Um estrondo em algum lugar fez Helena se sentar com pressa na cama.Observou o quarto.Estava em ordem.Seus animais dormiam tranquilamente, apenas Memphis lhe olhava curiosa.

— Será que eles explodiram a casa?- Lena perguntou para si mesma e coçou os olhos.Jogou as cobertas para o lado e agarrou a varinha que estava na escrivaninha ao seu lado.Colocou a varinha na boca para abrir a porta.Arregalou os olhos ao ver fumaça subindo para os andares de cima.

Desceu as escadas correndo e soltou um riso nervoso ao adentrar a cozinha.Fred e Jorge pareciam duas baratas tontas enquanto decediam se abriam as janelas e portas ou se deixavam o Bacon queimar mais ainda.

— Pelo amor de Deus.- a ruiva colocou a varinha na mesa e desligou o bocão que esquentava o bacon.Abriu a janela e a porta e com um pano tentou tirar a fumaça.- Andem logo!Agitem esse pano seus burros!- Lena gritou e respirou.Tossiu.Havia inalado bastante fumaça.

— Oh Meu Merlin!- Os três arregalaram os olhos ao ouvir a voz da Sra Weasley soar da sala.A mulher apareceu logo atrás de Lena acompanhada de uma mulher morena de cabelos encaracolados que trajava um vestido verde água longo.

— Oh, venha aqui menina!Saia daí!- a mulher lhe puxou pelos ombros e a levou para a sala.Lena respirou fundo várias vezes enquanto via a fumaça sumir depois da Sra Weasley lançar um feitiço anti-incêndio.

— EU ESTOU PROFUNDAMENTE DESGOSTOSA.VOCÊS QUASE BOTARAM FOGO NA CASA E QUASE SE MATARAM!- Berrou a ruiva mais velha saindo da cozinha enquanto segurava os gêmeos pelas orelhas.Lena segurou o riso.

— Ai mamãe, está machucando!- Fred gemeu.

— QUE BOM!E O QUE É TODA ESSA BAGUNÇA NA MINHA SALA?- berrou e Lena observou a zona que estava a sala e o resto da casa.Havia peças da Geringonça espalhadas pelo chão, pacotes de bala e migalha de vários tipos de comida.Fazia dois dias que Lena chegará nos Weasley.Dois dias montando e eviando Geringonças de Bosta.Tinha bastante dinheiro entrando.

Haviam faturado ao menos, 3.500 galeões desde que Lena chegou.Isso só com as Geringonças.Havia vários pedidos para Vomitilhas, Vomitilhas em Pó, Kits completos de pegadinhas, kits completos de Mata-aula.Se continuarem assim, o negócio vai longe.

— Olá, Helena querida.- a Sra Weasley sorriu docemente e Lena sorriu de volta.

— Oi tia Molly.- Helena bocejou e coçou os olhos.- Como vai?- perguntou a observando.Ela largou os gêmeos e sorriu enquanto começava a catar as coisas do chão.

— Vou bem, querida.Vou bem.- sorriu e Lena começou a ajudar.Os gêmeos também o fizeram depois de Lena lançar um olhar cortante em direção a eles.- Essa é Andrômeda Tonks, a mãe da Ninfadora Tonks.- Apresentou e Lena se levantou.

— Helena Granger.É um prazer.- Estendeu a mão e Andrômeda a apertou.

Andrômeda tinha um olhar desolado no rosto e chorava agarrada a um bebê de cabelos azuis.Havia uma multidão a sua volta, mas Lena só conseguia ver ela e as lápides a sua frente.

Haviam três.Os olhos de Lena se arregalaram e lacrimejaram.

Em homenagem a Edward Tonks.Um marido, pai e avô amado. 
(1952-1998) 

Em homenagem a Ninfadora Tonks Lupin.Uma filha, esposa e mãe amada.
(1973-1998)

Em homenagem a Remus Lupin.Um maroto, marido e pai amado.
(1960-1998)

Lena soltou a mão da mulher rapidamente, como se tivesse recebido uma horrível queimadura.A mulher lhe olhou assustada e Lena se afastou.

