Powerless Against You escrita por Shiroyuki


Capítulo 1
Capítulo 1. Momento


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoas! Se alguém que tá passando por aqui lê ou já leu alguma fanfic minha, pode tá pensando "que que essa maluca tá fazendo aqui, na cara de pau, postando coisa nova sem ter terminado as outras". Desculpa, se for o caso, eu sou um fracasso, reconheço.
Mas é tododeku ç-ç e eu sou fraca ç-ç
A verdade é que eu comecei a escrever essa fic ano passado (ou retrasado? não sei, não lembro...) quando li o mangá de BnH e fiquei maluca, pirada, oh meu deus que otêpê maravilhoso! Como eu tenho um total de zero controle sobre isso, comecei a escrever, e fui alimentando a história lentamente até agora. Como cheguei nos capítulos finais (da escrita) (só depois de anos, é, eu sei, vergonha) resolvi começar a postar a história, ver como ela se sai, e também, ter alguma motivação pra enfim terminar-lá (ela tá praticamente completa, juro).

Enfim, to postando isso por motivos puramente egoístas, sorry .-. mas espero que quem esteja lendo, curta bastante ela, porque eu amei escrever com esse casal amorzinho mais fofo do meu coração ♥ ♥



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— Capítulo 1 — 


Momento



Todoroki Shouto claramente não era mais o mesmo após o Festival Esportivo da U.A. High. Todoroki Shouto não era mais o mesmo, após o impacto causado, não pelos golpes, mas pelas palavras de Midoriya Izuku durante a luta entre os dois.

Essa mudança era evidente demais para ser disfarçada, e mesmo seus colegas de classe mais distraídos perceberiam a transformação no garoto, embora ninguém tivesse a audácia de fazer qualquer comentário abrangendo o assunto. O único que sabia exatamente o que estava acontecendo ali era o próprio Izuku, e ele seria de longe a última pessoa a fazer piada sobre a repentina mudança de hábitos do seu colega – que, agora, ele tinha o prazer de considerar um amigo.

Como era de se esperar de alguém como Shouto, ele se aproximou devagar, quase como se não quisesse realmente fazer isso. As primeiras amarras que antes o prendiam e estagnavam no mesmo lugar começavam a se soltar, e Midoriya jamais iria pressioná-lo ou apressá-lo sobre isso. Shouto seguia seu próprio ritmo, e Izuku estava mais do que satisfeito em esperar e aceitar o que quer que ele estivesse disposto a dividir.

O fato era: Shouto não sabia como ser próximo de outras pessoas. Ele nunca precisou desse tipo de habilidade em toda a sua vida, e seu pai certamente jamais incentivara esse comportamento em seus treinamentos. Shouto estava pisando em ovos nesse terreno desconhecido, mas a facilidade de Izuku em aceitá-lo, apesar da sua óbvia falta de experiência, o deixava absolutamente mais à vontade em continuar a tentar.

Primeiro, ele começou a cumprimentar Midoriya na entrada e na saída da aula. Isso era fácil, quase ninguém notava os pequenos trejeitos e inclinadas de cabeça que ele direcionava ao garoto, que o respondia com Bom-dias e Até-amanhãs absolutamente animados, e um sorriso que ocupava todo o seu rosto. Todoroki sentia uma satisfação pessoal inexplicável internamente, cada vez que conseguia completar esta tarefa.

Izuku era muito mais proativo e entusiasmado que ele próprio, e não demorou para que ele tomasse as saudações diárias como incentivo para incluir Shouto em todas as conversas paralelas que estivesse mantendo antes das aulas ou durante os intervalos, parando alguns segundos de falar sobre o que quer que estivesse discutindo com Uraraka, Iida ou Tsuyu para se inclinar virado para atrás da sua carteira e perguntar qual era a opinião de Shouto sobre o assunto.

Ele sempre era pego desprevenido nessas situações, mas respondia sem hesitar. Logo, o ato de incluir Shouto em todas as conversas entre as aulas passou a ser algo tão rotineiro que ninguém pareceu notar quando ele parou de responder do seu lugar ao fundo e passou a se juntar aos outros ao redor da classe de Izuku. Ele nunca falava nada além do solicitado, e suas respostas poderiam ser consideradas curtas demais para se manter um diálogo, mas Shouto sentia pela primeira vez como era ser incluído em algo sem que sua personalidade fosse um empecilho para os outros.

Então, no dia em que Izuku o chamou no final da aula e pediu pelo número do seu telefone, soou absolutamente natural. E quando Shouto passou a se instalar junto de Iida, Uraraka e mais quem quer que estivesse junto de Izuku durante o horário de almoço, isso também não foi nem um pouco estranho. Izuku parecia ter o dom de atrair pessoas ao seu redor e fazer com que elas se sentissem à vontade com isso, e Shouto não se importou nem um pouco quando também foi atraído por essa luz que ele emanava sem nem mesmo se esforçar.

