Um Faraó em minha vida escrita por Iset
Notas iniciais do capítulo
Oi pessoas, queria agradecer a todos os comentários recebidos no último capítulo, jaja estarei respondendo a todos! Obrigada pelo carinho e boa leitura!
Ao infinito e além
Tutankamon viu a garota subir as escadas e olhou em volta, andou até o interruptor de luz e ligou e desligou a lâmpada por algumas vezes. Caminhou até as caixas e abriu uma delas, analisou curioso um robô de brinquedo, jogou-o para trás fazendo o botão se ligar ser prensado contra a parede.
一 Buzz lightyear do comando estelar, pronto para embarcar numa aventura interestelar? 一 falou o boneco e o faraó deu um salto para trás da cama. Sentiu o peito disparar e observou o boneco mexer braços e pernas no chão.
一 Vamos amigo, você é o escolhido para embarcar nesta missão 一 falou a voz robotizada.
一 Amigo? 一 questionou Tut ao se levantar 一 Acho que podemos ser amigos, criatura estranha 一 respondeu saindo de trás da cama e caminhando desconfiado até o boneco. Abaixou-se até o chão e tomou-o nas mãos.
一Diário da missão: me infiltrei no território inimigo, sem ser detectado一 falou o boneco.
一 Inimigos, não… Samantha é muito cordial, não posso dizer o mesmo da serva insolente mas…
一 Precisamos nos preparar para a batalha, o mundo está em perigo e foi escolhido pela força estelar para derrotar o grande Zurg 一 Buzz mexeu um dos braços o assustando o que o fez deixar cair.
一 Fui escolhido? 一 coçou a testa 一 Por isso estou aqui, homenzinho estranho de cabeça grande. O que devo fazer?
一 Oh não! Fomos capturados, precisamos escapar da fortaleza do cruel Zurg 一 o boneco falou.
O faraó olhou pros lados e tomou o boneco nos braços mais uma vez, subiu as escadas e percebeu que a porta estava trancada.
一 Sam nos traiu. Precisamos sair daqui, mas já é noite, andar por aí sem a proteção de Rá 一 disse se encaminhando a uma das pequenas janelas. Abriu uma delas e colocou o boneco para fora, depois saiu também por ela. Caminhou receoso pelo gramado de Sam em direção a rua que já estava escurecida pela noite.
一 Para onde devemos ir? 一 perguntou ao boneco que permaneceu em silêncio 一 Bom, se eu fui o escolhido eu tenho que saber o caminho, não é? 一 disse.
Olhou para um lado depois para o outro e optou pela esquerda.
Caminhou durante mais de meia hora admirado com tudo que encontrava no caminho, até alcançar um cruzamento onde carros passavam em alta velocidade.
一 Gostaria de ter tido uma dessas carruagens sem cavalos, são muito mais confortáveis que as bigas 一 atravessou a rua e um carro freou há alguns centímetros dele.
一 Seu retardado! Sai do meio da rua 一 gritou o motorista.
一 Se eu não estivesse numa jornada para derrubar o tirano Zurg, lhe mostraria como se deve portar na frente de um Deus vivo 一 retrucou ao motorista que o olhou intrigado, enquanto ele retornava ao seu caminho.
Continuou caminhando até o centro da cidade, centenas de letreiros luminosos, pessoas caminhando apressadas, carros e barulho o deixaram um tanto confuso, dobrou no primeiro beco silencioso que encontrou.
一 Sei que sou o escolhido, mas você poderia ajudar um pouco, não acha? Fale algo, como encontramos o terrível Zurg? 一 sacudiu o boneco que continuou em silêncio 一 É um péssimo tutor, sabia?
Continuou a andar até avistar duas mulheres em mini saias de látex e botas de salto, parou por um instante sacudiu o boneco outra vez e decidiu se aproximar.
一 Procurando companhia, garotão? 一 perguntou a loira com uma mechas rosas no cabelo que lhe chamaram a atenção.
一 Na verdade, estou procurando por Zurg, sabem onde posso encontrá-lo?
一 Zurg? Nunca ouvi falar 一 respondeu a morena 一 que belo colar tem aí rapaz 一 falou apontando para o cordão.
一 Ah sim é uma jóia magnífica, está em minha família há milhares de anos e muitos homens morreram tentando tomá-la 一 Explicou com altivez e as duas se entreolharam e cochicharam ao pé do ouvido da outra.
一 Não é daqui, é? 一 a morena indagou.
一 Não, na verdade estou a pouco tempo neste mundo, e a menos tempo ainda descobri que minha missão é enfrentar Zurg e salvar o mundo 一 disse com altivez 一 Mas preciso encontrá-lo antes.
