Avatar - A Lenda de Naruto escrita por Phoenix


Capítulo 3
Livro 1- Água: O Templo do Ar do Sul


Notas iniciais do capítulo

Oieee gente. Primeira coisa: me perdoem a demora! Eu sei que prometi postar dia sim, dia não, mas minha avó ficou muito mal. Ela tem 88 anos e está bem fraquinha. Precisou ser internada e eu fiquei com ela no hospital.
Depois que saí de lá iniciei o capítulo, mas vou te contar que cansa escrever. Pensei que seria fácil por assistir o capítulo e transcrever, mas eu demoro MUITAS HORAS para um episódio de VINTE MINUTOS!!!! Não contava com isso.. Olha o tamanho desse capítulo, bicho? Quase 7k de palavras. Eu to besta.
Gente, se estiver ruim não deixe de me contar, por favor, vocês serão meu norte.

Agora quero agradecer especialmente à:

May Pysfera
Lady Caribbean
PamyAraujo
E especialmente a Redemoinho de Sol que está super empolgada(o) e até me lança uns plots sem saber.

Obrigada de coração quem favoritou e está acompanhando, não coloco o nome pq não aparece todo mundo, mas vcs tb são especiais ♥

Agora, senta que lá vem história.



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O Sol nascia entre as montanhas colorindo o céu com um lindo tom alaranjado, o reflexo da paisagem nas águas formavam uma única e maravilhosa figura natural.

Estávamos distantes da Tribo da água do Sul, pois onde acampamos não haviam geleiras ou iceberg. Em seu lugar existiam montanhas com grama e algumas árvores.

A fogueira que havíamos acabado de apagar, ainda estava quente enquanto Naruto e eu arrumávamos a cela de Kurama, para podermos partir em direção ao Templo dos Nômades do ar. Naruto estava muito empolgado para reencontrar, depois de cem anos, pessoas da sua tribo.

— Hinata, você vai ver! O Templo do Ar é o lugar mais lindo do mundo. – Dizia com muito entusiasmo.

Entusiasmo esse que me causava preocupação. A cem anos não víamos nenhum dobrador de ar e as histórias que contavam por aí, não eram nada boas.

— Naruto, eu sei que você está muito entusiasmado, mas já faz cem anos que você esteve lá, muita coisa pode ter mudado ou acontecido, talvez não devesse ir com tanta sede ao pote. – Disse com certa tristeza, pois ele poderia ter uma enorme decepção.

— Eu sei, mas preciso ir ver com meus próprios olhos. – Falou enquanto amarrava a corda para guiar Kurama.

Após isso, flutuou até Neji que ainda dormia. Ele estava em processo de adaptação com as viagens sobre Kurama. Não dormia enquanto voávamos.

— Acorde Neji, nós vamos para o Templo do Ar!

— Deixe-me dormir mais um pouco apenas, estou muito cansado e a viagem será longa e não conseguirei dormir.

Por mim, esperaria até que Neji estivesse mais disposto, porém a ansiedade de Naruto era tamanha que ele pegou um galho da árvore, passou sobre o saco de dormir de meu irmão gritando.

— Acorde Neji, tem uma cobra em cima de você! ACORDA.

Imediatamente meu irmão se levantou, mas por ter as suas pernas travadas pelo saco, ele caiu de cara no chão o que fez Kurama rir demasiadamente, deixando Neji mais nervos... se é que isso era possível.

— Ótimo, você acordou! Vamos lá. – Disse Naruto.

*

Enquanto isso, Sasuke atracou seu barco em uma base do exército comandado por Fugaku Uchiha, um capitão muito ardiloso e perspicaz, perdendo em questões de maldade apenas para o Rei Madara.

O porto onde ficavam os navios do pelotão estava lotado de enormes barcos com a bandeira da Nação do fogo. O lugar era nublado pois ficava perto de uma alta montanha e em terra firme haviam muitas tendas dos soldados e fogueiras acesas.

— Itachi, eu preciso que os reparos no navio prontos o mais rápido possível. Não quero correr o risco de perder a pista dele e muito menos que alguém o encontre antes de mim. Não posso me dar ao luxo de perde-lo.

— Você está falando do Avat...

— Não fale o nome dele nesse cais. Se vazar a notícia que ele está vivo, todo o dobrador de ar vai procura-lo e não quero que ninguém me atrapalhe.

— Atrapalhar o que? – Perguntou uma voz masculina, grave e com certo tom de ironia. – Príncipe Sasuke?

Era um homem de meia idade, cabelos repicados até a altura do pescoço e rugas de expressão na boca que sempre lhe deixavam com um ar de descontente. Talvez porque sempre estivesse assim.

— Capitão Fugaku. – Disse Sasuke quase que de forma debochada.

— Bom, eu sou comandante agora. – Curvou-se para Sasuke e Itachi. – Ah, general Itachi, grande herói de nossa nação.

Curvando-se Itachi o cumprimentou respondendo.

— General aposentado.

— Infelizmente. Pois ainda é muito novo para tal. Os dois filhos do Senhor do Fogo são muito bem vindos em meu cais. Mas o que traz vocês aqui em meu porto?

— A nossa embarcação está sendo reparada. – Apontou Itachi para o navio que havia quebrado grande parte da proa.

— Foi um belo estrago. – Ironizou de forma sutil Fugaku.

— É... – dizia Sasuke enquanto pensava. – O senhor não acreditaria no houve. – O rosto de Sasuke mudava de expressão conforme pensava algo. – Itachi, conte ao comandante Fugaku o que aconteceu.

Itachi permanecia sempre com a mesma expressão e voz calma. Com isso prosseguiu a conversa.

