Total Drama Sky High escrita por Pamisa Chan


Capítulo 8
O baile


Notas iniciais do capítulo

OI GENTE! Este capítulo tá SEN-SA-CI-O-NAL. Espero que vocês gostem tanto quanto eu! PREPAREM O CORAÇÃO!
No capítulo anterior, os pais de Trent chegaram em casa no meio de uma festa de arromba. O que eles fizeram com Trent?



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/760092/chapter/8

Todos os alunos começaram a olhar para eles e o local ficou em silêncio absoluto.

— Eu quero que todo mundo saia desta casa IMEDIATAMENTE! — Thomas ordenou e só era possível ver pessoas correndo em direção à saida.

Quando não restava mais ninguém além da família, Trent disse:

— Eu sinto muito, não foi culpa minha, eu...

— Trent, já pro seu quarto! — Tanya ordenou.

— Tô indo — o garoto suspirou e começou a subir as escadas com uma postura desleixada — E pode me proibir de ir no baile, eu não vou mesmo...

— Peraí, o que você tá dizendo filho?! — Thomas questionou. — Você tem que ir no baile! Você representa a nossa família, a família Stronghold! A maior família de super-heróis do mundo!

— Tanto faz... Eu nunca quis ter poderes mesmo...

— Filho, o que aconteceu? — A mãe de Trent se preocupou.

— Nada de mais... Não quero conversar sobre isso... — O garoto subiu para o quarto e se trancou.

Ao chegar no quarto, ele pegou seu celular e começou a ligar para Gwen. Ele ligou várias e várias vezes mas todas caíam na caixa postal. Por fim, ele enviou uma mensagem pedindo para ela o encontrar no Yakisushi. Ele se arrumou e saiu pela janela, para não deixar que seus pais o vissem.

Quando ele estava no restaurante, ficou por alguns minutos esperando. Ele então voltou a ligar para Gwen mas sem êxito. De repente, Duncan apareceu com uma bandeja na mão.

— O que você tá fazendo aqui?

— Você sabe cadê a Gwen?

— Por que eu saberia?!

— Ué... ela é sua namorada.

O punk colocou a bandeja sobre a mesa de Trent e se sentou de frente com ele.

— Além de você ser um babaca, você é bem burro.

— Quê?!

— A branquela é maluquinha por você. No dia que você vacilou com ela e deixou ela aqui te esperando, mesmo assim ela não parava de falar sobre você.

— Mas... Vocês... Você até beijou ela no pátio!

— Aquilo era pra te deixar com ciúmes. — Duncan falou — Mas não posso negar que foi bom. —Trent franziu o cenho e Duncan percebeu e começou a rir. — A garota é maneira e eu espero que você não vacile mais com ela, senão eu quebro sua cara.

— Eu não vou vacilar mais...  Até porque acho que nem ela nem a Bridge nem ninguém vai querer mais falar comigo...

— É, você deve ter sido um grande babaca mesmo. Apesar de eu não ser o cara mais sociável da escola, seus amigos não me deixam em paz.

— Valeu... — Trent apoiou o rosto na mão e olhou para o lado, frustrado. — E sobre a Gwen e você irem no baile... Fica sossegado que não vou estragar sua noite. Eu não vou no baile.

A noite passou e Gwen nunca apareceu. Foi aí que o Stronghold sentiu na pele o que a melhor amiga havia sentido naquela outra noite. Ele voltou para casa cabisbaixo.

Gwen estivera em casa essa tempo todo. Nessa noite, ela estava com um grupo de pessoas. Bridgette, Heather e os amigos da telepata.

— Então, podemos contar com vocês? — Heather perguntou esperançosa para Gwen e Bridgette.

— Eu não tenho certeza... — Gwen olhou desconcertada para Bridgette, querendo saber o que ela pensava.

— De jeito nenhum! Não é assim que as coisas funcionam... — Bridgette respondeu com convicção.

— Tudo bem, então. Mas depois que nós mudarmos o mundo, saibam que vocês não contribuíram em absolutamente nada para isso! — Heather falou com desprezo e se levantou, fazendo seus colegas irem juntos.

Quando estavam sozinhas no quarto, Bridgette e Gwen começaram a falar de suas preocupações.

— Bridge! A gente precisa avisar alguém! Isso vai ser uma catástrofe! — Gwen colocou as mãos na cabeça e começou a andar em círculos pelo quarto.