一 Deve estar chapado, aquilo é um Buzz? 一 sussurrou a loira a amiga 一 mas aquilo parece caro 一 disse apontando para o amuleto.
一 Olha, não sabemos quem é o tal Zurg, mas conhecemos alguém que pode saber 一 falou a morena e o rapaz sorriu 一 Vem.
Samantha levantou e foi até a cozinha, bebeu um copo de água e decidiu descer até o porão para conferir se tudo estava bem. Abriu a porta e desceu as escadas, as luzes estavam acesas e não havia sinal de Tut. Olhou a janela aberta e praguejou a si mesma. Subiu de volta ao primeiro andar, pegou uma lanterna e caminhou pelo jardim e tudo estava vazio.
一 Droga! 一 Exclamou e voltou correndo para casa. Pegou o celular as pressas e ligou para a amiga que atendeu com a voz arrastada.
一 Ele fugiu! 一 disse antes de qualquer coisa.
一 Então não é mais problema nosso 一 a amiga respondeu sonolenta.
一 Não podemos deixar ele por aí, ele não conhece nada, vai acabar se matando.
一E ele já não devia estar tipo há mais de três mil anos? E ele tem aquele negócio mágico, vai ficar bem, não devia se preocupar tanto.
一 Cris! Ele é como um bebê que aprendeu a engatinhar e acha que enfiar o garfo na tomada é uma grande idéia! Precisamos achar ele. Estou indo para sua casa, esteja pronta! 一 desligou, vestiu um jeans e casaco por cima do pijama, conferiu o irmão que dormia profundamente e correu até a garagem, onde acelerou a minivan pelo quarteirão. Quando chegou em frente a casa, Cris já a esperava com o cabelo desgrenhado e cara de poucos amigos, sentou no banco do carona e fechou a porta com força.
一 Sabe, eu sabia que chegaria um dia em que nós sairíamos a noite a procura de um cara, mas nem nos meus pesadelos mais insanos ele teria uns quatro mil anos, mesmo com sua queda por caras velhos.
一 Eu não tenho queda por caras velhos e vamos logo.
一 Procura no centro da cidade.
一 Porque?
一 Porque ele vê tudo com os olhos de uma criança, então ele vai adorar todas aquelas luzes, sabe tipo mariposa sem cérebro que ficam batendo a cabeça na lâmpada.
一 Foi bem maldoso, mas acho que está certa.
一 Elementar meu caro Watson, estou sempre certa.
Dirigiram pelo centro da cidade e por mais de uma hora vagaram entre as ruas sem nenhum sinal de Tutankhamon.
一 Nunca vamos encontrá-lo 一 Sam suspirou preocupada 一 Talvez ele tenha voltado pro museu, ficou emocionado ontem quando falou da família, quem sabe esteja tentando voltar para casa.
一 Ótimo, então vamos para casa dormir 一 Cris bocejou.
一 Não! Ele disse que não sabia como voltar e se ele tentar invadir o museu e acaba preso? Nós trouxemos ele Cris, onde está seu senso de responsabilidade?
一 Eu tenho dezesseis anos, meu senso de responsabilidade se resume a não engravidar ou tirar notas tão baixas que causem minha reprovação. E olha só, eu não corro risco de burlar nenhum deles, já que Deus me agraciou com um cérebro acima da média ter notas boas e que faz todos os garotos da nossa escola fugiram pela incapacidade de admirar mais do que peitos e traseiros.一 parou e encarou a amiga 一 Não te convenci não é?
一 Não 一 falou ligando o motor.
No museu tudo parecia normal, exceto pelas faixas da polícia interditando as portas. As duas deram uma volta pelo jardim que circundava o museu e quando retornaram à frente avistaram um lamborghini na entrada de acesso ao subsolo.
一 Quem vem ao museu às quatro da manhã? 一 Sam questionou.
一 Alguém que tem a chave e não somos nós, então vamos dar o fora daqui antes que nos peguem.
一 Não, precisamos saber se o Tut está lá dentro, anda corre.
Samantha saiu em disparada e as duas rolaram pela porta da garagem que se fechou atrás delas. O estacionamento estava praticamente vazio, exceto pelo lamborghini preto que acabara de entrar e uma van com um emblema de uma empresa de serviços.
As duas esconderam-se atrás de uma coluna, quando o motorista do esportivo abriu a porta.
O homem careca vestindo um terno risca giz azul e óculos escuros deixou o automóvel, e da van um casal igualmente vestidos em macacões laranjas desceram.
一 É o especialista egípcio 一 sussurrou Cris 一 que ele faz aqui uma hora dessas?