— Claro irmãozinho, eu vou fazer isso. Como a gente bateu, não é isso? –direcionou-se a Sasuke para que ele confirmasse a história e assim o fez.

— Em um navio do Reino da Terra.

— É mesmo? -  Desacreditado, perguntou Fugaku. – Você deve me presentear com todos os detalhes emocionantes. -  dizia em um tom de ironia, aproximou-se a centímetros do rosto de Sasuke e continuou. – Me acompanha em um chá?

— Desculpe, mas nós temos que ir. – Sasuke disse enquanto se virava para partir da presença do comandante.

— Príncipe Sasuke, tenha respeito pelo comandante Fugaku. – Itachi virou-se para o comandante e falou. – Ficaremos honrados em acompanha-lo. O senhor tem chá de ginseng? É o meu preferido.

Enquanto o comandante e Itachi se direcionavam ao local onde beberiam chá, Sasuke ficou para trás rangendo os dentes, tamanha raiva. Por fim, soltou fogo pelas mãos, como uma pirraça e seguiu os dois. Itachi virou-se para seu irmão, e com dois dedo empurrou sua testa, deixando o príncipe sem graça.

*

Passeávamos entre as nuvens, montanhas e neblinas voando sobre as costas de Kurama. A visão era extremamente linda, vi lugares que jamais imaginei que pudesse conhecer. Me divertia em cada manobra que a enorme raposa fazia. Naruto e eu estávamos concentrados no trajeto. Mas a barriga de Neji não o permitia, pois roncava com constância.

— Estou morrendo de fome, mas não consigo encontrar comida. – Falou para si mesmo enquanto procurava no lugar onde deixou alimentos separados. Mas ao sacudir a sacola, poucas migalhas caíram em suas mãos. – Ué, quem comeu toda a carne seca de foca?

— Oh, era comida? – Perguntou Naruto sem graça. – Eu usei para acender a nossa fogueira de ontem a noite. – Sorriu e coçou sua nuca. – Desculpe.

— Você o que? Ah, não é à toa que as chamas tinham um cheiro delicioso.

— Coitado do moleque cabeludo, já está tão magro que desse jeito vai sumir. Nem porte de guerreiro esse coitado tem. Vou me apresar, porque não quero nenhum cadáver desnutrido em cima do meu corpinho. – Rindo Kurama disse e voou mais rápido para chegarmos logo no Templo do Ar.

Algum tempo depois, ao norte do Mar do Sul, pudemos enxergar inúmeras montanhas. Altas e íngremes. Eram como se estivessem formadas em uma sequência. Uma enorme sequência. O Templo do Ar ficava no centro delas.

— Olhe Hinata. As cadeias de Montanhas Patola. – Avisou-me Naruto. – Estamos chegando.

— Olha Naruto, eu quero conversar com você antes de chegar no templo. É sobre os dobradores de ar. – Eu estava muito temerosa de qual seria a reação de Naruto. Minha vó me contou que a Nação do Fogo exterminou todos os nômades do ar, por pensar que o Avatar estivesse entre eles. Eu não acredito que alguém tenha sobrevivido, mas Naruto estava muito confiante e isso seria ruim para ele.

— O que têm eles?

— Bom... eu só espero que esteja preparado para o que pode ver. A nação do fogo é muito cruel. Eles mataram a minha mãe e podem tem feito o mesmo com o seu povo.

— Só porque ninguém tem visto um dobrador de ar, não significa que a nação do fogo matou todos. Eles podem ter fugido.

— Eu sei que é difícil de aceitar algo tão difícil, Naruto, mas...

— Você não entende Hinata. A única forma de chegarem ao Templo do ar, é com uma raposa voadora. E apenas os dobradores de ar eram capazes conduzi-las. Eu duvido que eles tenham uma. Não é Kurama.

— Eu devo concordar com o loiro de cabelos bagunçados. Jamais nos entregaríamos aqueles metidos de cabelos e olhos pretos. Nós gostamos dos loiros de olhos azuis.

— Ip, ip. – Procunciou Naruto para que Kurama subisse ainda mais alto, por causa das enormes montanhas. O ar estava ficando mais denso e a neblina era mais forte ainda. O vento era muito gelado, com isso manter os olhos abertos era impossível para Neji e eu que não éramos acostumados, mas Naruto continuava a conduzir a grande raposa por entre as montanhas. Depois de passarmos por elas, finalmente avistamos o templo do ar, no centro da sequência de montanhas que formavam uma cerca para o Templo do Ar.

— Chegamos. O templo do Ar do Sul. – Pronunciou o Avatar com tamanha nostalgia em sua voz.

A visão era maravilhosa. Neji e eu éramos privilegiados por conhecer tal lugar. O templo se fundia em diversas partes com a montanha. Era como se fosse um castelo e suas torres. A torre principal que era maior e ficava no topo da montanha, era o Templo, os demais era onde os dobradores do ar viviam. Os nômades do ar eram o povo mais pacífico do mundo e, apesar de serem em menor número de habitantes de todas as nações, todos eles dobravam o ar.

— Naruto, esse lugar é maravilhoso, é espetacular. – Agradeci olhando em seus olhos. Ele me retribuiu sorrindo e ainda me disse que a cor cinza de meus olhos eram muito bonitas. Mal sabia ele que eu preferia os dele.

— Chegamos em casa amigo, em casa!

— Finalmente Naruto, estava com saudades do meu lar. – Respondeu Kurama.

*

Na tenda do comandante Fugaku, o mesmo estava de costas para seus convidados, olhando fixamente um mapa com o planisfério do mundo.

— Até o fim do ano o Reino da Terra estará sobre nosso domínio. O senhor do Fogo, o Rei Madara, finalmente clamará vitória nesta guerra.

