This Is Us escrita por Rayanne Reis


Capítulo 21
Capítulo 21


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal, tudo bem? Espero que sim.
Vamos a mais, várias, loucuras dessa família.



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Agnes entrou correndo na casa, tinha combinado de chegar mais cedo para ajudar o pai com o jantar. Os pais de Connor queriam conhecer a família de Agnes e eles eram o oposto da família dela e não havia como prever o que aconteceria nesse jantar.

—O que estão fazendo? - Parou arrumando as sacolas. Os irmãos dela estavam sentados na escada.

—Não queremos participar desse jantar idiota. - Henry respondeu.

—Não gostamos dessas coisas formais demais. - Tyler completou e Agnes colocou as sacolas no chão para poder sentar ao lado dos irmãos.

—Eu sei pessoal e eu também não gosto. Mas os pais do Connor são assim e quero que eles se sintam à vontade.

—Nos deixando desavontade? - Hayley retrucou.

—Certo. - Colocou as mãos sobre os joelhos. - Sinto muito que não estejam confortáveis com isso e prometo que vou compensá-los de alguma forma. Estou disposta a fazer um acordo. A colaboração de vocês por algo que queiram.

—Eu quero uma cobrinha colorida. - Lucy pediu indo sentar no colo da irmã.

—Tudo menos isso, Lulu. - Fez cócegas nela e a pequena riu.

—Um tubarão. – Abriu os braços indicando o tamanho.

—Que tal um de pelúcia?

bom. – Concordou para alívio de Agnes. Agora só faltava quatro.

—Quero que me leve em um lugar. – Tyler a encarou e ela sabia bem do que ele estava falando.

—Ficarei ao seu lado e vou levar o Fish II junto. – Avisou sem dar oportunidade para ele reclamar.

—Eu quero uma tiara nova. A Lulu quebrou a minha e não ganhei outra. – Reclamou cruzando os braços.

—Vou te dar a tiara mais linda que encontrar.

—Não precisa me dar nada não, Agnes. Vou me comportar direitinho. – John prometeu e ela soprou um beijo para ele.

—Você é um fofo. Agora você Henry. – Virou para olhá-lo.

—Vou avisar depois o meu preço. Vai depender do quão chato vai ser esse jantar. Se eles gostam das coisas certinhas, deveriam ficar na casa deles. – Retrucou cruzando os braços. – Se formos a casa deles, eles vão se comportar do nosso jeito para nos agradar? Acho que não.

—Excelente ponto e concordo totalmente, mas pode colaborar só dessa vez?

—Que seja. – Resmungou dando de ombros.

—Muito obrigada pessoal e saibam que amo vocês. – Ergueu Lucy do colo e a colocou sentada na escada. – Vou ajudar o papai com o jantar.

Avisou e os irmãos dispersaram rapidamente. Não estavam animados com o jantar, mas contribuiriam com a causa.

—Oi paizinho mais lindo desse mundo todo. – Agnes entrou cantarolando na cozinha e abraçou o pai. – Como está? – Edward a olhou de lado e voltou a picar os legumes. Ele não estava mais bravo com a filha, mas também não conseguia tirar a cena da cabeça dele. – Trouxe um presente. – Tirou um embrulho da sacola e entregou para ele.

—Está querendo me comprar? – Fez a melhor cara de braço que conseguiu.

—É claro que não. Só quero dar um presente para um meu pai querido e lindo. – Edward abriu o embrulho e retirou uma caneca com os dizeres: melhor pai do mundo e com a foto de Edward e Agnes de quando ela era pequena.

—Vocês sabem como amolecer o meu coração. – Puxou a filha para um abraço.

—Me desculpa papai.

—Está tudo bem querida. Não queria que estivesse fazendo o que estavam prestes a fazer, mas entendo que você já é adulta. Só espero que estejam se cuidando.

—A mamãe me explicou tudo direitinho e nós dois estudamos sobre reprodução métodos contraceptivos. Então não preocupe. – Sorriu para ele e ele fez uma careta.

—Que ótimo. Não quero ser avô tão cedo. Pelos próximos 20 anos seria excelente.

—Vinte? Você já estará muito velho para ser avô.

—Velho? Garota, eu sou jovem e tenho muita disposição e terei até lá.

—Daqui uns cinco anos me diz se vai continuar assim. A Lulu acabou de me pedir um tubarão de presente. – Edward agarrou a pia para não cair.

—Ela vai acabar me fazendo ter um infarto. – Resmungou e voltou ao trabalho. – Obrigado pelo presente.

—Quer ajuda?