— Eu sei! Mas não podemos nos precipitar! Lembre que estamos mexendo com uma telepata! Ela com certeza já sabe o que a gente pretende fazer...

Em seu quarto, Trent havia ouvido toda a conversa e ficou observando a cena pela janela.

"Essa não... O que será que aquela garota tá aprontando? Acho que eu vou ter que fazer alguma coisa... Mas não dá pra eu tentar falar com a Gwen agora... Essa não..." Ele sentou na cama e ficou pensando no que poderia fazer. "Acho que eu vou ter que ir no baile."

O dia do baile chegou e os alunos se reuniram na escola. Gwen e Bridgette estavam preocupadas, mas não sabiam o que fazer. Gwen resolveu agir normalmente e deixar que seu instinto a guiasse a fazer o que devia na hora certa. Ela foi para a mesa de frios e quando ia pegar algo para comer, alguém apareceu de repente na sua frente, fazendo-a dar um pulo de susto para trás. Era o professor Mclean.

— Olá, Gwen! — Ele riu — Ai... eu amo fazer isso... Vai um ponche aí?

— Humm... obrigada, eu não bebo.

— Não tem álcool. O que é um desperdício... Mas pensando bem, não gostaríamos de ter dezenas de super-alunos bêbados por aqui. Da última vez que isso aconteceu foi uma noite... Memorável. Não no bom sentido.

Gwen arqueou a sobrancelha, pegou uma porção de frios e deixou o professor falando sozinho. No momento em que ela se virou, tomou outro susto. Duncan estava atrás dela, usando um terno preto com uma camisa branca e uma gravata vermelha. Ainda assim, ele estava com seus piercings e a gargantilha.

— E aí? — Ele sorriu de canto.

— O-oi... — Gwen sorriu tímida e virou o rosto para o lado. — Não achei que você fosse... alugar um terno só pra fazer ciúmes no Trent...

— Eu não aluguei. É do meu pai, mas ele não tem tempo de usar isso na prisão. — Duncan revirou os olhos — E sobre o babaca, ele disse que não vem.

— O quê?! — Gwen se assustou. — Como você sabe?!

— Ele me falou enquanto estava te esperando no Yakisushi.

— Eu me senti mal de não ter ido, mas... Eu tava ocupada aquela noite.

— Pelo menos agora o garoto sabe como você se sentiu aquele dia.

— Aliás... Sobre eu estar ocupada aquela noite, tem uma coisa que preciso te falar. Eu estava esperando que o Trent viesse e ele pudesse resolver a situação, mas...

— Mas eu sou seu plano b? Maneiro. — O punk ironizou. — Vamos dançar?

— Eu tô aqui morta de preocupação e você me chama pra dançar?!

— Você me fala durante a dança. Vai ficar mais discreto. Não é como se eu estivesse doido pra dançar uma dança estúpida e lenta com você.

Gwen sentiu seu rosto ferver mas assentiu e foi para a pista com o punk. Um remix de uma música romântica tocava no volume máximo, fazendo todos pularem com a batida. Desajeitadamente ela colocou as mãos nos ombros do garoto e ele segurou sua cintura, fazendo-a gelar. Gwen só conseguia pensar em como alguém com poder de fogo podia causar uma sensação tão gelada em seu corpo. Esses pensamentos fizeram ela dar um risinho abafado.

— Então? — Duncan perguntou, tirando-a de seu emaranhado de pensamentos.

— Então... — Gwen corou e esqueceu o que dizer.

— O que você precisava me contar tão urgentemente? — Sorriu de canto.

— É... — A cada vez que Gwen via aquele sorriso torto, ela se sentia mais imersa em algo que ela não conseguia descrever — Ah! — Ela chacoalhou a cabeça como que tentando clarear a mente — A Heather está planejando algo muito perigoso... — Gwen sussurrou olhando para os lados.

— O quê?! — Ele perguntou algo — Eu não vou te ouvir com essa música alta tocando! Muito menos se você falar tão baixo!

O rosto da gótica foi de branco para vermelho em segundos quando ela percebeu o que teria de fazer. Ela aproximou seus lábios do ouvido do garoto e repetiu o que havia dito. Em resposta, ele falou também no ouvido dela:

— Eu sei. Tá tudo sob controle.