Não era difícil conversar, quando Izuku estava lá para preencher qualquer silêncio estranho que pudesse acontecer. Talvez isso fosse porque ambos eram absolutamente inexperientes com relação a manter amizades – por razões distintas, e Midoriya era de longe muito mais habilidoso nisso do que ele – então,  havia certo conforto no fato de estarem experimentando juntos, pela primeira vez, essa realidade.

Apenas a exposição a essas situações traria a prática necessária para que relações se tornassem normais para ele, Shouto tinha consciência disso. E ele queria, mais do que qualquer coisa, que estar próximo a Midoriya daquela forma se tornasse logo algo natural. Só assim, ele não se sentiria mais tão nervoso a cada nova interação, e poderia, enfim, aproveitar plenamente aquela nova relação que ele gostava de chamar de amizade, e que era tão preciosa para ele.

Lentamente, Shouto começou a se acostumar, e a se sentir disposto até mesmo para soltar um ou outro comentário irônico, que poderia ou não ser considerado engraçado. Fazer outras pessoas rirem era, certamente, algo novo em seu cotidiano, tanto quanto ter companhia, e ter a sensação de que sua presença era completamente aceita naquele grupo.

E, com tantas coisas novas acontecendo todos os dias na escola, voltar para casa no final da tarde era nada senão uma tortura, lenta, arrastada e a qual ele já estava acostumado, mas que, mesmo assim, continuava a ser tão indesejável como sempre. Talvez ainda mais, agora que ele havia experimentado como era ter algum alívio da presença sufocante do seu pai o tempo todo, como era se relacionar com pessoas que não pretendiam usá-lo como uma ferramenta, que o tratavam como uma pessoa e não como um investimento, um plano ou o que quer que Endeavor pensava do seu filho. Ouvir, por vezes, os relatos da vida familiar dos seus amigos e ter a certeza de que não precisava ser daquele jeito, talvez fosse a parte mais difícil. Era mais árduo se esforçar para aguentar a forma como ele estava acostumado a ser tratado anteriormente, quando ele sabia que existia algo melhor longe dali.

A conversão da U.A. High em uma instituição interna foi uma surpresa, tanto inesperada, quanto bem vinda, para Shouto. Pela primeira vez em toda a sua vida, ele estaria todos os dias em um lugar longe do alcance de Endeavor. Podia passar seu tempo da forma que preferisse, tomar as próprias decisões sobre como e quando estudaria, treinaria, e se alimentaria. O alívio era tão grande quanto a confusão, já que nunca havia disposto de tanta liberdade em suas mãos antes. Mas estava mais do que disposto a aprender a lidar com a oportunidade de tomar decisões e de se organizar por si próprio, também. Era o que mais queria, afinal.

A convivência em grupo, morando com os demais colegas, também ocasionou uma maior proximidade entre todos, e, no caso de Shouto, em especial, com Midoriya. Ele havia se acostumado bem com a presença de Uraraka, Iida e todos os amigos próximos de Izuku, que parecia, na verdade, se dar perfeitamente bem com cada um daquela classe. Mesmo Bakugou, Shouto conseguia fazer um esforço para aturar, já que, quando ele estava perto de Kirishima ou Kaminari, não era tão difícil assim ignorar a personalidade irritante do garoto. Porém, era um fato distinto que estar perto de Midoriya era mais confortável para ele, embora ele próprio não soubesse exatamente se havia uma razão para tal. Algo em si dizia que era provável que ele estivesse irremediavelmente destinado a gravitar ao redor de Midoriya Izuku por toda a sua vida.

Apesar disso, Todoroki gostava de se isolar de tempos em tempos, de ter um espaço só seu para pensar com calma, e, às vezes, por mais que se esforçasse, a companhia de todos os outros era apenas barulhenta e caótica demais para que ele conseguisse acompanhar. Ele não estava acostumado a ter tanta gente, tanta conversa e tanto entusiasmo em sua casa. Mesmo assim, participava das atividades em grupo que eram propostas, fosse para revezar sobre quem iria fazer o jantar para todos e quem lavaria a louça depois, nas noites de filme que Jirou havia proposto em uma ocasião (e que acabou se tornando um evento semanal), ou quando todos estavam tão estressados com a proximidade das provas que acabavam se reunindo na sala comum para estudar em grupo, o que geralmente não resolvia nada em relação aos estudos, mas ao menos servia para acalmar os nervos, sabendo que havia mais gente desesperada ao seu redor.

Era consideravelmente mais fácil, para Shouto, se inserir no grupo se Midoriya estivesse por perto. Mas isso era apenas um detalhe, e ninguém reparava nesse tipo de detalhe. Porque a aproximação dos dois aumentava com o passar do tempo, e, a cada obstáculo, a cada luta e a cada inimigo enfrentado, o sentimento de união, cumplicidade e preocupação também gradualmente se elevava.

