I M P E R I U S escrita por T in Neverland


Capítulo 9
Birthday


Notas iniciais do capítulo

Capítulo revisado e atualizado em 08/07/2021



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Birthday - Capítulo IX

Os dias passaram rápido, toda a população de Hogwarts parecia mais tranquila após a data dos NOMs. Apenas uma semana separava os alunos das férias, e todos se mostravam todos bem ansiosos.

Era tarde da manhã e Ilka havia acabado de acordar, todas suas companheiras já estavam fora, incluindo a Macmillan. Espreguiçou-se e separou as roupas que usaria no dia, caminhando em direção ao banheiro para que pudesse tomar o seu banho revigorante.

Ilka espiou pela pequena janela do banheiro e notou que o céu estava brilhante, o clima estava agradavelmente quente, o que era um milagre. Tomou o seu demorado banho e saiu do banheiro com os cabelos ainda molhados, pois pensou que o sol iria secá-los naturalmente. 

Sua opção de roupa do dia fora nada mais que uma saia jeans de botões, que quase lhe alcançavam os joelhos e uma blusinha simples, com listras coloridas e que lhe tampava os cotovelos. Nos pés, suas botas de cano curto, junto de uma meia ¾ que combinava com a blusa.

Assim que voltou para o quarto, para que pudesse apanhar sua bolsa antes de descer, encontrou Emma sentada sobre sua cama, sorridente.

— Bom dia, vejo que acordou de bom-humor hoje – cumprimentou a loira, apanhando sua bolsa que estava largada ao lado do seu baú.

— Feliz aniversário! – anunciou Emma, estendendo-lhe algo que carregava em suas mãos.

A aniversariante do dia se afastou um pouco da colega, para enxergar melhor o que a ruiva estava oferecendo. A Macmillan possuía em suas mãos um pequeno bolo de caldeirão, com uma velinha amarela acesa em cima. Ilka achou o gesto fofo, não esperava que a colega se lembrasse de seu aniversário.

Ela riu para a garota e assoprou a vela logo em seguida, aceitando o bolo.

— Obrigada, não esperava que fosse lembrar de meu aniversário – admitiu.

— Fala sério, Ilka. Eu analisei o seu mapa astral inteiro, o seu aniversário seria o de menos para lembrar. Que tipo de amiga eu seria se me esquecesse do seu aniversário?

— Ok, obrigada mesmo assim Emma. Acho que você é a primeira amiga de verdade que tenho – Ilka disse, enquanto retirava a vela do bolo com cuidado.

Bolos de caldeirão eram facilmente adquiridos em Hogsmeade e Ilka não deixou de pensar que talvez Emma tivesse ido cedo ao vilarejo naquele dia, somente para lhe comprar um bolo. 

O doce era delicioso e consistia em um bolo simples, recheado com chocolates e confeitos, que imitava o formato de um caldeirão.

 Após deixar a vela apagada sobre sua cama, Ilka partiu o bolo ao meio, pois este era bem generoso e doce demais para uma só pessoa. Ela ofereceu metade para Emma, que aceitou, e deu uma bela mordida em sua parte, apreciando os sabores da guloseima.

— É verdade que Riddle vai passar as férias em sua casa? – perguntou Emma, enquanto se acomodava na cama de Ilka.

— É, chamei ele para passar as férias na casa de minha tia, sim, por quê?

— Tem algumas alunas do quarto ano falando que vocês estão tendo um caso e que você o chamou para passar as férias em sua casa para, bem, você sabe... – a Macmillan pareceu envergonhada em repetir as palavras das outras.

— Transar? – Ilka completou, com acidez – Não estamos tendo um caso, e mesmo que estivéssemos isso não é da conta de ninguém. Essas garotas só falam isso porque na verdade queriam estar em meu lugar. É patético.

— Desculpe, somente estava passando informações.

— Não precisa ficar se desculpando sempre, Emma. Vamos logo, eu preciso de um chá para começar o meu dia – reclamou a loira, abrindo a porta do quarto para que a colega passasse primeiro.

O salão principal estava consideravelmente cheio. Alunos conversavam animadamente e corujas passavam o tempo todo, deixando pacotes e cartas sobre as mesas. Ilka sentou-se, acompanhada da Macmillan e não demorou muito para servir-se de uma generosa xícara de chá de canela. Emma optou por beber um copo de suco de abóbora, apenas para acompanhar a amiga.

Enquanto bebericava o seu chá, Ilka correu os olhos sobre a primeira página do profeta diário. O jornal estava abandonado sobre a mesa.

 Um pacote, comprido e não muito grande acabou sendo dispensado no ar por uma coruja, e caiu sobre o jornal que a garota lia, amassando-o. Sobre o pacote o seu nome estava escrito e uma coruja a observava, um pouco afastada. A coruja não era muito grande e tinha penas claras, além de olhos azuis. Ilka desconhecia o animal, mas não viu o pacote como uma ameaça.

— Oh, é para você, Ilka! – exclamou Emma, e Ilka se controlou para não dar uma resposta rude.

