Semente Tayla escrita por ADivas


Capítulo 5
Capítulo 5


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoal! Demorei um pouco mais para postar esse capítulo, mas aqui estou.

Estive analisando alguns acontecimentos no nosso país, e em alguns momentos eu me peguei pensando "Cara, Semente Tayla é real, infelizmente". Eu me peguei vendo várias situações que a história narra acontecendo realmente, por mais bizarro que isso possa ser. Por exemplo, eu digo a implementação de militares em uma escola de Brasília e a sugestão do MEC para as escolas gravarem os alunos cantando o hino nacional. Deixem que eu saiba o que vocês acham disso também.

Outra coisa, eu fiz um trailer para a história. Faz um bom tempo e demorei bastante para postar no youtube, reunindo coragem. Prometi para mim mesma que postaria aqui junto ao próximo capítulo, que é esse que vos trago agora mesmo.

TRAILER SEMENTE TAYLA: https://www.youtube.com/watch?v=0iFFsemB0f4



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/771755/chapter/5

Domingo, 16h:20min

O barulho do cimento sendo espalhado contra os tijolos que tampavam a catacumba se misturava aos choros espalhados pelo cemitério. O número consideravelmente grande de pessoas que estavam presentes no sepultamento começava a se dispersar, deixando apenas os mais próximos rodeando os homens sérios que continuavam rebocando a parede do túmulo.

Contrariando seus medos, o grupo de praticantes da capoeira continuavam chorosos, erguendo com orgulho os instrumentos musicais que usavam para eclodir as tão conhecidas músicas que acompanhavam os passos da luta. A vontade de homenagear havia sido maior do que o temor de uma invasão policial. Sabiam bem que, para os policiais, aquele precário cemitério ao qual enterravam os corpos dos entes queridos não era considerado sagrado. Era só um local fodido cuja terra comia a carne negra ou pobre dos infelizes.

Olívia tinha os olhos marejados e vermelhos, o peito tremendo internamente. Odiava profundamente a energia e o ambiente de velórios e cemitérios, mas estar ali era mais do que necessário. Seu braço esquerdo repousava sobre os ombros trêmulos de um corpo soluçante, que, sem dúvida, era de uma das pessoas mais afetadas emocionalmente com aquela morte.

 

Sábado, 18h:52min

Aquele havia sido um dos dias mais suados, literalmente, para Olívia desde que entrara para o grupo. Havia se atrevido a começar a acompanhar as aulas de defesa pessoal, com José, assim como as de capoeira, com Tayla. Já se sentia bem mais acolhida e podia ver que sua posição quanto voluntária do grupo começava a trazer resultados nos interesses dos participantes. Ora ou outra alguma mãe vinha pedir conselhos sobre quais alimentos seriam mais nutritivos para suas crianças, mesmo com dietas tão restritas, devido a falta de variedade de comida que dispunham. Algumas crianças também já a chamavam de “tia”. “A tia da comida”, escutou uma vez Eloísa explicar para uma garotinha.

Seus laços de aproximação com Tayla haviam aumentado também. Era fácil gostar dela: inteligente, forte, boa amiga, discurso muito bem pensado. Bonita. Independente. Sabe o que quer... Oficialmente, estava muito atraída pela jovem negra.

Todavia, a aproximação de ambas era algo estritamente profissional ou comunitário, para resumir. Já se sentiam a vontade para soltarem piadinhas, mas nada que fugisse dos campos do projeto. Olívia ainda não havia conseguido se certificar se Tayla realmente se envolvia com mulheres, como encasquetou desde que a viu interagindo com Vanessa. Essa, aliás, não costumava participar do grupo com frequência, mas sempre que aparecia, tinha olhares gulosos, tom de flerte e piadas com duplo sentido direcionados à Tayla.

— Muito bom, pessoal!– A voz mansa de José ecoou no grande salão, seguido por um bater de palmas coletivo – Com essa energia, nada derrubará vocês.