Em algum momento, nenhum deles tinha mais certeza se esse sentimento se resumia a somente isso. Nenhum deles parou para pensar mais claramente sobre isso, também. Havia mais com o que se preocupar.

Para Shouto, Midoriya se tornou um porto-seguro. Alguém para quem retornar, quando todo o resto perdia o sentido. Era ele quem estava lá, quando Shouto perdia o sono por causa de algum pesadelo mais realista, e precisava de algo para fazê-lo voltar à si. Ele sempre respondia as mensagens, não importando que horas da madrugada Shouto as enviasse.

Ele estava lá, quando Shouto descia para a cozinha, depois de perder o sono, e os dois tomavam chá juntos, conversando em voz baixa até tarde da noite sobre suas vidas, seus medos, sobre o programa de televisão que passou ontem, sobre a aula prática que Aizawa-sensei estava planejando fazer, sobre os colegas de aula do ensino fundamental, sobre os feitos de All Might, ou sobre qual era a melhor marca de cereal matinal.

Ele também estava presente, todas as manhãs, esperando Shouto no hall de entrada do dormitório para que eles fizessem todo o caminho até o prédio principal juntos. Iida, Uraraka ou Tsuyu variavelmente os acompanhavam, às vezes Yayorozu e Jirou, ou Kirishima também, mas Midoriya era sempre a presença constante, esperando-o junto à porta, mesmo quando ele se atrasava um pouco, e os dois acabavam tendo que correr um pouco mais para chegar na hora certa.

Era o rosto de Midoriya que ele visualizava em sua mente, cada vez que estava em alguma situação limite durante os treinos, as aulas práticas ou as experiências fora da escola que já havia tido até ali. Era por Midoriya que ele procurava, quando no fim de alguma batalha, todos os que estivesse feridos se reuniam para esperar pela Recovery Girl. E Midoriya sempre estava entre os feridos, é claro. Shouto não sabia dizer o motivo desse fato irritá-lo tanto. Porque Midoriya não conseguia lutar sem quebrar pelo menos dois ou três ossos no processo, e ele já devia estar acostumado com isso a essa altura, mas sempre que o via com ataduras, compressas, hematomas pelo corpo, sentia como se a dor o invadisse um pouco também.

Shouto não saberia apontar exatamente o momento em que isso aconteceu, mas Midoriya Izuku provavelmente já o conhecia e sabia mais sobre a sua vida do que ele próprio. Fosse para estudar para as provas, para fazer os trabalhos e pesquisas juntos, ou para apoiá-lo nas aulas práticas e nas atividades de campo, Shouto sabia que não precisava pedir; Midoriya sempre estaria pronto para estender a mão e oferecer ajuda, mesmo que ele não precisasse. Na maior parte das vezes, ele não precisava nem mesmo verbalizar – uma simples troca de olhares se tornou o suficiente para entendimento mútuo, e o sorriso confiante de Izuku era tudo o que ele precisava para saber que a sua mensagem havia sido transmitida com sucesso.

E quem poderia culpá-lo por deixar todas as defesas que ele penosamente foi obrigado a criar, durante todos aqueles anos, ruírem-se com o simples vislumbre daquele sorriso? Shouto tinha plena consciência de que seu comportamento ao redor de Midoriya não era exatamente normal, e não era mais o mesmo.

Ele sabia que não sentiria nada assim com nenhum dos seus outros colegas. As trocas de olhares mais significativas do que seria de se esperar durante qualquer parte do dia; as ocasiões em que, quando assistiam filmes todos juntos, os dois acabavam dormindo apoiados um no outro; o fato de que o toque de Midoriya era o único que não o fazia reagir sobressaltado ao pegá-lo de surpresa. Isso tudo significava algo. Shouto se recusava a pensar nisso mais profundamente.

Tinha medo da resposta a que chegaria, caso o fizesse.

 

 

Shouto tinha plena consciência de que estudaria muito melhor sozinho em seu quarto, e que seria infinitamente mais fácil se concentrar no que quer que ele estivesse lendo sem todo o barulho de conversas paralelas, grunhidos de impaciência, choros desesperados e risadas incrédulas que provinham do grupo reunido na sala comum do dormitório.

Alguma mente brilhante havia proposto novamente que eles fizessem uma espécie de grande grupo de estudos, no qual pudessem ajudar uns aos outros nos tópicos que tivessem mais facilidade. Havia se tornado um costume, fazer isso antes de cada avaliação. Claro que isso soava como um grande pedido de ajuda de quem já não via esperanças no seu futuro, e ele estava pronto para recusar a proposta sem hesitar, como já havia feito em outras ocasiões – mas Midoriya foi enviado para convidá-lo, e quem quer que tivesse tido a ideia de mandá-lo para fazer isso não estava jogando justo, pois ele não conseguiria dizer um ‘não’ completamente sincero diante da face otimista e animada de Midoriya Izuku da mesma forma que faria com qualquer outro que ousasse aparecer na sua porta com esse convite.

