e o que sobra dessas pessoas geralmente são aquelas que vão sentar e assistir de perto sua ruina, todo o processo de definhamento lento e tortuoso que isso traz.

Depois que Edward Cullen me deixou no início de Setembro daquele ano obrigando sua família a fazer o mesmo alegando que assim estaria me protegendo, uma depressão de quatro meses acabou comigo deixando-me no fundo do poço. Nem mesmo meu melhor amigo e lobisomem Jacob Black conseguiu me fazer melhorar um pouquinho sequer dentro das inúmeras vezes que viera em casa ou quando raramente conseguia me tirar do quarto e me arrastar para La Push onde eu passava horas o vendo consertar sua nova moto ou seu carro, até mesmo minha mãe, a desmiolada Renée tentou me fazer reagir vindo pra Forks com seu atual marido, o Phil, ameaçando me levar para Jacksonville à força se eu não saísse de minha cama e reagisse de verdade, porém nada disso me atingiu o suficiente para me fazer voltar ao normal de verdade e com o tempo a maioria dos que se diziam meus verdadeiros amigos começaram a cuidar da própria vida e então eu estava sozinha.

Isso se arrastou por mais algum tempo até que finalmente decidi retomar o controle de minha vida novamente. Ah fala sério, nós humanos passamos por inúmeras dificuldades todos os dias, o tempo todo e mesmo com pouca experiência de vida conseguimos permanecer de pé numa boa. Ai justo ele que tem séculos de experiências vividas recua na primeira barreira que aparece?

Tudo bem para mim, nada mais estava importado de verdade, nada faria diferença, porque eu já estava cansada de bancar a palhaça, não iria passar o resto de minha vida me martirizando porque fui largada em meu primeiro namoro por causa de um cara decidiu que é assim que têm que ser feito, aliás, quem perdeu a oportunidade de ter uma vida perfeita ao lado de alguém incrível foi ele, não eu.

Acordei no meio da madrugada de um sábado nublado – algo que naquela cidade onde chovia praticamente 290 dias do ano era bastante comum e, eu já estava acostumada com esse clima no mínimo deprimente. Peguei a maior caixa de madeira que encontrei embaixo da escada de casa e juntei todas as coisas que faziam lembrar-me dele. – como roupas, livros de romance, fotos que tínhamos cartas e bilhetes, CDs e filmes melosos, depois fizeram uma fogueira com tudo aquilo no fundo do quintal, e vendi minha picape vermelha numa dessas feiras de carros usados e até que consegui um bom dinheiro apesar dela ser bem antiga.

Jacob quase enfartou quando chegou à frente de minha casa naquela manhã e viu a linda moto Cb300r Rosa estacionada na entrada de carros, ele até chegou a duvidar sobre eu saber ou não pilotar uma daquelas numa boa, mas graças ao Phil que às vezes me levava escondido para treinar em sua moto eu sabia muita coisa, afinal ele me ensinou tudo que eu precisava para não ir parar no hospital assim que tentar pilotar uma quando tivesse idade adequada pra isso.

Sem mencionar a mudança radical em meu guarda-roupa que abandonou os tons coloridos e inocentes dando lugar a tons escuros, caveiras, pôsteres de bandas de rock que eu gostava, acessórios variados e várias maquiagens.

Voltei pra casa no fim daquela tarde, pois Charlie iria comer pizza na casa de Billy a convite de Sam e Emily e eu não estava muito a fim de ficar por lá ou ficar sozinha em casa me entupindo de bife e bolo gelado, quando ele retornou estranhei ele não encrencar com a moto já que ela estava na entrada de carros bem visível; não que ele tivesse gostado, mas também não ficou passando um sermão de horas por isso e deixei as coisas como estavam.

