Ameaças de Areia. escrita por Carenzinha


Capítulo 4
N




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N

 

Mike Almire Fernandiz.

6/8/2023            

Das 15:30 até 15:40.

Eu estava incrivelmente feliz por ainda não ter definido meu horário fixo de trabalho, pois eu acordei um caco, e não estava muito disposto a ir à Flor de Lins exatamente 12:30. Eu abri meus olhos às 12:00 e só tive a coragem de tirar o pijama às 12:15.

Sei que parece um ato preguiçoso da minha parte, mas a demonstração, apresentação ou audiência acabou umas 23:00, até minha família parar de conversar era umas 23:30, cheguei em casa umas 23:40, depois quis ir tomar um banho. Como se isso não bastasse, ainda tinha vários telefonemas que eu recebia de parentes que estavam super orgulhosos de mim.

Acabei indo dormir umas meia noite e pouco. Fora que eu tinha passado por uma grande ansiedade e um nervosismo tremendo, portanto, não estranhei o fato de ter acordado com uma grande dor de cabeça.

Depois de me trocar e tomar um remédio para amenizar a situação, almocei e fui para Flor de Lins.

“Eu sou uma vergonha.” Murmurei para eu mesmo enquanto colocava minha mão em minha cabeça e a massageava, o remédio ainda não tinha feito efeito. “Eu não acredito que eu estou atrasado três horas do meu horário antigo.”

Subi as escadas e entrei no Laboratório.

“Pietra, eu ainda estou trabalhando na A-012?” Perguntei à secretária.

Ela deu de ombros e murmurou um:

“Sei lá, se vira.”

“Certo, eu já esperava isso.” Pensei e resolvi ir até a A-012, provavelmente ainda seria a minha sala.

“Senhor, você ainda quer aquela faca?” Ela perguntou com um sorriso doentio, aquela mulher realmente tinha uns parafusos a menos.

“Não, obrigado.”

“Se mudar de ideia, é só pedir.” Ela sorriu.

“Como essa mulher ainda não perdeu o emprego?” Eu pensei.

Quando cheguei na A-012 a porta estava fechada, empurrei a mesma mas, nada adiantou. Ela estava trancada.

“Alguém deve estar usando a A-012. Agora, qual seria a minha nova sala?” Eu pensei.

Eu já tinha tentado perguntar para Pietra, mas aquela secretária não era capaz de entender nada diferente de “facas”. Eu poderia perguntar para o diretor, mas eu não estava muito a fim de incomoda-lo, ele devia estar cansado da apresentação de ontem.

Portanto, achei que seria mais simples bater na porta e perguntar para a pessoa que a estava usando. Bati algumas vezes na porta, ouvi uma chave e fui recebido por Ethan.

“Mike! Entra aqui!” Ele disse animado, abriu ainda mais a porta e nós dois entramos.

A sala continuava a mesma de sempre, porém, aquele armário marrom estava enfeitado com pequenas flores de plástico. No lixo estavam alguns cacos de vidro, o que indicava que Ethan já tinha começado a trabalhar em seu novo experimento. Na grande mesa central estavam três vasos de mudas de árvores.

“Você não sabe, cara. Eu já sei sobre o que vai ser meu novo trabalho!” Ele falava radiante enquanto pegava um papel enrolado que estava no balcão e o estendia. “Plantas.” Ele apontou para as diversas espécies no papel.

“Plantas?” Eu perguntei curioso.

“É, descobri faz pouco tempo que eu tenho certo talento pra botânica. Agora eu vou estudar diversas espécies, cruza-las artificialmente, descobrir os melhores lugares para as espécies artificiais viverem. Isso não é supimpa, parceiro.” Ethan colocou a mão nos cabelos. “Ou ex-parceiros, sei lá.” Ele deu de ombros, embora não parecia ter falado aquilo com rancor.

Ethan começou a cortar uns talinhos de uma planta.

“Pode continuar me chamando de parceiro se quiser, eu já estou acostumado mesmo.” Sorri enquanto girava um vasinho que estava na mesa.

“Cuidado com isso, quebra fácil!” Ethan me repreendeu.

“Isso?”

“É.” Ele colocou as mãos nos cabelos novamente. “Eu ainda não tive tempo para dar nomes.”

“Uh certo.” Eu respondi.

“E sua sala? Já sabe qual vai ser?” Ele perguntou.

Eu não esperava ter recebido essa pergunta, eu achava que A-012 fosse continuar sendo a minha sala. O lugar que há meses fora meu e de Ethan, agora cheirava a plantas e adubo.

“Não.” Eu murmurei enquanto tornava a girar o vaso, sem perceber. “Eu gostaria de sei lá, dividir a sala.”

“O que disse?” Ele perguntou se virando para mim.

“Nada, nada!” Ethan sorriu para mim, me desafiando a mentir. “Eu não quero te incomodar.”