O homem de terno caminhou até casal trabalhadores ajoelhou-se, prestou reverência a eles e as meninas trocaram olhares curiosos.
一 O que ele está fazendo? 一 questionou Sam.
一 Não sei, mas esse museu tá ficando cada vez mais sinistro 一 respondeu Cris e viu os três se encaminharem ao elevador.
一 Precisamos ir atrás deles.
一 Não precisamos, nada! Esqueceu que da ultima vez que seguimos alguém acordamos uma múmia? Vamos para casa dormir e rezar para que não sejamos pegas. Qual é Sam, ele não tá aqui! Anda vamos, acho que conseguimos sair pelas janelas do banheiro. Subiram ao térreo e lá passaram pela exposição, que agora contava com algumas umas poucas peças, Sam parou diante de uma luminária de alabastro e foi puxada pela amiga em direção ao banheiro.
一 Ai não 一 Cris exclamou em ver a janela estreita.
一 Acho que conseguimos passar.
一 Você sim que vive de vento, mas esse traseiro aqui, sustentado a donuts e achocolatado, não vai passar.
一 Passa sim, anda! 一 falou Sam arrastando uma lixeira para perto da janela.
Samanta se esgueirou habilmente pelo espaço e Cris foi folgo atrás, como ela previu os quadris ficaram entalados na abertura.
一 Droga! Eu odeio meus quadris largos 一 reclamou e Sam segurou-a pelos braços e se pôs a puxar 一 Não dá eu to presa! Ótimo a foto no jornal quando anunciarem nossa prisão vai ser eu entalada numa janela de banheiro.
一 Calma ta bom, eu vou te tirar daí. Só precisamos de algo que faça deslizar 一 Disse 一 Já sei a mochila do treino de Baseball do Bryan tá no carro, deve haver alguma coisa que possamos usar, eu volto em dois minutos!
一 Sam 一 gritou 一 Sam não me deixa aqui! Sam!!!
Samanta esgueirou-se rapidamente até o carro, abriu o porta-malas e vasculhou as coisas do irmão. Encontrou um desodorante para pés, testou a consistência do creme e correu de volta para a janela do museu onde a amiga ainda estava presa.
一 Tudo bem, deixa eu passar isso nessas beiradas e você vai deslizar como um bebê 一 Sam falou.W
一 Um bebê saindo da vagina da mãe? 一 Cris revirou os olhos.
一 Não! Um bebê no banho 一 respondeu a morena e se pôs a puxar a amiga que cai por cima dela no gramado.
Deixaram o museu às pressas pelo gramado verde, Sam dirigiu até a casa da amiga e retornou a sua, desanimada e preocupada. Esperou o dia amanhecer na sala e lá pelas dez da manhã já caminhava aflita de um lado para o outro e já tinha deixado centenas de mensagens para Clay. O garoto apareceu por volta das dez e meia, munido de uma pilha de livros e Cris chegou alguns minutos depois com duas sacolas de roupa.
一 Ele voltou?一 A amiga questionou.
一 Não…
一 Carreguei essas sacolas de graça?
一 Como conseguiram perder um cara com um metro e oitenta de altura?! 一 reclamou o garoto.
一 Perderam quem? 一 Bryan indagou do alto da escada.
一 Bryan você não tem que se arrumar? O senhor Murt vem buscá-lo em meia hora.
一 Do que estavam falando? E quem é ele? Seu namorado?一 apontou para Clay.
一 Não 一 responderam os dois ao mesmo tempo.
一 Se tá tentando ser, um rato morreu ao entrar dentro do tênis dela ano passado 一 disse o irmão mais novo fazendo a garota trincar os dentes.
一 Ah seu peste! A casa tinha sido dedetizada, eu não tenho chulé! 一 falou lançando uma almofada na direção do garoto.
一 E ela tem um péssimo humor de manhã 一 falou voltando correndo para cima.
一 Tem irmãos?
一 Não, meus pai fez vasectomia depois que nasci.
一 Porque será enh? 一 provocou Cris.
一 Pelo menos assim nossa casa não parece um abrigo do governo. Quantos irmãos você tem mesmo, dez? 一 retrucou Clay 一 Espero que já tenham comprado uma TV os recursos hídricos do planeta estão acabando.
一Como se tv foase impedir alguém de tranzar. 一 a garota redarguiu.
一 Chega! Gritou Samantha
一 Sam 一 Bryan desceu as escadas correndo 一 liga a TV houve um ataque alienígena numa boate.