Pela manhã eu acordei me sentindo outra pessoa como se minha iniciativa para as mudanças tivessem me curado quase que por completo. Levantei-me mais animada que o comum, eu tomei um banho bem quente e ao voltar para o meu quarto coloquei uma saia preta jeans curta, com meia calça arrastão quadriculada e vazada, uma blusinha preta transparente com sutiã vermelho por baixo. –tipo de combinação que deixava qualquer rapaz de queixo no chão, uma botinha preta de cano curto, deixei os cabelos recém-pintados de vermelho vinho soltos balançando livremente envolta de mim, fiz uma maquiagem leve, porém bem marcante por conta dos traços do delineador e subi na moto saindo logo após Charlie.

No colégio todos me olhavam de cima abaixo fazendo comentários aos sussurros uns aos outros com expressões variadas e pela primeira vez na vida eu estava amando ser o centro das atenções, pois estava deixando bem claro que a antiga Bella, bobinha, inocente, e sem sal havia sumido, dando lugar para a forte, linda, confiante, desejável, e sedutora Isabella.

Tamanha foi à força que impus sobre quem eu era a partir daquele momento que nem mesmo a nojenta da Lauren e a traidora da Jéssica tiveram coragem para tentar me enfrentar uma única vez depois que se tornaram amigas e Ângela... Sinceramente Ângela era uma figura neutra nessa guerra idiota por lealdade e foi provavelmente por isso que facilmente consegui puxá-la para o meu lado e também Jéssica vivia falando dela pelas costas para o Erik que como bom namorado contava tudo pra ela.

Alguns dias se passaram e como nada permanece perfeito por muito tempo acabei tendo uma briga feia com Charlie por ele fazer a merda de tocar no assunto de meu rompimento com Edward, eu me descontrolei e acabei levantando voz mais do que deveria e Charlie perdeu a cabeça ficando furioso e me agrediu; num segundo era ele gritando muito alto e no outro eu estava no chão com o lábio inferior cortado por conta daquele tapa que ele me deu sem ter a mínima noção da própria força que colocou ali.

— Bella? Bella! -Ele exclamou parecendo apavorado com a própria atitude, imediatamente ajoelhando e tocando meu braço com cautela.

— Não toque em mim! -Alertei sem me importar por estar gritando, afastando a mão dele com um tapa.

Ergui-me com lágrimas presas nos olhos, sai sem olhar para trás, subi na moto e só parei quando cheguei em Seattle por volta de 22h30min da noite. Estava passando por uma rua deserta e quase sem iluminação quando a moto estalou de forma ensurdecedora e travou embaixo de mim, fazendo-me perder o que restava de controle e ir direto de encontro ao chão de concreto.

Ergui-me bastante dolorida em inúmeras partes de meu corpo e num ato de pura teimosia tentei religar a moto novamente, mas foi uma ação totalmente inútil e com a queda havia quebrado meu celular anulando a possibilidade de pedir ajuda para Jacob, Sam ou qualquer membro Quileute que pudesse estar por perto fazendo patrulha de rotina ou algo desse tipo. Droga, eu estava em apuros e dos grandes dessa vez.

Ainda presa em meus pensamentos senti quando alguém me agarrou por trás com força e fui literalmente amordaçada e arrastada pelo asfalto até a lateral de uma Van Preta, fechei os olhos bem apertados temendo pelo que poderia acontecer comigo naquele momento.

— Olha só, ela está tremendo... Não se preocupe boneca, nós vvamos cuidar bem de você docinho. -Disse um deles que estava sobre mim, rasgando minha blusa.

Filho da mãe! Têm ideia de quanto eu havia gasto naquela blusa? Saco!

Senti as mãos dele correndo por minha barriga nua e então quando foi para dentro de minha saia tudo simplesmente acabou. Ele havia sumido!

Ainda trêmula pelo que acabara de acontecer abri os olhos devagar removendo o pano de minha boca com cuidado e vi os dois homens no chão desacordados e bem na minha frente havia um terceiro homem branco, cabelos pretos bagunçados, olhos azuis oceano e ele estava ali parado me olhando sem nem ao menos piscar uma única vez.

— Entra no carro, por favor, eu vou tirar você daqui. –Pediu ele sério sem se mover, porém sua voz era suave e muito calma. –Está tudo bem garota, eu juro que não vou machucar você, quero te ajudar.

