A Caixa de Pandora escrita por Max Lake


Capítulo 10
Do final vem um novo começo


Notas iniciais do capítulo

E finalmente o fim!
10° tema, 10° round

O tema é "Pingu". Sim, aquele desenho supimpa do pinguim e sua familia! Entre os três episódios para escolha, eu usei "Pingu at the fairground".



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Pandora estava no parque de diversões tentando reatar a amizade com Ingrid. A festa deveria ter ajudado, mas participar foi a pior decisão tomada pela jovem negra naquela semana. Ambas comiam algodão doce, Pandora comia um azul e Ingrid, um rosa. Elas conversaram pouco, mas a festa logo virou o tema.

—Como foi o resto da festa? - questionou Pandora.

—Depois que saiu, eu me senti culpada e não fiquei tanto tempo assim. Aonde você foi?

—É complicado, você não acreditaria - falou, mas se arrependeu. - Desculpa, eu deveria...

—Não precisa me contar se for tão surreal assim.

—Eu preciso contar, mas não sei se você acreditaria.

—Pode tentar.

—Certo. Eu encontrei uma caixa meio mística com vozes dentro. E tinha um cara chamado Ninguém que era bizarro. Ele invadiu meu quarto, implantou visões e ficava de olho em mim.

—É, tem razão. É inacreditável! - Ingrid interrompeu, rindo. Pandora também riu.

—É sério - insistiu, ainda rindo. - Eu fui em um beco ontem depois da festa, ele me fez escolher entre ter uma vida ou me juntar à Ordem que protege a tal Caixa de Alexandria.

—E o que escolheu?

—Ter uma vida.

—Você deveria escrever uma história assim. Chamá-la de “A Caixa de Pandora” e ser famosa.

—Vou pensar nisso.

Ambas riem da sugestão. Continuaram caminhando até um vendedor de balões. Pandora até pensou em comprar, mas para quê precisaria de um balão? Seguiram até a bancada de um jogo de arremessar bolas em copos empilhados.

—Querem testar a mira, meninas? - perguntou o vendedor.

—Eu quero - disse Ingrid, pagando.

Recebeu a bola, mirou e arremessou, acertando dois copos de cima. Na segunda tentativa, derrubou os copos restantes. Pandora aplaudiu e parabenizou.

—Tenta, Pan.

—Eu passo - respondeu.

Depois de mais uma caminhada, ambas chegaram a um “jogo de marretada”. Desta vez Pandora arriscou, mas mal conseguiu erguer a marreta de tão pesada que era. Depois de bater a marreta e ver a bolinha parando antes da metade do caminho, Pandora lamentou o fracasso. Ingrid consolou a amiga com um abraço.

Depois de mais um tempo passeando, elas deitaram na montanha de grama perto da roda gigante e aproveitaram o final da tarde.

—Desculpa - pediu Ingrid, quebrando o silêncio entre as duas. - Eu deveria ter ido com você ontem, aí acreditaria naquela história surreal.

—Talvez não. Ninguém via a Caixa além de mim e, bom, Ninguém.

—Isso ficou confuso.

—Eu sei. Desculpa pela briga na semana passada.

—Deixa pra lá, aquilo foi bobagem mesmo.

—Então… Estamos bem?

—Sim. Sempre, Pan. - Ingrid segurou a mão da amiga. - Leo perguntou por você, ele me mandou mensagem. Deveria conversar com ele.

—Conversarei. Juro.

Quando voltou para casa, Pandora encontrou seu pai caído no chão da sala. Cervejas derramadas, cigarro aceso na mão e o ronco alto. Ela o ajudou a se levantar. Escolhas, ela não se esqueceu disso. Quer melhorar a relação com seu pai, fazê-lo feliz.

—Quê? - resmungou ele, sonolento e tonto. - Quem?

—Sou eu. Vou te levar para a cama. Hora de dormir - Disse amorosamente.

—Voxê nun me léva ao quarto - falou, quase incompreensível.

—Eu sei, quero mudar isso.

Repousou ele na cama e o cobriu com o lençol. Desligou a luz e fechou a porta. Pandora ficou na cozinha, pegou o celular e digitou uma mensagem para Leo. “Escolhi ter um namorado”, pensou, lembrando-se da decisão.

“Ei, Pandora aqui. Desculpa ter saído cedo, não tava bem. Quer conversar um pouco?”.

Com o coração acelerado, hesitou antes de enviar. E se ele ignorar por estar chateado? Ou se responder? “Calma, é a timidez, o nervosismo”.

Ouviu um barulho vindo do quarto. Assustada, encontrou um papel amassado. “Obrigado e boa vida”, era o que estava escrito.

—De nada, Ninguém - sussurrou, sorrindo.


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Notas finais do capítulo

E este é o final. Espero que tenham gostado de ler!

Eu sei que ela tem problemas, não aprofundei muito as relações entre os personagens, até porque tinha mais personagem do que era necessário. O mistério da "Caixa de Alexandria" ficou de lado nos últimos 5 capítulos. Mas eu gostei de escrever, de participar do desafio. Para quem não estiver acompanhando a classificação, eu não passei de fase. Até a publicação deste capítulo, eu estava com 84 pontos (eu acho). [Edit] Terminei com 94 pontos.

[Edit] Ok, depois de alguns anos eu atualizei a escrita da história, ainda respeitando as regras do desafio - pelo menos as que eu lembrava. Hoje, em 2020, posso retrucar meu eu do passado e dizer que a fic não era sobre o mistério da Caixa, mas sim sobre uma auto-descoberta da protagonista. E acho que teve um número aceitável de personagens. Passei um tempo em negação com a história, mesmo que quem tenha lido dissesse que era muito boa. E hoje eu sei que ela é melhor do que eu achava antigamente.



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