A Caixa de Pandora escrita por Max Lake


Capítulo 5
Ordem


Notas iniciais do capítulo

5° tema, 5° round

Decepção



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—Não sei por onde começar - respondeu Pandora, sentando-se na cadeira perto de seu computador. - Por que eu? Foi alguma brincadeira grega ou a vida no planeta depende de mim?

—Ou nenhum dos motivos? Que tal os dois? Desculpe, filosófico demais. - Brincou, mas sem sorrir. - Eu a escolhi porque precisava de alguém para proteger a Caixa enquanto eu escapava das forças do mal. Foi o acaso, a urgência, mas você me salvou.

—Que forças do mal?

Ninguém ficou em silêncio, seu semblante sério mudou para uma cara de decepção. Seu olhar se concentrou em encarar Pandora bem no fundo, mesmo que a jovem desviasse o rosto.

—Eu sei que você a abriu e isso me decepcionou muito. Falei para não abrir, não importasse o custo.

—Desculpa, mas eu fiquei curiosa. - “E eu nem te conheço direito para obedecê-lo”, pensou em retrucar. - Aconteceu tudo tão rápido.

—A curiosidade é uma virtude para a criança, porém uma perdição para a humanidade. - Ele ergueu o objeto e mostrou a ela, ainda decepcionado e sem tirar o olho da garota. - Você, mais do que qualquer outra pessoa, deveria saber disso, Pandora.

Ninguém deixou a caixa na cama, apoiou as duas mãos no cajado e se levantou. Pegou o objeto novamente e caminhou até a garota. Enquanto isso, começou a explicar sobre a caixa.

—Esta relíquia foi entregue a Alexandre Magno cinco anos depois de fundar a Alexandria do Egito. Quando descobriu o conteúdo dentro, rapidamente criou uma Ordem secreta para protegê-la. Somente quem pertence ou pertenceu à Ordem pode enxergá-la, mas você é uma exceção porque eu permiti.

Ninguém encostou na mesa do computador, bem próximo a Pandora.

—As forças do mal querem a Caixa de Alexandria por um motivo: Libertação. Depois que a abriu, já pensou o porquê das vozes berrarem tanto? Dor? Sofrimento? Horror? Imagine essas milhões de vozes gritando simultaneamente pelo mundo inteiro. Poderia ser o caos, instaurar a maior surdez global da história. Mas também traria paz a estas vozes. Em teoria. Nada disso importa para a Ordem, nosso dever, nosso motivo de viver é proteger a Caixa e jamais libertar essas vozes.

Ele jogou a Caixa no colo de Pandora e bateu o cajado duas vezes no chão. Com muito esforço, agachou-se e ficou na mesma altura que a adolescente, fitando-a com seriedade. Ela recuou a cabeça um pouco assustada.

—Aquele sonho foi uma visão e agora é sua missão. Sei de sua festinha de adolescente, mas isso é mais importante. Encontre-me no local do sonho, no sábado. Qualquer horário, desde que seja de noite. Leve a Caixa, saberá o que fazer na hora. Não me decepcione de novo, Pandora.

Ninguém se moveu na direção da porta para sair do quarto. Pandora se levantou imediatamente.

—Espera - disse, tocando em seu ombro. - E se as tais “forças do mal” me encontrarem?

—Não encontrarão. Confie em mim. - Piscou com um olho, então saiu para o corredor.

Pandora o procurou pela casa, mas desapareceu como surgiu: Misteriosamente.

—Esse é o problema. Não posso confiar em Ninguém - sussurrou, voltando ao quarto.

Deitou na cama e ficou pensativa, encarando o teto. Tinha muita coisa para assimilar. Eis que acabara de chegar uma mensagem de seu pai, só para estragar mais o seu dia.

“Sua mãe não vem. Muita chuva. Conversamos na janta”.

—Ótimo - resmungou, pousando o celular com força na cama.


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Notas finais do capítulo

E é isso, mais um capítulo entregue! Espero que tenham gostado, comentem o que acharam e o que precisa melhorar.

Só queria dizer que é muito estranho atribuir ações para alguém chamado 'Ninguém'. Mas estou me divertindo em escrever a história.



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