Fui até o carro que me foi apontado e entrei sem parar para pensar se estava entrando numa fria pior que a anterior, na verdade tudo o que eu queria era sair dali o mais rápido possível independente de quem fosse o meu herói.

O rapaz ficou mais alguns segundos parado como se estivesse decidindo o que deveria fazer com a situação e depois entrou sem dizer uma única palavra e o silêncio tomou conta do ambiente.

— Você está bem moça? Machucaram você ou coisa do tipo? –Perguntou ele sem me olhar, estava manobrando o carro com cuidado para não atropelar os rapazes desmaiados ou mortos a nossa frente.

— Estou bem sim, não tiveram tempo de fazer algo contra mim além de destruirem minha blusa nova. Obrigada por me tirar de lá. –Garanti com a voz trêmula.

Após algum tempo de silêncio absoluto ele bateu levemente na testa como quem esqueceu algo importante e então pediu meu endereço e assim que falei o carro atingiu velocidade máxima.

— Devagar, por favor! –Pedi ficando apavorada com a velocidade e ele reduziu de 200 km/h para 90 km/h. - A propósito quem é você?

— Damon Salvatore. O prazer em salvar você é todo meu e pode me agradecer depois por isso querida. –Respondeu ele com um pequeno sorriso lateral parando na frente de minha casa com cuidado. –Espere, não sai do carro ainda.

— Por que não? O que vai fazer Salvatore? –Perguntei curiosa e meio confusa, na verdade estava sentindo-me muito zonza para tentar coordenar meus pensamentos de forma realmente coerente.

— Pela viatura policial estacionada na entrada de carros, eu imagino que você pode ter problemas sérios se virem o estrago que tentaram causar em você. Sua blusa já era, sinto muito. –Explicou ele sério ao abrir minha porta educadamente, retirar a própria jaqueta preta e me entregar. -Prontinho, bem melhor assim.

— Obrigada Salvatore, pelas duas coisas. –Agradeci vestindo a jaqueta preta fria e macia com dificuldade pela falta de reflexos, saindo do carro e o abracei dando-lhe um rápido beijo no rosto.

O soltei e comecei a me afastar.

— Espere! Você ainda não me disse seu nome mocinha. –Disse ele em minhas costas.

— Isabella Swan, mas pode me chamar de Isa se quiser. –Falei voltando a andar, só que bem mais devagar, apoiando-me na lateral do carro dele.

Perdi o que me restava de equilíbrio e logo Damon estava ao meu lado, segurando-me firme, pela cintura com as duas mãos.

— Peguei você! Está tudo bem, solta o corpo um pouco Isa, isso vai te ajudar a melhorar a falta de equilíbrio. –Disse ele deixando que eu solta-se o peso de meu corpo sobre o dele por um breve momento.

— Estou bem, você já pode me soltar agora. Muito obrigada novamente Salvatore. –Falei me erguendo e andando até a varanda com cuidado.

Entrei devagar com medo de desmaiar na soleira da porta, porém estava feliz ao ver meu pai roncando no sofá com a televisão ligada e decidi que nem iria falar com ele, já no segundo andar, entrei em meu quarto indo direto para a janela. –Damon e o carro já haviam sumido.

— Quem é você, Salvatore? –Perguntei ainda fitando a janela com curiosidade e dúvida.

Tomei um banho bem quente para acalmar minha pulsação e já deitada em minha cama acomodada sob os cobertores cor de areia só conseguia pensar naqueles olhos de um azul oceano penetrante e com isso em mente finalmente adormeci tendo um sono sem sonhos.

Acordei muito cedo e mais desanimada que o habitual por conta do que acontecera na noite anterior, eu realmente iria sentir uma falta enorme de minha moto, ela era praticamente meu xodó e do nada isso havia chegado ao fim.