“É que eu achei que você fosse querer trabalhar sozinho na sua própria sala.” Ele disse confuso.

“Não. Eu queria trabalhar em um projeto sozinho, mas eu odiaria uma sala sem ninguém. Seria um tédio ter que falar bobagens com as paredes.” Eu disse e vi Ethan me olhar boquiaberto, com um pequeno sorriso em seus lábios.

Eu não queria ter uma sala apenas para mim, e eu fui sincero em contar isso. Se caso eu conseguisse dividir uma sala com outro cientista, eu gostaria que fosse com o Ethan.

O garoto era um tagarela sensível, mas eu o conhecia por sete longos meses, além do mais, ele tinha feito um discurso maravilhoso.

“Então, você tá dizendo que quer trabalhar em um projeto separado, mas dividir a A-012 comigo?” Ele perguntou.

“Bom, sim. Quero dizer, se você quiser, já que você chegou primeiro.” Disse tentando me expressar de um modo que não parecesse que eu estava sendo invasivo, embora eu estivesse. Já que queria dividir o lugar com alguém que tinha o direito de ter a própria sala.

“Dividir a sala?” Ele colocou a mão no queixo de um modo pensativo. “DEMOROU, ‘BORA’! PARCEIROS DE SALA!” Meu novo-velho parceiro sorriu.

“Parceiros de sala.” Eu falei. “Soa tão escroto quanto parceiros comuns.” Disse em um tom não ofensivo.

Nós dois rimos.

Foi quando ouvimos uma batida na porta.

“Quem é?” Perguntei e logo depois olhei para Ethan, que deu de ombros. Aparentemente o jovem não estava esperando ninguém.

“Diretor Iera.” Falou uma voz grave do outro lado da porta.

Ethan e eu nos entreolhamos confusos e um arrepio surgiu na minha nuca. Eu suspeitava qual era o motivo de Tarcísio estar batendo na porta, tínhamos confessado nossos sentimentos enquanto pessoas importantes estavam esperando a vacina, mas sabia que meu colega pensava o mesmo. Enquanto minha cara estava de pura preocupação ele sorria incrivelmente confiante.

“Pode entrar.” Disse tentando esconder meu desconforto.

O jovem me olhava ainda mais confuso, provavelmente sem compreender a bronca enorme que levaríamos. Pude vê-lo gesticular a frase: “tenho certeza que deve ser elogio”, eu respondi balançando a cabeça em negação, o garoto deu de ombros.

Tarcísio entrou na A-012 com uma feição incrivelmente ranzinza. Se posicionou na nossa frente com os braços cruzados.

“Então.” Ele disse com uma voz ríspida. “O que os senhores têm a dizer sobre a demonstração de ontem?”

Eu engoli a seco, sabia o que viria pela frente, estaríamos encrencados.

“Acho que a gente manjou mui...” Ethan ia terminar a frase, mas seus olhos se encontraram com a raiva do diretor e decidiu repensar. “Acho que fomos muito bem, diretor.” Ele passou as mãos pelos cabelos, o jovem tinha problemas com a linguagem formal.

O homem pareceu fuzilá-lo com o olhar. Logo depois olhou para mim com uma cara desapontada.

“Achei que pelo menos o senhor saberia salvar essa apresentação.” Tarcísio depois olhou para Ethan e murmurou. “Já que o seu colega é um caso perdido.”

Percebi as bochechas do jovem ficarem vermelhas de raiva, porém não retrucou. Eu gostaria de ter falado que Ethan era um bom cientista, porém eu não sabia se isso era apropriado no momento, já que estávamos tomando uma bronca.

“A questão é que o discursinho de vocês não era muito bem o que eu esperava.” Falou com desprezo.

Ethan e eu assentimos desapontados, ele mais do que eu, já que eu esperava uma fala do tipo.

“Porém, isso acabou não atrapalhando as vendas, a demonstração e nem a reputação do Laboratório. Pelo contrário, alguns dos presentes até gostaram do âmbito emocional e de vocês conversando entre vocês mesmos... embora eu discorde.” Ele prosseguiu. “Portanto, devo parabenizá-los. Mesmo que eu não concorde totalmente com o que fizeram. Os senhores conseguiram desenvolver a vacina.”

“Obrigado.” Nós dois falamos juntos, embora confusos se essa deveria ser mesmo a resposta. Tínhamos levado uma bronca.

E dizendo isso, o diretor saiu e fechou a porta.

“Argh. Eu realmente detesto aquele cara.” Ethan disse logo depois que Tarcísio saiu.

“Ei, Ethan, posso perguntar uma coisa?” Resolvi soltar a pergunta sobre ele que tanto me deixava intrigado. “Não precisa responder se não quiser.” Acrescentei.