— Nossa, estou morta de fome!- Lena exclamou quando voltou a recolher as coisas.

— Terminem de recolher isso enquanto eu faço algo para vocês.- A Sra Weasley entregou a caixa um tanto pesada para as mãos de Jorge e saiu em direção a cozinha.

— Ja volto.- Lena pulou a bagunça e entrou na cozinha atrás da Sra Weasley.- Eles disseram algo?- Ela foi direta e a ruiva a olhou seriamente.

— Não vou tirar a sua razão, Helena.Não vou te julgar, não vou te dar uma bronca, até por que essa não é a minha função.- O olhar da mulher se tornou carinhoso.- A briga que você teve com seus pais nunca vai superar o amor que você sente por eles, por que vocês não teriam brigado se não sentissem algo forte uns pelo o outro.- Lena assentiu.- Não digo que você deve perdoa-los, mas escute o que eu digo.A vida é curta de mais.Em um piscar de olhos, você tem 50 anos e se vê sem pais ou irmãos.A sensação é horrível e a dor ainda mais.- A Sra Weasley se afastou e foi cozinhar o café-da-manhã.Lena por outro lado, permaneceu pensativa.

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— Não sei porque vamos comemorar o aniversário desse panaca.- Jorge rosnou enquanto fechava os botões de seu terno.

— Faça isso pela tia Molly, depois pregamos uma peça nele!- Helena sorriu marota e os gêmeos riram.

Os três estavam no quarto dos gêmeos, terminando de se trocar para o evento que aconteceria no andar debaixo.Não queriam nem ao menos colocar a roupa, mas fizeram para deixar a matriarca dos Weasley feliz.Lena bocejou e quase caiu da cama que estava sentada ao ouvir o berro da Sra Weasley chamando-os para descer.

— Merlin do céu.- sussurrou colocando a mão sobre o coração.

—JA VAI!- Jorge berrou de volta e fechou a porta do quarto.- Mamãe e papai são guerreiros.- Jorge disse do nada e os dois outros ruivos olharam-no como se fosse um louco.- Aguentaram 19 anos de pura chatice.- Lena e Fred riram.

— Essa foi boa.- Lena comentou colocando as sapatilhas azuis.Se levantou e desamassou o vestido preto.Descobriu de manhã que haveria uma festa e sem nada a vestir, a Sra Weasley chamou o Sr e a Sra Granger para participar da festa.Trouxeram então o vestido que Helena usaria e tan-dan, estava finalmente pronta.

— O último a chegar é a mulher do padre.- Fred disse antes de disparar para fora do quarto.Lena foi atrás, rindo baixinho.Jorge foi o último a chegar no primeiro andar.Fred abriu a porta do Jardim e saiu.A boca dos três foram ao chão.

Não esperavam que houvesse um festão para Percy.Havia uma enorme tenda no jardim e debaixo dela havia várias mesas com pessoas sentadas nas cadeiras ao redor.Havia bastante comida também e uma mesa cheia de presentes.

— Aposto que se não fossemos ricos não haveria nem a metade da metade nessa festa.- Jorge disse sério e Fred assentiu.

— Eles vão cercar seus pais.Vão querer fazer negócios.- Lena observou curiosa a festa.Havia várias pessoas mesmo.

— Eles não podem ser cegos, né?- Fred disse indignado, se referindo aos pais e se virando para Helena.

— Eles estão podres de ricos.Estão nervosos porque é uma grande festa.Tem gente do alto escalão do Ministério aqui.- Lena apontou para uma mesa com Matilda Hopkirk, Dolores Umbrigde, Rufus Scrimgeour e uma série de outras pessoas importantes.Que faziam parte de Audiências e tudo mais.- Eu aposto 100 mil galeões que eles estão aqui para nos vigiar.- Lena olhou para os gêmeos e sorriu.

— Bem, é uma festa!Vamos festejar.- E os três caminharam até a tenda.

Não foi dificil para Lena achar os pais e os outros em uma mesa a parte.Chegou perto e pigarreou.