—Sim, mas poderia ver se a sua mãe está bem, antes? Ela disse que já ia descer, mas até agora nada.

—Pode deixar que já volto com ela. – Avisou saindo apressada da cozinha. – Mãe? – Agnes chamou e ouviu uns ruídos vindos do banheiro e logo após Bella saiu meio pálida. - Mãe, está tudo bem? - Agnes a ajudou a deitar na cama.

—Sim. Foi só um mal estar, mas já vai passar. - Fechou os olhos e respirou fundo tentando acalmar o corpo. As duas permaneceram em silêncio por uns minutos, até que Bella abriu os olhos. - Estou melhor. - Garantiu e Agnes sorriu, aliviada ao ver a cor voltar ao rosto da mãe.

—Posso te perguntar algo? - Ela não achava que tinha algo de errado até aquele momento e não suportava ver o pai daquele jeito, então resolveu que era hora de intervir.

—Deve ter sido a comida de ontem. Fomos jantar com os pais da Padma e não estou acostumada com comida indiana. - Explicou e Agnes a olhou em dúvida.

—Você está traindo o papai. - Era para ter saído como uma pergunta, mas soou mais como uma acusação.

—O quê? - Bella levantou e sentiu a cabeça rodar. - De onde tirou essa ideia? - Ignorou a dor que sentia e estendeu a mão para segurar a da filha. - Olha para mim. - Pediu e Agnes ergueu os olhos.

—Por que está fazendo isso com ele? O papai te ama tanto e… - Bella a interrompeu.

—Eu jamais trairia o seu pai. De onde veio todo esse absurdo? - Perguntou com paciência.

—Papai viu você abraçando um homem estranho e o seu ex na rua e tem andado tão estranha e agora está grávida. - Acusou e Bella a olhou em choque.

—Por que eu estar grávida seria a comprovação de que estou traindo o seu pai?

—Bem… - Ela corou e olhou para os próprios pés. - Se vocês decidiram não ter mais filhos biológicos, isso significa que tomaram uma atitude, e se não foi você, já que está grávida, foi o papai.

—Sua teoria seria bem interessante. - Bella ergueu o queixo da filha para que pudesse olhá-la nos olhos. - Mas, eu não traí o seu pai, não estou grávida e nenhum de nós dois tomou uma atitude permanente quanto a isso.

—Espera. - Pediu levantando e erguendo as mãos. - Vocês são loucos? Métodos falham, sabiam disso? E se você engravidar de novo e… - Levou às mãos a cabeça.

—Calma, querida. Nós sabemos dos riscos e tomamos todas as providências para evitar isso, mas não quisemos fazer nada permanente para o caso de mudarmos de ideia.

—Mãe! Você quase morreu. Como mudariam de ideia?

—Não sei, Agnes. - Deu de ombros sem saber como explicar. - Não se preocupe, o risco é mínimo.

—Não me preocupar? - Ela riu com escárnio. - Você não tem noção do medo que senti naquela época, mais até do que quando a vovó Angela ficou doente. Achei que fosse te perder e também perder o papai, ele fica completamente perdido sem você. Vocês só brigavam e não me falavam nada… Eu senti tanto medo. - Sussurrou e Bella a abraçou.

—Sinto muito, querida. Eu te prometo que não passaremos por isso novamente. - Deu um beijo na testa dela. - Vamos ficar bem, então, por favor, não se preocupe com isso.

—Não quero perder vocês dois.

—Eu sei e não vai. - Prometeu a abraçando mais forte.

—Papai tem certeza de que vai cancelar a renovação dos votos e pedir o divórcio.

—Seu pai é um grande exagerado, isso sim, mas é o meu grande exagerado e eu não vou largá-lo, nunca. - Riu se afastando da filha. - Sente-se que vou te contar o que estou planejando, mas tem que jurar que vai guardar segredo.

—Do papai? - Sentou ao lado da mãe. - Fácil demais.

[...]

—Que casa mais pitoresca. - Foi a primeira coisa que a mãe de Connor falou quando Agnes abriu a porta.

—Olá para vocês também. - Respondeu forçando um sorriso. Ela concordava totalmente com Henry, os sogros que ficassem na casa deles. Mas ela havia prometido ao namorado que eles promoveriam um jantar para que as duas famílias se conhecessem.

—Amor, lembra-se dos meus pais? - Connor suava mais do que da vez que foi conhecer os sogros.

—Como poderia esquecer? - O almoço na casa do namorado havia sido uma tortura. - Sr. e Sra. Fields, sejam bem vindos.

—O que vimos lá atrás eram ovelhas?