“Claro.” Ele respondeu enquanto regava uma muda.

“O que aconteceu entre você e o diretor? Ele parece não confiar em você...”

“Ah, ele não confia.” Ethan deu de ombros. “Me acha um completo desastrado. Tudo isso só porque eu quebrei a droga de elefante de porcelana dele.” Ele disse um tanto indignado.

“Elefante de porcelana?” Eu perguntei confuso.

“Você nunca esteve na sala do diretor?” Ethan perguntou, e eu neguei. “Bom, aquele homem é pirado! Acredita que ele coleciona elefantes de vários tamanhos?!”

Eu tentei imaginar como seria a sala de Tarcísio.

“Aquilo parecia sei lá, uma passagem pra um templo hinduísta. E o Tarcísio não tem cara de indiano.” Ele sorriu, mas logo depois fechou a cara e completou irritado. “Eu só quebrei doze elefantes.”

“Doze?!” Eu disse incrédulo, como Ethan podia achar isso um número pequeno.

“É, e o diretor deu um baita piti só por causa de doze objetos fáceis de qualquer um esbarrar e quebrar.” Ele bufou. “Vê se pode um absurdo desses!”

“Um absurdo.” Disse de um modo falso entre risadas sem nem acreditar que meu colega tinha sido tão desastrado. “Afinal doze não é quase nada.” Continuei no tom irônico.

“É, olha que eu nem quebrei a sala toda.” Ele retribuiu no mesmo tom.

“Só não fez isso porque o diretor te expulsou antes, aposto.” Brinquei, o que fez Ethan pegar um pouco de terra molhada de um vaso com uma pá e jogar a terra na minha cara.

“EI!” Eu disse pegando um papel e limpando a terra. Depois o joguei em Ethan, o que fez o garoto rir.

“Eu não sou lixo! Taca isso na sua fuça!” Ele jogou o papel para mim e nós dois rimos ainda mais.

“Na verdade, é lixo sim.” Eu respondi e ele mostrou a língua para mim.

Às vezes, era complicado acreditar que Ethan tinha 18 anos e eu mais de 20, parecíamos duas criancinhas do primário.

“Aproposito, valeu pelo discurso, sabia que você ia mandar bem.” Eu comentei enquanto jogava o papel na lata de lixo.

“Ah, eu nasci pra isso.” Ele disse em uma posição de alguém se vangloriando, apontando o dedão para si mesmo. “Aliás, você viu os dois gatões que estão nas molduras?”

“O que?” Eu perguntei incrivelmente confuso com a frase aleatória.

“É sério que você ainda não viu?” Ele perguntou surpreso. “NINGUÉM TE FALOU NADA? A PIETRA NÃO TE MOSTROU?”

“Não.”

“AAAAH EU NÃO ACREDITO!” Ethan levou as mãos na cabeça. “Se bem que eu ficaria surpreso se a Pietra tivesse se interessado em te mostrar, ela não fala nada diferente de...”

“Facas?” Eu perguntei.

“É isso ai, parceiro!” Ele apontou o dedo para mim e depois sorriu. “AGORA VEM VER! VEM VER!”

Ethan começou a correr feito uma criança de 5 anos que acabou de ver uma máquina de pipoca, eu não tive outra escolha sem ser segui-lo.

Do lado direito da porta do corredor que vai para o saguão existe uma estante de troféus. Como se não bastasse os certificados emoldurados na parede, existe também prêmios famosos recebidos por diversos cientistas. Quando sobrava um tempo, eu apoiava minhas mãos no vidro da estante e contemplava os troféus importantes que ilustres cientistas receberam.

Mas, Ethan estava correndo tão rápido que esbarrou na estante, teve muita sorte de não ter derrubado ela ou quebrado algum troféu.

“Cuidado, você pode quebrar alguma coisa.” Pietra disse sem desviar os olhos da tela do computador. Tinha uma voz completamente indiferente, o que demonstrava que ela não se importava de verdade.

“DESCULPE!” Ethan endireitou o corpo e olhou para a estante. “Ainda continua em pé, sinto muito Ourinho.” Ele murmurou.

Eu revirei os olhos, Ethan tinha nomeado todos os troféus da estante.

Meu colega veio caminhando alegremente até mim, ficou do meu lado, suspirou aliviado e disse:

“Ufa, os 275 troféus e as 165 medalhas estão salvas.”

“VOCÊ CONTA ESSAS COISAS?” Eu arregalei meus olhos sem nem acreditar.

“Uh, eu tenho memória fotográfica.” Ele disse em um tom mais baixo que o normal vendo os cientistas que estavam próximos. Ele notou minha cara de desconfiado e completou. “Eu também tenho muito tempo livre.”

Eu assenti. Na minha opinião, ele tinha falado um número aleatório, mas eu não contaria aqueles objetos para ter certeza se ele estava certo ou não.