— Posso falar com vocês?- pediu olhando para Thiago e Lívia.O sorriso sumiu do rosto dos dois, mas Lívia foi a primeira a se levantar.Thiago foi o próximo e os dois seguiram Helena até a entrada da tenda, onde estava um pouco mais vazio.Lena os olhou.

Nenhuma palavra saiu de sua boca nos próximos dois minutos seguintes.Os dois a encaravam com confusão e mágoa.Bastante mágoa.Ela tentou várias vezes falar, mas nada saia.Então quando Thiago se enfezou e virou as costas, ela abriu a boca.

— Vocês são meus pais.Sempre foram e sempre vão ser!- disse para chamar a atenção dele.Ele se virou.- O que eu disse foi injusto e maldoso.Nenhum de vocês mereciam ouvir aquilo e eu não tinha o direito de dizer aquilo.- Thiago passou a mão no cabelo nervosamente e Lívia segurou sua mão com força.- Mas vocês também não tinham o direito de não me contar o que estava acontecendo.Era o meu rosto estampado naquele jornal, debochando de mim e da situação traumatizante que eu passei.

— Justamente!Escondemos de você por que não sabíamos sua reação, Helena.Queríamos que você aproveitasse as férias sem se preocupar com Você-Sabe-Quem ou notícias idiotas.- Lívia gesticulou bastante enquanto falava baixo.

— Notícias idiotas que Rita Skeeter escreveu!Aquele inseto nojento!- a ruiva suspirou e passou a mão no rosto com força.- Esquece isso.Eu amo vocês.É isso que eu queria dizer.Mas eu só não consigo perdoar vocês por inteiro.- murmurou e Livia sorriu, colocando a mão sobre o ombro de Helena.

— Tudo bem.Eu entendo.- Lena sorriu e abraçou Lívia com força.A ruiva devolveu sorridente o abraço e só depois de beija-la na testa calmamente que se afastou.Lena olhou para Thiago.Ele sorriu e a abraçou.

— Você continua sendo minha princesinha.- ele murmurou em seu ouvido e Lena sorriu enquanto devolvia o abraço.Ele riu um pouco e a afastou depois de um tempo apenas para lhe beijar a testa.- Agora vai que eu sei que você ta louquinha pra causar.- Eles observaram o sorriso cara de pau dela e a observaram saltitar para dentro da tenda.

~

— Oh Merlin, me desculpe!- Lena disse no momento que seu copo entornou no colo de ninguém menos que Damon Parkinson.Este se levantou com raiva, jogando a cadeira para trás.

— Sua garota estúpida!- berrou louco de raiva.Ela o olhou indignada.

— Foi um acidente!- Lena disse irritada.

— Acidente sim!Eu realmente acredito nisso!- ele gritou na cara dela.Lena se irritou e agarrou o copo de vinho que estava na mão de uma mulher que passava.

— Antes foi acidente, isso é de propósito!- e Lena atacou sem hesitar o vinho na cara dele.

— Sua maluca!- berrou a esposa dele, Regina.Lena riu.

— Desde que sai do ventre!- disse colocando a cara a tapa.

— Helena, peça desculpas!- Hermione disse seriamente.

— Mas nem que a vaca tussa!- Helena disse rindo.O homem tentou avançar nela, mas Thiago e Sower o seguraram.

— Tinha que ser essa lobisomem a causar!Você não se toca não garota?- Percy disse torcendo o nariz com nojo.Não só Helena o encarou, como quase grande parte das pessoas da festa.

— Tia Molly, tio Arthur.Mil desculpas.- Lena disse e os dois a olharam confusos.Jorge gritou para segurarem ela, mas foi tarde demais.Helena já tinha dado um soco certeiro no rosto de Percy.- Eu posso ser uma lobisomem e isso eu aceito, mas eu não aceito que pessoas como você venham botar moral pra cima de mim.A sua é mais suja que a minha, e olha a sua familia!Eles têm mais honra no menor dedo do pé do que você no corpo inteiro!- Helena foi afastada do ruivo, que sangrava no nariz e na boca.- Eu juro que nem eu sei por que seus pais te fizeram isso!Você não merece nada mais do que desprezo!- Lena exclamou de longe, já que Cedrico a segurava no colo para leva-la para longe.