José, visivelmente, era outro líder. Trazia uma sensação de conforto em seus movimentos e palavras, que era difícil acreditar que alguma coisa ruim fosse realmente acontecer. Sua mansidão podia ser sentida até mesmo executando aqueles movimentos bruscos quando efetuados em um aluno, sob demonstração. Cuidadoso, embora não fosse o mais velho do local, era nitidamente eleito, mesmo que de forma muda, como a figura paterna.

Costumava dizer que essas palmas proferidas ao fim das aulas não seriam para ele, e sim, para todo o esforço dos presentes. Tayla, certa vez, sem vergonha alguma, anunciou em um discurso bonito que aquele homem era de fato um professor. Não só por dar aulas, mas por ser um impulsionador de vidas. Havia sido um impulsionador para ela, e com certeza, era uma das influências mais positivas para si, e por isso, era um exemplo em sua caminhada. Ensinava muito mais do que golpes. Mostrava como era resistir. Um ser humano que carregava luz entre as trevas.

— Rapidinho você se adapta! – Falou, dando tapinhas no ombro de Sérgio, que arfava, as mãos apoiadas nos joelhos, o corpo inclinado. O rosto do rapaz escorria suor de uma maneira que pingava do seu queixo.

O salão ia se esvaziando, os participantes do encontro carregando sacolinhas com os alimentos que haviam sido arrecadados. Eram instruídos a saírem de forma sorrateira, se possível, em números muitos pequenos, para, caso algum esquadrão estar passando pelas ruas, não estranhar qualquer movimento suspeito. Tayla e José eram sempre os últimos a saírem e os que trancavam o saguão.

A sensação após cada encontro era de, mais do que dever cumprido, de semeação de fé, força e coragem em busca de melhores condições de vida para um povo tão sofrido e à margem das preferências do governo.

— Obrigada pela presença de todos – Tayla falou, já fora do local, girando a chave na fechadura, trancando o saguão e simbolizando que, mais um dia, tudo havia dado certo na missão a que se propunham a fazer.

— Então até o próx... – Olívia começou a falar, um sorriso tranquilo no rosto, mas que desapareceu tão rápido quanto se formou.

A rua a qual se encontravam não era asfaltada, com buracos de tamanhos generosos pelo chão de terra, de um lado ao outro. As casinhas construídas eram distantes uma da outra, com estruturas mal formadas. Por fora, o saguão onde tinham os encontros tinha uma pintura branca, bastante pichada, e uma porta de entrada amadeirada, com várias frestas em sua estrutura. Ficava afastado de todas as casinhas, bem no fim de uma rua larga.

Larga o suficiente para que viaturas passassem, e para que, tristemente, os possibilitassem de verem a cena que se seguia a alguns metros de onde estavam.

Tayla, Olívia, Sérgio, José e mais três alunos tinham seus olhares voltados para a direção direita da rua, que começava a se aglomerar de gente. Uma viatura parada tinha as sirenes ligada, chamando a atenção de todos, seja pelas cores ou pelo som – que causava náuseas em uns e medo profundo em outros.

Os pés do grupo não demoraram a avançar contra a aglomeração, preocupados com o que pudessem estar ocorrendo. Nem precisaram se misturar aos presentes, quando, fardados e gritando contra os “curiosos”, dois policiais brancos faziam sinal para que as pessoas se afastassem, abrindo espaço entre eles e a viatura.

Um dos policiais mantinha a mão esquerda bem presa no ombro demarcado por ossos profundos de um adolescente magrelo e sem camisa. Algemado, os braços para trás, o adolescente trazia um pesar medonho no rosto. Era tão magro que suas costelas pareciam ameaçar de perfurar sua própria pele.

Afastadas da roda, uma mulher igualmente magra soluçava, sentada no chão, os gritos desesperados, que nada diziam, mas ao mesmo tempo expressavam muita dor. Uma garotinha, de não mais de dez anos, abraçava essa mesma mulher, pelas costas. Os cabelos assanhados lhe cobriam o rosto. Não havia dúvidas que eram parentes do garoto.

Olívia demorou, mas reconheceu aquele adolescente. Era o garoto que fazia dupla com Tayla, na capoeira, no primeiro dia que esteve presente no grupo. Era membro e aluno do projeto.