—Sim, pai. Eu falei que eles tinham animais aqui. - Resmungou envergonhado da forma grosseira dos pais.

—Como eu disse, é bem pitoresco.

—Por que não entram? - Sugeriu dando passagem a eles e Connor apertou a mão dela. Agnes tinha certeza de que o pai aprovaria as regras de namoro dos pais de Connor.

Os Cullen estavam enfileirados para recepcionar os Fields.

—São muitas crianças. – Conrad Fields reclamou e a esposa Eleonor concordou com ele.

—Eles que são os chatos? – Lucy falou alto apontado para eles e Agnes sufocou uma risada.

—Lucy! – Bella repreendeu a filha e a pequena fez bico.

—Eles que falaram. – Apontou para os irmãos.

—Sejam bem vindos. – Bella os conduziu até a sala de jantar.

—Eles também vão participar? – Eleonor jamais daria um jantar com crianças participando dele.

—É um jantar em família e eles são da família. – Agnes estava se esforçando para ser paciente com os sogros, mas eles já estavam passando do limite.

—O cheiro está maravilhoso, Sr. Cullen. – Connor sorriu para o sogro e ele fechou a cara. – Obrigado por ter cozinhado.

—Você cozinhou? Isso é um absurdo. Onde já se viu um homem fazendo serviços domésticos. – Bella e Agnes encararam Conrad.

—Na nossa casa todos fazem serviços domésticos, independente do sexo ou da idade. As crianças são responsáveis pela organização do quarto e pelos animais de estimação. E ajudam com outras atividades também.

—Não tem empregados?

—Tem uma pessoa que nos ajuda, mas não da forma que vocês têm, imagino eu. – Bella retirou as tampas para que eles pudessem servir.

—Vocês tem uma clínica médica, correto? – Edward perguntou puxando assunto, após vários minutos de silêncio. O jantar estava sendo um fiasco total.

—Sim. Sou o melhor cardiologista do estado.

—Não é não. O melhor é o meu médico. Ele cuidou de mim até eu ficar boa. – Hayley retrucou mostrando a língua para ele.

—Você também trabalha na clínica? – Bella perguntou a Eleonor desviando o assunto.

—Oh, não. Administrar a casa toma muito do meu tempo. Você deve que não tem tempo para mais nada, com todas essas crianças.

—A Bella trabalha no aquário de Seattle e é uma das administradoras da ONG que falei para vocês.

—Exatamente. – Ela sorriu e os Fields a olharam como se ela fosse de outro planeta.

—Agora está explicado porque é o homem da casa quem faz os serviços domésticos.

—Em que séculos o senhor vive? – Bella perdeu a compostura. – Todos têm direitos e deveres iguais.

—Não concordamos com isso e tenho a certeza de que o meu filho vai seguir os meus passos.

—Deus me livre disso. – Agnes gritou e o sogro engasgou.

—Está pensando que quando casar vai ser como essas feministas? Nora minha vai cuidar da casa e...

—E nada. – Edward arrastou a cadeira levantando. – Agnes vai fazer o que ela quiser. Agora peça desculpas pelo seu comportamento machista e preconceituoso.

—Não pedirei desculpas. – Jogou o guardanapo na mesa e também levantou. – Sua filha vai se comportar da forma que o meu filho desejar. Terá que ser submissa a ele e tudo isso constará no acordo pré-nupcial. Vou pegar agora mesmo, está no carro. – Ele ameaçou sair, mas Edward ergueu a mão o impedindo.

—Viajei no tempo e fui parar no período das cavernas?

—Se ela não assinar, não tem casamento.

—Quem falou em casamento? Eles mal começaram a namorar. Ninguém aqui está pensando em casamento, seu... seu...

—Bobão. – Lucy completou fazendo os irmãos rirem.

 -Se eles não vão casar esse namoro acaba agora mesmo.

—Ok. Já chega! – Connor levantou irritado. – Vocês estão falando de nós como se não estivéssemos aqui. Agnes e eu somos adultos e vamos fazer o que quisermos e no nosso tempo. Estou profundamente envergonhado e decepcionado com vocês. – Apontou para os pais. – Os Cullen nos receberam de braços abertos e vocês agem dessa forma? Estão sendo grosseiros. Eu amo a Agnes e vou ficar com ela vocês querendo ou não. Quero fazer parte dessa família mesmo não sendo bem vindo. Sei que somos muito diferentes, mas esse jantar é justamente para nos conhecermos e superar nossas diferenças. Somos uma família, vocês querendo ou não.

—Escuta aqui, Combo.

—É Connor, senhor. – O interrompeu e Edward balançou a cabeça desaprovando a atitude dele.