Ele só precisou insistir uma única vez, e, quando percebeu, Todoroki já estava sentado em um sofá ao lado dele, com um livro de matemática aberto no seu colo, tentando explicar o básico de como se fazia uma expressão de segundo grau (algo que já devia ser uma segunda natureza para um estudante do colegial) com o mínimo de palavras possível para uma Ashido muito confusa. Midoriya era muito melhor nisso do que ele – ele só precisou explicar uma única vez os problemas de física para Uraraka, e ela já havia entendido perfeitamente.

Pelo menos ele não era como Bakugou, que, no momento, estava batendo com o livro na cabeça de Kirishima até que ele compreendesse o conteúdo, reclamando aos berros sobre como ele não conseguia entender aquele conceito tão simples, seu bosta, até um aluno do fundamental sabe como fazer isso! Kaminari tentava argumentar sobre como aprender esse tipo de coisa era completamente inútil para heróis, e Sero, em um ato de completo desespero, até propôs que todos eles boicotassem as provas e protestassem contra a instituição de mérito baseado em notas, o que foi sabiamente ignorado por todos.

Enfim, aquele clima caótico não parecia sequer minimamente apropriado para um ambiente de aprendizado, mas todos pareciam muito confortáveis mesmo com todo o barulho, e, pelo menos, alguns poucos pareciam estar se beneficiando com a sessão de estudos. Hagakure passava com uma bandeja flutuante, nas suas roupas também flutuantes, oferecendo chá ou café para quem quisesse, e havia alguns pacotes de salgadinhos, biscoitos e outras besteiras, que iam sendo consumidas de acordo com a necessidade.

Enquanto as horas iam passado, o grupo ia diminuindo, cada um deles chegando ao seu limite e se conformando com o fato imutável de que, se não haviam aprendido tudo aquilo durante todo o período letivo, aqueles minutos a mais não fariam a menor diferença. Shouto não saberia dizer exatamente que horas eram, mas tinha a sensação de que já havia passado, e muito, do horário de se recolher.

Os últimos remanescentes já estavam subindo para seus quartos, quando ele percebeu que Midoriya havia acabado de se oferecer para limpar as mesas e juntar o que havia ficado para trás. Apesar da hora avançada, ele parecia mais acordado do que nunca, e Todoroki poderia apostar que isso se devia ao excesso de cafeína consumida naquele curto espaço de tempo. Sem pensar duas vezes, ele também começou a fechar os livros espalhados pela mesa de centro e pelo chão, enquanto Midoriya agilmente recolhia todo os pacotes de comida que sobraram ao redor.

— Isso foi divertido, não foi? – Izuku comentou irrefletidamente, sem olhar para Todoroki, concentrado em sua tarefa. Ele o fitou por alguns segundos, antes de responder.

— Suponho que sim. – Shouto nunca sabia exatamente como reagir em determinadas situações. As noções de diversão e de obrigação ainda eram confusas na sua mente, e ele precisava trabalhar melhor na definição desses conceitos.

— Antes de vir pra cá, eu nunca havia tido a chance de fazer algo assim. Estudar com vários amigos, digo. – Izuku sorria genuinamente, parecendo falar mais para si, como ele acabava fazendo sem perceber às vezes. Ele terminou de recolher o lixo, e foi levando tudo para a lixeira da cozinha, mas Todoroki ainda ouvia a voz dele vindo de lá. – Quanto mais pessoas, melhor, não é mesmo?

— Não sei. É um pouco barulhento… – Shouto não sabia se era isso o que Midoriya gostaria de ouvir, mas ele riu do comentário, então estava tudo bem. Ele retornou, e os dois começaram a arrumar as almofadas do sofá de volta nos lugares. – E você é bom nisso. – Notando a confusão do outro garoto, ele completou: — Em ensinar. Uraraka-san parecia ter entendido bem o que você explicou a ela, e você conseguiu até mesmo ajudar Kaminari em um dos exercícios.

A ênfase sugerida na parte sobre “até mesmo o Kaminari” fez Izuku rir mais um pouco, dessa vez quase disfarçadamente, escondendo sua risada com uma das mãos. Shouto sentiu o som ecoar no seu ouvido por alguns segundos. Era diferente do riso escandaloso de Kirishima, ou das risadinhas quase soluçadas de Tsuyu, por exemplo. A risada de Midoriya era diferente de todo o resto. Não era algo ruim de ouvir, absolutamente. Todoroki se sentia bem naqueles pequenos momentos em que conseguia ser o motivo pelo qual ele ria.

— Eu tive bastante tempo livre durante o Ensino Fundamental, e estudar era uma das únicas coisas que sobravam para fazer… Além disso, era uma das poucas chances que eu tinha em ser bom em alguma coisa, então… – Izuku deu de ombros, fazendo pouco caso dos anos de solidão e perseguição na escola por ser alguém cuja individualidade só se manifestou anos depois do que geralmente acontecia.