— Se meu pai acha que o resto do mundo vai segui-lo de boa vontade, então ele é um tolo. – Retrucou Sasuke, enquanto Fugaku sentava-se em uma cadeira ao seu lado.

— Parece que dois anos no mar não abrandaram a língua do Príncipe Sasuke. E então, como está a sua procura pelo Avatar? – Disse em tom de irônia. Nesse momento Itachi derrubava um amontoado de lanças que estavam penduradas, chamando a atenção para si.

— Oh, a culpa foi toda minha. – Disse Itachi direcionando-se para outro lugar.

— Ainda não o encontramos. – Respondeu Sasuke calmamente.

— E você esperava mesmo o encontrar? O Avatar morreu a cem anos, junto com o resto dos dobradores de ar. – Fugaku dizia a Sasuke, que abaixava a cabeça pensando. -  A menos que o tenha encontrado uma prova de que o Avatar está vivo.

Sasuke olhou o comandante negando.

— Não. Não encontramos nada.

Fugaku levantou.

— Príncipe Sasuke, o Avatar é o único que pode impedir o Rei do Fogo a ganhar essa guerra. – Dobrou seu tronco, posicionando seu rosto próximo ao do príncipe e falou perto de seu ouvido. – Se você tem o mínimo de lealdade, vai nos contar o que descobriu.

— EU NÃO DESCOBRI NA-DA. – Respondeu firme e pausadamente, dando ênfase na última palavra. – Como o senhor disse, o Avatar deve ter morrido a muito tempo. -  Sasuke então levantou e direcionou-se a saída da tenda. -  Vamos Itachi, vamos embora.

Mas os soldados de Fugaku bloquearam sua passagem, cruzando em forma de “xis” suas lanças. Deixando Sasuke boquiaberto. Um subordinado direcionou-se ao comante, dizendo:

— Comandante Fugaku, interrogamos os soldados que estavam no navio, como o senhor nos ordenou, e eles disseram que quem estragou o navio foi o Avatar. Ele esteve preso lá, mas o príncipe Sasuke o deixou escapar.

O comandante que estava de costas para o príncipe direcionou-se em sua direção, posicionando-se em sua retaguarda falando próximo ao seu ouvido.

— Diga-me como ocorreram mesmo as avariações em seu navio. – Deixando Sasuke sem escolha e com um olhar encurralado.

*

Kurama ficou na parte inferior da montanha onde estava o Templo do ar. Ela disse que estava muito cansada, que éramos folgados e deveríamos fazer um pouco de exercícios de vez em quando. Subimos então o enorme caminho que nos guiava até o local de nosso desejo. Naruto estava empolgado demais e subia tudo aquilo correndo. Neji e eu ficamos bem para trás dele. Quando o alcançamos no topo, Naruto apontou vários pontos de sua aldeia.

— E é aqui que eu e meus amigos jogamos bola de ar. – Dizia enquanto apontava para muitas estacas de madeiras firmadas na vertical. – Ali é onde a raposa dorme. E ali... – olhou com tristeza para o horizonte. -  Isso aqui costumava a ficar muitos nômades, monges, raposas de sapos, mas agora está vazio, apenas com ervas daninhas. – Seu semblante se entristeceu de uma forma que não havia visto assim. Neji e eu nos olhamos por preocupação a Naruto. – Não é possível que as coisas tenham mudado tanto. – O vento balançando suas roupas deixava a cena mais triste. Então Neji quebrou o gelo.

— Como se joga esse tal de Bola de ar? – Perguntou meu irmão, animando de imediato o dobrador de ar.

Rapidamente Neji se posicionou em uma extremidade, protegendo onde Naruto deveria acertar a boa e Naruto se posicionou na outra extremidade. Com a dobra de ar, ele girava velozmente a bola. Ele passou a bola de um braço a outro e lançou-a para cima, piscando um olho só para Neji, que ficou desconfiado. A bola desceu rapidamente e Naruto a chutou com uma dobra de ar que a fez voar com brutalidade. A bola batia em zigue-zague contra as estacas de madeira, finalmente atingindo Neji, fazendo com que ele e a bola entrasse no local onde marcava ponto, derrubando-o no chão. Naruto ria em comemoração.

— Naruto sete, Neji zero. – Gritou para nós ao longe.

— Fazer o Naruto se sentir melhor, está me deixando na pior. – Reclamou para mim Neji, que ali, ajoelhado no chão, encontrou um capacete da Nação do Fogo.

— Hinata, olha só. Vamos mostrar a ele.

— Naruto. – Gritei seu nome. – Você precisa ver uma coisa.

— Tá bom!

Naruto vinha pulando e brincando com a bola. Ele estava muito feliz. Eu o entendia! Afinal passou cem anos preso num iceberg e agora estava em casa. Não era capaz de vê-lo triste, não podia deixa-lo infeliz, eu me sentiria mal. Então, quando estava próximo, fiz uma dobra d’água derrubando neve sobre o capacete e... sobre Neji também.

— O que foi Hinata?

— Olha só, eu descobri um novo movimento de dobra d’água e caiu um monte de neve no Neji, ele parece um boneco. – Disse com um sorriso sem graça. Foi a PIOR desculpa do mundo, mas não sabia o que falar.

— Ficou engraçado mesmo, mas ele deve tomar cuidado para não se resfriar. Ah! Parabéns pela dobra, mas agora temos um Templo para conhecermos. – Quando Naruto virou as costas, Neji me disse:

— Sabe que não pode proteger ele para sempre, ele deve descobrir o quanto antes sobre a verdade. Hinata, ele pode sofrer ainda mais.

Seguimos para o Templo do ar. Naruto corria como uma criança em euforia. Neji e eu andávamos mais atrás, pois conversávamos sobre a situação dos nômades do ar.

