Cretino Irresistível escrita por Erin Noble Dracula


Capítulo 8
Arrependimento


Notas iniciais do capítulo

https://youtu.be/Sre55prUFrE-Linhas escuras no corpo da Clary.



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P.O.V. Izzi.

A Clary tá muito esquisita e irritada.

—Toma. O seu maldito vestido. Não se preocupe, minha mãe mandou na lavanderia, tá lavado, passado e tudo isso ai.

—Porque tá tão irritada?

—Pergunta pro seu primo e pro amigo idiota dele! Aquele britânico tarado.

As portas dos armários começaram a bater violentamente, até os que estavam trancados com cadeados, os cadeados foram arrebentados. O metal se retorceu, os parafusos começaram a se desrrosquear sozinhos.

—E ai gatinha? Eu matei aula só pra vir aqui te ver, Princesa.

—Então esse foi o seu erro.

Vi que o cristal no pescoço da Clary começou a brilhar. Ela saiu e por onde ela passava os armários piravam, juro por Deus que senti o alicerceie do prédio da escola se mexer.

Ela passou e os alunos abriram caminho pra ela passar, o barulho dos saltos das botas dela era ensurdecedor.

P.O.V. Clary.

Eu sentei embaixo da árvore, um enorme carvalho e eu chorei. Como eu sou besta. Sou uma mutante classe cinco, sou portadora da Força Fênix, sou a telepata mais poderosa do mundo, tenho poderes telecinéticos que quebram todas as regras do possível e ainda assim aqui estou eu. Sentada embaixo de uma árvore chorando.

—Ei, você viu o que aconteceu lá dentro?

—Fique longe de mim!

Os alarmes dos carros dispararam e eu acidentalmente criei um vendaval.

—Foi você. Aberração.

—Quer saber, to cansada de ser boazinha.

Eu tirei ele do chão, literalmente.

—O que é isso? Me põe no chão!

—Com prazer. 

Eu o soltei e ele caiu como um saco de batatas.

—Faça aquilo de novo, e eu te mato.

Estava passando, quando ele me derrubou. Subiu encima de mim.

—Aberração!

—Não! Sai de cima de mim!

Logo formou-se uma multidão em volta de nós, eu tentava afastá-lo sem matá-lo.

—Belo colar.

—Não! Não toque na joia ou ela vai....

Ele arrancou o cristal do meu pescoço e em questão de segundos a joia fez o que foi criada para fazer. Transformou matéria em anti-matéria. Ela o matou.

—Consumi-lo.

Eu peguei o cristal do chão e o recoloquei no pescoço.

—Vocês nunca escutam e eu que sou a culpada? Que conveniente.

Voltei pra dentro e assisti ás aulas, na hora do intervalo eu sentei sozinha. Achei que o Alec e a Izzi não iriam querer me ter por perto.

Felizmente, eu estava enganada.

—Porque tá sentada ai sozinha?

—Eu pensei que vocês não iriam querer me ter por perto.

—Tá brincando! Eu quero saber o que diabos aconteceu com o Charles.

—Tudo bem.

Eu me sentei na mesa deles.

—Se importa em explicar?

—Lembra o que eu falei sobre o Cristal M'Kraan?

—Lembro.

—Nenhum mortal sobrevive á tocar numa joia do infinito. Menos ainda á tocar no Cristal M'Kraan. O propósito dele é transformar matéria em anti-matéria. E tudo o que existe é feito de matéria, assim que eles entram em contato com o cristal... ele cumpre o seu propósito. Transformando matéria em anti-matéria.

—E como você sobrevive querida?

—Eu tenho a Fênix. Ela criou o cristal.

—Não foi você que fez aquilo com o Charlie?

—Não. Foi o Cristal, ele possui energia independente da da Fênix.

P.O.V. Izzi.

As aulas acabaram e eu fui embora. Então, estava me preparando para dormir quando o meu primo aparece na porta.

—Ai Izzi?

—O que?

—Podemos conversar?

—O que foi que você fez?

—Foi um erro.

—E qual foi o erro?

—To apaixonado pela Clary.

—E porque razão ela tá puta com você?

—Eu beijei ela na festa.

—E?

—Depois que eu fiz, eu...

Ele me falou e eu fiz uma cara...

—Você é um imbecil!

—Eu sei. Eu só... não sei o que fazer. O meu cérebro não pensa direito quando estou perto dela.

—Dentre todas as garotas que poderia ter magoado, dentre todos os corações que poderia ter partido... você foi partir logo o daquela que tem o poder de transformar o universo em poeira! Seu besta.

Ele riu, mas eu fiz cara de séria.

—Tá falando sério?

—Muito sério. A Força Fênix existe mesmo. E mora dentro do corpo da Clary! Ela e aquela Deusa são a mesma entidade em um certo nível. O colar que ela carrega no pescoço transforma matéria em anti-matéria. Consumiu o Charlie. Ele não simplesmente morreu, ele deixou de existir! O poder do cristal é uma amostrinha do Poder que a Clary tem dentro dela.

—Foi assim que ela matou os caras do time.

—Esse foi o lado destruição. Ela chama de Fênix Negra. Uma Clary com raiva é uma Fênix com raiva. Elas dividem as emoções e os poderes. Não me pergunte como.

—Caramba!

—Deve ser horrível.

—Porque?