Agora que Todoroki conhecia essa parte da vida de Midoriya, depois das várias conversas mais pessoais que eles ocasionalmente tinham, ele o via sob uma nova perspectiva, e o admirava ainda mais por ser da forma como era. Midoriya tinha em si uma força que ele jamais havia conhecido ou percebido em qualquer pessoa ao seu redor. Não era o tipo de força destrutiva que ele via em seu pai. Não era aquele poder que ele via quando olhava para os seus colegas. Era algo maior, mais sólido e mais constante do que ele estava acostumado. Ele imaginava se algum dia poderia expressar esse tipo de força daquela mesma forma para alguém.

Enquanto falava, Izuku havia se acomodado novamente no tapete da sala, e, sem pensar muito, Shouto o imitou. Os dois olharam para a televisão desligada, e para o ambiente ao redor, que agora parecia novamente apresentável o suficiente. Todoroki fitou Midoriya com o canto dos olhos, percebendo que ele parecia distraído nos próprios pensamentos, talvez lembrando de algo desagradável. Inconscientemente, ele passava as unhas nas cicatrizes do braço, parecendo nitidamente nervoso.

— Você é bom em muitas coisas. – Escapou antes que ele pudesse se refrear. A mão de Midoriya parou de se mover no mesmo segundo, quando ele o fitou em um misto de choque e embaraço. Shouto se surpreendeu pensando que aquele tom tênue de vermelho que coloriu as bochechas marcadas por sardas escuras era bastante… peculiar. Adorável, talvez, fosse a palavra. Ele não estava acostumado a notar a aparência das pessoas dessa forma, mas por algum motivo, olhar para Midoriya sem qualquer razão aparente, havia se tornado um hábito um tanto quanto difícil de evitar.

Midoriya possuía sim, inúmeras e incríveis qualidades. Ele era bom em falar com as pessoas, em dar conselhos e em notar seus problemas. Era bom em oferecer ajuda, mesmo quando a própria pessoa não sabia que precisava. Ele era bom em ser um amigo. Em ouvir desabafos, em tentar compreender as outras pessoas. Ele era muito bom em lutas também, já não restavam dúvidas sobre isso. Ele era bom em pensar rápido, em encontrar soluções onde todos viam apenas os obstáculos, e em unir todos ao seu redor para moverem-se na direção de um objetivo em comum.

Midoriya era bom em salvar pessoas. Em resumo, ele era bom em ser um herói.

Shouto poderia ter listado tudo isso para Midoriya, para que ele tivesse certeza sobre as suas habilidades, e não precisasse mais pensar naquele passado doloroso e na rejeição. Ele merecia saber. Mas Shouto não era bom como Midoriya com as palavras, e nada disso encontrou espaço ou formas para que ele pudesse expressar com exatidão seus sentimentos. Os dois acabaram apenas fitando um ao outro por alguns embaraçosos segundos, até que Midoriya corasse com um pouco mais de vontade e desviasse o olhar para o chão.

— Eu ainda tenho muito para melhorar… – Ele murmurou, fitando a própria mão marcada por cicatrizes. Shouto sentiu aquela pontinha de culpa que sempre acompanhava o vislumbre das marcas no braço do seu amigo. Parte daquilo era culpa sua, afinal, mas Midoriya não deixava que ele falasse sobre isso dessa forma.

— Todos nós temos. É por isso que estamos aqui. – Shouto resolveu aliviar a tensão que ele via se formando na expressão do outro, mesmo que não tivesse a menor ideia de como fazer isso. Pareceu funcionar, de certa forma, porque Midoriya sorriu daquele jeito que fazia suas sardas se destacarem, e se jogou para trás no chão, com um longo suspiro, olhando para o teto.

Shouto o observou por alguns segundos, e fez o mesmo, deitando para trás até tocar a cabeça no tapete felpudo da sala. Os dois estavam próximos o bastante para que ele sentisse o ombro de Izuku tocar de leve no seu. Instintivamente, Shouto recuou, pressionando o braço o mais próximo do próprio corpo que conseguia.

— Tem razão, Todoroki-kun… – Ele ficou em silêncio por mais alguns segundos, olhos fixos no teto, e então, prosseguiu. – Você já parou para pensar na sua motivação para estar aqui, nessa escola, fazendo isso tudo? … A-além do seu pai ter te mandado para cá, eu digo… Bem…

Izuku poderia ter percebido um pouco tarde demais que poderia ter soado rude com aquela pergunta, mas Todoroki não se importou nem um pouco, enquanto pensava em uma resposta. Seus motivos eram pessoais e egoístas demais para que ele pudesse apresentar diante de Midoriya sem se sentir mal por isso.

