I M P E R I U S escrita por T in Neverland


Capítulo 7
Requirement


Notas iniciais do capítulo

O nome do capítulo é requirement pois o nome original da sala precisa é room of requirement.
Estava notando algumas coisas na história que eu acho que precisam de esclarecimento: alguns personagens tiveram sua data de nascimento alterada para que houvessem mais nomes familiares. Nenhuma data é muito fora de contexto, podem haver variação de no máximo três anos.
Capítulo revisado e atualizado em 08/07/2021



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/771340/chapter/7

Requirement - Capítulo VII

— O que aconteceu com Walburga? Ela está há três dias na enfermaria e estão falando pelos corredores que ela foi envenenada – Emma disse.

Ilka apenas passou a folha do seu livro, iniciando o último capítulo de A mulher sem varinha

Sua poção havia sido um sucesso, e era autoral, por isso todos desconheciam os efeitos em Walburga, tornando assim mais difícil a sua recuperação. E o melhor: a única pessoa que sabia do envolvimento da Bagshot com o caso era Tom Riddle, e ela confiava no garoto.

— Espera aí, você está lendo aquele seu romance? Pensei que estávamos aqui para fazer a tarefa de Astronomia – reclamou a ruiva.

Havia muitos alunos na biblioteca fazendo a tal tarefa, inclusive. Emma e Ilka tiveram a sorte de achar uma mesa somente para elas, e a superfície estava uma bagunça de livros sobre planetas e constelações e alguns pergaminhos.

— Já acabei o meu, estou apenas lhe esperando – respondeu Ilka.

— Sério? Posso ver como ficou?

Ilka deu de ombros e pegou o pergaminho enrolado, que estava guardado dentro de sua bolsa, entregando-a para Emma. O trabalho consistia em uma introdução à matéria, onde os alunos deveriam se interessar mais pelo assunto fazendo o seu próprio mapa astral. 

O trabalho deveria ser entregue no dia seguinte, e a professora havia passado há uma semana. Como uma boa aluna, Ilka havia feito no dia em que foi passado, enquanto os outros alunos estavam desesperados para fazer na véspera de entrega.

Emma parecia entender cada traço do mapa de Ilka, pela sua expressão. A Bagshot não pode esconder sua surpresa, não esperava que a ruiva realmente entendesse do assunto, visto que ela mesma não entendia muito.

— Você tem um mapa astral no mínimo contraditório Ilka – finalmente se pronunciou, depois do longo tempo que passou analisando o longo pergaminho – Existem dois signos opostos, mas que se destacam muito em todo o seu mapa: Câncer e Áries. Enquanto câncer é sensível, romântico e sensual, áries consegue ser egoísta, agressivo e intolerante. Não consigo entender como eles se encaixam, formando sua personalidade.

— Não sabia que entendia de astronomia e astrologia, Emma – confessou a loira.

— Meu pai trabalha com isso, ele faz as previsões do profeta diário. A astronomia é muito útil para os bruxos, sabe? Não influencia somente em nossa personalidade, existem épocas do ano em que nossa magia é mais forte devido a fase da lua e ao alinhamento dos planetas. Existem também plantas que são mais eficazes em poções durante certas épocas do ano por causa disso. Meu pai é tão fascinado com seu trabalho que é impossível não gostar também só de ouvi-lo falando  – respondeu a Macmillan.

— Não sabia disso. Você bem que podia dar uma revisada em Astronomia comigo qualquer dia desses, não é mesmo Emma? – Ilka sorriu para a colega, sendo sincera.

Emma sorriu de volta, animada com a ideia, e voltou a fazer o seu próprio mapa, devolvendo o pergaminho preenchido a Ilka. A menina Grindelwald voltou a abrir o seu livro, na esperança de retomar sua leitura quando sentiu alguém cutucar o seu ombro, tentando chamar a sua atenção.

Fechou seu livro mais uma vez, em um movimento frustrado, para encarar quem atrapalhava sua leitura.

Tratava-se de um primeiranista da Corvinal. Possuía a pele morena e os cabelos negros cacheados, encarava o chão envergonhado. Ilka o encarou com um olhar de desaprovação, ainda sem entender o que aquele garoto queria com ela. Foi quando ele lhe esticou a mão direita, na qual havia um pequeno pedaço de pergaminho dobrado.

Assim que pegou o papel das mãos do menino, ele saiu correndo para fora da biblioteca. Estranhou, e abriu o papel desconfiada. Era um recado breve e direto, escrito por uma caligrafia desconhecida até o momento, mas que Ilka compreendeu muito bem.

