O Preço da Fama escrita por Holanda


Capítulo 15
Capítulo 15


Notas iniciais do capítulo

Demorei, eu sei, é verdade, devem saber que comecei a escrever outras fics e teve varias atividades da faculdade ai me compliquei. Mas não tenho a minima intenção de abandonar essa fic! Esse capitulo é mais tranquilo depois da surpresa do ultimo! Logo coisas interessantes vão acontecer! Espero que gostem!.


Ps:Quando a Yang diz “mãe” ela está se referindo a Raven, quando ela fala “mamãe” ela se refere a Summer.


Ah sim, queria agradecer a todos que colaboraram com essa fic. O Preço da Fama se tornou minha fic de maior sucesso com 58 favoritos, eu agradeço muito, não sabem como me fazem feliz com isso ❤️❤️❤️❤️❤️



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— Tá conseguindo ver alguma coisa? — Summer perguntou esticando a cabeça.

— Só um borrão. — Raven respondeu franzindo o cenho para a tela. — Tá tudo normal, Doutora Ferguson? 

A médica beta riu suavemente, a mulher aparentava ser bem jovem com um cabelo loiro na altura dos ombros e suaves olhos azuis.

— Esse borrão é o filho de vocês. — Ela apontou o dedo para a tela preta onde as imagens estranhas do ultrassom apareciam. — Vejam, esse aqui é o bebê, dá para ver a cabeça bem formada e essa parte pequena aqui, é o corpo começando a se formar.

— Aah, que lindo, doutora! — Summer se emocionou.

— Não respondeu minha pergunta, tá tudo normal? — Raven ralhou impaciente, ela sentiu a esposa apertar sua mão e olhou para ver Summer lhe lançando uma expressão descontente por sua grosseria, a alfa estalou a língua ignorando aquilo, não importava se Summer não gostava, o mais importante era assegurar que estava tudo bem.

— Sim, senhora Branwen, pelo que vejo, a formação do bebê está se desenvolvendo como o esperado para a décima segunda semana de gestação. Já pode suspirar aliviada.

Raven revirou os olhos para a médica.

— Não ligue, doutora, ela é braba assim desde que a conheci na faculdade. — Summer comentou. — Ela me chamou de patricinha metida e jogou uma bituca de cigarro na minha cabeça.

— Você tinha de lembrar disso, não é? — A alfa ralhou depois que as duas riram. — Qual é o próximo exame, Doutora Ferguson?

— Vamos marcar o hemograma, já que deve ser feito três ao longo da gestação, melhor fazer o primeiro logo. — A médica disse. — Vocês querem ouvir o coração do bebê?

Tanto Summer como Raven olharam surpreendidas para ela.

— Pode ouvir?

— Claro que queremos! — A ômega quase saltou da mesa de tanta empolgação.

A médica obstetra mexeu em alguns botões e depois de alguns segundo apreensivos de silêncio, os pequenos sons acelerados do batimento cardíaco do bebê foram ouvidos. 

— Oh meu Deus… Raven, você tá ouvindo isso? — Os olhos de Summer se encheram de lágrimas. — É o coração do nosso filho!

— Eh… — Raven abriu e fechou a boca algumas vezes era como se ela tivesse perdido a capacidade de falar. — Esta… está aqui… — A alfa se inclinou encostando sua mão na barriga de Summer.

— Sim, está aqui, é real. — A ômega juntou suas próprias mãos com as da esposa sobre sua barriga.

 

~**~

 

Depois da ultrassonografia, Summer e Raven estavam de volta no consultório da Doutora Ferguson.

— Doutora, eu tenho de lhe parabenizar, nem eu conseguiria deixar a minha esposa aqui tão emocionada quanto a senhora conseguiu hoje. — Summer brincou. — Eu acho que vi até uma lágrima. 

— Tolice. — resmungou Raven. 

— Deixo esse crédito para o bebê, e com relação a minha recomendação de procurar um nutricionista e um fisioterapeuta? 

— Ah, já iniciei a dieta recomenda e logo estarei indo na consulta com o fisio essa semana. 

A médica assentiu. 

— Bem, se não há nenhuma queixa ou dúvidas então… 

Summer pigarreou chamando atenção para si. 