— Em algum momento… Eu pensei que vir até aqui, superar Endeavor e mostrar a ele que eu poderia fazer tudo por mim mesmo, sem qualquer ajuda dele, seria meu objetivo. – Shouto continuou olhando para cima. Sabia que Midoriya estaria naquele momento fitando-o, em silêncio, esperando que ele falasse e aguardando enquanto ele traduzia os pensamentos confusos da sua mente em palavras que não estava acostumado a dizer. Ele não o interromperia de forma alguma. Shouto era grato pela paciência e pelo interesse que ele demonstrava sobre qualquer pequena informação irrelevante sobre ele como aquela. – Eu queria negá-lo. Tirar todos os traços da influência dele da minha vida. Mas quando eu já entrei na escola por recomendação, graças ao meu sobrenome… Acho que isso não conta muito, não é?

— Não, Todoroki-kun… Eu acho que você está indo muito bem, sem ele. Olha só, quantas coisas nós já conseguimos fazer. Junto com todos. Você está trabalhando tanto para dominar os seus poderes e fazer eles se tornarem completamente seus, e eu tenho certeza de que já chegou muito longe, sem precisar dele em nenhum momento. – Midoriya parecia aflito, ávido em fazer com que ele acreditasse que cada palavra que ele dizia naquele momento era a mais pura verdade. –  Depois do Festival Esportivo e de todas as outras coisas que nós já fizemos na rua, das pessoas que nós ajudamos, e do que enfrentamos, eu tenho certeza de que muitos passaram a reconhecer você como Todoroki Shouto, o aluno incrível da U.A. High. Não mais como o “filho do Endeavor”.

Todoroki moveu os lábios minimamente para cima, e Izuku sabia sem precisar pensar muito que aquele era um genuíno sorriso. Voltou a olhar para o teto, apenas para deixar Todoroki mais à vontade com as suas expressões, e, discretamente, chegou um pouco mais perto, até que seus braços estivessem se tocando quase por inteiro. Aquele era o lado quente de Todoroki, e Izuku não iria mentir, era muito confortável. Felizmente, ele não se moveu para longe dessa vez.

— Obrigado… Midoriya.

Izuku sentiu algo confortável aquecendo dentro do seu peito. Os dois se mantiveram em silêncio por mais algum tempo, e ele quase sentiu que poderia dormir ali, cercado pelo calor natural do corpo de Todoroki tão perto, antes que ele voltasse a falar novamente.

— Isso tudo… é novo, para mim, também. – Todoroki murmurou, e Izuku soube exatamente sobre o que ele estava falando. – Não é ruim.

— Mesmo com todo o barulho? – Ikuzu fez uma careta, e Todoroki deixou escapar mais um daqueles sorrisos que não pareciam tanto com sorrisos, mas que ele havia aprendido a reconhecer e apreciar todas as vezes.

— Mesmo assim. Acho… Acho que é assim que… famílias geralmente são? – Na casa dos Todoroki, o silêncio era uma presença constante, pesada e desagradável. Quando seu pai estava em casa, ele era o único a fazer barulho, e, quando ele falava, todos o escutavam, em silêncio. Shouto aprendeu desde muito cedo que se exaltar, demonstrar qualquer tipo de entusiasmo ou falar em um tom de voz mais alto do que de uma conversa polida seria severamente repreendido. O único que tinha o direito de gritar, explodir, e destruir metade da casa no processo era o próprio Todoroki Enji.

— Se você está falando sobre pessoas falando todas ao mesmo tempo, atirando coisas umas nas outras e brigando por comida, então, é, acho que é disso que estamos falando. – Midoriya mais uma vez trouxe um tom mais leve àquela conversa, e Shouto era grato por isso. Seus pensamentos estavam começando a guiá-lo para um terreno perigoso, e ele sentira por alguns segundos os tremores nas suas mãos querendo começar. – Uma grande e bagunçada família, nós somos. Acho que nesse caso, Iida-kun é o pai rigoroso e preocupado demais com tudo. E Yaoyorozu-san acaba sendo a mãe?

— Parece apropriado.

Os dois riram, contidamente, da imagem mental formada por aquela ideia. Izuku acabou observando Todoroki esconder sua pequena risada com as costas da mão, por mais tempo do que seria necessário. Os sorrisos de Todoroki já eram bastante raros por si só, embora, ultimamente, Izuku tivesse a sorte de presenciar vários deles acontecendo. Eram pequenos, discretos, e alguém teria que observar muito atentamente para notar, mas eles estavam lá, e essa certeza fazia Izuku sentir-se absolutamente satisfeito. Agora, as risadas… Essas sim, eram tão difíceis de conseguir, que ele tinha vontade de capturar aqueles momentos de alguma forma e emoldurá-los, do mesmo jeito que fazia com os itens raros de colecionador do All Might que ele conseguia, para poder preservá-los para a eternidade.