Por fim me arrumei sem a menor presa; colocando um jeans claro de lavagem simples, blusa preta sem mangas, a jaqueta de Damon por cima, meu all star preto novo e ao sair travei na soleira da porta sem acreditar no que estava na entrada de carros, já sem a viatura policial de Charlie. –Era uma moto idêntica a minha! Eu quase surtei.

Aproximei-me bem devagar, ainda em choque e encontrei um embrulho prata e um envelope com meu nome escrito em letras grandes, primeiro abri o embrulho que escondia uma blusa muito mais linda do que a que fora estragada no dia que fui atacada, juntamente com um anel com uma pedra Lapis Lazuli original, com minha inicial gravada em arabescos de prata pura.

Coloquei o anel no dedo que coube perfeitamente e depois abri o misterioso pequeno envelope, estava curiosa com o que foi deixado ali por meu herói que aparentemente fazia juízo ao sobrenome encantador Salvatore. – Será que era assim com o primeiro nome também?

— Você trouxe de volta sentimentos que pensei ter perdido há muito tempo e agradeço por isso Isa, espero que goste da surpresa, pois pode ser algo simples, mas veio da minha alma que você recuperou pra mim.”

— Damon Salvatore.

Na escola tudo correu normalmente, a terceira aula daquele dia seria Biologia II e torci para ser rápida ou cancelada de uma vez; ouvi alunos comentando sobre a possível aula de tipagem sanguínea e eu tinha baixa tolerância a essas coisas.

O sinal tocou e me dirigi à sala de aula, o professor ainda não havia chegado e tive esperanças de que ele pudesse ter ficado doente e faltado, me sentei no fundo sentindo-me gelada, minha visão oscilou algumas vezes, fechei os olhos na esperança de melhorar pelo menos um pouco, mas tive que parar para me apoiar numa mesa próxima de mim e alguém ao meu lado perguntou se eu estava passando mal, não sei dizer se respondi, só sei que de alguma forma consegui me arrastar até o fundo da sala. – tudo que eu queria era ficar o mais longe possível daquelas agulhas, o sangue, os gritinhos histéricos dos alunos que pelo jeito já havia descoberto o que faríamos hoje, eu ainda me lembrava da sensação que me deu da última vez e definitivamente não queria passar por aquilo novamente.

— Bom dia pessoal, sentem-se. Mike, por favor, vá para o seu lugar, obrigado. Como devem ter percebido pelas coisas que eu tenho em minha mesa, faremos tipagem sanguínea para descobrir o tipo sanguíneo de vocês a pedido da diretoria da escola, precisamos disso para o prontuário de acompanhamento de aluno de cada um de vocês. –Anunciou o professor Benner agora com a ajuda de Erick retirando alguns objetos de dentro das caixas. –Mas antes, quero que sejam alunos educados e dêem as boas-vindas ao nosso novo aluno; por favor, entre e se apresente para nós da maneira que achar melhor.

— Sou Damon Salvatore, 18 anos, Italiano. Obrigado por me receberem. –Disse ele ao entrar imediatamente lançando um rápido olhar em minha direção e eu tentei sorrir um pouco; pela cara de confusão dele acho que devido ao me desequilíbrio não deu muito certo.

— Ótimo, pode se sentar agora Sr. Salvatore, fará dupla fixa com a Srta. Swan que está lá no fundo da sala. –Disse o professor dando continuidade à aula.

Damon sorriu novamente para mim enquanto caminhava elegantemente em minha direção, aparentemente sem notar que todos estavam olhando para ele, principalmente Jessica que ficou evidentemente desapontada ao perceber que nem fora notada, ele sentou arrumando suas coisas rapidamente e virou-se para mim tão sereno quanto o dia que nos conhecemos. – a proposito logo percebi que eu estava usando os presentes que ele me dera.

— O que é isso Salvatore, está me seguindo agora? –Perguntei em tom de brincadeira quando ele sorriu cinicamente para mim. –Aliás obrigada pelos presentes, não precisava ter se incomodado em substituir a minha moto, não foi culpa sua.

— Que isso, eu sei que você merece Isabella. A moto combina com você e não ganhou por motivo nenhum. –Respondeu ele ainda me olhando.