—Primeiro grita na minha casa e agora me interrompe? Você é bem mal educado, Combo.

—Peço desculpas.

—Desculpas aceitas, Combo.

—Mas... – Agnes ergueu a mão e colocou sobre o braço do namorado.

—Só aceite, querido.

—Tudo bem. – Murmurou resignado. – Combo é um excelente nome.

—Não gosto muito, mas é o seu nome, então você tem que gostar. Confesso que não vou muito com a sua cara, principalmente depois da cena que vi no dormitório. – O fuzilou com o olhar. – Mas se continuar a fazer a minha filha feliz, terá o meu respeito.

—Eu agradeço muito, senhor e juro que farei de tudo para que sua filha seja muito feliz. E quanto a você, pai, vai reconsiderar? - Connor tinha esperança de que os pais mudassem a forma de pensar.

—Vai ter que escolher, ou essa gente ou a sua família. - Ele colocou a mão no ombro da namorada a impedindo de protestar.

—Eu escolho ser feliz. E a minha felicidade está ao lado da Agnes.

—Então a partir de agora você não faz mais parte da nossa família. – Conrad declarou.

—Não tem importância. Combo agora é da família e não deixaremos nada faltar a ele. - Edward anunciou pegando a todos de surpresa, inclusive ele mesmo.

—Obrigada, papai. - Agnes sussurrou emocionada.

—Não rejeitamos ninguém aqui, mas também não obrigamos ninguém a ficar. A porta de saída é por ali e a escolha é de vocês. Não aceitaremos comentários preconceituosos ou de qualquer natureza ofensiva. Respeitamos a todos. É isso que ensinamos aos nossos filhos e também ensinaremos isso ao Combo. Ele será muito bem cuidado e amparado, apesar de já ser um homem e de poder se virar sozinho.

—Me sinto ultrajado aqui. - Conrad Fields estendeu a mão para esposa e os dois saíram sem despedir.

—Obrigado pelo que disse senhor, mas não precisa se preocupar comigo. Posso conseguir um lugar no dormitório da universidade ou entrar para uma fraternidade.

—Ou pode ficar no nosso estábulo. - Edward sugeriu rindo.

—Temos quartos disponíveis, não preocupe Connor. Será muito bem vindo. – Bella o abraçou.

—Vocês são incríveis e eu peço perdão pelo o que meus pais fizeram.

—Não peça desculpas, eles que fizeram e não você. - Edward voltou a sentar. - Vamos comer, não cozinhei o dia todo para desperdiçamos a comida.

—Muito obrigado mesmo. - Ele fez uma reverência e puxou a cadeira para sentar.

—Não vou precisar de pagamento, me divertir bastante. - Henry sussurrou para a irmã. - Vamos cuidar bem do seu namorado. - Completou a fazendo sorrir.

—E não vamos deixar o papai jogá-lo no estábulo. - Tyler completou.

—Você vai precisar de um animal se quiser mesmo fazer parte da família. - Hayley avisou e Connor assentiu.

—Quais são as sugestões? - Perguntou animado querendo esquecer que fora deserdado pelos pais.

—Um leão. - Lucy sugeriu e a ideia dela foi rapidamente descartada.

—Um mini porco, meu amigo tem um. - Connor olhou para John e balançou a cabeça aprovando a ideia.

—Certo. Meu animal de estimação vai ser um mini porco. Faço parte da família agora? - Sorriu abrindo os braços.

—Faz sim, Combo. - Edward passou a vasilha de salada para ele. - Coma coisas saudáveis.

—Sabia que Combo nem é um nome de verdade? Não pode falar meu nome certo? - Todos riram e ele olhou sem entender.

—Pergunte ao Jackson e ao Blake se ele pode. – Bella sugeriu, rindo.

—Quem são esses? - Perguntou confuso.

—Jackson é o sócio do papai, você o conheceu no baile.

—Achei que o nome dele fosse Jasper.

—E é.

—Então devo presumir que Blake tenha outro nome.

—Sim. O nome dele é Jacob e ele é o advogado da família.

—Então devo me conformar e aceitar ser chamado de Combo?

—Exatamente.

—Bem, que seja então. Alguém mais quer salada?


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Notas finais do capítulo

O que acharam?
Coitado do Combro, digo Connor, foi abandonado pela família, mas agora ele faz parte oficialmente do Clã Cullen e será muito bem cuidado. Agnes quase surtando achando que a mãe está grávida e traindo o pai, agora que ela sabe a verdade vai poder ajudar.

Comentem, palpitem, indiquem e recomendem a vontade.

Bjs e até mais.