É claro que o pacote era para ela, afinal, por qual outro motivo teria o seu nome escrito sobre ele? Com cuidado, Ilka soltou o laço que prendia a embalagem de envio, revelando uma caixa retangular escura, um pouco mais longa e mais chata que seu antebraço, junto com um belo envelope azul marinho.

Antes de abrir a caixa, Ilka decidiu dar uma olhada no conteúdo do envelope e o abriu com cautela. Era uma folha, não muito longa e com uma caligrafia conhecida que faz com que os olhos da loira brilharem de alegria.

Para o meu pequeno raio de sol,

Sinto muito não poder passar a sua transição para os 16 anos ao seu lado. Sei que entende o quanto esse ano está sendo complicado para mim.

Encontro-me não mais nos Estados Unidos, caso queira se encontrar comigo saiba que estou em casa. É arriscado, porém seguro e familiar.

Espero que goste dos presentes, a varinha é não-detectável pelo ministério, poderá usá-la fora de Hogwarts mesmo sendo menor de idade. Faça bom uso.

Com amor, papai.

— O que está escrito? – perguntou Emma, tentando ler o conteúdo da carta por cima do ombro de Ilka.

— Nada demais, apenas meu pai me desejando feliz aniversário – explicou a loira.

— Sabe, às vezes eu esqueço que você é estrangeira, seu sotaque é muito bom – comentou a Macmillan, pois a carta que Ilka havia recebido do pai estava em húngaro.

— A maior parte da família de meu pai é da região do Reino Unido, então ele me ensinou o inglês desde pequena, o húngaro foi uma herança por parte de minha mãe, apesar de meu pai também falar.

— Faz sentido. Não vai abrir a caixa? – a ruiva questionou, e Ilka voltou o seu olhar para a tal.

Levantou a tampa calmamente, dando uma olhada em seu conteúdo. A varinha a qual seu pai havia falado estava coberta por um fino papel seda de cor vermelha, o qual deixava à mostra apenas um longo colar. 

A corrente era fina e prateada, com um pingente delicado. Ilka pegou o acessório com delicadeza e Emma pareceu surpresa.

— É um colar bonito. O que significa esse pingente? – Macmillan voltou a questionar.

— São as relíquias da morte, nunca ouviu falar sobre?

— Relíquias da morte? Tipo, daquele conto infantil? Me lembro vagamente...

— Pois deveria ler o livro novamente então, oras! – riu Ilka.

— É um livro de contos para criança Ilka, realmente espera que eu o leia com seriedade?

— Sim! Nunca passou pela sua cabeça que talvez aqueles contos fossem verdade?

— Não! São contos, e nada mais. – Exclama Emma.

— Ok, você é quem sabe, Macmillan.

Ilka não tardou em passar o colar sobre sua cabeça, como a corrente era longa, não havia necessidade de usar o fecho.

 Voltando seu olhar para a caixa, ela amassou o papel de seda, revelando a varinha ali, encaixada. Era bela, sem sombra de dúvidas, além de alguns centímetros mais longa que a sua antiga.

Era escura e lisa, reta, muito assemelhava-se a uma batuta de um maestro de orquestra. 

Ilka apanhou a varinha com a mão esquerda, sentindo o poder e confiança que ela lhe passava. Analisou a varinha e notou algumas coisas rabiscadas no fundo da caixa.

Videira

Fibra de coração de dragão

Inflexível

30cm

Não era muito mais longa, e o núcleo era o mesmo de sua antiga varinha, mas Ilka não deixou de notar o quão diferente a madeira era em sua composição. Sabia dos boatos de madeira de Videira e os bruxos de personalidade obscura. 

Sua varinha atual era de Sabugueiro, peculiar, mas ainda assim bastante comum se comparada à Videira. Orgulhou-se de sua nova posse.

— Você ganhou uma varinha? Pensei que era a varinha que escolhe o bruxo, e não o contrário – Emma comentou.

— É assim que geralmente funciona mesmo, mas creio que essa varinha e eu nos daremos muito bem – respondeu Ilka, dando uma última golada em seu chá – Vamos à biblioteca?

— Não entendo como você consegue passar tanto tempo naquele lugar, Ilka.

— Rose me disse que hoje chegaria uma nova leva de livros.

— Rose? Quem é Rose?

— Rose Cherly.

— Você chama a Madame Cherly de Rose? – exclamou Emma, surpresa.

— É o que o convívio faz, Macmillan.

— Você é inacreditável, Ilka.

Apenas Madame Cherly estava na biblioteca, e ela parecia distraída, retirando algumas dúzias de livros de dentro de algumas caixas de papelão. Os livros saíam das caixas e se adequavam às estantes apenas com um movimento breve de varinha da bibliotecária.

— Bom dia, Rose! Sabe se chegou algum exemplar de O bruxo perdido, da Constantine Nott? – perguntou a loira.

— Bom dia, Ilka. Acho que vi um exemplar desse na livro, sim. Tente dar uma olhada na seção de romances modernos.