— Você parece sorrir mais, ultimamente, sabe… – Novamente, Midoriya falava esse tipo de coisa sem hesitar nem por um segundo. Shouto admirava isso nele, mesmo quando na maioria das vezes, tanta sinceridade nas observações que ele fazia o pegassem de guarda baixa, deixando-o completamente sem saber como reagir. – Ver você feliz me deixa feliz também.

Enquanto Shouto media o peso daquelas palavras e se confundia ao tentar descobrir qual seria a maneira certa de responder àquela afirmação, sentiu um toque leve, nas costas das suas mãos. Sabia que aquela só podia ser a mão de Midoriya, oposta a sua, e dessa vez, apenas, ele não sentiu qualquer necessidade de recuar. Concentrou-se no calor confortável que podia sentir a partir daquele contato tão efêmero, diferente do seu próprio calor, que nascia e se expandia a partir do seu lado esquerdo, e descobriu que tocar Midoriya, diferente de todo o resto, jamais seria algo incômodo. Na verdade, ele se surpreendeu, não se importaria em… continuar assim um pouco mais.

— Eu gosto. – Shouto respondeu, a voz fraca no que podia muito bem ser um sussurro, mas que parecia o único tom de voz aceitável para uma conversa como aquela. Repentinamente, Todoroki desejou que aquela sala estivesse no escuro, pois a luz excessiva que iluminava a ambos agora parecia ser reveladora demais, deixá-lo exposto demais. Ele teria recuado, fugido para o seu quarto, se aquele pequeno ponto de contato com as costas da mão de Midoriya não fosse o suficiente para fazê-lo ficar no mesmo lugar. – Gosto de estar aqui. – Ele completou, sentindo que deveria ser mais específico para não haver qualquer mal-entendido, embora nem ele próprio soubesse dizer sobre o que se referia quando deixou escapar aquela pequena afirmação.

— Eu também. Quer dizer, eu ainda sinto saudades da minha mãe, sabe, da comida dela, e da minha cama, e de tudo mais que eu tinha em casa, mas morar aqui com todo mundo não é ruim. Eu nunca tive tantos amigos, e é legal ter todo mundo por perto o tempo todo. É como se todo dia fosse uma excursão da escola. Mesmo com o Kacchan gritando e explodindo coisas, e o Iida-kun mandando todo mundo ir dormir cedo todos os dias, e o Kaminari-kun fazendo o chuveiro queimar praticamente toda semana, e… – Izuku pareceu perceber que havia novamente começado a balbuciar sem parar sobre coisas sem sentido, e que isso poderia ter deixado Todoroki incomodado. Principalmente a parte sobre falar sobre sua mãe. – Mas eu imagino que… Hm, pra você, seja diferente… – Ele tentou consertar, sentindo-se automaticamente culpado por ter começado a falar tanto, justamente quando Todoroki havia começado a falar algo sobre como se sentia. – Desculpa, eu fiz de novo, comecei a falar sem pensar…

— Não… – Shouto murmurou, quase de imediato. – É bom ouvir você falar…

Ele não ousou fitar Midoriya naquele momento, mas, se tivesse feito isso, teria visto o rosto dele corar em uma velocidade espetacular. O silêncio que se seguiu foi constrangedor, mas nenhum dos dois se moveu daquele tapete por alguns instantes, absorvendo ainda a troca de palavras não muito usual que havia acabado de ocorrer. As mãos dos dois ainda se tocavam, timidamente, nenhum deles movendo sequer um centímetro para não perder o tênue contato, esperando que o outro não notasse.

— Você deve ser a única pessoa que acha isso. – Izuku sussurrou, parecendo ser mais um pensamento para si mesmo do que a continuação da conversa. Shouto não achava que isso fosse verdade. Midoriya tinha sempre muitas pessoas ao redor, que se importavam com ele e que gostavam dele exatamente como ele era. Ele próprio se incluiria nesse grupo. Além disso, como Midoriya conseguia preencher cada conversa entre eles de forma que Shouto não precisava responder com tanta frequência, era confortável não ter tanta pressão para interagir quando ele estava por perto.

E, bem… Shouto gostava do som da voz dele, quando ele se empolgava, e havia aquele brilho no seu olhar. Era agradável, de uma forma que ele não estava acostumado a sentir.

Tudo em Midoriya parecia evocar esse mesmo sentimento. Algo novo, desconhecido, mas que trazia uma sensação tão confortável e segura que era quase como se já fosse familiar a ele. Fossem as conversas entre eles, a parceria na hora das atividades práticas, ou apenas sentar um ao lado do outro, em silêncio, olhando para o teto. Shouto não queria perder isso jamais.

— Deve ser porque eu gosto de você.

Ele percebeu um segundo mais tarde que o pensamento que rondava sua cabeça havia sido pronunciado em voz alta, mas era tarde demais. O som esganiçado e incrédulo que vinha da direção de Midoriya deixava muito claro que ele havia escutado e compreendido com perfeição. Shouto teve o impulso de retirar o que acabara de falar, talvez se retratar e dizer que não era exatamente isso que pretendia ter dito. Podia muito bem completar a sentença deixando claro que gostava de Midoriya assim como gostava de todos os seus outros colegas. Isso seria fácil, compreensível, não seria algo estranho de ser dito, considerando todo o resto da conversa que haviam tido até então.