Antes de ser empurrado dentro da viatura, o olhar do garoto, marejado de lágrimas, se virou na direção de Tayla e do restante do grupo. Foi algo de segundos, mas que pareceu ser executado em câmera lenta.

— Desculpa! – Gritou, rouco. – Eu não tive mais escolha.

Era uma desculpa para Tayla. Para José. Para o grupo. Para sua família. Para todos os negros e pobres que o assistiam ser levado pelas autoridades, com probabilidade de talvez nem voltar para aquela comunidade.

E após o grito misericordioso do adolescente, o policial fechou a porta em sua face, não possibilitando que ninguém mais da roda que havia se formado na rua pudesse continuar prestigiando sua indignação.

— O que aconteceu aqui? – Perguntou José a um idoso que tinha os braços cruzados e olhar igualmente pesaroso na direção da viatura, que agora tinha um dos policiais ocupando o banco de carona, enquanto o outro apertava botões de um aparelho eletrônico, ainda em pé.

— Roubo – Resumiu o senhor de idade – Denunciaram o menino por ter pego um pacote de macarrão e fraldas. A namorada dele está quase parindo e dizem que ainda não conseguiram arrecadar nada.

Do outro lado da rua, a garotinha que anteriormente abraçava a mulher magrela tentava puxá-la do chão, segurando em seu braço, mas parecia que nada adiantava. Olívia julgou que seriam mãe e irmã do garoto. A mulher mantinha as mãos no rosto, em uma mistura de sentimentos. Raiva, tristeza, frustração... Era mais um número crescendo na lista. Jovem negro rouba, vai preso e sabe-se lá o que mais. Alguém que queria comida e dar o básico para alguém que ainda nem veio ao mundo.

O policial que ainda estava fora da viatura finalmente terminou de mexer no aparelho e o guardou no bolso da camisa. Ia voltando para a viatura quando seu olhar o fez paralisar. Próximo, um pequeno garoto, com no máximo oito anos, tinha os braços cruzados, perto de amiguinhos de idade próxima. A cena não teria nada demais se não pela cor da camisa a qual o garoto trajava.

— O que é isso, porra? – O homem bravejou, pisando forte, a expressão fechada de tal maneira que seu rosto estava vermelho – É uma nova era no Brasil. Meninos vestem azul e meninas vestem rosa.

E antes que qualquer passo pudesse ter sido dado a mais, o policial atingiu com força, a mão bem aberta e pesada, contra o pequeno rosto do garoto que usava uma camisa rosa. Sem forças e nenhum chance contra aquele monstro humano de mais de dois metros, o garoto foi ao chão, o nariz escorrendo um líquido vermelho e intenso.

O corpo de Tayla tremeu. Sibilou um xingamento e impulsionou o corpo para a frente, rumo ao policial. Seus olhos estavam vermelhos e seu lábio inferior tremia. Ninguém tinha certeza se de raiva ou vontade de chorar diante de tantas injustiças seguidas.

— Tayla, não! – Olívia pediu, agarrando o pulso da jovem com destreza. Sabia da força da garota e se não por José, tinha certeza que sua ação teria sido em vão.

— Escuta, escuta! – José falou, ficando na frente de Tayla.

Ainda que a mulher não tivesse falado nada, parecia que o homem podia saber o que ela estava falando em pensamentos. Parecia um domador. Um domador de Tayla.

José segurou o rosto da jovem negra, as duas mãos paradas em cada uma das bochechas dela, interligando seus olhares. Ambos respiravam pesado, fazendo barulho. Seus corpos estavam rígidos, trêmulos, e o corpo do homem, como uma montanha, impedia que Tayla se mexesse ou pudesse olhar para o policial. Ela só foi solta quando ouviram a viatura dar a partida e cantar pneu na estrada de terra.

— Eu sei, Tayla, eu sei – José falou, dando tapinhas nos ombros da garota. Ela ainda não havia proferido nenhuma palavra. Verbalmente. Talvez fossem seus olhos ferozes. José a balançou levemente, para a frente e para trás, antes de continuar: – Levem essa moça para tomar uma água, que vou ver o que faço aqui.