“Foi mal o tom de voz, parceiro.” Ele cochichou. “É que eu não queria que aqueles caras ali pensassem que eu tivesse um parafuso a menos.” Ele apontou de um modo nada discreto para os cientistas sentados nas cadeiras.

Eu revirei meus olhos sem acreditar no que ele tinha dito.

“Ethan, ontem você fez um discurso para uma audiência inteira.”

“Sim, mas as circunstancias são outras, parceiro.” Ele disse dando um tapinha no meu ombro. “Agora vem.” Eu o segui até a parte dos Destaques.

E lá estavam as nossas fotos.

Eu tinha escolhido uma pose mais formal. Minha postura estava ereta, eu não sorria, meu cabelo estava alinhado e eu tentava transmitir um ar respeitoso. Eu estava orgulhoso da minha foto. Embaixo da moldura estava escrito com letras douradas “MIKE ALMIRE FERNANDIZ.”.

“Ethan Feduncio. Ethan Feduncio, por que não apenas Ethan?” Meu parceiro falava indignado enquanto passava seu indicador pelas letras douradas de seu nome. “Acha que eles vão notar se alguém riscar esse sobrenome com caneta permanente? Sabe, ‘acidentalmente’.” Ele fez aspas enormes com os dedos quando falou “acidentalmente”.

“Uh, eu não duvido, Ethan.”

A foto de Ethan era completamente o oposto da minha. O garoto de dezoito anos fazia uma pose extrovertida, colocava um pouco da língua para fora enquanto mostrava seus dentes. Dava uma piscadela com o olho direito e fazia uma “arminha” com a mão direita. Os cabelos estavam completamente bagunçados e, se não fosse o jaleco, eu nunca diria que era um cientista Destaque da Flor de Lins, já que parecia um adolescente que tinha acabado de começar a faculdade.

Depois de ficarmos olhando para a nossa feiura por alguns longos minutos, decidimos voltar para a A-012.

Aquela imagem do dedo do diretor continuava na minha cabeça, eu não poderia ter imaginado, poderia? Eu precisava perguntar para alguém que também estava comigo lá, e esse alguém seria Ethan.

“Então, sobre o que vai ser seu trabalho?” Ele me perguntou enquanto pegava uma pequena pá.

“Uh, eu ainda não sei.” Respondi sincero.

“Mas, eu sei que você vai descobrir logo, parceiro.” Ele disse enquanto se dirigia até o grande armário marrom.

Eu respirei fundo e mandei a pergunta.

“Ethan, sei que parece um absurdo, mas você viu areia saindo do dedo do diretor na apresentação?” Em outras circunstancias eu teria dado risada de perguntar algo do tipo, mas dessa vez era sério.

Ethan me olhou com uma cara confusa, provavelmente checando se era seguro continuar falando comigo ou se eu estava louco.

“Não.” Ele respondeu sem entender muito bem. “Você tá bem, parceiro?”

“Acho que sim.” Eu assenti, embora eu tivesse total certeza que eu tinha visto aquilo.

Meu colega caminhou até o armário, o abriu silenciosamente e soltou um enorme grito.

“AAAAAAAHHHHH!”

“ETHAN!” Eu o repreendi. “QUER ME MATAR DO CORAÇÃO.”

“Talvez.” Ele disse. “MAS AGORA A GENTE TEM QUE RESOLVER ALGO MUITO MAIS IMPORTANTE!” Ele pegou um grande saco e o colocou na mesa, estava com uma feição desesperada.

Era um saco de areia com um buraco feito as pressas, a areia saia por ele.

“ESTÁ VENDO ISSO?” Ele apontou várias vezes para o buraco. “QUANDO EU COLOQUEI ESSE SACO AQUI NÃO TINHA NADA! NADA! E AGORA O SACO TÁ LEVÍSSIMO!” O olhar dele era de desespero. “MAS O QUE ACONTECEU AQUI? MER...”

“CALMA! Tem certeza que não estava vazando quando você comprou?”

“Bom, sim.” Ele disse de uma maneira mais calma. “Acho que eu não seria burro de comprar algo vazando.” Ele deu de ombros.

“Então, você chegou aqui com o saco e não mexeu nele?” Eu perguntei.

“Isso. Pelo o que eu me lembro, eu saí da A-012 umas duas vezes, mas depois eu voltei e não mexi no armário. ISSO É IMPOSSIÍVEL!” Ele levou as duas mãos na cabeça.

“Calma, Ethan. Tenho certeza que vamos resolver isso.” Eu disse, embora duvidando. “Mas, que tal irmos comprar um novo saco, inteiro dessa vez?” Eu sugeri e ele assentiu sorrindo.

Primeiro o diretor, depois o saco.

Tinha algo estranho acontecendo, e eu sabia que eu não estava ficando maluco.


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