Ameaças de Areia. escrita por Carenzinha


Capítulo 1
I


Notas iniciais do capítulo

OI
EU TO MUITO FELIZ DE ESTAR POSTANDO ESSA HIST?“RIA
ESPERO QUE GOSTEM AAAAAAA

AVISO DE GATILHO: Suicídio



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I

 

Mike Almire Fernandiz.

30/8/2023          

Das 13:00 até 13:15.

Ouvi batidas apressadas na porta do meu quarto, o que me fez pausar o filme que eu assistia para abri-la.

Rapidamente, meu irmão Silas entrou em casa e encostou em uma parede. O olhar dele era de pânico, ele estava pálido de pavor.

Meu irmão estava com a camiseta regata completamente rasgada e suada, sua face estava cheia de hematomas e cortes querendo cicatrizar. Seu olho direito estava tomado por uma mancha roxa e a expressão de Silas estava longe de ser uma das melhores.

Eu arregalei os olhos e, instintivamente, minhas mãos começaram a suar e a tremer. Eu nunca imaginei que veria meu irmão chegando em casa cheio de medo e chagas no corpo.

“SILAS? O QUE ESTÁ ACONTECENDO?” Eu estava desesperado, meus olhos estavam arregalados e, só de ver meu irmão naquela situação, eu já me enchia de pânico.

Os cabelos dele estavam bagunçados, o rosto era praticamente de alguém sem vida, ele tremia e parecia ter ficado um tempo sem dormir. Meu irmão também tinha perdido peso e parecia ter perdido os sonhos e a alegria.

Ele cambaleou até mim e me envolveu em um abraço, onde bagunçou meus cabelos com a mão tremula. Olhava para o meu irmão sem saber o que fazer.

“SILAS, O QUE É ISSO? QUER UMA ÁGUA? UM SUCO?” Eu estava muito aflito, ver meu irmão naquele estado acabava comigo. Eu precisava saber o que estava acontecendo.

Silas negou, se afastou desfazendo o abraço.

Meus olhos ardiam, eu sabia que iria chorar. Meu irmão sempre foi alguém cheio de vida e piadas, mas apareceu todo machucado em casa, sem explicar o motivo.

Silas olhou para mim um tanto vacilante. Abriu a boca para falar algo e a fechou, a abriu novamente tentando escolher as palavras. A voz dele saia como um sussurro, era tão fina que parecia praticamente inaudível.

Com respiração ofegante, suor extremo e tremedeiras meu irmão murmurou:

“A mãe e o pai estão em casa?”

Eu neguei, eles tinham saído para ir trabalhar.

“Ótimo.” O ouvi sussurrar com dificuldade.

Eu estava perdendo o fôlego de preocupação, meu suor pingava no tapete, eu não sabia o que estava ocorrendo.

“SILAS, O QUE ESTÁ ACONTECENDO?”

Mas, meu irmão nada dizia sem ser demonstrar um enorme cansaço.

Silas fez um gesto com a mão para que eu o acompanhasse até a janela do quarto. Ele me encarou e disse com dificuldade enquanto espumava saliva.

“Mike, eu es-estou se-sendo contro... controlado...”

“Silas, está tudo bem? Você deve estar delirando, eu te levo para seu quarto, faço um lanche...” Eu tentei convence-lo, mas meu irmão colocou suas duas mãos geladas em minhas bochechas e balançou a cabeça.

“Não, Mike.” Sua voz vacilava, lágrimas escorriam de seu rosto, e do meu também. Eu não sabia o que estava acontecendo, mas me dava uma angustia vê-lo assim. “Eu descobri. Aquilo... aquilo con-controla as pessoas. E-eu te-tentei me livrar, mas isso só me des-destruiu.” Ele olhou para as marcas de arranhões nos braços.

“Isso o que, Silas? VOCÊ ESTÁ ME ASSUSTANDO, O QUE FOI?”

Meu irmão fez um sinal para que eu me calasse. Ele parecia um tanto tonto e os olhos fugiam do foco.

“Só prometa que não vai contar aos nossos pais o que aconteceu.”

“O que?” Eu pensei incrivelmente assustado, meus olhos estavam arregalados e imaginava muitas coisas. Meu irmão poderia estar encrencado.

“Contar o que, Silas?!” Eu perguntei. Vi as feições do meu irmão implorando por uma resposta, como se tudo dependesse daquilo.

“Apenas prometa.” Ele disse com um fio de voz. “Se caso perguntarem algo sobre mim...” Ele parou e colocou a mão na cabeça, como se tentasse espantar uma imensa dor. “Só... só diga que eu estou na faculdade. Tenho certeza que eles não vão estender o assunto.”

Ele cambaleou mais um pouco. Sua perna direita parecia querer chutar algo, mas ele fazia um grande esforço para ela não fazer isso. Murmurava baixinho coisas como “não vão me controlar”.

Aquela cena era desesperadora, eu não tinha ideia do que fazer, mas sabia que aquela resposta seria importante para o meu irmão, só não sabia o motivo dela.

Encarei sua cara machucada e cheia de pânico, ele implorava para que eu jurasse não contar. E, em um ato vacilante, respondi:

“Eu prometo.”

Silas abriu um pequeno sorriso e tornou-se a chorar. Apoiou sua mão direita na parede e disse com uma voz melancólica:

“Eu não aguento mais ser controlado.”

Eu podia ter perguntado inúmeras coisas, mas, como se tudo passasse diante dos meus olhos, Silas se jogou da janela.

“TOME CUIDADO COM AS AMEAÇAS DE AREIA!” Ele gritou antes de cair.

Eu dei um tapa na minha cara e comecei a chorar como nunca. Minhas pernas ficaram bambas e eu senti como se o chão estivesse se partindo.

Meu coração pareceu se quebrar, lágrimas quentes percorriam o meu rosto. Eu estava completamente desesperado.

Dei um tapa em meu rosto novamente. O que teria sido aquilo? Eu teria conseguido impedi-lo? Meu ser estava apertado, meu irmão tinha se sacrificado por algo que parecia importar muito, e agora eu nem poderia contar isso para meus pais.

Me lembrei de todos os momentos incríveis com Silas e de todas as vezes que ele foi o melhor irmão do mundo.

Levei minhas mãos à cabeça e soltei um grito de terror.

Meu irmão tinha se suicidado bem na minha frente, no meu quarto, e eu não conseguido fazer nada para evitar isso.

Desci as escadas, vacilante, segurei no corrimão e chorei como nunca.

Minha cabeça parecia explodir.

Quando cheguei à calçada, esperava encontrar o corpo do meu irmão, com vizinhos olhando em volta. Porém, o que eu vi foi algo ainda mais assustador e preocupante.

Um monte de areia estava amontoado no lugar em que era para estar o corpo.

Embaixo da minha janela, muitos grãos de areia estavam juntos, e Silas tinha sumido.

Perdi o peso dos meus joelhos e caí, levei minhas mãos a cabeça e chorei como um derrotado.

Eu não conseguia parar de tremer, estava desesperado, átono e confuso.

Algo tinha feito meu irmão se suicidar e agora o corpo dele tinha sumido.

E eu não iria descansar até obter as respostas.


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