— Na verdade, há uma dúvida sim. — A obstetra esperou a ômega fazer sua pergunta. — Eeh… Com relação a… você sabe… eeh… 

— O que? 

Raven tomou a frente e disse no lugar dela. 

— Queremos saber se está tudo bem mantermos relação sexual? Há algum risco para ela ou o bebê? 

Summer sorriu sem jeito. 

— Então é isso, não há motivo para vergonha, muitos casais têm essa mesma dúvida. Summer está bem, o seu útero está saudável e normal, os exames não apontaram nada que indique qualquer risco ou complicações obstétricas, então, sim, sexo está liberado. Podem fazer amor o quanto desejarem, só tenho duas recomendações. — A médica advertiu. — Usar camisinha, por três motivos, uma nova gravidez pode surgir e tornar as coisas mais complicadas, prevenir a contração de infecções, e por último, a ejaculação no colo do útero pode servir de estímulo para contração uterina que pode ocasionar abortos, mas usando o preservativo é completamente seguro. 

Raven e Summer balançaram a cabeça assentindo. 

— E a outra recomendação? — perguntou a alfa. 

— Não por muito peso sobre a barriga, escolham posições que favoreçam isso. 

— Até quantos meses podemos fazer sexo? 

— Raven! O que a doutora vai pensar da gente? 

— Da gente? Não era você que estava toda neurótica em casa dizendo que não ia conseguir ficar sem sexo todo esse tempo? 

— Ooohh! — Summer deu uma risada falsa. — Que história é essa, querida? Não foi isso que eu disse não. 

Raven revirou os olhos aborrecida e a médica riu. 

— A doutora vai pensar que vocês são jovens, saudáveis e se amam muito, não tem motivos para se envergonhar disso, acreditem em mim, não são o primeiro nem o último casal com tais preocupações. — A médica tranquilizou. — Respondendo a sua pergunta, pode até o nono mês, tomando os devidos cuidados que eu mencionei antes, eu mesma tive relação até o nono mês com meu marido quando estava esperando meu filho. 

— Que notícia maravilhosa! — exclamou Summer sem pensar, depois ela se encolheu um pouco tímida. — Podemos conversar sobre o planejamento do parto, agora? 

A médica tentou não rir:

— Claro. 

 

~**~

 

Blake franziu o cenho para a tela do notebook enquanto seus dedos deslizavam pelo teclado olhando concentrada por cima de seus óculos. Ela estava trabalhando em um novo artigo a dias, com uma pesquisa exaustiva, a beta quase caiu da cadeira com um susto que ela tomou quando uma caneca cheia de chá-preto foi colocada ao seu lado na mesa.

— Yang? O que faz aqui? Como entrou?

— Velvet. — A alfa disse sem da mais explicações. — Ela também me contou que você estava tentando se matar de tanto trabalhar. — Yang sentou na frente de Blake. — Você ganhou uma promoção foda e não saiu para comemorar.

— Não tenho tempo para isso. — A beta suspirou. — Agora eu tenho que trabalhar mais, criar uma imagem, as pessoas esperam algo de mim, você não entende.

Yang fez uma careta.

— Claro, eu nunca entendo nada, não é? Você, sua vida, tudo é complicado demais para minha cabeça de fósforo. 

Blake soltou um suspiro pesado e tirou os óculos.

— Yang, desculpe, eu não queria…

— Tudo bem, eu já estou acostumada com esse seu jeito, é por isso que eu não tô mais namorando você.

A beta observou a loira sorrir para ela, claro que ainda havia aquela centelha de amargura do passado, mas Blake precisava contornar isso, desviar o foco de Yang, se não, ela sabia que a alfa entraria em um loop de pensamentos bem destrutivos.

— Sim, vamos dizer que é isso, e você e a Weiss? Como anda as coisas?

Yang abriu um largo sorriso, depois tentou conter sua empolgação. 

— Ah, você sabe… andando, eu acho. — Ela fez aquela cara típica de quem só queria que perguntassem mais.

— Não! Não acredito! — Blake se impressionou. — Você tá conseguindo conquistar ela? Falou para ela dos seus sentimentos? O que ela disse?