一 Vai se arrumar, eu tô resolvendo uma coisa séria com meus amigos 一 respondeu e parou por instantes e entreolharam-se assustados, correram até a TV, onde uma repórter entrevistava uma garota vestida como uma striper.
一 Foi tudo muito rápido, ele parecia um garoto normal e de repente o peito dele brilhou e quando acordei, tinha desaparecido e todo o mundo estava no chão.一 a entrevistada respondeu.
一 É ele 一 Sam arregalou os olhos.
一A polícia não tem mais informações sobre o caso e diz se tratar de uma paranoia coletiva causada pela fumaça fake de um aparelho, aliada a produtos químicos ilícitos, mas o mistério segue. Teremos um episódio alienígena na boate Dirts em San Francisco ou apenas mais um caso causado pelo abuso do uso de drogas? 一 finalizou a repórter.
一 Bryan vou ter que sair vê se tranca a porta 一 a jovem gritou pegando a chave do carro, sendo seguida pelos amigos一 Com sorte ele ainda vai estar pelas redondezas. E como ele foi parar numa boate de streep tease?
一 Homens! Os pênis deles funcionam como um radar para esse tipo de coisa 一 respondeu Cris e Clay fez uma careta.
Dirigiram pelo entorno da boate e numa rua adjacente finalmente avistaram Tut caminhando pela calçada admirando as vitrines com um saco numa mão e o boneco do buzz lightyear em outra. Estacionaram e correram até ele, que se afastou assim que os viu.
一 Não se aproximem, eu sei que são aliados do Zurg 一 Disse mandando-os parar.
一 Ih! O faraó pirou de vez, devem ter colocado muita cera na cabeça dele quando o mumificaram 一 disse Cris.
一 Fiquem longe, esta criatura estranha me explicou sobre minha missão e não permitirei que me impeçam de cumprir o meu dever sagrado 一 disse com altivez e os três trocaram olhares curiosos.
一 Perai, tá falando que o brinquedo velho do meu irmão te deu uma missão? 一 Sam questionou.
一 Ora, ele não é um brinquedo 一 redarguiu o faraó 一 ele está silencioso agora, mas falou comigo e até se moveu. Bem preciso ir fui o escolhido para essa missão sagrada.
一 Ele é um brinquedo 一 Dam se aproximou e puxou o boneco das mãos dele e apertou o botão em suas costas.
一Buzz lightyear do comando estelar, pronto para embarcar numa aventura interestelar? 一 o boneco repetiu.
一 Ele é um brinquedo programado para falar cinco frases! 一 Sam bradou irritada.
一 Brinquedos não falam.
一 Nem múmias deveriam visitar boates de streep tease! Mundo estranho não? Agora entra no carro! 一 gritou e ele assentiu com a cabeça.

As meninas tomaram os bancos da frente e Clay sentou-se ao lado do faraó, que ainda olhava curioso para o boneco.
一 Sabe, não precisa ficar com vergonha, quando eu tinha quatro anos ganhei uma fantasia do batman, eu pulei da janela do segundo andar achando que ia voar 一 Clay o consolou e ele abriu o saco de papel que tinha na mão e ofereceu a Clay.
O garoto olhou pro saco que empunha um logo de uma dos melhores drivers da região e pegou uma batata frita.
一 Obrigado 一 eu adoro essas batatas o Dr.Potato, eles ganham o prêmio de estabelecimento com alto índice sanitário todos os anos. 一 falou enfiando a batata na boca 一 Mesmo fria está gostosa.
一 Como comprou batatas sem dinheiro? 一 Cris questionou.
一 Eu peguei numa caixa cheia de comida.
一 Caixa de comida?
一Sim, uma caixa verde onde as pessoas jogam papéis, comida e sacos 一 falou e Clay arregalou os olhos.
一 Pegou as batatas em uma li-xei-ra 一 Clay gaguejou e sentiu uma ânsia subir-lhe à garganta.
一 Olha só, o senhor álcool em gel comeu batata do lixo. 一 Cris soltou uma gargalhada. O garoto correu as mãos pelo corpo, retirou um spray e espirrou na boca e nas mãos depois tomou o saco das mãos de Tut e o lançou pela janela. Quando este tentou protestar, espirrou o spray antisséptico em seu rosto.
一 Para o carro! 一 gritou 一 Ele entrou numa lixeira, está cheio de germes e bactérias e talvez vírus e fungos, é praticamente uma bomba biológica.
一 Calma a gente já está quase em casa 一 Disse Sam e o garoto tomou a máxima distância que pode do faraó, não satisfeito, levantou-se e escapuliu para os bancos da frente levando alguns tapas de Cris.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Espero que tenham gostado, não deixe de opnar!