O pedido havia sido para Olívia, Sérgio e quem mais estivesse disposto a ajudar a acalmar Tayla. Viram um suspiro pesado interromper pelo lábios grossos de José, que tinha um olhar indecifrável. Acenando com a cabeça, o homem começou a dar passos apressados em direção a estrada pela qual a viatura tinha desaparecido.

Nesse meio tempo, o garotinho que havia sido derrubado havia sido reerguido pelos amiguinhos, que, solidários e fraternos, o conduziram para casa, afim de ajudá-lo a se livrar daquele sangue derrubado de forma tão covarde. Covarde, seja pelo motivo, seja pelo modo. Seja unicamente pelo simples fato de ter escorrido do rosto de um inocente que, sem dúvidas, ainda estava se perguntando o que havia acontecido.

Os dedos de Olívia foram se desprendendo do pulso esquerdo de Tayla lentamente. Seus olhos varriam o rosto da negra com cuidado. Não havia mais nada ali além de ódio. Mal sabia ela o quanto aquele dia ainda teriam emoções.

— Eu odeio profundamente tudo isso – Disse a negra, por fim.

O grupo se encontrava agora sentado em uma mesa de plástico em uma mercadinho. Cada qual usava um copo descartável, bebericando água natural, sem coragem para conversar ou ir para suas casas. Sérgio e Olívia estavam cientes que precisariam sair dali logo mais, já que havia o toque de recolher, mas a ideia de desamparar Tayla, antes da volta de José, soava como errada.

Pelo olhar de ódio, não duvidavam que ela fizesse alguma loucura. Até mesmo as pessoas mais sábias podem cometer erros em momentos de instabilidade.

Então eles esperaram José. Esperaram e esperaram bastante. Imaginavam que ele deveria ter ido tentar apaziguar a situação do adolescente pego ou dar apoio na casa da criança atingida pelo policial. Não sabiam ao certo, só sabiam que o homem deveria estar sendo um herói. Como era sempre.

— Bater em uma criança só por causa da porra da cor de uma camisa? Isso é doentio! Tudo é doentio na bosta das regras desse governo – Tayla interrompeu o silêncio, novamente

— Tudo é uma merda mesmo – Concordou Olívia, angustiada, em partes por sentir uma carga muito pesada e negativa em suas costas, por tantos desafetos presenciados até então, por outra, porque já estava realmente temendo o toque de recolher.

— Será que o José foi pra casa dele? Já está ficando bem tarde – Sérgio comentou, olhando para o seu relógio de pulso, a perna direita subindo e descendo, demonstrando sua ansiedade.

E parecia que o mundo decidiu respondê-los. Cerca de dez minutos depois, o mesmo senhor que informou sobre o roubo do adolescente, atravessou a porta do mercadinho, acompanhado por um jovenzinho, que o abanava. O idoso tinha o rosto suado e arfava, demonstrando estar ser ar. Estava visivelmente afetado.

O dono do mercado correu para cima do idoso, ajudando a abaná-lo. Todos os presentes o contemplavam, expressões nítidas de preocupação. Olívia voltou a sentir seu coração acelerado, e ficou ainda mais depois do comentário do jovenzinho:

— Cara, mataram o José.

—--------

O corpo de José foi encontrado na estrada de terra com um tiro na nuca. O rosto no chão, o sangue escorrendo pelas margens do seu corpo. Os boatos eram vários, mas todos concordavam na mesma coisa: foram policiais que o mataram. Alguns diziam que o homem havia ido com agressividade para cima dos policiais, outros, diziam que era impossível, devido a índole serena do professor de defesa pessoal. O que Tayla, Olívia, Sérgio e qualquer pessoa do grupo acreditavam era que, de certo, os policiais não admitiram um negro indo questionar, mesmo com educação, a prisão ou violência contra outro negro.

Outro herói fechava os olhos. Outro herói entrava para a história.