— Falei! — A alfa até ficou de pé de tanta excitação. — Ela disse que ia pensar! Disse que tinha sentido algo positivo por mim e até me deu um selinho! Na boca! Foi a coisa mais incrível que já aconteceu comigo! Consigo nem acreditar! Foi… mágico! — Ela terminou se sentando novamente com um olhar sonhador.

— Uou! Muito impressionante, nunca imaginei. — Blake se inclinou para frente. — Estou muito feliz por você, de verdade, espero que dê certo.

Yang sorriu de volta e se inclinou para frente também fechando a tampa do notebook da amiga.

— Ela me convidou para uma festinha lá no AP dela, vem comigo, seria legal se vocês se conhecesse.

— Yang? Isso é uma péssima ideia! Você sabe… a Cat…

— A Cat é passado, você mesma disse. Vamos esquecer isso e deixar ela enterrada no seu passado e sem falar, que eu vou apresentar a minha amiga Blake, não a colunista venenosa Cat.

Blake gastou um tempo refletindo.

— Ainda não acho que seja uma boa ideia.

— Vamos, Blake… Você precisa sair um pouco, vai ser divertido, nem que seja só para beber algo caro e enfiar seu pés em água aquecida da piscina da Weiss.

— Uma piscina aquecida? Isso parece tentador. — A beta sorriu. — Mas ainda não é uma boa ideia. 

— A Weiss vai ficar decepcionada. 

— Como assim? 

— Nós meio que tava falando sobre aquele escândalo e acabei comentando que a repórter que expôs o caso era minha amiga e agora ela quer te conhecer. 

— Yang! Você não deveria ter feito isso! 

— Desculpe, escapou. 

 

~**~

 

— Tô dizendo, Blake, foi a coisa mais fofa que eu já vi, a mamãe disse que a mãe até chorou quando ouviu o som do coração do bebê. — Yang foi dizendo enquanto ela e a amiga subiam pelo elevador do prédio onde Weiss morava, até o último andar.

— Difícil imaginar isso, então você já esteve no apartamento dela antes? — perguntou Blake.

— Não, é minha primeira vez, apesar de ela ter me convidado antes. — As portas abriram e as duas andaram pelo pequeno corredor até a única porta dupla logo a frente. — Mas, discrição, não é para ficar contando isso para ninguém.

— Yang, meus dias de fofoca acabaram.

A alfa sorriu para ela e tocou a campainha. A porta abriu, um homem ômega baixinho careca e de bigode atendeu. 

— Olá, bem-vindas, podem entrar, permitam que eu guarde seus casacos.

— Obrigada. — As duas tiraram os casacos e entregaram ao Klein.

— Yang? Você veio! — Weiss saltou na frente dela. 

— Surpresa! — A alfa cantarolou. — Deixa eu apresentar, essa aqui é a minha amiga Blake Belladonna, ela que escreveu a matéria do escândalo da festa de caridade. 

— Oh, é um prazer te conhecer, entre e fique à vontade, gostaria de conversar com você melhor. — Weiss foi cordial. 

— Obrigada, é um prazer te conhecer também, Weiss. — Blake se sentiu falsa em dizer aquilo, não que fosse mentira, mas depois de tudo que ela já escreveu sobre a cantora ômega vestida de Cat, ela parecia uma mentirosa descarada. 

— Venham, o pessoal tá na sala, estamos comendo tacos. — Weiss desapareceu no corredor esperando que Yang e Blake a seguissem. 

— Oba! Sábado de tacos! — A loira comemorou. 

— Tacos? Gente rica come tacos? — A beta estranhou. 

— Quem não gosta de tacos? Todo mundo ama tacos!

Yang foi na direção onde Weiss havia ido e Blake foi atrás, elas deram de cara com a enorme sala de estar da cobertura da cantora, as paredes brancas apenas maculadas por quadros de arte, a direta havia janelas de vidro que iam do chão até o teto, a vista para a cidade era incrível, os móveis eram uma mistura de estilo clássico e contemporâneo. Dava para ver duas escadas, uma para baixo e outra para cima, no outro lado da sala, uma cozinha gourmet completa com uma grande bancada de mármore branco. 