Hoje, às 23h.

Corredor esquerdo, no sétimo andar.

T.R.

Sorriu ansiosa para o evento da noite, dobrando o pequeno pedaço de papel e guardando-o no bolso de sua capa. Emma não deixou de notar o movimento da garota, por mais discreto que tivesse sido.

— O que estava escrito? – questionou.

— Nada demais, acabe esse trabalho logo, quero voltar para cama! – reclamou Ilka e Emma riu em resposta.

Macmillan não demorou muito para acabar o seu trabalho, já que ela sabia exatamente os livros que deveria consultar. Teve bastante facilidade traçando cada signo em seu devido lugar, foi uma tarefa rápida para ela, e não muito trabalhosa, uma experiência totalmente diferente da que Ilka havia tido uma semana atrás.

Enquanto Emma guardava os livros que havia pego para consulta, Ilka fechou o seu exemplar de Constantine Nott, satisfeita por finalmente acabar a história. O plot, era no mínimo previsível, mas isso não deixava a história menos interessante.

Foi um dia longo e entediante na opinião de Ilka. Como havia acabado seu livro no começo da tarde, teve de conviver com Emma tagarelando o restante do dia. Não era como se a loira não gostasse da Macmillan, havia aprendido a conviver e começava a apreciar sua companhia, mas Emma apenas conversava sobre as fofocas de Hogwarts e garotos, o que era bastante exaustivo e monótono às vezes.

Passaram a maior parte da tarde no quarto, dividindo algumas balas de limão. Sherbet Lemons, era seu nome, Emma disse que havia comprado em uma loja de conveniência trouxa, em sua última viagem.

A Macmillan acabou dormindo cedo, passavam-se alguns minutos das dez quando Ilka aproveitou para tomar um banho antes de ir se encontrar com Tom no sétimo andar.

Tomou seu banho e arrumou os cachos em seu cabelo com paciência, ajeitando a diadema de veludo negro no topo de sua cabeça logo em seguida. 

Não era uma noite fria, por isso optou por uma blusa simples de cor vermelho vivo, que deixava seus ombros à mostra e cobriam os cotovelos. A saia negra possuía botões prateados e quase lhe alcançava os joelhos, optou por não usar meias e apenas calçou seus saltos boneca. Depois de borrifar seu perfume algumas vezes, saiu do banheiro.

Caminhou pelos corredores e escadas, sempre esgueirando-se pelos lugares mais escuros, receosa. Não gostava de cogitar a ideia de ser pega por algum monitor e consequentemente ser punida.

Assim que chegou no lugar marcado, estranhou. O corredor no sétimo andar estava vazio e escuro, e parecia não haver nenhuma sala ali, Ilka tinha certeza que Tom não era estúpido o suficiente para fazer as suas tais reuniões ali no corredor. Escorou-se em uma parede e fechou os olhos, frustrada pela situação.

Talvez Walburga, ou suas outras amiguinhas Black e Rosier tivessem mandado aquele recado, passando-se por Tom e ela havia sido idiota o suficiente para cair no truque. Tão inteligente para algumas coisas, mas tão burra para outras, Ilka pensou de si mesma. Desencostou-se da parede, preparada para ir embora, mas uma silhueta não muito longe fez com que ela mudasse de ideia.

— Não esperava que fosse ser tão pontual, Grindelwald – ele se pronunciou, enquanto caminhava em sua direção - Perdão pela demora.

— Não tem problema dessa vez, não suporto a ideia de atrasos, deveria se acostumar.

— Pensei que não encontraria o lugar sozinha, por isso marquei com você mais cedo, os outros já sabem onde fica a nossa sala de reuniões – comentou Riddle, e Ilka se sentiu levemente ofendida.

— Eu não conseguiria encontrar o lugar sozinha? O que devo entender com isso? – questionou a garota, o desconforto é notável em suas palavras.

Tom apenas riu em resposta, e pôs-se a caminhar pelo corredor. Ilka apenas observou sua movimentação, ele foi e voltou duas vezes, na terceira uma porta começou a se materializar na parede. A garota não escondeu sua expressão de surpresa, nunca teria imaginado aquilo, de fato.

Aquela era a sala precisa, Batilda Bagshot havia a mencionado algumas vezes, mas não havia nada que provasse que aquele lugar realmente existia no castelo.

— Ok, eu admito. Eu nunca encontraria isso aqui sozinha – admitiu Ilka, e Tom apenas lhe sorriu em resposta.

