Prometidos escrita por Carolina Muniz


Capítulo 38
Capítulo XXXVI


Notas iniciais do capítulo

Eeeepa q esse aqui ta tenso, gente, segura o coração pelo amor, não tenho dinheiro para o cardiologia de vcs!! ♥



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Ana fez força pela última vez, mesmo já não aguentando mais nem ao menos respirar, tendo Sawyer atrás de si, ajudando-a

O segurança que mesmo machucado, estava ali com ela, cuidando.

E ela sentiu, sentiu tudo. O bebê estando pronto, saindo, entrando no mundo.

O choro foi alto, estridente.

Era vida.

Pura vida.

Ana soltou o ar aliviada automaticamente, cansada, se sentindo satisfeita.

Tudo ficou em silêncio, apenas o som do bebê chorando era audível e a respiração alta de Ana.

Ela ficou perdida naquele som. Era a sinfonia mais perfeita, uma sinfonia de um só instrumento, um instrumento mais profundo que qualquer outro criado pelo homem: o choro do seu bebê.

Vivo.

Perfeito.

Taylor cortou o cordão umbilical com a tesoura banhada em álcool, havia sido o melhor que conseguira.

O bebê ainda chorava e Ana admirava Christian segurando o pequeno enquanto o segurança lhe entregava o próprio paletó para embrulhá-lo. Ela baixou os olhos e encarou o bebê, completamente encantada, tendo seu coração querendo explodir de amor.

Logo se tornou um pequeno e frágil choro, totalmente tímido e assustado, bem baixo, quase ilusório para Ana.

— Ele é tão perfeito - sussurrou com dificuldade, as lágrimas de emoção já escorrendo pelo rosto.

Christian finalmente tirou os olhos do bebê e a encarou, sorrindo.

Ela tentou sorrir, tentou falar algo, tentou escutar as coisas ao redor, tentou sentir o próprio corpo, mas nada funcionou. Ela queria ficar, queria ver seu filho mais de perto, queria segurá-lo em seus braços - Deus, como ela queria -, ela queria dizer à Christian que o amava, queria tentar convencê-lo a não trabalhar todas as manhãs, queria dizer ao seu filho que o amava também - era importante que ele soubesse daquilo todos os dias de sua vida -, queria ele dormindo em sua cama, queria ficar até tarde acordada olhando-o dormir, queria passar a madrugada acordada porque ele não dormiu... Ela queria tudo, mas no fim, não teve nada além de escuridão.

Do lado de dentro, ela sentia tudo. Era como se a vida estivesse sendo perdida ao mesmo tempo que havia acabado de ser ganhada. Porém, já era difícil distinguir a realidade da escuridão. A realidade era algo importante, era algo que ela queria também... Porém, a realidade chegou tarde demais.

Nem mesmo as sirenes da ambulância ela conseguiu ouvir antes de apagar.

Foi como se ela tivesse dormido por um longo tempo, e então acordou, mas seus olhos não se abriam.

A dor se fora.

O que era ótimo.

A única coisa que Ana sentia era o peso de seu corpo. Tinha ar em seus pulmões novamente, bolhas ásperas descendo e subindo por sua garganta, arranhando.

Ela parecia estar bem. Mas não conseguia sentir as coisas que deveria, nada parecia estar no lugar certo.

Ela deveria estar sentindo dor, certo? Mesmo que tivessem feito curativos, tivessem a levado para os médicos, ainda assim ela sentiria alguma coisa lhe incomodando como pontos por ter sido costurada.

Mas não. Ela não conseguia sentir as coisas físicas.

Na verdade, Ana se sentia submersa, como se estivesse numa boia no oceano cheio de piranhas: ela não podia descer mas só ia para mais longe da terra firme.

Ela não tinha consciência do que acontecia, havia apenas escuridão. Não conseguia se lembrar muito de nada, tudo era como peças de quebra cabeça que ela não fazia ideia de qual encaixava com qual.

Ela se lembrava de seus pais - de como eles eram pais terríveis às vezes, mas também de como eles eram ótimos pais sempre indo às suas apresentações na escola, sempre elogiando quando ela aprendia um passo novo no ballet, ou quando trocava de faixa no karatê; ela se lembrava de Christian também - de como ele era sempre gentil com ela, de como ficava irritado bem fácil também ou de quando ele tocava sua barriga... Sua barriga - ela se lembrou do bebê, do som de seu coração na máquina, do formado perfeito na tela, de quando era apenas um pontinho; ela se lembrou de Kate - de quando conheceu a loira, de quando foram ao cinema, de quando ela contou que estava grávida e a loira gritou dizendo que seria a madrinha; ela se lembrou do seu novo professor de Literatura Moderna - de como gostava dele, de como ele era dedicado às letras, aos livros, de como ele era sábio sempre, de como ele conversava com ela sobre tudo. Ela se lembrava de tudo e de nada ao mesmo tempo.

Era estranho.

As coisas que Ana estava sentindo eram tão diferentes do que aquelas a que ela estava acostumada, que era difícil se prender a uma linha de raciocínio.

Ela se esforçou para não entrar em pânico.

Ela sabia que tinha que fazer alguma coisa, que tinha que se arriscar e pular da bóia. Não sabia porque, nem como, mas ela tinha.

Ana tinha que arriscar.

Havia algo mais importante que a escuridão. Havia algo muito mais importante que o nada... Ela sabia. Mas como voltar?

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Notas finais do capítulo

Baby Grey seu lindo :D mas ôô, denguinho, faz isso com nós não!! Volta aqui, bb, acorda! #retafinal



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