— Uau, olha essa lareira. — A beta exclamou. 

— Linda, não é? — Weiss se aproximou. — Comprei em Viena, se acomodem, minha adega está aberta, podem pegar o que quiserem. 

— Obrigada pela hospitalidade. — Blake disse. 

— Bora pegar algo para beber. — Yang disse segurando o braço de Blake. — A gente já volta, Weiss.

— Então… ainda nervosa perto dela, não é? — Blake falou presunçosa.

— Que? Não! Ok, ok, talvez um pouco. — A alfa se atrapalhou com as palavras.

— Se serve de consolo, eu senti certo nervosismo dela também. — A beta revelou.

— Sério? — Elas chegaram no bar que ficava no canto. — É difícil ler ela.

— Quando nos recebeu, os olhos dela se iluminaram quando te viu.

Um sorriso idiota surgiu nos lábios de Yang e por mais que ela odiasse transparecer o quanto aquilo a deixou feliz, ela simplesmente não podia conter sua emoção.

— Olá, garotas, o que vão querer beber essa noite? — O rapaz beta loira que estava atrás do balcão do bar virou soltando uma piscadela.

— Ah não! Você não! — exclamou Blake.

— Uou! É você? A gata da festa! Caraca, continua linda, em? — Sun balançou as sobrancelhas fazendo a garota beta revirar os olhos.

— Espera, vocês já se conhecem? E você tá de bartender hoje? — Yang levantou uma sobrancelha para o modelo beta.

— Eu esbarrei nele na festa da SDC, mas ninguém pode saber que eu estive lá, ok? — Blake lançou um olhar perigoso para os dois.

— Entendi, segredo. — Sun fingiu que passou um zíper em sua boca. — Não sou bartender, mas se quiserem, posso servir vocês, sei fazer alguns drinks, inclusive esse delicioso banana tropicana, tem banana, abacaxi, coco e… vodka e rum! Querem um?

Yang e Blake se entreolharam.

— Não, acho que vou ficar só com uma taça de vinho. — falou a beta.

— E eu uma garrafa de cerveja tá ótimo.

— Beleza, eu posso pegar o vinho, mas a cerveja é lá na cozinha, dá um pulo lá, Yang.

— Ok, vou lá, por enquanto, se “conheçam” melhor. — A alfa lançou um olhar sugestivo para eles dois.

— Yang? — O chamado na beta se perdeu enquanto a alfa escapava rapidamente e Blake acabou bufando.

— Então, que tal agora você me falar um pouco mais de você, tipo, por exemplo… o seu nome?

 

~**~

 

— Hum… — Yang estava tentando escolher entre as variadas opções de cerveja. — Ah, perfeito! — Ela pegou uma garrafa de uma marca belga que era sua preferida, quando ela se virou pulou de susto. — Uou! Como você chegou ai?

— Estava preste a oferecer ajuda, mas vejo que já escolheu algo. — Klein disse sorrindo.

— Oh, sim, eram muitas opções mesmo, será que Weiss gosta tanto de cerveja assim? — Yang tentou ser simpática.

O homenzinho ômega apenas deu de ombros.

— Senhorita Weiss tem um gosto exigente, e por falar nisso… — O tom dele ficou severo de repente e seu semblante bravio. — Posso saber quais são suas intenções com meu floquinho de neve? 

— Seu… floquinho de neve? — Yang levantou uma sobrancelha. — Ah, tá falando na Weiss! Que engraçado.

O homem pigarreou.

— Responda a pergunta, senhorita Xiao-Long.

— Ah, sim, sim, a pergunta. — Yang coçou a parte de trás da cabeça. — Minhas intenções com ela são… — Ela acabou abrindo um sorriso bobo. — Vê-la o mais feliz possível.

O homem franziu o cenho como se fosse a qualquer momento puxar uma faca da bancada e atacar Yang, mas no segundo seguinte ele abriu um largo sorriso.

— Acho que essa é uma resposta aceitável. 

— Klein? — Weiss chamou, ela estava na entrada na cozinha olhando aborrecida. — Pare de importunar meus convidados e… de ficar me fazendo passar vergonha. — A frase dela terminou com um leve rubor em sua face.