— Ah acho que tem a ver com eu ter salvado sua alma, ou algo bem parecido com isso. –Falei em tom de sarcasmo fingido.

— Eu não estava brincando quando escrevi aquilo para você. –Disse ele ficando sério.

— Pode me dizer por que nossos anéis têm a mesma pedra azul e o estilo da inicial em prata? –Perguntei erguendo a mão na altura do rosto dele.

— Legal, coube perfeitamente em você! Vai me polpar a ida a alguma joalheria. Combina com a gente e eu acho que estou começando a gostar disso. Isabella? Ei Isabella pode me ouvir? –Perguntou Damon fazendo uma careta estranha ao me encarar novamente.

— Sangue... O cheiro me deixa tonta, causa vertigem, desmaios. –Tentei explicar encostando a cabeça no tampo gelado da carteira e apagando em seguida.

Acordei sentindo uma mão em meu rosto e imediatamente notei que não estava mais dentro da sala de aula e sim no colo de Damon dentro de seu carro e gemi baixinho sentindo um zumbido nos ouvidos.

— Pode abrir os olhos agora Isa, juro que não tem sangue aqui. – Garantiu-me ele tirando o cabelo de meu rosto e a primeira coisa que vi, foi aqueles olhos azuis penetrantes e envolventes me encarando com preocupação.

— Isso é engraçado, quer dizer você mal me conhece e, no entanto parece mesmo fazer juízo ao sobrenome Salvatore. Desculpe dizer isso, mas fico me perguntando se pode ser igual para o nome, sabe que “Damon” pode ter alguns sentidos negativos? –Perguntei ficando séria sem conseguir parar de encara-lo

— Eu sei, vim pra essa cidade na esperança de conseguir mudar essa reputação. –Respondeu ele parecendo triste.

— Tudo bem Damon, eu acredito em você. Aliás de onde disse que veio mesmo? –Perguntei ainda nos braços dele.

— Na verdade eu nunca disse. Sou de Mystic Falls, fica na Virgínia, mas não nasci lá. Eu nasci na Itália e mudei para vários lugares desde os 7 anos. Filho de militar. Costumamos nos mudar muito. –Respondeu ele sério e do nada algo mudou notavelmente em seu rosto, eu tinha certeza disso, pois estava olhando diretamente para os olhos dele o tempo todo.

— Damon... Tem alguma coisa estranha nos seu rosto e abaixo olhos, você está bem? –Perguntei preocupada; nunca havia visto algo daquele tipo na minha vida.

— Estou bem, não é nada sério. Tenho um tipo de alergia muito rara à alta claridade. –Disse ele desviando o rosto ao me passar para o outro banco.

— Tem certeza Damon? Podemos ir até a enfermaria dar uma olhada em você pra ter certeza. –Falei não me deixando convencer pela explicação dele.

— Esquece isso, eu já disse que estou bem. Vou te levar pra casa, você precisa comer alguma coisa salgada e talvez descansar um pouco, mas não pode dormir para não ter uma concussão ou coisa parecida. –Disse ele ligando o carro.

O caminho foi totalmente silencioso, o rádio estava ligado em uma estação qualquer tocando uma música que eu nunca havia ouvido na vida, ao chegarmos notei que todas as luzes da casa estavam desligadas. –Ao que parecia Charlie ainda não havia chegado em casa; isso era perfeito!

Saí do carro em silêncio junto com ele, aliás, eu ainda estava com a jaqueta dele, que por sua vez vestia somente uma camiseta branca fina e, no entanto ele não parecia nem um pouco incomodado com o clima gelado de hoje, destranquei a porta e entrei, mas por alguma razão Damon permaneceu na varanda.

— Damon, porque você está ai fora? –Perguntei fazendo careta sem entender nada, se a porta estava aberta porque ele não entrava de uma vez?

Estava frio e havia uma chuva fina começando a cair também, ele poderia ficar doente ou coisa parecida se ficasse ali fora feito estatua grega de jardim ou coisa assim.