—A Fênix não é a Clary. Só mora no corpo dela. Quando a Clary matou os caras do time, não era a Clary. Ela foi só... um fantoche. A Fênix usou a raiva da Clary como combustível e o corpo dela como um avatar de vídeo game. Quando a Clary voltou a ser a ela mesma, viu aquele monte de corpos.

—Meu Deus.

—Ela disse que a Deusa jamais permitiria que algum mal acontecesse ao corpo que ela habita, os caras iam bater na Clary... então, a Deusa os matou.

—E como ela sabe que os caras do time iam bater nela?

—Ela é telepata Jace! Ela lê pensamentos lembra? Então, presume-se que o que a Clary sabe, a Fênix também sabe. Eu a vi no banheiro aquele dia Jace, pouco antes dela matar os caras do time. Ela tinha... linhas escuras na parte interna dos pulsos e na base do pescoço. Como uma coisa negra nas veias dela. Aquilo parece um aviso.

—Um aviso? Aviso de que?

—De que a Fênix Negra vai tomar o corpo dela. Por isso ela saiu da festa correndo, para não machucar ninguém. Ela é uma garota de quinze anos com o mundo nas costas Jace. Consegue se imaginar sempre com medo de se aproximar das pessoas porque pode matá-las sem nem perceber?

—Não. Eu preciso falar com ela e me desculpar.

—Acho melhor você dar um tempo. Ela tá com raiva Jace.

—Tudo bem. Tem uma coisa que eu tenho que fazer de qualquer maneira.

P.O.V. Jace.

No dia seguinte a Aline veio me procurar.

—Oi gatinho.

—Aline, eu... estou terminando com você.

—O que?!

—Estou terminando com você.

—Porque?! É por causa daquela aberração ruiva não é?

—Ela não é aberração Aline. Ela é uma Deusa.

Eu dei ás costas para Aline e sai andando. Fui para a sala antes da aula começar e ela estava lá, estava de costas, olhando pela janela e desenhando num caderno. Os cabelos ruivos e ondulados estavam presos num rabo de cavalo, então eu vi as linhas negras nascendo na base do pescoço dela, era como se estivessem dentro das suas veias.

—Eu sei que você está ai. Eu comecei a te ouvir á três corredores de distância. E se quer saber, as únicas razões para você ainda estar respirando são o Alec e a Izzi.

—Eu entendo que você deve estar... com muita raiva de mim agora.

—Eu estava. Por um tempo, mas então eu percebi que estava á meu alcance perdoar você. Eu poderia te atirar longe, te fazer atravessar essa vidraça e não haveria nada que você pudesse fazer para me impedir, mas isso iria magoar a Izzi e o Alec.

—Eu espero mesmo que não me atire pela vidraça.

—Somos muito diferentes você e eu. Você sempre foi amado por todos aqueles que te cercam, quando você chega uma multidão vem para recebê-lo. Comigo no entanto, eu sou aquela que chamam de espalha rodinha. As pessoas fogem de mim, posso ver o medo nos olhos deles, posso ouvir o ódio nos seus pensamentos. Você tem tudo. Tudo o que o seu coração poderia desejar, tem amigos, tem uma família e ainda assim não está satisfeito. Faz pouco caso. Quando eu era criança, eu tinha uma amiga, o nome dela era Anna. Estávamos brincando de jogar bola, a bola foi parar no meio da rua e a Anna foi buscar... então, um carro a atropelou. A mulher estava falando no celular. Anna morreu nos meus braços e eu senti toda a dor dela. Quando ela finalmente morreu, eu fiquei tão triste e eu gritei. Quando eu gritei a mulher e o carro voaram longe. Meus pais me levaram em um bando de médicos, passei minha infância sendo cobaia.

Caramba! Isso é terrível.

—Quando eu fiz sete anos, fui notada pela Força Fênix. Ela tocou a minha consciência e decidiu que queria morar no meu corpo. Desde então, tenho que dividir o meu corpo, meu poder e a minha consciência com outra pessoa. Mas, não é de todo ruim.

—Não é?

—Graças á Força Fênix eu sou a telepata mais poderosa do mundo. Quando ela e eu nos unimos os nossos poderes quebram todas as barreiras do possível, graças a ela posso falar todas as línguas que existem hoje e que já existiram, posso viajar no tempo, tenho uma visão de mundo completamente diferente. Uma que nenhum outro ser humano possui, consigo ver coisas que já aconteceram no passado, posso ver as coisas acontecendo agora e posso ver as que ainda não aconteceram. Todos os teoremas, teorias, todo o conhecimento da raça humana... não é nada. Nada. Quando se tem todo o conhecimento de toda a criação e de todas as raças do mundo dentro da sua cabeça.

—Então, existe mesmo vida em outros planetas?

—Filho, tem vida até na lua. Uma cidade inteira. A cidade fica oculta por uma barreira, um domo de proteção.

—Como um campo de força?

—Sim. Um campo de força. Os habitantes da lua são em parte, humanos. Crias de uma guerra que aconteceu á muitos e muitos séculos, a mesma guerra que fragmentou a Fênix e gerou o Cristal M'Kraan.

—Vamos á uma viagem pedagógica amanhã. Ao museu.

—Eu sei. Tenho essa sensação de que algo importante está prestes a acontecer. Eu só não sei... o que. Ainda.


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