— Só estou fazendo o meu trabalho, agora se me dão licença, esses petiscos de abóbora caramelizadas que eu fiz com tanto carinho não vão se servir sozinhos. — Klein pegou uma bandeja e saiu, mas não sem antes dá uma piscadela para a garota ômega.

As duas ficaram as sós na cozinha com um silêncio realmente constrangedor.

— Eh, desculpe por isso, ele às vezes é…

— Um pai? — Yang completou a fase dela.

Weiss riu suavemente.

— Sim, meio que isso, ele praticamente me criou, para ser sincera, tenho mais lembranças com o Klein do que com meus pais. — Ela entrou ficando ao lado de Yang.

— Então que bom que você tinha ele. — A alfa tentou mostrar o lado bom para que Weiss não ficasse triste. — Quer dizer, se ele cuida de você então estou feliz que ele esteja aqui, e sem falar, que eu provavelmente teria feito a mesma coisa no lugar dele. — Yang riu.

Weiss observou com cuidado e com um leve sorriso no rosto, ela se aproximou mais e ergueu a mão na direção do ombro da alfa, mas como Yang era muito alta, sua mão acabou pousando em seu bíceps, bem onde o dragão tatuado enfeitava seu braço.

— Posso? — A ômega ergueu seus olhos esperando que a loira assentisse, quando veio, Weiss experimentou passar seus dedos pelo músculo firme e trabalhado da alfa. 

— Não tô na minha melhor forma, mas acho que dá para o gasto, não? — Yang se gabou flexionando um pouco o braço para o músculo tensionar e ficar mais saliente. 

— Vejo… — Weiss continuou a explorar com as pontas nos dedos traçando linhas invisíveis pela tatuagem de dragão. 

Yang sentiu-se engasgar quando o cheiro da ômega ficou mais intenso, ela sentiu suas pupilas dilatarem e sua cabeça flutuar no aroma doce e atraente. O típico odor que fazia alfas perderem a cabeça, que jogava seus hormônios em um frenesi de desejo. Yang já havia sentindo aquele cheiro antes, mas o de Weiss lhe afetava de uma forma particular, podia sentir seu corpo ficando em febre e o desejo de agarrar a garota na sua frente ficando cada vez maior. Ela tinha de se afastar, rápido!

— Weiss… — Yang se afastou rapidamente deixando a cantora confusa. — Seu cheiro, o que você tá fazendo? 

A ômega piscou sem entender o que estava acontecendo, de repente ela percebeu seu próprio cheiro, sem ela perceber, seus feromônios reagiram sem seu consentimento. 

— Me desculpe, eu não fiz de propósito, eu juro! — Ela exclamou vendo a expressão angustiada no rosto da alfa. 

— Tudo bem, só… só é melhor ficar um pouco longe. — Yang respondeu e sua respiração estava um pouco fora de compasso. 

— Eu não sei que houve… — Weiss murmurou para si mesma se afastando um pouco, ela não entendia o que aconteceu, seu corpo produziu feromônios, mas isso só aconteceria se ela estivesse atraída por Yang. 

— Weiss? Você tá bem? — Foi a vez da alfa de se preocupar, ela se aproximou de novo ao ver a ômega parecendo desorientada. — Não precisa se preocupar com isso, vamos deixar isso pra lá, sério, não precisa se estressar, eu tô legal, que tal voltamos para a sala agora? Não é uma boa ideia? 

Weiss viu o desespero da alfa para demonstrar que ela não havia feito nada de errado. Achou injusto que Yang estivesse daquela forma por causa de um erro que foi claramente dela. 

— Sim, desculpe por essa situação, Yang. 

— Imagina, é algo que pode acontecer com qualquer pessoa, eu mesma às vezes não controlo meus feromônios. — Ela sorriu, mas a ômega percebeu que a alfa ficou um pouco distante para evitar seu cheiro. 

Isso era esperado. Mas por que aquilo a incomodava? 

— Não! Não! Senhor Wukong, não! — A voz de Klein soou desesperada vindo da sala, Yang e Weiss se entreolharam e correram naquela direção. 