No entanto, Shouto percebeu que realmente não queria retirar o que havia dito. Ele tinha como intenção pessoal jamais mentir para qualquer um dos seus amigos, e negar o que havia acabado de deixar escapar soava como uma mentira. Principalmente quando ele sabia, intimamente, que os sentimentos relacionados a Midoriya, apesar de não serem claros ou compreendidos por ele, não eram exatamente os mesmos que ele possuía por todo o resto da classe. Não eram nem mesmo próximos disso.

O silêncio esmagador durou mais alguns instantes, quanto tempo exatamente, ele não saberia precisar. Midoriya sempre tinha uma resposta para tudo, mas, naquele momento, era como se sua voz tivesse sido roubada. Shouto começou a se preocupar, e, fatalmente, a se culpar por ter dito algo errado, no momento errado, e deixado Midoriya em uma situação ruim. Essa era a última coisa que ele desejava que acontecesse.

Ele estava cogitando levantar dali, e pedir que Midoriya por favor esquecesse o que ele havia dito, quando sentiu um movimento leve contra a sua mão. O dedo mínimo de Midoriya parecia ter se aproximado e se entrelaçado no seu, da forma mais suave e inesperada possível, e Shouto permaneceu imóvel, sentindo um tremor que não era completamente desagradável percorrer seu corpo por inteiro.

Houve um pequeno momento de pânico interno quando ele sentiu um calor desconhecido espalhando-se a partir do seu lado esquerdo e temeu perder o controle do seu poder e entrar em combustão espontânea. Alheio ao perigo, Izuku continuou a mover sua mão, tocando os dedos de Shouto um a um, lentamente, como se estivesse experimentando ainda, incerto sobre como prosseguir.

Shouto não ofereceu qualquer resistência, e, em um gesto de gentil impaciência, Izuku enfim girou sua mão até alcançar a palma da mão dele. A respiração dele falhou naquele pequeno segundo, e seu coração batia tão rápido e forte contra o peito que, por um breve momento, ele se perguntou se Midoriya não seria capaz de sentir isso através da sua mão. Seus dedos se entrelaçaram naturalmente nos dele, quase como se tivessem sido feitos apenas para isso.

Izuku não disse nada, então Shouto também permaneceu em silêncio. Os dois ficaram daquela forma, deitados no tapete da sala do dormitório, de mãos dadas e sem falar nada, pelo que pareceu uma eternidade. Shouto esperava que sua mão não estivesse quente demais como ele de fato a sentia. Os dedos de Midoriya eram ásperos, coberto por cicatrizes e calos, mas a sensação era agradável contra a sua pele. Estranhamente, aquela culpa que sempre afundava seu peito toda vez que ele vislumbrava as cicatrizes no braço de Midoriya, sabendo que o motivo por elas existirem era ele, não surgiu na sua mente naquele momento. Nenhum deles tinha coragem para quebrar o silêncio, até que Shouto ouviu – e sentiu – Midoriya respirar muito fundo. Não conseguiu reunir forças para espiar qual a expressão que ele trazia naquele momento.

— Eu também. – ele ouviu a voz baixa, ligeiramente rouca, chegar até os seus ouvidos, e novamente, aquele calor que ele não conhecia parecia se mover por dentro, perto do seu peito. – De você, eu quero dizer.

Shouto apertou de leve a mão de Midoriya contra a sua, soltando o ar devagar, e deixando que seu corpo gradualmente relaxasse e abraçasse aquela nova fonte de calor que ele não estava acostumado a sentir. Mesmo seu lado direito parecia aquecido e confortável naquele pequeno e isolado momento. Era estranho como ele conhecia tão pouco sobre si apesar de todos os anos supostamente sendo treinado para ser a melhor versão de si mesmo possível. Suas próprias emoções sempre o pegavam desprevenido, e ele nunca sabia o que fazer com elas.

Ele não sabia o que falar, como agir ou o que fazer depois disso. Não sabia por quê havia dito tudo aquilo, nem por quê Midoriya respondera da mesma forma. Não fazia ideia do que isso significava ou o que mudaria depois disso. Shouto estava mais perdido do que jamais estivera em toda a sua vida. E não se importava nem um pouco com isso.

Porque, por mais que não tivesse resposta alguma para todas as dúvidas que pairavam na sua mente, o que eles tinham ali, naquele instante, parecia ser o suficiente.







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Notas finais do capítulo

Bem, gente, é isso o/ Primeiro capítulo postado, e mais por vir!
Comentários, opiniões, enfim, o que tiverem para oferecer vai ser muito bem vindo~ Espero de coração que tenham gostado, e até logo~



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