Michael de Vulcano escrita por Valdir Júnior


Capítulo 6
U.S.S. Shenzhou




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A capitã Philippa Georgiou encontrava-se na sala de transportes da U.S.S. Shenzhou aguardando a chegada do embaixador Sarek e da filha adotiva dele, Michael Burnham. Ela sabia que a jovem era humana e que fora criada em vulcano, se formando com louvor na Academia Vulcana de Ciências. Ela também terminara o curso de especialização final na Academia da Frota Estelar (1), apenas para conhecer e se adequar aos procedimentos e regulamentos da Frota, uma vez que sua formação em Vulcano era equivalente aos cursos de graduação de cadetes da Frota.

Sarek conhecia a capitã há alguns anos e a tinha em grande conceito. Por isso pediu que ela considerasse aceitar Michael em sua equipe, logo que ela graduou-se na Academia da Frota. Como o oficial de ciências da Shenzhou transferira-se recentemente para a U.S.S. Saratoga, a capitã Georgiou aceitou o oportuno pedido do embaixador Sarek, solicitando oficialmente junto ao Setor de Operações da Frota Estelar que Michael fosse comissionada na sua nave.

— Capitã, eles estão prontos para vir à bordo – avisou o chefe de transportes.

— Muito bem – disse ela – acionar.

Momentos depois, dois redemoinhos de luz formaram-se na plataforma de transporte e trouxeram o embaixador Sarek e Michael Burnham a bordo da nave.

— Embaixador Sarek. – cumprimentou a capitã inclinando-se levemente - É bom vê-lo novamente.

Sarek, descendo da plataforma acompanhado por Michael, retribuiu a saudação da oficial da Frota, inclinando-se também.

— Obrigado por nos receber – disse o vulcano.

— O prazer é nosso – respondeu Philippa Georgiou

— Como conversamos – disse ele, olhando para Michael - esta é minha protegida, Michael Burnham.

Capitã Philippa estendeu a mão direita para Michael

— Olá, Michael – disse ele - bem-vinda à U.S.S. Shenzhou. E parabéns por sua formatura.

Michael olhou pra a capitã sem retribuir o cumprimento.

— O Respeito deve ser merecido, assim como simpatia – respondeu ela séria.

— No entanto, as sutilezas diplomáticas devem ser observadas – ponderou Sarek olhando-a de soslaio, com um tom de reprovação na voz.

— Isto não é uma negociação – respondeu Michael.

— Primeiro contato, então. – interveio a capitã sorrindo e olhando para Michael - A única humana a frequentar o Centro de Aprendizagem de Vulcano e a Academia de Ciências retorna ao seu povo. Pode entender mais ou menos minha analogia?ou— Menos – disse Michael.

Esta observação pareceu divertir a capitã, que ampliou o seu sorriso.

— Vou deixá-las agora. – disse Sarek, fazendo a saudação vulcana com os dedos - Vida longa e próspera.

Sarek voltou para a plataforma de transporte e ao passar por Michael sussurrou para ela: Comporte-se”.

— Ativando – avisou o chefe do transportes, acionando o equipamento e transportando o embaixador.

A Capitã Philippa notou que a jovem, apesar do seu esforço para não demonstrar, estava visivelmente desconfortável com sua nova situação.

Com um gesto das mãos ela convidou Michael a segui-la e ambas saíram para o corredor da nave.

Enquanto caminhavam Michael comentou sobre o equipamento que havia acabado de trazê-la a bordo:

— Em Vulcano a tecnologia de transportador de vetores laterais foi descartada devido à enorme quantidade de energia necessária.

— A Frota Estelar retirou esse modelo também – respondeu a capitã Philippa - A Shenzhou é antiga, mas nos leva aonde precisamos ir.  Esta nave não está de acordo com seus padrões?

— Eu não tenho padrões em se tratando desta nave. – disse Michael séria - Sempre tive a intenção de me juntar ao Grupo Expedicionário Vulcano.

— Às vezes, o universo permite o surgimento de oportunidades inesperadas – ponderou a capitã.

— Clichês emocionais não era o que eu esperava – respondeu Michel secamente.

— Você esteve realmente muito tempo longe dos humanos. – disse Georgiou logo que elas entram no turbo-elevador (2)– Eu diria que é confiante demais para o seu próprio bem, mas eu vi seu histórico.

— Assim como eu vi o seu – disse a jovem.

— E sua confiança é justificada – disse a capitã olhando-a com firmeza.

— Assim como a sua – respondeu Michael, olhando-a também.

As portas do elevador se abriram para na ponte de comando da nave.

— Pronta para ver seus novos companheiros? – perguntou a capitã, indicando a ponte com um gesto amplo.

Michael olhou para a ponte e entrou nela lentamente, parecendo insegura. Ao fundo ouviam-se os avisos e comunicações operacionais da nave.

— “Atenção a toda a tripulação. Preparar para sair de órbita...”

— “Há uma pequena mas detectável perda de eficiência nas bobinas de condução...”

— “Capitão na ponte...”

— Agradável, não é? – perguntou a capitã sorrindo.

— Parece ser funcional – respondeu Michael simplesmente.

— Compreendo sua hesitação, Michael. – disse a capitã Philippa Georgiou suavemente -  É difícil deixar Vulcano e tudo que você conhece para trás. Mas eu lhe asseguro, este pode ser seu novo lar, se você quiser que seja.

Michael olha Philippa em silêncio por alguns segundos.

 - Obrigada... Capitã – respondeu finalmente Michael, esboçando um sorriso.

 

— FIM –

(OU O COMEÇO?)

 

 

Referências do Capítulo:

(1) A Academia é o centro de treinamento e formação dos oficiais da Frota Estelar e está distribuída por três unidades. Em São Francisco estão os alojamentos, salas de aula, laboratórios e bibliotecas; em Palo Alto, também na Califórnia, encontram-se os simuladores de naves, centro de treinamento de vôos Estelares e o departamento de educação física; e em Phoenix, no Arizona, está o centro de treinamento de sobrevivência, onde são recriados ambientes de vários tipos de planetas, usados para testes físicos e psicológicos para qualificação dos cadetes.

(2) Os Turbo Elevadores são equipamentos utilizados para se deslocar dentro das instalações da Federação e entre os decks das naves da Frota Estelar. Obedecem a comandos vocais de quem os utiliza e comumente são capazes de se deslocar tanto na vertical quanto na horizontal.

 


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