Chegaram bem a tempo de ver Sun dançando em cima da mesa de centro, o vidro debaixo de seus pés não aguentou seu peso e cedeu, o rapaz beta caiu no chão causando um grande susto em todo mundo. 

— Ah não, por que será que eu não tô surpresa? — Weiss suspirou e beliscou a ponta de seu nariz com os dedos. 

Yang começou a rir do lado dela e a ômega não pôde deixar de olhar de soslaio e sorrir para a gargalhada da alfa. 

 

~**~

 

Raven se aproximou da porta do quarto, som de vozes e bipes que lhe eram estranhos chegando até seus ouvidos, a luz colorida queimando sua retina quando ela entrou. A alfa viu Ruby e a nova amiga Penny na frente do super computador de duas telas que a filha tinha em seu quarto. 

— Ruby? — Ela chamou e a ômega estava entretida demais olhando algo na tela, havia um par de fones de ouvido ridiculamente grandes cobrindo seus ouvidos. 

Ela estalou a língua irritada e entrou se aproximando da dupla de garotas ômega. 

— Ruby? — Raven puxou o fone dando o susto na filha, a garota Penny se virou não demonstrando nenhum sinal de surpresa. 

— O que aconteceu? — Ruby perguntou. — Ah, não, eu morri! Noooo… — Ela lamentou olhando de relance para a tela do computador. 

— Relaxa, eu te cubro até você recuperar sua vida. — Penny disse volta-se para o computador novamente. 

Raven revirou os olhos. 

— Estou procurando a sua mãe, você a viu? 

— Não, já procurou no ateliê? — Ela balançou a cabeça. 

— Já. 

— Então não sei. — Ruby deu de ombros. 

— Tudo bem, não vão passar a noite inteira acordadas. — Raven disse indo na direção da porta. — E deixem isso fechado. — Ela bateu a porta. 

— Ela parece legal. — Penny comentou sorrindo. 

— Essa é a primeira vez que eu vejo alguém descrevendo a Raven como “legal”. — Ruby zombou e voltou ao jogo. 

Raven subiu até o terraço, foi o único local que ela não havia procurado sua esposa. Como esperado, a alfa viu Summer enrolada em um casaco seu que ela provavelmente pegou do ninho e estava olhando para o céu noturno. 

— Summer? — Ela chamou com uma voz cansada. — O que está fazendo? Está muito frio, vem para dentro. 

Summer virou o rosto e lhe sorriu gentil, mas não saiu do lugar, diante disso, Raven andou até ela. 

— O que está fazendo aqui? — Ela perguntou de novo. 

— Não sei, acho que com o ultrassom do bebê, eu fiquei um pouco nostálgica, estava relembrando várias coisas. — A ômega voltou seus olhos para cima novamente.

— Lembrando do que, exatamente? 

— Principalmente dos tempos da faculdade. — Ela riu. — Eu tinha de correr todos os dias do bloco de artes para o bloco de ciências humanas, aí eu via você encostada naquele grande salgueiro do pátio, e você e o Qrow sempre estavam com aquela turma de arruaceiros, fumando e bebendo dentro do campus mesmo sendo proibido. 

Um sorriso acabou surgindo no rosto de Raven enquanto ela própria vasculhava suas memórias da juventude. 

— Você estava fazendo arte escondida dos seus pais. — Raven disse. — Eles achavam que você estava fazendo administração. 

— Sim, uma vez até te pedi seus livros para tentar enganar eles, isso porque no começo eu não acreditava que você realmente cursava administração. 

— Eu sei que eu era fora do padrão e admito que não era muito interessada em aulas, mas eu sempre tirei notas altas. 

— Você tinha um sistema, mas nunca soube o que era. — Summer se aproximou ficando de frente para a sua alfa. — Eu nunca imaginei gostar de você, mas eu já era apaixonada pelo Tai, quando descobrir que vocês dois tinham um caso, quase morri sem chão. 

— Mas eu já era interessada em você. — Raven envolveu seus braços ao redor da ômega a trouxe para seu peito. — As pessoas ficavam dizendo que tinha de escolher só um, mas eu não entendia porque não podia ficar com os dois. 

— Ah eu também não queria abrir mão de nenhum de vocês. — Summer ficou na ponta dos pés e Raven se inclinou um pouco para seus narizes se tocarem. 