— Hinata, não adianta tentar, você não conseguirá esconder que a Nação do fogo esteve por aqui.

— Posso e vou! Eu vou proteger Naruto, não vou deixar que ele sofra. Ele tem passado situações ruins o suficiente, por isso eu o pouparei o quanto puder.

Em frente à entrada do templo, havia uma estátua de homem muito parecido com Naruto, porém era mais velho. Ao chegar frente à estátua, Naruto parou e pronunciou:

— Hinata, Neji. Quero que vocês conheçam uma pessoa. – Disse apontando para a estátua. – Esse é o monge Minato, o maior dobrador de ar de todos os tempos. Foi ele quem me ensinou a dobra de ar e tudo o que eu sei. Além de ter sido um grande amigo. – Após sua fala, curvou-se em respeito à estátua e lembrou-se de seu passado.

Flashback on

Um homem loiro de aproximadamente uns trinta anos de idade, muito semelhante a Naruto tirava um bolo do forno. Ele fazia uma dobra de ar para movimentar o glacê que ia por cima, enquanto dizia:

— Mas o verdadeiro segredo, está no centro da gororoba.

Naruto estava sentado em um muro, estava mais à frente e de costas para seu mestre que o observava com curiosidade, pois seu aluno demonstrava estar desanimado.

— Hum. – Resmungou Naruto.

— A minha técnica de fazer bolo não é a única coisa que você tem na sua cabeça, não é mesmo Naruto? – Perguntou seu mestre com um enorme sorriso. Ele era uma pessoa muito boa e esbanjava simpatia, apesar da pouca idade, era o melhor mestre do ar de todos os tempos.

— Essa história de Avatar... será que os monges cometeram um erro? – Perguntou em tom de tristeza.

— O único erro que eles cometeram, foi lhe contar sem lhe preparar adequadamente primeiro. Mas não podemos nos preocupar com o que houve, mas sim agir com o que há. – Falou direcionando sua mão para o Templo do ar do Sul. Naruto admirou a linda paisagem.

— Mas Minato, será que eu estou pronto? Como saberei?

— Suas perguntas serão respondidas quando tiver idade bastante para entrar no Santuário do Templo de Ar, lá, conhecerá alguém que o guiará em sua jornada. – De imediato Naruto se animou e flutuou sentando mais perto de Minato.

— Quem é?

— Quando você estiver pronto, ele se revelará a você. – Sorriu para Naruto que rosnava de impaciência. – Bom, você vai me ajudar com os bolos ou não? – Pronunciou enquanto bagunçava ainda mais os loiros cabelos do Avatar, que se animou novamente.

— Tá bom.

Minato e Naruto se posicionaram lado a lado. Fizeram movimentos iguais, que Minato ensinara a seu aluno. Ficaram posicionados de lado com o braço dobrado e a mão frente ao peito, seguiram colocando dando passos e colocando as mãos para trás, num movimento circular, criaram uma enorme bola de ar, atingindo dois bolos cada uma. Esse bolos caíram diretamente na cabeça dos loiros monges: Hashirama, Tobirama, Tsunade e Shizune.

Enquanto eles riam, Minato elogiou Naruto.

— A sua mira melhorou muito meu jovem pupilo. – Disse fazendo uma reverencia. Eles só não contavam com uma Tsunade irritada, flutuando sobre o ar com dois bolos nas mãos. Ela os jogou tão forte, que fez uma rachadura na parede, causando risos a todos os envolvidos.

Flashback off

Naruto permanecia curvado em reverência até sua lembrança se dissipar. Quando levantou seu rosto era demasiadamente triste, meu coração se apertava ao prever toda a dor que poderia sentir, tentei consolá-lo, mas foi em vão.

— Você deve sentir muita falta dele. Ele parece ter sido uma pessoa muito especial. Até mesmo em uma estátua, podemos perceber que se tratava de uma pessoa bondosa.

— É. – Naruto não deu a menor importância para o que falei. Neji e eu nos entreolhamos preocupados com a reação que ele esboçou. Naruto seguiu em frente andando.

— Aonde você vai Naruto? – Perguntei curiosa.

— Ao santuário do Templo do Ar. Estou pronto para finalmente conhecer alguém. – Disse enquanto subia as escadas.

Neji sinalizou para que seguíssemos o mestre do ar e assim o fizemos. Chegamos em frente a uma porta muito diferente. Ela possuía uma espécie de árvore ao seu lado e, no centro, algo que assemelhava a duas trompas musicais embutidas, com três círculos. Estava receosa, pois ninguém poderia sobreviver durante cem anos naquele lugar abandonado.

— Naruto, não acredito que alguém possa estar vivo aí dentro. Se passaram CEM ANOS!

— Realmente Naruto, devo concordar com Hinata, não acredito que alguém esteja vivo depois desse tempo todo.

— Não é impossível. Eu sobrevivi a esse tempo todo no Iceberg. – Disse animado.

— É verdade. – Concordei.

— Hinata, quem estiver aí dentro pode me ajudar com essa história de Avatar.

— E quem tiver aí dentro poderá ter comida também. – Disse Neji com um semblante esfomeado. – Mas Naruto, não entendo. Essa porta não tem fechadura. Ela é impossível de se abrir. A menos que você tenha a chave. Você a tem?

— A chave Neji, é a dobradura do Ar. Veja!

Naruto puxou o ar pelas narinas estufando seu peito. Com os pulmões cheios, estendeu os braços para os lados. Então com um passo firme para frente, posicionou suas mãos na dianteira de seu corpo e soltou ar pelas mãos, fazendo-o passar pelas duas pontas da grande trompa que ficava no centro da porta. Conforme o vento passava pela tubulação, os círculos se abriam um a um, emitindo um som similar a um órgão. Cada círculo emanava um tom, fazendo com que, quando todos foram virados, uma linda melodia soasse. Dessa maneira a porta foi aberta em duas partes, dando passagem para o enorme Santuário do Templo do Ar.