O moreno tomou a frente, abrindo a porta para que Ilka entrasse primeiro, que aceitou o ato cavalheiro e passou, analisando o lugar.

A sala era enorme. Em seu centro havia uma longa mesa retangular, com quatro cadeiras de cada lado, além de uma cadeira maior em cada extremidade. As cadeiras pareciam ser de ótima qualidade, com estrutura feita de madeira e estofados de tom verde escuro. Um enorme e belo lustre se encontrava bem acima da mesa, iluminando boa parte da sala.

Outra parte da iluminação se devia a lareira no fundo da sala. Alguns manequins e alvos de treino estavam jogados em um dos cantos da sala. 

Os olhos de Ilka se iluminaram com a visão da sala e Tom logo se pôs ao lado da menina.

— O que achou? – perguntou ele.

— É maravilhoso, eu nunca imaginaria algo assim – confessou.

— Ótimo, preciso lhe mostrar algumas coisas. Tenho alguns planos em mente, e apreciaria sua opinião – ele disse, e Ilka apenas concordou, com um aceno de cabeça.

Riddle os guiou para o canto oposto ao que estavam os manequins e alvos. Ali, existia uma gasta mesa de escritório, com alguns pergaminhos e livros espalhados. Tom acendeu as velas do candelabro sobre a mesa, com um simples gesto de mão, na intenção de deixar o lugar mais bem iluminado. 

O movimento não passou despercebido por Ilka.

— Como fez isso? – questionou, surpresa pela habilidade do garoto.

— O quê?

— Você acendeu as velas sem auxílio da varinha, somente com as mãos. Como fez?

— Não sei como explicar, apenas consigo fazer alguns feitiços mais simples sem a varinha. Acontece desde a minha infância – explicou ele – Olhe, estava pesquisando sobre esse feitiço, já ouviu falar sobre? – perguntou, apontando para um trecho de um livro já aberto.

Não era de fato um feitiço, mas sim instruções para criar um. 

Segundo as explicações, uma marca deveria ser criada, o bruxo que desejava cumprir o que ali estava escrito deveria criar um feitiço para sua marca. O texto apenas dava o feitiço para passar essa marca ao corpo e, pelo que Ilka havia entendido, era uma marca criada para comunicação, ela esquentava quando o convocador desejava chamar os outros possuidores da marca.

— Nunca havia visto antes, parece complicado. Para que deseja esse feitiço?

— Não é óbvio? Quero tornar essas reuniões algo oficial, fazer dos frequentadores seguidores oficiais. Assim, ao invés de ficar mandando recados com dias e horários, eu os invocaria pela marca, parece bem mais prático.

— É, de fato, mais prático, mas também muito mais complicado de elaborar, não acha?

— Um pouco, mas se não fosse difícil não teria graça – ele complementou, com uma piscadela.

Ilka apenas riu, não estava acostumada com pessoas pegando suas manias. E Riddle começava a adotar suas maneiras audaciosas e flertes. Ela adorava aquele jogo, e Tom estava pouco a pouco aprimorando suas jogadas.

Os dois continuaram a debater por alguns minutos, as maneiras como podem realizar aquele feitiço e os possíveis desenhos que a marca poderia ter. Tom mostrou-lhe alguns rascunhos, e todos envolviam cobras, o que Ilka achou no mínimo previsível. A conversa não se prolongou muito, pois logo Abraxas Malfoy chegou, acompanhado por Orion Black.

Os dois garotos sentaram-se à mesa, e Tom logo acompanhou-os tomando seu lugar na cadeira da extremidade, onde poderia ter uma melhor visão de todos. Ilka não perdeu a oportunidade de sentar-se ao seu lado.

Faltavam poucos minutos para completar meia-noite quando os últimos integrantes do grupo passaram pela porta: Alphard e Walburga Black. A garota de cabelos negros não escondeu sua surpresa e fúria ao ver a Bagshot ali, e para agravar sua raiva: sentada ao lado de Riddle. 

Ilka também não esperava ver a Black ali, e inclusive desejava que ela ainda estivesse na enfermaria.

Walburga caminhou frustrada e tomou um lugar ao lado de Orion, enquanto Alphard sentou-se entre Ilka e o Malfoy, de frente para a irmã. A menina Grindelwald lançou um sorriso maldoso para sua declarada inimiga, que pareceu ficar vermelha de ódio.

— Agora que estão todos presentes, podemos finalmente conversar sobre o próximo passo  – Tom finalmente se pronunciou, com um semblante sério.

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "I M P E R I U S" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.