 

Domingo, 16h:45min

Tayla soluçava sobre o abraço frouxo, de um braço só, de Olívia. Tinha olheiras profundas e era uma das que não cessava o choro durante todo o evento final de homenagem à José no cemitério. Seu olhar era vago e havia derrubado qualquer barreira que construía que pudesse impedi-la de chorar.

Olívia ouviu seus choros. Viu a fragilidade de uma enlutada. Viu o quanto Tayla era segura de quem era ela, que não precisava impedir ou controlar seu choro, por ser uma líder e não poder mostrar sua fragilidade e sofrimento. Líderes são humanos e mostram para o seus colegas e discípulos justamente o significado dessa palavra. O choro de Tayla convidava as irrigações tristes dos outros a serem colocadas para fora também.

— Ele era mais que meu professor. Era um amigo, um exemplo – Admitiu, ao lado de Olívia, enquanto caminhavam para deixar o cemitério.

O lugar não era grande. Extremamente simples, as catacumbas eram bem pregadas umas nas outras para que todo o terreno fosse aproveitado. Não ficava longe da comunidade que moravam, e por isso havia sido fácil para que a população pudesse estar presente.

— Ele era muito querido, com toda certeza – Olívia concordou.

As pessoas faziam questão de abraçar Tayla quando a encontravam. Algumas abraçaram mais de uma vez. Algumas mudavam seus caminhos só para abraçá-la. Todas as vezes, esses abraços, pareciam novos convites para mais choro. Talvez fosse assim por um bom tempo. Por alguns longos dias na vida daquele povo.

Os irmãos Vilar, donos do restaurante em que José, Olívia e Sérgio trabalhavam, também compareceram ao sepultamento. Fizeram questão de trazer uma coroa de flores com o nome do restaurante para simbolizar a grande perda que aquele homem significava. Todos os outros funcionários também estiveram presentes. Acenaram de longe para Olívia, e era bem visível o pesar em seus olhares. Haviam decretado luto por um dia no restaurante.

A mulher chamada Vanessa também apareceu algumas vezes sobre os olhos de Olívia e Tayla, sempre acompanhada pelo filho e um homem de expressão séria, postura firme e bem arrumado. Notando bem, ela própria parecia bem elegante, assim como o garotinho. Bem diferentes do dia da capoeira.

Somente quando não estava acompanhada por esse homem, foi que Vanessa veio abraçar Tayla. Foi um abraço longo, mas sem segundas intenções. Após separarem seus corpos, Vanessa segurou nos ombros de Tayla, justamente como José havia feito no dia anterior, apertando-os e depois aproveitando para balançar Tayla para frente e para trás, lentamente.

— A gente vai passar por isso juntos. Todos nós. Mas você tem que ser forte, tá, Tayla? É como você sabe que ele gostaria que você ficasse. Precisamos de você. Precisamos da sua voz pra substituir a dele.

— Ninguém é bom o suficiente para substituí-lo, Vanessa – Tayla respondeu, o tom muito baixo e sem conseguir olhar a mulher diretamente nos olhos.

— Porra, Neguinha, então se conforma, porque boa o suficiente ou não, só você consegue fazer isso – Finalizou Vanessa, puxando o corpo de Tayla para colar no seu novamente, em um outro abraço. Com uma rapidez surpreendente, Vanessa depositou seus lábios na bochecha de Tayla, brevemente, antes de soltá-la e caminhar para dentro do cemitério novamente.

Em nenhum momento Olívia percebeu o olhar de Vanessa sobre si. Era como se, ainda que estivesse bem ao lado das duas, sua presença fosse inválida para Vanessa.

Tayla não ergueu o olhar para ver a outra jovem negra ir. Seus olhos continuavam vagos, o rosto decaído, fitando o chão. Só voltou a erguê-lo para fitar o rosto de Olívia e perguntar:

— Pode dormir na minha casa hoje?

Talvez Olívia tivesse muitos motivos para dizer não, mas acenou a cabeça positivamente.

 

 

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Espero que gostem e me deixem saber o que vocês estão pensando, desde a história até o trailer.

Abraços.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Semente Tayla" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.