Nunca em minha vida, seria capaz de imaginar poder pisar no Templo do Ar, ainda mais conhecer o Santuário dos monges. Naruto tomou a frente entrando e gritanto “Olá, tem alguém em casa”, seguimos seus passos e adentramos por fim o local onde estaria a tal pessoa.

*

—  Um garoto de dezesseis anos levou a melhor sobre você e seus dobradores de fogo. – Dizia o Comandante Fugaku à Sasuke, que estava sentado, junto a Itachi, enquanto levava um sermão do comandante que andava de um lado para o outro. – Você é mais digno de pena do que imaginava.

— Eu o subestimei uma vez, mas não acontecerá de novo. – Respondeu Sasuke com um discreto tom de vergonha.

— Não vai não, - disse chamando a atenção e olhar da Sasuke para si. – porque você não terá uma segunda chance.

— Comandante Fugaku, eu estou caçando o Avatar a dois anos e...

O tom de voz mais alto de Sasuke irritou Fugaku e soltou uma forte dobra de fogo através da mão esquerda. A chamas quase atingiram os príncipes da Nação do Fogo.

— E você falhou! – Respondeu de forma ríspida. – Capturar o Avatar é importante demais para ficar em mãos adolescentes. – Falou chegando bem próximo á Sasuke. – Ele agora é MEU. – Disse pausadamente, causando profunda irritação ao filho de Madara, que apertou os dentes em descontentamento. Ao tentar se levantar e atacas, dois guardas que estavam de pé, atrás da cadeira que sentava, o seguraram, evitando que atacasse o Comandante.

— Ele fica aqui. – Ordem rapidamente Fugaku a seus soldados, saindo da tenda.

Sasuke chutou a mesa com chá, deixando Itachi com cara de paisagem olhando a situação e pensando: “Precisava derrubar meu chá de ginseng”.

— Mais chá por favor. – Pediu Itachi aos guardas, deixando Sasuke desanimado.

*

Ao entrar naquele enorme local escuro, a pouca luz que invadia o local nos mostrou uma espiral com várias estátuas de pessoas. Andamos no meio delas. Neji estava impaciente, pois estava com muita fome e sono. Diferente do que imaginará, não havia uma pessoa real lá dentro, muito menos comida.

— Nossa, quem são essas pessoas? – Perguntei.

— Eu não sei, mas parece que as conheço de algum modo. – Respondeu Naruto com um semblante de dúvida. Depois de analisar um pouco, ele falou. – Olhe, esse é um dobrador de ar.

— E esse é um dobrador de água. – Mostrei a estátua ao lado do dobrador de ar. Observando atentamente pude compreender. – Elas estão alinhadas em um padrão. – Apontei para cada estátua conforme falava. – Ar, Água, Terra, Fogo.

— Esse é o ciclo Avatar. – Constatou Naruto.

— É isso mesmo. – Respondeu Neji.

— Claro, eles todos são Avatares. Eles todos são seu passado vivo Naruto. – Disse a ele.

— Puxa, e tem um monte. – Admitou Naruto.

— Por isso, você os reconhece de alguma forma. – Falou meu irmão. – Talvez a pessoa que você veio procurar, não seja em carne e osso.

— Sim, quando o Avatar morre, ele reencarna em outro ciclo. Talvez ele possa o encontrar aqui, de alguma forma.

Naruto passeava pelas estátuas, até parar em frente a uma. Ela parecia ser um dobrador de fogo. Naruto o encarava de maneira extremamente profunda, uma luz nos olhos da estátua brilhou e Naruto pareceu perder e recobrar a consciência.

— Quem é esse Naruto? – Perguntei curiosa.

— Esse é Izuna Uchiha, o Avatar anterior a mim.

— Você foi um dobrador de fogo? Não é à toa que você não me agradou de cara. – Disse Neji rindo.

— Mas como você sabe Naruto, não tem nenhuma inscrição falando isso. – Procurei o nome das estátuas, mas não encontrei.

— Mas como sabe o nome dele? – Dessa vez Neji queria saber.

— Eu não sei explicar como, mas de algum modo eu sei.

— Isso é muito estranho. – Completou Neji. – Será que tem como piorar?

Então escutamos um barulho muito estranho. Nós três viramos assustados para trás, onde estava a porta. No meio da fresta de luz que passava para dentro do santuário, era possível vermos uma sombra muito esquisita e aterrorizante. Corremos para nos esconder assim que ela começou a se aproximar. Neji se escondeu atrás de uma estátua, Naruto e eu atrás de outra. Como estamos juntos, atrás de apenas uma estátua, ficamos tão próximos, que eu podia sentir a respiração de Naruto na minha bochecha, por impulso, olhei para os lados e fiquei extremamente próxima a ele, de modo que nossos narizes estavam encostados. Naruto imediatamente ficou vermelho, mas não entendi o motivo. Neji reclamou:

— Estamos em um momento crítico e vocês estão de “namorico”? Fiquem quietos por favor.

Temíamos ser algum dobrador de fogo, quando tentei olhar, acabei me aproximando ainda mais de Naruto, que deu um salto e acabou se revelando para a monstruosa figura. Neji e eu saímos de trás da estátua, pois pela cara que Naruto a coisa não devia ser boa.

No fim todos ficamos de boca aberta e queixo caído.

— É só um sapo, ufa! – Exclamou Neji.