— Você é a dona da casa, me convida e eu entro. –Respondeu ele sorrindo.

— Tudo bem isso não faz o menor sentido, entra logo de uma vez e para de ser assim tão bizarro. Damon o bobinho. –Falei começando a rir daquela atitude dele antes que pudesse me conter.

Ele entrou pegando a mochila de minhas costas e apontei para o corredor querendo que ele me seguisse até a cozinha, senti uma leve tontura e ele já estava com as mãos em minha cintura arrastando-me até uma cadeira.

— Vamos fazer assim, você fica sentada ai quietinha para não se matar e eu faço algo legal pra você comer. –Propôs ele com aquele sorriso encantador de novo.

— Você cozinhar para mim? Isso é sério mesmo Salvatore? –Perguntei agora desconfiada, eu só confiava em mim pra essas coisas.

— Senta e observe. Lembra o que eu falei sobre ser Italiano? Sei cozinhar uns pratos que você nunca imaginou. –Garantiu-me ele sorrindo novamente.

— Damon seus olhos estão estranhos, vermelhos de novo. Precisa de um hospital, isso parece realmente sério. –Falei segurando o rosto dele com uma das mãos.

— Não! Isso não é nada sério Isabella, acho melhor eu ir embora agora. Sinto muito. –Disse ele soltando-se de minhas mãos e saindo.

— Espera ai Damon, não foge de mim desse jeito... de novo. –Tentei dizer me erguendo rapidamente, mas ele já havia sumido.

Não fazia o menor sentido, mas eram duas vezes no mesmo dia, eu estava começando a desconfiar que ele, por alguma razão estava mesmo escondendo algo de mim. A antiga Bella jamais notaria isso, não seria importante para ela, mas para Isabella isso não iria passar batido de jeito nenhum, ele escondia um segredo, isso era fato, mas o estranho era sentir como se eu já conhecesse isso, só não estava procurando do jeito certo.

Coloquei um pouco de sal embaixo da língua para ter minha pressão de volta ao normal e comecei a preparar o jantar de Charlie cedo, pois tinha lição de casa pra fazer, no entanto minha mente ainda insistia em ficar presa naquele momento de minutos atrás, de alguma forma eu me sentia presa a ele.

Charlie chegou quando eu estava tirando a torta do forno, coloquei a mesa e jantamos em completo silêncio, lavei a louça enquanto ele via um jogo de basquete na sala, quando terminei falei um boa noite seco e fui para a escada, no entanto quando abri a porta travei completamente.

— Ah meu Deus! –Exclamei completamente maravilhada com o que via, não parecia real, mas, no entanto era mil vezes melhor que qualquer tipo de sonho que eu poderia viver. -Isso.... Nossa!

Havia inúmeras velas brancas acessas espalhadas por toda parte do meu quarto criando uma iluminação especial, pétalas de rosas vermelhas cobriam grande parte do chão e em minha cama havia uma espécie de letreiro feito com lanterninhas de natal, cheguei mais perto para poder ler a frase e levei a mão até minha boca espantada, surpresa e feliz com o que estava escrito.

—Preciso de você. Poderia ser minha por um tempo do tipo, para sempre, por favor?”

E por último e melhor que todo o restante, lá estava ele me observando em silêncio como se fosse uma linda estatua, Damon Salvatore estava sentado em minha cadeira de balanço com as pernas cruzadas, olhos fixos nos meus como se pudesse de alguma forma enxergar minha alma através deles.

Aproximei-me bem devagar sem ter ideia do que deveria fazer com ele tão perto de mim daquela forma, na verdade cada célula de meu corpo havia se tornado gelatina há alguns minutos atrás, Damon descruzou as pernas empinando o corpo para frente, os braços estendidos encaixaram-se perfeitamente em minha cintura facilitando o movimento de me colocar em seu colo como um bebê, unindo nossos lábios num simples selinho que durou apenas alguns segundos, porém transformou aquele lindo momento no melhor de toda a minha vida.


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