— Como tudo sob controle?!

— Na hora certa você vai ver... Relaxa. Aproveita a noite.

— Por que eu deveria confiar em um punk que tentou matar meu melhor amigo logo nos primeiros dias de aula?

— Eu pelo menos estou aqui, não?

— Faz sentido... — Gwen olhou para baixo.

— Senhoras e senhores! — Gwen e Duncan ouviram uma voz conhecida vinda do palco, era Courtney García — É uma honra ter vocês aqui nesta noite!

— Cadê a diretora?! — Alguém aleatório gritou da pista de dança descontente ao ver a garota.

— Bom — Courtney pigarreou antes de prosseguir — A diretora Blaineley avisou que não poderia comparecer e como eu sou sua ilustríssima presidente do comitê, eu fiquei encarregada de fazer o nosso discurso.

Havia enormes cortinas vermelhas fechadas no fundo do palco onde se camuflava o vestido aveludado de Courtney. Ela pegou o microfone e começou a falar enquanto andava de um lado até o outro pelo chão de madeira, como se fosse uma cantora. Enquanto fazia seu entediante e prolongado discurso, as cortinas começaram a se mexer. A garota estava tão entretida em seu pequeno momento de fama que não notou o que acontecia atrás de si. Mas as pessoas na plateia observavam curiosas. De repente, uma figura saiu de trás da cortina sorrateiramente e agarrou a garota, tampando a boca dela. Todos se chocaram ao ver que a pessoa era Alejandro. Ele tomou o microfone dela e quando foi se preparar para falar, outra pessoa em um traje de cor malva apareceu e graciosamente tomou o microfone da mão do espanhol.

— Boa noite, colegas. — Um uníssono grito de surpresa ecoou pelo salão quando um holofote iluminou essa figura surpresa, Heather Grayson. — Eu gostaria primeiramente de agradecer essa maravilhosa oportunidade. Como alguns de vocês sabem, eu sou uma dos que "florescem mais tarde" e por isso eu fui colocada na sala dos ajudantes logo de cara quando cheguei na escola. Fui completamente humilhada pelo treinador Hatchet. Aliás, um abraço, querido!  — Heather acenou para o professor e todos olharam espantados para ele, que estava sendo segurado por várias Beths. — Enfim... Foi nesse momento, derrotada, envergonhada, que eu percebi o quanto este sistema em que vivemos é injusto e cruel! Nós somos separados por algo extremamente subjetivo sobre o qual não temos nenhum controle: nossos poderes, ou nossa falta deles.

— Eu só faço meu trabalho, mocinha! Eu não tenho culpa se você não tem poderes e foi mandada pra escola mesmo assim! — Chef gritou da plateia enquanto estava imobilizado.

— E o senhor acha que eu tenho?! Mas a questão não sou só eu... Muitos outros alunos também são colocados nessa situação pelo simples fato de florescerem mais tarde, como o nosso querido Stronghold que não está entre nós porque assim que ganhou seus poderes, se tornou uma pessoa tão prepotente e arrogante que se afastou de todos os seus amigos e agora está trancado no quarto chorando por isso! Ele poderia estar entre nós, lutando contra essa injustiça, mas os poderes subiram à cabeça. Mas coitado... Ele não pode ser completamente culpado por isso, não é mesmo, Courtney? — Heather encarou a garota que estava imobilizada por Alejandro e esta a encarou com os olhos arregalados e apavorados, tentando falar mas sem êxito, pois a mão do garoto estava cobrindo sua boca.

A plateia estava completamente silenciosa, com os olhos vidrados em Heather, apenas esperando para ver aonde todo esse drama levaria. Gwen, aflita, segurou firme a mão de Duncan, que estava concentrado demais para reagir de qualquer forma. O discurso continuou:

— Enfim... Vocês acham que só os ajudantes sofrem? Harold! Os vídeos! — Havia um telão atrás das cortinas e Harold, teclando em um notebook fez uma cena chocante surgir lá. — Estão vendo isso? Vocês já viram isso alguma vez? — Heather perguntou enquanto a escola inteira assistia uma dupla de super-humanos desconhecidos usando seus poderes para agredir um mendigo humano. — Claro que não, né? Vocês nunca viveram nos bairros de humanos comuns para ver como é a vida lá! Seus pais provavelmente disseram que a gente não pode ir lá só porque os humanos "não sabem que existem super-humanos" — falou com um tom debochado — Mas é assim que é a vida deles. Marginalizados e maltratados por pessoas que se acham superiores pelo simples fato de terem poderes!