— Gelado. — Raven reclamou, mas ainda tinha um sorriso suave no rosto. 

— Sério? Eu não estou sentindo nada. 

— Deve ser porque o seu rosto está congelando com esse vento frio. 

Summer riu. 

— Deve ser verdade, acho que já estou pronta para me enfiar no nosso ninho e dormir abraçadinha com você. 

— Isso parece… perfeito! — Raven puxou a ômega para mais perto e as duas andaram abraçadas para dentro. 

 

~**~

 

— Bom dia. — Weiss cumprimentou ainda sonolenta entrando na cozinha. 

— Bom dia! — Klein cantarolou enquanto já preparava algo na bancada, provavelmente, seu café da manhã. — Dormiu bem? 

— Mais ou menos. — Weiss foi para seu recando do café, um armário onde ela guardava suas cafeteria e grãos de café. — Estava um pouco agitada. 

— Algo perturbando sua mente? — Klein supôs. 

— Sim. 

— Algo específico? — Ele tentou incentivá-la a falar mais. — Talvez falar sobre ajude a tirar as pulgas da sua cabeça. 

— Essa é uma expressão horrível, Klein. — Weiss começou a preparar seu café e viu o líquido preto encher a xícara. 

— Só estou tentando ajudar. 

— Você é muito é curioso. — Ela pegou a xícara quente. — Te conheço. 

— Ora, tudo bem, se não quer contar, eu também nem fazia questão. — Ele fez uma encenação dramática e exagerada de ofendido. 

Weiss riu. 

— Certo, eu vou contar… — Sua expressão ficou séria e um pouco aflita. — Eu não conseguia parar de pensar no que aconteceu ontem. 

— O que aconteceu ontem? — Klein inclinou a cabeça com genuína curiosidade. 

— Como posso explicar, eu estava com a Yang e estava conversando normalmente, e então, de repente, sem motivo nenhum, meus feromônios ficaram loucos e eu comecei a exalar um cheiro de ômega. Mas isso não faz o menor sentido, eu tomo muito cuidado com meus supressores e inibidores de odor. Isso não deveria acontecer. 

— Vocês estavam só conversando mesmo? Nada a mais? — Klein levantou uma sobrancelha sugestivo

— Klein! Como pode insinuar isso? — Weiss repreendeu entre os dentes e sentindo o rubor subir por sua face. 

— Ora, vamos, eu vi o beijo no parque outro dia, eu sei que vocês duas têm uma coisa. 

— A gente não tem nada! — Weiss quase gritou e Klein continuou com sua expressão de quem não acreditava. — De qualquer forma, eu posso ter tocando no braço dela, mas isso não foi nada demais! Talvez eu deva marcar uma consulta e verificar com meu médico isso, talvez seja o caso de trocar a marca do meu supressor e… Klein, por que você está me olhando assim? 

— Ora, não acho que tenha algo errado com seus supressores ou inibidores, na verdade, acho que é um caso de não aceitar as coisas como elas são. 

— O que você quer dizer com isso? 

— Sua mente pode negar, mas seu corpo já sabe, você está apaixonada por essa alfa, floquinho de neve. 

— O que? Nãaaao! — Weiss largou a xícara na bancada e riu nervosamente. — Isso é totalmente ridículo! Eu… eu não… Deus do céu! Meu Deus, Klein, isso não pode ser verdade, o que eu vou fazer?

— Ooh! — Ele se aproximou e abraçou ela, Weiss ficou mais do que contente em estar em seus braços e sentir o cheiro familiar e reconfortante do ômega que lhe criou a vida inteira. — As coisas vão se ajeitar, haverá um momento onde você terá de fazer uma escolha, só espero que decida pelo que é melhor para você. 

Ela se aconchegou mais nele.

 

 

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Notas finais do capítulo

Pelo amor de Deus, Weiss, não vai escolher errado! Não faça uma besteira! *rezemos*
Gosto de imaginar que Summer faria a Raven uma pessoa mais calma e carinhosa... mas não muito kkkkkkk
Também gosto de pensar na Ruby e na Penny como duas nerds que passariam a noite jogando vídeo games! kkkkkkkkk
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