— Minha nossa Helena, o que foi isso?- Cedrico perguntou quando já estavam fora da tenda, a caminho da casa.

— Cala a boca, Cedrico.Ou eu juro que você é o próximo!- Helena rosnou enquanto passava pela porta da cozinha.Abriu um dos armários com força e pegou um copo.O encheu com água da pia e a tomou.

— Pode entrar ai, rapazinho!- Arthur gritou do lado de fora e os dois na cozinha olharam enquanto a porta se abriu e Percy entrou primeiro, sendo seguido pelo pai, pela mãe e por Fred e Jorge.- E pode pedir desculpas para Helena!- mandou sério e o ruivo riu.

— Não vou pedir desculpas para essa garota!- rosnou a olhando.

— Como se eu quisesse alguma merda que venha de você!- Helena rebateu debochada.

— Olha a boca!- Cedrico exclamou sério.

— Eu não quero saber o que você quer ou não, você vai pedir desculpas agora!- O Sr Weasley mandou mais uma vez, o rosto irritado e sério.

— Não vou pedir desculpas para essa lunática!- gritou o garoto na cara do pai.

— Como é que É?- Helena berrou tentando avançar.

— É isso mesmo, lunática! E vocês dois também!Acreditando nessa baboseira que Você-Sabe-Quem voltou.Escutando essa...essa garota idiota e Harry Potter.Dois mentirosos!- O garoto quase apanhou de novo.Dessa vez, Jorge segurou Fred.- Vocês são perdedores!É isso que são!- a Sra Weasley começou a chorar e o menino nem se abalou.- Com pensamentos retrógrados e uma mente pequena!

— O único com mente pequena aqui é voce!Se relacionando com pessoas como Damon Parkinson e Fudge.Um é comensal, o outro um banana incompetente!- Helena se meteu, não aguentando ficar quieta.

— Olha como fala do Ministro, garota insolente!

— Meu Deus, que nojo!Como que uma pessoa como Molly Weasley coloca no Mundo um ser intragável desses?- Helena perguntou chocada.- Você não se escuta, não?Você tem doença?ACORDA!Esse ministro está escondendo informações vitais do próprio povo!Não está alertando que há seguidores de Voldemort a espreita, prontos para atacar!- Helena gritou com ele, o rosto enfurecido.- Quem você acha que quase me matou aquele dia, geneozinho? O coelhinho da páscoa?

— Quer saber, eu vou embora dessa casa.Eu não vou assistir meus pais convivendo com um bicho desse.Acreditando e defendendo esse bicho.- Percy mal olhou para a cara dos pais quando abriu a porta da cozinha para o quintal e saiu.

— Eu...me desculpe tia Molly, por ter causado tudo isso.Não foi a minha intenção, juro.

— Não se desculpe.Fomos nós que erramos com ele.Não sei quando e como, mas fomos nós que erramos!- Disse o Sr Weasley observando o chão com vergonha.

— Não!Vocês fizeram tudo certo, quem escolheu outros caminhos foi ele!- Fred falou sério, se colocando a frente do pai.- Parem de se culpar! Percy sempre foi mais arrogante e presunçoso do que todos nós.Ele mudou.Vocês o criaram certo!- defendeu sério.O Sr Weasley acariciou o ombro do filho e sorriu fraco.

— Obrigada, Fred.Agora vão comer, crianças.Vou expulsar aquelas pessoas estranhas do meu jardim.- disse humorado e se virou para a esposa, que chorava silenciosamente.- Vamos, meu amor.Se anime!- ele murmurou arrastando-a para fora.

— Eu não devia ter dito nada.- Helena exclamou se jogando na cadeira da cozinha.- Agora os três estão brigados por minha culpa.- apoiou o queixo na mão e a mão na mesa.

— Para.Ele tá errado.Ele te ofendeu e ofendeu Remus e João.Eu achei bem feito o soco.- Jorge falou enquanto puxava uma cadeira e se sentava.

— Se você diz, vou ficar de consciência limpa.- A ruiva sorriu e os três garotos riram enquanto negavam com a cabeça.