Os alunos ficaram atônitos e um burburinho começou a tomar conta do ambiente.

— Aliás, vocês viram o Professor Mclean falar que antigamente eles usavam pessoas de verdade no desafio de salvamento. — Ela olhou para o professor que estava sendo imobilizado por Tyler e Lindsay  — Adivinhem quem eles usavam... Exatamente! Os humanos sem poderes!

Todos os alunos no ambiente deram um grito de espanto e olharam zangados para os professores.

— Ah, e vocês acham que eu não tenho poderes até agora, né? "Que perdedora" vocês devem pensar. Mas eu tenho. E eu vou mostrar eles pra todos vocês nunca mais me subestimarem!

De repente Heather ergueu seus braços e vários objetos começaram a flutuar. Então ela moveu os braços com força para frente e os objetos começaram a ser lançados na plateia, fazendo todos correrem e gritarem apavorados. Quando eles tentaram fugir daquele local, porém, Harold e Cody  trancaram todas as saídas. Todos então ficaram presos enquanto a garota atirava objetos usando seu poder de telecinese.

Enquanto isso, Trent em sua casa pensava no que fazer. Ele perdera a chance de ir para a escola com o ônibus e não queria envolver seus pais na história. "Vou sair pela janela, talvez eu encontre algum aluno que ainda não foi e possa ir comigo...", pensou. O garoto então se preparou para subir na janela de seu quarto, mas quando ele foi passar uma das pernas para o outro lado, enroscou o pé, se desequilibrou e começou a cair de cabeça do lado de fora de casa. Quando pensou que esse seria seu fim e ele morreria como um perdedor que nunca teve a oportunidade de se reconciliar com as pessoas mais importantes de sua vida, algo inesperado aconteceu: Trent percebeu que ele não tocou o chão.

— Eu tô voando? — Trent se perguntou ao abrir os olhos e ver que estava levitando a poucos centímetros do solo — EU TÔ VOANDO!! — Gritou e se impulsionou para cima.

— Filho, você tá bem?! — Ouviu sua mãe perguntando preocupada do quarto.

Trent voou até a janela de sua mãe e sorriu para ela.

— Estou ótimo, mãe!

Tanya correu até a janela e ao ver que o filho simplesmente não estava se apoiando em nada, chamou Thomas para ver o que estava acontecendo.

— Trent! Você tá voando! — Ela exclamou orgulhosa, quase sem acreditar em seus olhos — O meu filhinho herdou meu poder! Thomas! Thomas! O Trent voa!

Thomas correu para o quarto usando apenas uma toalha em volta da cintura, com os cabelos encharcados. Ele olhou com os olhos arregalados para o filho na janela e não conseguiu dizer nada.

— Bom, eu tenho um baile pra ir! Até depois! — O garoto se despediu e como um jato decolou de uma vez rumo à escola.

Enquanto isso, o salão estava um caos. Os alunos corriam por todos os lados e os professores foram levados para o palco e estavam presos entre várias mesas, cadeiras e armários que Heather trouxe até ali com seus poderes. De repente, Duncan apontou para uma pequena porta que levava para o duto de ar, por onde ele e os antigos amigos de Trent poderiam escapar. Ele derreteu a portinha com seus poderes e chamou os colegas para entrar. Dj, Geoff e Leshawna entraram junto dele, mas logo eles perceberam que Gwen e Bridgette não estavam ali. Ao olharem para trás, viram que Heather estava arrastando as duas para o palco usando seus poderes.

— Gwen! — Duncan gritou.

— Bridgette! — Geoff gritou.

— Ordinária! — Leshawna gritou.

— EU TENHO MEDO DE ESCURO! — Dj chorou.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

GENTE! Muitas emoções. SOCORRO!
O que acharam do cap? Qual foi sua cena favorita? Vocês concordam com o que a Heather fez? O que acharam dessa revelação sobre os humanos comuns? O que será que ela vai fazer com a Gwen e a Bridgette? Será que Trent vai chegar a tempo de salvar a escola? O que tá rolando entre a Gwen e o Duncan? COM QUEM A GWEN VAI FICAR??????
Até o próximo!