— Só um sapo nada moleque, eu sou O sapo. – Respondeu o anfíbio, que era tão pequeno que cabia na palma da mão.

— Mais uma animal que fala me chamando de moleque... o que eu fiz para merecer isso?

— Eu não sou um animal que fala! Eu tenho nome é Gamakichi, filho de Gamabunta!

— Gamabunta? Como ele está? – Perguntou Naruto, ele parecia o conhecer.

— Faleceu a alguns anos, pelos menos uns dez. Depois que a Nação do fogo nos atacou, ficou difícil sobrevivermos tantos anos como antigamente.

Naruto ficou muito chateado, ele demonstrou que gostava do pai de Gamakichi.

— Você tem o temperamento de seu pai, não é mesmo?

— Você o conheceu menino?

— Ele é o Avatar, Gamakichi. – Contei ao sapo.

— Naruto? O dobrador cabeça oca? Meu pai falou muito de você. Você era a nossa esperança. Pena que ele não está mais aqui...

Isso deixou Naruto muito triste, mas eu o confortei dizendo que ele podia impedir que mais inocentes morressem. Com isso, se animou e disse com firmeza.

— Eu recompensarei toda a esperança que Gamabunta depositou em mim. Gamakichi, você quer ser nosso novo mascote?

— Ah não... – reclamou Neji.

*

Enquanto isso, no Porto da Nação do Fogo, Comandante Fugaku entrava em sua tenda a passos firmes. Itachi e Neji estavam sentados de um frente ao outro, logo na entrada da tenda. O Comandante se dirigiu a eles dizendo:

— O meu grupo de busca está pronto, quando eu sair, meus guardas vão escolta-los de volta ao seu navio e estarão livres para irem embora.

— Porque? Está preocupado por eu ter tentado impedi-lo? – Perguntou Sasuke a Fugaku. Depois de uma longa risada, esse o respondeu.

— Você? Me impedir? Impossível! – respondeu-lhe com desdém.

Sasuke levantou-se amargurado por causa da afronta e desafiou.

— Não me subestime Fugaku, eu vou capturar o Avatar antes de você. – Itachi se levantou com sua incrível paciência para tentar acalmar seu irmão.

— Irmãozinho, já chega.

— Você não pode competir comigo. Eu tenho centenas de navio de guerras sobre meu comando e você? É só um príncipe exilado. Sem casa, sem aliados. Nem o seu próprio pai o quer. -  Desdenhou o Comandante Fugaku.

— Está enganado! Quando eu entregar o Avatar ao meu pai, ele vai me receber com honra e restaurar meu lugar de direito no trono. – Disse em um tom amargurado. Toda essa situação com o seu pai, mexia muito com o príncipe, por mais que ele tentasse esconder.

— Se o seu pai o quisesse em casa, você já teria voltado. Com Avatar ou sem Avatar. Mas aos olhos dele você é um fracasso e uma desgraça para a Nação do Fogo. – Respondeu rispidamente o comandante.

— Não é verdade! – Exasperou Sasuke.

— Você tem a cicatriz para provar.

Essa foi a gota d’água para Sasuke, que já não tinha muita paciência. Ele avançou abruptamente para perto do comandante e gritou:

— Talvez queira alguém a sua altura! – Fugaku aproximou-se ainda mais de Sasuke, deixando seus rostos muito próximos, como se estivessem em posição de luta.

— Está me desafiando, príncipe Sasuke?

— Em Agni Kai, ao pôr do Sol.

Com isso Fugaku endireitou sua postura e concordou com o desafio.

— Pena que seu pai não esteja aqui para vê-lo ser humilhado por mim. Acho que ser irmão servirá.  – Assim ele saiu, deixando os irmão a sós.

— Sasuke, meu irmão. Esqueceu-se da última vez que duelou com um mestre dobrador de fogo.

Então, passando a mão por sua cicatriz no olho esquerdo, ele respondeu de forma amarga:

— Eu jamais vou esquecer.

*

Gamakichi saiu pulando pelo Templo do Ar, seguido por Neji e Naruto. Quando chegou em uma parte muito alta, Naruto flutou com a dobra de ar e Neji desceu pelas longas escadas. Eu segui meu irmão, enquanto Naruto ia na frente, tentando alcançar os longos pulos do sapo. O que Naruto achou ser uma brincadeira, logo tirou o sorriso de seu rosto. Quando adentrou em uma parte coberta por enormes tecidos, pode contemplar a terrível visão de inúmeras caveiras de soldados da Nação do fogo no chão e o pior: A caveira de Minato. Ele logo a reconheceu, por conta do colar que portava.

Naruto não aguentou tamanha tristeza e suas pernas cederam até que ele caísse ajoelhado no chão. Ele chorava como uma criança. Seu lindo sorriso desaparecera de tal forma, que nunca pareceu ter existido. Seus olhos azuis agora eram literalmente um oceano, cheio e salgado pelas águas que preenchiam o olhar que outrora era cheio de vida. Meu coração se apertou por ver tal cena. Neji havia chegado antes de mim e tentou consolar Naruto.

Ele se aproximou e colocou as mãos em seu ombro.

— Eu sei que deve ser muito difícil para você, mas procure se acalmar, estamos aqui, vamos lhe ajudar, vai dar tudo certo...

Então sua fala foi interrompida, pois Naruto estava ficando diferente. Ele começou a brilhar. Uma áurea amarelada o rodeava, e as cores de suas roupas mudaram e as tatuagens pretas em seu corpo se destacavam.

Enquanto isso, os olhos das estátuas dos Avatares começaram a brilhar e vários monumentos no mundo começaram a brilhar. Esse era o anuncio de que o Avatar estava vivo.

— Vamos avise o Senhor do Fogo que o Avatar está vivo. -  Pronunciou um soldado que estava no castelo de Madara.