— Ok, obrigada Rose! Me espera por um segundo, Emma? Eu já volto.

— Sem problemas, pode ir – respondeu Macmillan, sentando-se em uma das cadeiras disponíveis da biblioteca.

Ilka seguiu em direção à seção de livros que já lhe era bastante familiar. Ela correu os seus olhos pelas prateleiras, em busca do novo livro de Constantine Nott, e amaldiçoou mentalmente quem é que tenha o guardado, assim que o encontra. Mesmo estando com seus saltos, o livro estava alguns centímetros acima do que sua mão alcançava.

A loira levou sua mão à cintura, em busca de sua nova varinha, para poder alcançar o livro, quando alguém consideravelmente mais alto se fez presente atrás da garota, e lhe alcançou o exemplar. Contente pela gentileza, ela se virou, na intenção de agradecer quem é que tenha sido.

— Obrigada! – exclamou, apanhando o livro das mãos de seu salvador.

O garoto parecia familiar, mas não se lembrava de onde. Ele usava jeans e uma camisa de mangas longas, o cachecol ao redor de seu pescoço denunciava que ele era um grifinório. O cabelo era bem rente a cabeça, e escuro. A pele possuía um tom achocolatado bonito e os olhos verdes chamavam atenção.

— Não há de quê, eu estava procurando por você, na verdade – ele disse, com uma voz grave e bonita.

— Por mim? Ok, em que posso ajudar?

— Me disseram que era seu aniversário, e eu queria dar-lhe isso – ele disse, estendendo-lhe uma caixa de bombons de formato triangular.

— Um presente? Mas eu nem lhe conheço! – riu, surpresa pela atitude do garoto.

— Perdão, meu nome é Harvey Collins. Temos aula de Transfiguração de Defesa Contra as Artes das Trevas juntos – ele apresentou-se, beijando a mão da Bagshot logo em seguida – Por favor, aceite o presente. Eu observo você há tempos, mas nunca tive coragem de tentar me aproximar antes.

— Oh, você é o garoto que eu lancei um feitiço naquela aula do professor Dumbledore! Como soube que era meu aniversário? – questionou, ainda desconfiada, enquanto finalmente aceitava a caixa de chocolates.

— Sua amiga, Emma Macmillan, disse à Alice Buchannan, que é da minha casa, e joga quadribol comigo.

— Ok, então você se interessou por mim mesmo que eu tenha te lançado um feitiço na aula de Transfiguração?

— Para ser honesto, eu acho super atraente uma garota que saiba se defender. Já havia notado o quão boa você era em Defesa Contra as Artes das Trevas, aquela aula de Transfiguração só fez com que meu interesse por você aumentasse.

— Ok, isso é meio esquisito – murmurrou Ilka, mais para si mesma do que para o garoto – Perdão Collins, mas minha amiga está me esperando. Se importa de conversarmos depois?

Ilka não esperou pela resposta do moreno, apenas se virou na intenção de ir embora, mas o garoto a impediu, puxando-a pelo braço. 

Harvey não perdeu tempo, segurando a garota contra si pela cintura, quem passasse por ali provavelmente pensaria que os dois estavam abraçados. A única coisa a qual separava a Grindelwald e o garoto, era o livro e a caixa de chocolates, os quais Ilka possuía apertados contra o seu peito, quase como uma forma de proteção.

— O que está fazendo? Me solte! – exclamou, tentando empurrar o grifinório.

— Ilka, Ilka... O que custa você me dar uma chance? Não pensei que seria muito difícil, analisando o seu histórico. Afinal, em apenas seis meses você ficou com o Riddle e o Malfoy, não? As garotas costumam me achar bonito, e eu também sou sangue puro – ele explicou, e Ilka não pode se sentir menos enojada por sua atitude.

Com um movimento rápido, a loira passou o livro e a caixa de chocolates para o braço esquerdo, deixando o direito livre para um movimento rápido, onde o seu cotovelo foi contra o queixo de Collins, desorientando-o por um segundo. Assim que se viu livre dos braços dele, ela procurou pela varinha que deveria estar presa no cós de sua saia.

— Procurando por isso? – ele perguntou, mostrando a varinha que a menina havia acabado de ganhar do pai em mãos.

Aquilo a enfureceu ainda mais, fazendo com que largasse seus pertences no chão e se virasse bruscamente em sua direção, com um olhar ameaçador. Harvey Collins nem teve tempo para reagir antes que o punho da garota fosse de encontro ao seu rosto. 

Ainda não satisfeita, ela deu-lhe uma joelhada nas partes baixas, fazendo com que o garoto caísse no chão em dor.

— Também sei resolver meus assuntos da maneira trouxa, lixo— Ilka respondeu, apanhando sua varinha do chão.

Ela voltou a recolher seus pertences, pisando na caixa de chocolates e chutando-a em direção ao grifinório, com raiva.

— Vamos Emma, ainda preciso arrumar minha mala até o final de semana – disse Ilka, abandonando o livro que iria levar sobre a mesa, e puxando a amiga pelo braço.

 


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