- Verônica o que você está fazendo? – perguntei com voz tremula, não acreditava que minha amiga estivesse pensando em tirar a própria vida, o corpo dela tremia e ela chorava compulsivamente.
 - Verônica olha pra mim, me conte o que está acontecendo nós sempre contamos tudo uma pra outra, solte isso. Acabar com sua própria vida não vai trazer Bill de volta. – Ela soltou a lamina e me abraçou, vendo ela assim sofrendo, me fez chorar também. 
 - V chega para de chora agora – enxuguei suas lágrimas com o polegar. – Me conta o que está acontecendo – ela se sentou na cama, eu me sentei na frente dela.
- Vai dizer que você não percebeu como está minha relação com o Bill? – ela disse secando as lágrimas com lenço de papel. 
 - Sim eu percebi, porque tudo isso? 
 - Ele ama outra – ela soluçou.
 - Você tem certeza V.
 - Alice isso saiu da boca dele – meu coração gelou, quem será essa roubou o coração dele. – Eu já tinha notado que ele estava estranho comigo, ele não era mas amoroso comigo ele até tentava mais Bill não consegue esconder as coisas muito bem. Um dia eu perguntei á ele porque ele estava estranho comigo... Ele começou chorar disse que lutou contra esse sentimento com todas as forças, então ele falou o que eu já suspeitava Bill ama outra. Ele sempre amou desde o dia em que a gente se conheceu no Brasil ele disse que amava outra. – eu abracei-a enquanto ela chorava.
 - Não fique assim V. – sussurrei.
 - Eu sei mais só de pensar em perdê-lo eu sofro e eu sinto que eu estou perdendo ele Alice! Eu estou perdendo! – Eu sei bem como é amar alguém e não ser correspondida tenho vivido com isso á anos e pra dizer a verdade não é fácil. – eu afagava seus cabelos e ela chorava.
- Você sabe quem é ela? – queria saber, sei que aquele assunto podia doer em Verônica mas também doía em mim. 
 - Tenho uma desconfiança.
 - Quem? – insisti, droga porque eu estava perguntando aquelas coisas?
 - Eu vou ter certeza por esses dias e quando eu tiver você vai ser à primeira a saber. – A porta se abriu e Bill entrou, quando ele viu Verônica naquele estado arregalou os olhos me olhou confuso. Ele caminhou até a cama e pegou na mão dela, Bill era tão atencioso com Verônica sempre que ela reclamava que estava com frio ele dava o casaco dele pra ela, quando ela tinha vontade de comer algo ele comprava no outro dia ou se não no mesmo. 

 - Você está bem? O que aconteceu com ela Alice? – ele estava com o olhar cheio de culpa e eu vi atrás daqueles castanhos como ele estava sofrendo com aquela situação.
 - Acho melhor vocês conversarem á sós – sai do quarto os deixando sozinhos.

Como eu imaginava Tom estava na minha cama só de boxer preta, claro que eu reparei o físico dele, também não sou cega.

 - Estou pensando seriamente em trancar meu quarto toda vez que sair dele.
 - Deixa de ser chata, eu não quero dormi sozinho.
 - Você não tem seus contatos?
 - Não as garotas de Cannes não me interessam mais. – peguei minha roupa de dormir, que era uma camisa preta enorme dos Guns ‘n’ roses. Quando sai do banheiro Tom me olhou de cima em baixo como se quisesse me possuir naquele momento.

 - Mesmo com esse camisetão você não consegue me fazer broxar – ele brincou.
 - Tom deixa de ser palhaço, acho melhor você ir para o seu quarto as pessoas pode achar que nos estamos juntos. – eu disse enquanto penteava meus cabelos.
 - E o que é que tem? 
 - Mas nós não estamos juntos.
 - Você está com medo que as pessoas pense que nós estamos juntos ou Bill? – ele me olhava atrás do espelho da minha penteadeira, decepcionado. Eu abria a boca mais não saia nada.
 - Acho que já tenho minha resposta! – só ouvi o barulho forte da porta, acho que tinha magoado Tom, mas magoado por quê? 

Apaguei a luz e deitei-me, como aquela cama era grande para uma pessoa, virei de um lado de outro. Como a noite estava fria, talvez se Tom estivesse aqui eu não me sentisse tão sozinha. Fiquei me revirando na cama, o sono não vinha e a solidão me preenchia será que ele iria se incomodar se fosse dormir com ele? Levantei-me e caminhei nas pontas dos pés até chegar na porta de Tom, tentei abrir sem fazer barulho caminhei até a cama. Enfiei-me de baixo do edredom Tom estava de costas mais logo se virou. Ficando de frente pra mim ele dormia tão tranqüilo seu rosto estava tão relaxado, ele estava tão belo que tive vontade de tocar seu rosto e toquei. Ele se mexeu de novo e virou para o outro lado, e eu o abracei, o corpo dele estava quente e aquilo me relaxava não demorou muito para que eu pegasse no sono. 

No dia seguinte ao abrir os olhos me assustei ao me deparar com olhos interrogativos de Tom. Que me olhava sério.