Ao redor de Naruto, quando ele se levantou, uma forte ventania o cercava. Neji tentava o acalmar, mas era em vão. O ar começou a forma uma redoma, e seu soprar era cada vez mais forte. Por fim, uma enorme quantidade de ar foi liberada jogando Neji contra uma parece longe dali, a tenda que eles estavam foi completamente destruída. Naruto estava no meio do que parecia um furacão. Eu não podia deixa-lo ser dominado pela ira, precisava ajuda-lo de alguma forma. Algo dentro de mim dizia que eu conseguiria ajudar o Avatar. Naruto não estava acostumado a entrar naquele modo, por isso estava daquele jeito. Juntei a coragem que não sabia que tinha e finalmente me direcionei a ele.

Conforme andava dois passos, regredia um. O vento estava demasiadamente forte, e eu precisava proteger meus olhos com as mãos. Muitas pedras batiam no corpo, causando-me dores, mas precisava chegar até Naruto.

*

Enquanto isso no porto da Nação do Fogo, o príncipe Sasuke e o Comantante Fugaku estavam preparados para a batalha. Trajando uma roupa mais leve e virados de costas um para o outro, cada um em uma extremidade do local da luta, estava ajoelhado, esperando o sinal de inicio.

— Lembre-se do básico da dobra de fogo irmãozinho. É a sua maior arma.

— Eu me recuso a deixa-lo vencer Itachi.

E assim que Sasuke levantou, Itachi fez o que sempre fazia, com dois dedos na testa de seu irmão, empurrou levemente a cabeça dele para trás. Causando um quase imperceptível sorriso.

Ao se levantar, o pano que cobria o dorso de Sasuke caiu, assim como aconteceu também com Fugaku, exibindo os músculos de bem trabalhados devido aos movimentos da dobra de fogo. Fugaku tinha um corpo muito bem conservado apesar da idade, o que demonstrava que ele era um excelente mestre do fogo. Antes de iniciar, proferiu as seguintes palavras:

— Isto vai terminar rápido.

Em seguida, o enorme gongo que ficava numa torre alta foi, tocado iniciando o combate.

O vento balança dos cabelos de Sasuke, presos num rabo de cavalo. Os combates estavam em posição de ataque, esperando o momento certo para invadirem as defesas do oponente. Olhavam fixamente no olho um do outro, serrando o cenho, tal qual um tigre, pronto a atacar sua presa.

Sasuke iniciou girando sua mão esquerda fazendo uma enorme bola de fogo, lançando-a diretamente à Fugaku. Esse, desviou sem dificuldades alguma do ataque, dissipando as chamas com as suas mãos.

O príncipe lançava chama, após chama, a cada direção que o comandante andava, mas nenhuma era veloz o bastante para pega-lo desprevenido. Ele se defendia de diversas maneiras, com os braços formando um X e os abrindo com rapidez, extirpando as chamas lançadas.  

Já cansado de tantos movimentos, Sasuke ofegava. Agora erguendo sua perna e girando seu corpo, lançou uma nova dobra bem mais forte. Prosseguiu assim, até lançar mais quatro ou cinco vezes grandes chamas, que eram bloqueadas por Fugaku, que ria a cada defesa.

— O básico, Sasuke. Quebre a base dele! – Orientou Itachi.

A passos pesados, Fugaku avançava, lançando uma grande quantidade de chamas. Apesar de bloqueá-las, seu oponente estava se cansando e dava um passo para trás. Chama após chama e o comandante conseguiu derrubar o príncipe no chão. Aproveitou-se que ainda estava atordoado, e pulou próximo a ele, lançando uma chama através do pé.

Fugaku não contava que essa era a estratégia de Sasuke, que deu-lhe uma rasteira após apartar as chamas lançadas. Agora com a guarda baixa, o irmão de Itachi lançava chamar maiores e com uma velocidade maior, com as mãos, com os pés, sem dar chances para o oponente se recuperar. Por fim, com uma enorme dobra lançada através de um chute, Sasuke derrubou Fugaku e se aproximou em posição de ataque, mostrando que havia ganhado aquela luta. Ainda no chão, olho no olho, Fugaku gritou:

— Continue!

Com essa ordem, Sasuke liberou uma intensa e rápida chama, como se fosse uma faca. Mas propositalmente, acertou a poucos centímetros do rosto do oponente.

— Só isso? Seu pai criou um covarde!

— Na próxima vez que cruzar meu caminho prometo: Não vou me conter. – Disse pausadamente, virando-se em seguida.

Fugaku, ainda no chão, irado por tamanha afronta e humilhação, esperou o melhor momento e aproveitou a distração de Sasuke para ataca-lo. Enquanto o príncipe andava, o comandante pôs-se de pé e rapidamente liberou uma dobra extremamente forte e rápida através do chute. Ela não contava com a agilidade e habilidade de Itachi, que bloqueou o golpe, segurando o seu pé, empurrando-o para muito longe, sem muito esforço.

Sasuke queria revidar, mas Itachi impediu.

— Não maninho, não manche sua vitória. – Virou-se para o oponente de seu irmão. – Então é assim que o grande comandante Fugaku age na derrota... que desonroso. Mesmo no exílio, meu irmão é mais honrado que você. – Ao dizer isso, Sasuke o olhou com surpresa e em seu coração um sentimento de felicidade que a muito tempo não aparecia, finalmente brotou. – Muito obrigado pelo chá. Estava delicioso.

Fez uma reverencia e saiu. Sasuke olhou pela última vez para o seu oponente e finalmente seguiu seu irmão mais velho. Deixando um comandante humilhado e irritado para trás.

— Falou sério mesmo Itachi?

— É claro. – Disse brincalhão. – Eu adoro chá de ginseng, é o meu preferido. – Falou empurrando novamente a testa de Sasuke com seus dedos, causando um sorriso tímido no irmão. Assim direcionaram-se a sua embarcação, já arrumada.

*

Naruto ainda estava no centro do furacão e eu me aproximava lentamente. Ganhei alguns machucados, devido a força do vento, mas não sentia dor, pois o meu objetivo era ajudar aquele em quem depositei todas as minhas esperanças. Quando cheguei perto o suficiente e consegui me proteger atrás de uma pedra, comecei a falar com ele.

— Naruto, eu sei que está muito triste. Sei também o quanto é difícil perder as pessoas que amamos. Eu passei pelo mesmo sofrimento que está passando agora quando perdi a minha mãe. – Não consegui conter as lágrimas que invadiam meus olhos sem pudor. Abaixei a cabeça, para tentar elimina-las o mais rápido possível, pois estava impedida de usar minhas mãos para isso. Afinal, precisava me segurar para não voar dali. – O monge Minato e os outros dobradores de ar podem ter partido, mas você ainda tem uma família, você ainda tem amigos, você ainda tem pessoas que já te amam... eu... e o Neji, nós somos uma família. Tem Kurama e agora Gamakichi que está ao meu lado! – Pouco a pouco, Naruto parecia se acalmar, pois o furacão ficava mais fraco. – Você não está só Naruto, não vamos deixar você, vamos ficar ao seu lado para sempre. Por favor, fique conosco também.

Finalmente toda a ventania se dissipou e Naruto ficou em pé no solo. Apesar de suas roupas terem voltado ao normal, sua áurea amarela ainda estava brilhando.

— Naruto, não vamos te abandonar jamais. Hinata e eu não vamos deixar nada acontecer com você, nós vamos te proteger. Você têm a minha palavra de guerreiro Naruto. Eu prometo.

Então, segurei firme nas mãos do Avatar e apertei para demonstrar que ele podia confiar em nós, ele podia acreditar que jamais o deixaríamos. E com os olhos tristes, voltou ao normal, mas caiu de cansaço em meus braços.

— Desculpem. – Disse fechando os olhos num misto de tristeza, vergonha e cansaço.

— ‘Tá bem, ‘tá tudo bem. A culpa não foi sua Naruto. – Defendi.

— Você tinha razão, se os dobradores de fogo acharam esse Templo, com certeza acharam os outros templos também. – disse tristonho, o que me partia meu coração. – Realmente eu sou o último dobrador de ar. – Então eu o aconcheguei mais em meu abraço, para que se sentisse amado, protegido.

Neji e eu o abraçamos com força. A dor de Naruto era palpável. Todos a quem ele amava se foram, ele se sentia culpado pelos acontecimentos e mal tinha absorvido a ideia de ser o Avatar. Sua dor era tão grande e eu queria a todo custo arrancá-la de seu peito. Mas o que eu podia fazer era apenas consolá-lo e lhe abraçar com todo meu carinho.

Ele decidiu que devia se despedir das estátuas de seus antepassados. Subimos até o santuário. Após um tempo os observando, os convidei a partir.

— Tudo pronto, vamos?

— Como o Izuna pode me ajudar se eu não posso falar com ele. – Comentou enquanto olhava a estátua do antigo Avatar.

— Você vai achar um jeito Naruto, só confie em si mesmo.

Ouvimos um som que vinha da parte de trás e nos viramos para entender o que acontecia. Era Gamakichi trazendo uma saco de comida com dificuldade. A primeira pessoa que ele entregou foi a Neji.

— Eu fui com a sua cara de metido.

Neji tinha tanta fome que nem ligou para a afronta, apesar de também soar como um elogio.

— Parece que você fez um novo amigo Neji. – Disse Naruto.

— Não posso falar de boca cheia. – Pronunciou de forma engraçada.

Gamakichi pulou em cima do ombro de Naruto.

— Já que sou um mascote, vou andar aqui, porque é melhor do que sair pulando por aí.

— Então tudo certo amiguinho. – Sorriu Naruto.

Saímos do Santuário e encontramos Kurama. Enquanto Neji e eu guardamos os alimentos que Gamakichi trouxe, o sapo e a raposa falantes, conversavam sobre Gamabunta.

— Gamakichi, Kurama e eu... somos os únicos sobreviventes daqui. Temos de ficar unidos. Todos devem dar boas-vindas ao novo membro da família.

— De quem está falando? Não é possível que já está o considerando assim. – Pronunciou Kurama com falsa irritação.

— Poxa Kurama, Gamakichi é filho do seu amigo... – disse, mas fui interrompida pela irônica raposa.

— Não estou falando do Gamakichi, é óbvio que ele é da família. Estou falando do moleque metido, o chato do seu irmão.

Então Neji abriu a boca em surpresa, causando riso em todos. Principalmente em Kurama, que adorava o provocar. E foi dessa forma que deixamos o Templo do Ar do Sul. Porém, enquanto voávamos, Naruto e Gamakichi olhavam com tristeza para o lugar que um dia chamaram de lar, até que por fim, ele sumiu entre as inúmeras nuvens que cobriam o céu.


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Notas finais do capítulo

E aí? O que estão achando do rumo da história? E os novos personagens? E essa narração de quase sete mil palavras?
Podem comentar o que quiserem, mas com amor, por favor.
Até o próximo.

Ahhhh, o ritmo de postagem, eu não sei como será, mas o desafio é até 1 de agosto, então esse primeiro livro será finalizado até lá. Se Deus quiser e ele quer. Já os outros dois livros, eu vou postar tb, mas até lá a gente vê ♥
Beijosssss